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Significado de 1 Tessalonicenses 2:13-18
Paulo continua sua exortação aos tessalonicenses: Por esta razão - Deus os chama para o Seu Reino e glória" (v. 12) - Paulo e sua equipe agradecem constantemente a Deus pelo fato de os tessalonicenses terem recebido a palavra de Deus e a terem aceitado não como palavra de homens, mas pelo que realmente era, a palavra de Deus. Deus havia chamado aos tessalonicenses para se juntar a Seu Reino. Eles haviam nascido de novo e se tornado filhos de Deus. Assim, eles receberam a palavra de Deus como palavra de Deus, ou seja, eles haviam crido que a palavra de Deus era verdadeira. A palavra de Deus é o que nos instrui a viver corretamente, o único estilo de vida que produz glória eterna.
Paulo declara que a palavra de Deus operava neles, os que haviam crido. O apóstolo já os havia elogiado pela grande reputação que tinham entre as outras igrejas na Grécia (1 Tessalonicenses 1:7-8). Paulo os encoraja por estarem alinhados a outras igrejas, irmãos, companheiros de fé, tornando-se imitadores das igrejas de Deus em Cristo Jesus que estão na Judéia. As igrejas na Judéia (sul de Israel) foram o lugar onde o Cristianismo começou. Essas igrejas eram compostas por judeus que haviam crido em Jesus e seguido aos apóstolos e presbíteros. Eles haviam sofrido grande perseguição. O novo rebanho de crentes gentios em Tessalônica vivia de acordo com o padrão estabelecido pela "igreja mãe" na Judéia. Paulo estava fazendo um elogio a eles.
Os tessalonicenses eram imitadores das outras igrejas de Deus em Cristo Jesus, porque sofriam da mesma maneira: Porque vós também suportastes os mesmos sofrimentos nas mãos de seus próprios conterrâneos. As igrejas da Judéia sofriam sob a perseguição dos judeus, que haviam matado o Senhor Jesus e os profetas. Ao citar os judeus, Paulo se referia aos líderes judeus, fariseus e saduceus e seus adeptos. Paulo havia sido um deles. Era a liderança judaica que havia conspirado para prender Jesus e mandá-lo matar (Mateus 26:3), assim como fizeram seus predecessores, que haviam matado os profetas (1 Reis 19:10). Há um espírito de inimizade contra Deus que se opõe aos homens e mulheres usados por Deus como instrumentos do Evangelho, gerando atos de violência e até mesmo assassinato contra os mensageiros de Deus.
Assim como a igreja de crentes judeus sofria nas mãos dos judeus, os crentes gregos e romanos em Tessalônica sofriam nas mãos de seus próprios compatriotas.
As autoridades judaicas haviam expulsado a Paulo e seus companheiros de Tessalônica, encurtando seu tempo com os novos crentes. É em parte por isso que Paulo continua a condenar as ações dos judeus: Eles não são agradáveis a Deus, embora afirmem representar a Deus, eles são hostis a todos os homens, não apenas a seus companheiros judeus. Eles haviam sido responsáveis por impedir Paulo de falar com os gentios, impedindo, assim, sua salvação. Eles o perseguiram várias vezes em suas viagens missionárias (Atos 9:29, 13:50, 14:19), buscando impedir que o Evangelho de Jesus se espalhasse. Porém, os judeus opositores acabavam sempre no mesmo lugar: eles enchiam a medida de seus pecados. Todos eles estavam em um só acordo se opondo às verdades de Deus. Infelizmente, este é o destino natural do legalismo. Quando começamos a nos justificar afirmando que "minha observância religiosa é melhor que a sua", acabamos naturalmente nos opondo àquilo que afirmamos representar.
Paulo faz um grave alerta ao que esperava por aqueles oponentes do Evangelho: A ira caiu sobre eles até o fim. Paulo fala da ira de Deus muitas vezes em suas epístolas. Em Romanos, Paulo afirma que a ira de Deus é liberada pelos governos humanos. Isso ocorre porque Deus nomeia aos governos humanos como agentes do bem para punir o mal (Romanos 13:4). Isso deixa claro que a ira de Deus é derramada sobre o pecado, não importa onde ele se encontre, incluindo entre os crentes (um crente em Jesus não pode evitar de uma multa por excesso de velocidade dizendo: "Ah, eu sou cristão"). Paulo observa que quando qualquer ser humano busca a seu próprio caminho em vez dos caminhos de Deus, Sua "ira" se manifesta de uma forma específica: Deus os entrega a seus próprios apetites e as pessoas se tornam seus escravos. Isso pode ser observado nos seguintes versículos:
Observe que a ira de Deus é derramada ao permitir que as pessoas alcancem o que desejam. Isso significa que quando as pessoas querem o que é ruim para elas, Deus inicialmente as protege. Porém, se elas persistirem, Deus eventualmente as disciplina e as entrega a seus desejos. Isso inicia uma progressão que termina na incapacidade de pensar corretamente, uma perda da perspectiva correta sobre a vida.
É provável que Paulo tivesse essa progressão em mente ao dizer que a ira chegou, usando um tempo verbal que indicava que ela já havia ocorrido. Paulo estava dizendo que a ira já havia chegado. Paulo não estava dizendo que a ira viria no futuro. Ele afirma que a ira já está sendo derramada. O fato de aqueles judeus, que professavam crer e seguir à Bíblia, se oporem abertamente ao Evangelho de Cristo era evidência de sua "mente depravada". Deus os havia entregado a pensamentos falsos e distorcidos. A medida completa desses pecados incluirá sua responsabilização no grande julgamento final de Deus. Quando esse julgamento final chegar, Deus não olhará com bondade para aqueles que lutaram para destruir a Seus mensageiros (Romanos 13:2, 2 Timóteo 4:14-15, 2 Crônicas 36:16).
Paulo elabora sobre a frustração de ter sido separado dos tessalonicenses: Mas, nós, irmãos, tendo sido tirados de vós por um curto período. Ele novamente se refere ao fato de ter sido expulso da cidade (Atos 17:5-10), fazendo uma pausa para esclarecer que havia sido tirado - em pessoa, não em espírito. A seguir, ele expressa como estava ansioso, com grande desejo de ver seus rostos. Paulo os havia deixado fisicamente, mas continuava a pensar, orar e cuidar deles espiritualmente. A autoria desta epístola é atribuída a Paulo, Timóteo e Silas. Ela é narrada na primeira pessoa do plural, "nós", "nosso", etc. Porém, aqui, Paulo especifica que ele era o autor principal: Pois queríamos vir até vós - eu, Paulo, mais de uma vez - mas Satanás nos impediu.
Paulo parece querer dizer que, logo após ele e sua equipe terem escapado de Tessalônica, ele própria havia feito esforços para retornar. Talvez enquanto estava em Beréia, onde o povo era "mais nobre do que os de Tessalônica" (Atos 17:11) e as coisas haviam se acalmado por um período de tempo, Paulo pode ter desejado retornar aos tessalonicenses, já que as duas cidades eram relativamente próximas uma da outra (cerca de 70 quilômetros de distância). Entretanto, a mesma turba que havia expulsado Paulo de Tessalônica foi até Beréia, "agitando as multidões" contra os crentes (Atos 17:13b). Paulo, então, partiu para Atenas e, finalmente, Corinto. Naquele período, a saúde espiritual dos crentes tessalonicenses nunca esteve longe de seus pensamentos. Satanás, o inimigo de Deus, impediu os esforços de Paulo para voltar através dos oponentes judeus que seguiam a Paulo de cidade em cidade.
Em Atenas, Paulo diz que "não podia mais suportar", despachando a Timóteo para verificar como eles estavam, para ver se continuavam a viver em fidelidade, suportando a perseguição (1 Tessalonicenses 3:1). Como um pai carinhoso ou uma mãe que amamentava, Paulo cuidava do bem-estar de seus filhos. Timóteo acabou por visitar aos tessalonicenses para saber como estavam e trouxe um relato a Paulo, o que motivou esta carta (1 Tessalonicenses 3:2).
Paulo elabora por que desejava retornar aos tessalonicenses, ecoando seu desejo em ver o amadurecimento deles no versículo 12. Ele diz a seus leitores: Pois quem é a nossa esperança, alegria ou coroa de exultação? Não sois vós, na presença de nosso Senhor Jesus em Sua vinda? Pois vós sois a nossa glória e alegria.
Isso nos dá a oportunidade de observar o maior objetivo de Paulo na vida. Como ele registra em 1 Coríntios, ele desejava alcançar o maior prêmio da vida (1 Coríntios 9:24-27). A esperança e a alegria de Paulo era ver seus filhos na fé honrados na presença de Jesus por terem vivido fielmente. Esta era a sua coroa. Ele era como um pai vendo seu filho receber uma grande recompensa. Paulo deixa claro em outras passagens que desejava ser julgado por Jesus como alguém que viveu fielmente (1 Coríntios 9:17, 24-26). Porém, aqui, Paulo aguardava ansiosamente receber a coroa da exultação ao ver seus filhos espirituais sendo encontrados fiéis na presença de nosso Senhor Jesus em Sua vinda. O apóstolo se refere ao tempo em que Jesus julgará a todas as coisas (1 Coríntios 3:11-17; 2 Coríntios 5:10).
Os tessalonicenses eram filhos espirituais de Paulo e ele se sentia, ao mesmo tempo, como mãe e pai deles (1 Tessalonicenses 2:7, 11). Eles eram sua coroa de exultação, sua conquista, algo do que ele se orgulhava, assim como os pais se gloriam em seus filhos. Porém, seu foco não era apenas que eles cressem em Jesus, mas como eles estariam na vinda de nosso Senhor Jesus. A esperança de Paulo era a de que eles persistissem na oposição que enfrentavam de seus concidadãos e rivais judeus (Atos 17:5-6). Sua esperança era a de que eles não abandonassem sua fé, mas viessem vidas de fiel obediência a Deus, de modo a herdarem a vida eterna e serem glorificados com Cristo por terem sofrido com Ele. Como escreveu aos crentes romanos:
"O próprio Espírito testifica com nosso espírito que somos filhos de Deus, e se filhos, herdeiros também, herdeiros de Deus e coerdeiros com Cristo, se de fato sofremos com Ele para que também sejamos glorificados com Ele" (Romanos 8:16-17).
Esta passagem em Romanos demonstra que parte de nossa herança como crentes é incondicional; Deus é nossa herança, independentemente de como vivemos. Deus é nosso Pai e nós somos Seus filhos, mesmo que sejamos infiéis (2 Timóteo 2:13). No entanto, parte da herança é condicional. Só receberemos o privilégio de sermos "co-herdeiros com Cristo" para governar o mundo como reis-servos se "sofrermos com Ele". Era esta a glória que Paulo desejava a seus filhos espirituais. É por isso que ele estava tão ansioso para vê-los continuar na fé. Paulo deixa claro que não considerava nada mais precioso nesta vida do que o valor superior de conhecer a Cristo através de uma caminhada de fé e obediência a Deus (Filipenses 3:8).
Paulo cita nosso Senhor Jesus em Sua vinda em parte porque os tessalonicenses estavam preocupados em morrer antes da segunda vinda de Jesus. Sua preocupação era a de que, caso eles morressem, eles permaneceriam mortos e perderiam a presença do Senhor, a eternidade e a glória. Paulo fez menção à segunda vinda de Jesus no início desta carta, afirmando que parte da nova vida do crente é "esperar o Filho [de Deus] do céu, que Ele ressuscitou dentre os mortos, isto é, Jesus, que nos resgata da ira vindoura" (1 Tessalonicenses 1:10). Paulo traz uma explicação e remove esses medos mais adiante nesta carta, no capítulo 4. Como os tessalonicenses, Paulo cria que Cristo voltaria antes de morrer. Este era o objetivo final em sua mente: esperar a volta de Cristo, estar pronto para isso e resistir a todo sofrimento por causa Dele. Embora ninguém saiba quando Jesus voltará, podemos imitar o exemplo de Paulo e aguardá-lo com expectativa, pois como Jesus prometeu: "Venho sem demora; guardai firme o que tendes, para que ninguém tome a vossa coroa" (Apocalipse 3:11).