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Significado de Mateus 14:15-21
Os relatos paralelos do Evangelho quanto a este evento são encontrados em Marcos 6:35-44, Lucas 9:12-17 e João 6:5-14.
Nenhum dos escritores dos Evangelhos registra a hora do dia em que Jesus se retirou para encontrar um lugar isolado, ou em que momento do dia Ele chegou à costa e viu a grande multidão. Não sabemos exatamente por quanto tempo Ele ficou curando os enfermos. Pode ter sido no início da manhã ou no meio da tarde. Mas sabemos que foi por um longo período porque Mateus relata a um detalhe: Quando era noite.
Mateus também nos diz que Seus discípulos vieram a Ele quando a noite chegou. Sabemos que Jesus entrou no barco sozinho, sabemos que os discípulos devem ter vindo com as multidões para onde Jesus estava. Não sabemos se eles testemunharam ou participaram das curas ou se haviam acabaado de chegar quando era noite. De qualquer forma, uma vez que já era noite, eles se aproximaram de Jesus para dizer-lhe: "Este lugar é distante e a hora já é tarde; por isso, mande as multidões embora para que possam sair e comprar comida para si".
Evidentemente, as multidões haviam caminhado longas distâncias e era tarde demais para voltarem às suas casas e cozinharem uma refeição antes de dormir. Se Jesus não os dispensasse naquele momento, eles não teriam nada para comer. Os discípulos, naturalmente, compreenderam que as multidões teriam que sair às aldeias locais e comprar o alimento que pudessem encontrar para comer.
Mas, Jesus desafiou suas suposições naturais. Ele lhes disse: "Não precisam ir embora; dêem a eles algo para comer!" Assustados com a aparentemente ridícula e impossível ordem de Jesus, os discípulos retrucaram com fatos: "Temos aqui apenas cinco pães e dois peixes". Os discípulos não tinham nem de perto provisões suficientes à mão necessárias para alimentar uma multidão tão grande. Mas, aqueles escassos suprimentos foram suficientes para Jesus.
Ele pediu aos Seus discípulos que trouxessem os pães e peixes. Mateus escreve que Jesus havia ordenado que o povo se sentasse na grama. O evangelho de Marcos especifica que "sentaram-se em grupos de centenas e cinquenta" (Marcos 6:40). Assim que se sentavam na grama, Jesus realizou um de Seus milagres mais famosos.
Ele pegou as escassas rações e, olhando para o céu, para reconhecer de onde vêm todas as nossas provisões, incluindo o pão de cada dia, abençoou o alimento e partiu os pães. Então, os repassou aos discípulos e Seus discípulos os distribuíram às multidões. Os cinco pães e dois peixes milagrosamente se multiplicaram. Todos comeram e ficaram satisfeitos. Deus havia providenciado seu alimento. Ninguém saiu com fome. A fome era uma experiência normal nos dias de Jesus. Era raro para qualquer um, exceto os ricos e poderosos, estar cheio e se sentir satisfeito após uma refeição. Deus havia provido um banquete às multidões.
Mateus acrescenta que, quando tudo foi recolhido, sobraram doze cestos cheios de pedaços. Esta observação não apenas mostra que havia comida mais do que suficiente para todos, mas doze é um símbolo das doze tribos de Israel. Isso representa como Jesus, como o Messias na linhagem de Davi, havia vindo para restaurar a todo o Israel. Os cinco pães também simbolizam os cinco livros de Moisés (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio).
Mateus registra que havia cerca de cinco mil homens que comeram, além de mulheres e crianças. Num cálculo conservador, o número total foi de pelo menos dez mil pessoas. A multidão pode ter chegado a vinte mil.
Este milagre, muitas vezes chamado de "a refeição dos cinco mil", é o único milagre, além da ressurreição de Cristo, registrado em todos os quatro Evangelhos (Mateus 14:15-21; Marcos 6:33-44; Lucas 9:12-17; João 6:1-14).
Além do fato de Jesus haver milagrosamente alimentado a milhares de pessoas com apenas uma pequena ração, este milagre também é particularmente notável por razões teológicas e messiânicas.
Primeiro, demonstra o poder criador de Jesus. A multiplicação a partir de pequenos começos reflete a criação do mundo, quando Deus falou uma palavra e todo o cosmos veio à existência a partir do nada.
Segundo, como Jesus providenciou comida mais do que suficiente para alimentar a fome física de todos, Jesus, que se revela como "o pão da vida" (João 6:35), fornece graça mais do que suficiente para perdoar a todos os pecados e reconciliar o mundo consigo mesmo.
E terceiro, esse milagre ecoa até hoje e, em certos aspectos, supera o milagre dos dias de Moisés, quando o maná caía do Céu e alimentava os filhos de Israel (Êxodo 6:4, Deuteronômio 8:3).
"Nossos pais comeram o maná no deserto; como está escrito: 'Ele lhes deu pão do céu para comer'. Jesus então lhes disse: 'Em verdade, em verdade vos digo que não foi Moisés que vos deu o pão do céu, mas o meu Pai vos dá o verdadeiro pão do céu. 33 Porque o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo.'" (João 6:31-33)
A alimentação dos cinco mil homens é mais uma identificação messiânica de Jesus, que era profeta como Moisés.
"Levantarei para eles um profeta como vós, dentre os seus irmãos. E porei as minhas palavras na sua boca, e ele lhes falará tudo o que lhe ordeno." (Deuteronômio 18:18)
Esta profecia de Deuteronômio ocorreu depois que o povo pediu a Moisés que falasse com Deus, ao invés de falar diretamente com eles no Monte Sinai, para que não morressem. Moisés concluiu que aquela era uma boa idéia e então liberou esta profecia. Jesus é, agora, o segundo Moisés, falando em nome de Deus, mas Ele também é Deus falando diretamente ao povo.
Este milagre ocorreu aproximadamente um ano antes da crucificação de Jesus. Sabemos disso porque João relatou que isso aconteceu perto da época da festa da Páscoa (João 6:4). Jesus foi morto na Páscoa seguinte.