Significado de 1 Coríntios 9:1-2

Paulo, agora, se propõe a responder as críticas à sua autoridade apostólica aparentemente levantadas dentro da igreja em Corinto. Ele provê uma "defesa contra os que me julgam" (v. 3). Tal oposição provavelmente tenha sido iniciada pelos judeus opositores que seguiam a Paulo de cidade em cidade, minando sua mensagem da graça de Deus aos gentios (Atos 14:19; 17:13). Paulo começa fazendo algumas perguntas: “Não sou eu livre? Não sou apóstolo? Não tenho visto a Jesus, nosso Senhor? Não sois vós obra minha no Senhor?” (v. 1).

A resposta esperada para essas perguntas retóricas era "sim". Paulo estava afirmando ser um apóstolo em virtude de sua nomeação para o cargo pelo próprio Jesus; ele havia se encontrado com “Jesus nosso Senhor”. O encontro ocorreu no caminho de Damasco, conforme relatado em Atos 9 e Atos 22. Como Paulo foi o fundador da igreja em Corinto em sua segunda viagem missionária, sem dúvida aqueles que estavam recebendo sua carta conheciam bem sua história de conversão e o chamado de Jesus para que ele ministrasse aos gentios (Atos 18:1-17). Paulo lembra aos crentes em Corinto que eles eram Sua “obra no Senhor”. Paulo e sua equipe missionária levaram o Evangelho aos crentes em Corinto. Ele ficou em Corinto e os discipulou; assim, eles eram sua “obra no Senhor”.

Ao perguntar “Não sou livre?”, Paulo deixa claro não ter obrigação alguma de apresentar o Evangelho. Aquilo não era um emprego para ele. Ele desempenhava seu ministério por uma questão de escolha, conforme deixa bem claro. A palavra “apóstolo” significa "mensageiro" ou "representante". O termo podia ser usado para diplomatas. Paulo era um representante de Jesus na terra. Ele se apresenta como tal em 1 Coríntios 1:1.

É certamente possível que um representante seja rejeitado ou não recebido. Paulo, porém, diz: “Se para outros não sou apóstolo, contudo, ao menos para vós o sou; pois o selo do meu apostolado sois vós no Senhor” (v. 2). Algumas pessoas talvez que não o recebessem como apóstolo. Era uma escolha deles. No entanto, a própria existência dos coríntios como crentes e membros do Corpo de Cristo era o selo do apostolado de Paulo. O selo era usado no mundo romano como a assinatura é usada em nossos dias. Era um sinal de autenticidade. O próprio fato de a igreja de Corinto existir autenticava o ofício apostólico de Paulo, ou seja, um mensageiro de Deus. Se outras pessoas não o recebessem como apóstolo, não havia problema. Mas, não havia base para a igreja de Corinto não recebê-lo como tal.