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Significado de Deuteronômio 9:1-3
Moisés abre esta seção com um chamado, seguido de uma declaração sobre a iminente conquista de Canaã. Ele diz: Ouve, ó Israel! Estais atravessando o Jordão hoje. Como em 5:1 e 6:4, o verbo "ouvir" (shema) descreve tanto a atividade mental da audição quanto seus efeitos. Esta era, portanto, outra maneira de Moisés recomendar a Israel que obedecesse ou prestasse atenção ao que ele estava prestes a dizer a eles. Moisés diz ao povo que eles estariam atravessando o Jordão. Essa declaração servia como motivação (encorajamento) para o povo, que já estava vagando pelo deserto havia cerca de 40 anos. Eles precisavam saber que atravessariam o rio Jordão para entrar e possuir a terra que o Senhor lhes prometera.
O rio Jordão existe até hoje. Suas cabeceiras começam ao norte do Mar da Galiléia. Ele flui para o Mar da Galiléia e termina no Mar Morto. Parte do rio Jordão serve como fronteira entre o estado de Israel e a Jordânia, ou a Autoridade Palestina e a Jordânia. Na época do Deuteronômio, a nação de Israel estava acampada em Moabe, que hoje faz parte da Jordânia. A nação pode ter marchado para o sul, contornado o Mar Morto e entrado na Terra Prometida, evitando assim ter que atravessar o rio. Porém, eles estavam seguindo a liderança de Deus por meio de seu agente, Moisés.
Moisés, então, explicita o propósito de Israel de atravessar o Jordão: Entrar para desapossar nações maiores e mais poderosas, grandes cidades fortificadas até o céu. Para encorajar Israel a confiar no SENHOR, seu Deus, o grande e invencível guerreiro, Moisés faz uma distinção nítida entre a fraqueza de Israel e a força do inimigo. Os israelitas fossem insignificantes em número (Deuteronômio 7:7) e seus inimigos eram maiores e mais poderosos. Eles viviam em grandes cidades fortificadas até o céu, com muros altos. Israel tinha acabado de passar 40 anos vagando pelo deserto. Eles não tinham estratégias de cerco e instrumentos de guerra para atacar uma cidade murada.
Não só as cidades eram fortificadas até o céu, mas a terra continha um povo grande e alto, os filhos dos Anaquim, de cuja reputação os israelitas haviam ouvido falar, o poder dos Anaquim era famoso. Deus não estava escondendo o imenso obstáculo diante deles. Eles estavam prestes a enfrentar gigantes com cidades muradas. Em qualquer medida objetiva, os israelitas não tinham o que fazer para vencer qualquer batalha na Terra Prometida. Eles eram menor em números e com instrumentos inferiores.
Os filhos de Anaque eram uma ancestralidade que podia ser rastreada até Anaque (o filho de Arba). Os Anaquim eram gigantes poderosos (Deuteronômio 2:10; Josué 15:13). Por causa de sua imponência, o povo pensava que aqueles gigantes eram invencíveis. Quarenta anos antes, quando Moisés havia enviado homens para espionar a terra de Canaã, tomando um homem de cada tribo, doze ao todo, o líder do povo recomenda que eles entrassem na terra e a mapeassem, trazendo um relatório (Números 13). Os 12 espiões voltaram com a mesma observação da terra que Moisés estava descrevendo ao povo agora.
Ao voltarem da missão em Canaã, os espiões trouxeram de volta alguns frutos da terra (romãs e uvas) e deram um relato misto, dizendo: "Entramos na terra para onde nos enviaste; e certamente flui com leite e mel, e este é o seu fruto. No entanto, as pessoas que vivem na terra são fortes, e as cidades são fortificadas e muito grandes; e, além disso, vimos ali os descendentes de Anaque" (Números 13:27-28). A menção específica dos descendentes de Anaque mostra que eles eram a principal preocupação. Deus aborda esta preocupação de cara.
Moisés reconhece que os descendentes de Anaque eram uma raça gigante poderosa, sobre a qual havia um ditado comum: Quem consegue permanecer diante dos filhos de Anaque? Uma das principais razões para a recusa da primeira geração em entrar na Terra Prometida havia sido o relato do impressionante tamanho e força dos filhos de Anaque. No entanto, apesar da força daquele povo, da população de Canaã e de suas fortificações, Moisés continua a encorajar o povo a entrar para desapossar aquelas nações, porque Javé, o chefe do exército de Israel, era o Todo-poderoso. O Deus de Israel, Javé, era invencível, não os descendentes de Anaque (Jeremias 32:27; Lucas 1:37; Lucas 18:27). Javé daria a vitória a Seu povo. Eles cruzariam o rio hoje. Deuteronômio é como o discurso de vestiário antes do grande jogo. Quando "saírem do vestiário" atravessando o Jordão, vocês não estarão sozinhos. O SENHOR, seu Deus, atravessará diante de vocês. E Ele atravessará como um fogo consumidor.
A expressão “fogo consumidor” se refere à santidade e ao juízo de Deus. Deus já havia sido descrito como fogo que consome em Deuteronômio 4:24. O fogo era usado para modelar, refinar e consumir. Deus faz todas essas coisas. Neste contexto, o adjetivo traduzido provavelmente enfatiza o poder julgador do Deus Susserano na limpeza da corrupção. Deus já havia explicado que a razão pela qual as nações estavam sendo eliminadas da terra era devido às suas práticas corruptas. Deus inclusive disse a Israel que eles deveriam aprender esta lição, já que receberiam o mesmo tratamento caso se tornassem corruptos (Deuteronômio 6:15).
Deus é justo e julga a injustiça (Romanos 1:18). Seu fogo consumidor limpará a injustiça onde quer que ela seja encontrada. Em Hebreus 12, o autor cita Deuteronômio 4:24 ao advertir aos judeus crentes recipientes da carta: "Cuidai para que não recuseis aquele que está falando". No Antigo Testamento, Deus havia prometido bênçãos e recompensas caso Sua voz fosse obedecida, e disciplina e juízo caso Sua voz fosse desobedecidaa. Deus nunca muda. É o mesmo no Novo Testamento. Deus é um fogo consumidor. Ele nunca rejeita a Seu povo, mas Sua santa presença é um fogo refinador que julgará toda injustiça.
No caso dos inimigos, a santa presença de Deus os consumirá. Deus, assim, dará a Terra Prometida a Seus vassalos (Israel), como havia prometido a Abraão (Gênesis 15:7). Moisés declara que Deus os destruiria e os subjugaria. Moisés reconhece plenamente a superioridade numérica e física dos habitantes, bem como suas fortificações superiores. Porém, ele declara que Israel os expulsaria e destruiria rapidamente, assim como o SENHOR havia falado. A força e o poder de Israel residiam na força de seu Susserano. A garantia de vitória de Israel era o fato de que seu Susserano atravessaria o Jordão com eles como fogo consumidor. Sua esperança estava na palavra e na fidelidade do Susserano.