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Significado de Juízes 4:17-22

Esta passagem narra o papel surpreendente e decisivo de uma mulher chamada Jael, esposa de Héber, o queneu, na derrota de Sísera. Após fugir da batalha, Sísera busca refúgio na tenda de Jael, onde ela enganosamente lhe oferece hospitalidade. No entanto, uma vez que Sísera adormece, Jael toma a iniciativa e marca seu lugar na história redentora de Israel.

Após uma vitória decisiva para Israel, o comandante do inimigo foi forçado a correr. Entretanto, Sísera fugiu a pé à tenda da Jael, mulher de Héber, queneu, porque havia paz entre Jabim, rei de Hazor, e a casa de Héber, queneu (v. 17). Sísera, tendo abandonado sua carruagem e fugido do campo de batalha, busca refúgio na tenda de Jael, a esposa de Héber (v. 17).

Os queneus, descendentes de Hobabe, sogro de Moisés, tinham relações amigáveis com Israel, mas Héber se separou do resto de seu clã (Juízes 4:11) e fez uma aliança com Jabim, rei de Hazor. Essa aliança explica por que Sísera se sentiu seguro buscando abrigo ali. Havia paz entre Héber e o rei de Sísera. A escolha de Sísera de fugir para a tenda de Jael é crucial, pois ele assume a segurança com base em uma aliança política, sem perceber que Jael acabaria ficando do lado de Israel.

A princípio, parece que a escolha de Sísera dará certo: Saindo Jael ao encontro de Sísera, disse-lhe: Entra, senhor meu, entra na minha tenda; não temas. Sísera entrou-lhe na tenda, e ela o cobriu com uma coberta (v. 18).

Jael toma a iniciativa convidando Sísera para sua tenda e assegurando-lhe segurança. Sua hospitalidade parece genuína, pois ela oferece conforto a Sísera cobrindo- o com uma coberta, possivelmente para ajudá-lo a descansar ou escondê-lo de perseguidores. Neste ponto, Sísera não tem razão para suspeitar das intenções de Jael, acreditando que sua oferta de refúgio se alinha com a paz entre seu marido e o rei Jabim.

No final das contas, o plano de Sísera não corresponderia aos eventos que Deus tinha reservado para ele. Ainda no escuro, Sísera impõe ao seu anfitrião um pouco de água. Ele lhe disse: Dá-me de beber um pouco de água, porque estou com sede. Ela abriu um odre de leite, e lhe deu a beber, e o cobriu (v. 19).

Sísera, exausto e sedento por fugir da batalha, pede água, mas Jael lhe dá leite em vez disso, uma bebida mais substancial e reconfortante. Esse pequeno ato de cuidado provavelmente aprofundou a confiança de Sísera nela, embalando-o ainda mais em uma falsa sensação de segurança. Ao cobri-lo novamente, Jael completa o quadro de hospitalidade, permitindo que Sísera relaxe e adormeça.

Ele lhe disse mais: Põe-te à porta da tenda, e quando alguém vier e te perguntar: Está aqui alguém? responderás: Não (v. 20).

Sísera, ainda acreditando que Jael é sua protetora, ordena que ela negue sua presença se alguém vier procurá-lo. Sua confiança nela parece absoluta, pois ele vê sua tenda como um esconderijo seguro. Esta instrução também mostra que Sísera reconhece o perigo em que está, mas continua a confiar em Jael para sua sobrevivência, sem saber da traição que está prestes a ocorrer.

Finalmente, a lenta confiança que Jael constrói com este comandante militar e a profecia contada por Débora está prestes a atingir seu clímax: Jael, mulher de Héber, tomou uma estaca da tenda e, levando um martelo na mão, chegou-se a ele mansamente e cravou-lhe a estaca na fonte, de sorte que penetrou na terra; pois estava num profundo sono e mui exausto. Assim morreu (v. 21).

Em um movimento chocante e decisivo, Jael pega uma estaca de tenda e um martelo - ferramentas familiares a uma mulher nômade responsável por armar tendas - e enfia a estaca no templo de Sísera enquanto ele dorme. Esse ato de violência, feito rapidamente e com precisão, marca o cumprimento inesperado da profecia de Débora de que “o Senhor venderá Sísera nas mãos de uma mulher” (Juízes 4:9).

A ação de Jael é corajosa e brutal, pois ela mata o inimigo que oprimiu Israel por vinte anos. A morte de Sísera nas mãos de Jael , em vez de Baraque, subverte as expectativas e mostra que a libertação de Deus frequentemente se manifesta por meio de figuras inesperadas e únicas.

A história progride: Eis que, seguindo Baraque a Sísera, saiu-lhe Jael ao encontro e disse-lhe: Vem, e mostrar-te-ei o homem a quem procuras. Entrou-lhe na tenda; e eis que Sísera jazia morto, e o prego estava encerrado na sua fonte (v. 22).

Quando Baraque chega em busca de Sísera, Jael sai para encontrá-lo e revela suas ações, levando-o ao corpo sem vida de Sísera. A ousadia de Jael em se aproximar de Baraque e mostrar a ele o cadáver de Sísera indica como ela está alinhada com Israel e é uma aliada inesperada.

Juízes 4:17-22 destaca vários temas importantes. Primeiro, ressalta a soberania de Deus em cumprir Suas promessas, mesmo por meio de indivíduos improváveis como Jael. Segundo, demonstra que a libertação de Deus geralmente vem de maneiras inesperadas. Jael, uma mulher não israelita que vive em uma casa politicamente neutra, desempenha o papel decisivo em libertar Israel da opressão, mostrando o poder de Deus de usar qualquer um para Seus propósitos.

Por fim, o ato de bravura de Jael e sua disposição de enfrentar um poderoso comandante inimigo refletem a coragem necessária na fé, lembrando-nos que Deus frequentemente trabalha por meio de ações humanas para realizar Sua vontade divina.

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