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Significado de 1 Tessalonicenses 4:13-18

Paulo consola os tessalonicenses que estavam preocupados, caso morressem antes da segunda vinda de Jesus, em não retornarem à vida, perdendo assim a eternidade com Jesus. O apóstolo esclarece que os crentes que tivessem morrido ressuscitariam e se encontrariam com Jesus nos ares em Sua vinda e que os crentes vivos se juntariam a eles posteriormente, quando todos estaria com o Senhor para sempre.

Após explicar como se santificar, Paulo passa a aabordar o fim dos tempos em resposta a uma pergunta que os tessalonicenses tinham sobre a volta de Cristo. A principal exortação de Paulo em relação à expectativa do fim dos tempos era viver uma vida santa, ser santificado, não ficar de braços cruzados esperando que Jesus retornasse. Ele acabara de exortá-los a viver uma vida tranquila e a trabalhar com as mãos, a não passar necessidade, a se ocupar com o serviço e a provisão, porque Jesus estava voltando (1 Tessalonicenses 4:11-12).

Os tessalonicenses entenderam, corretamente, que Jesus poderia voltar a qualquer momento. Assim, aparentemente, alguns decidiram "se aposentar" e desfrutar da "boa vida" até que Jesus voltasse. Alguns pensavam: "Por que correr tanto quando Jesus estará de volta em breve?" A resposta de Paulo era simples: porque eles precisariam ser encontrados fiéis quando Jesus voltasse, pois esta decisão era para o seu bem.

Jesus abordou o assunto em Suas parábolas. Ele contou a parábola de um mestre que retornou à sua casa e encontrou seus servos se divertindo; então, ele os repreendeu severamente por não estarem trabalhando (Lucas 12:43-48). Jesus claramente esperava que Seus servos fossem laboriosos e assim permanecessem até Seu retorno.

Há uma imagem no Antigo Testamento relacionada ao trabalho duro, embora saibamos que este mundo não será nosso lar permanente.

Em Jeremias, o profeta anuncia sua mensagem aos exilados na Babilônia:

"Assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel, a todos os exilados que enviei para o exílio de Jerusalém para a Babilônia:  Edificai casas e nelas vivei; e plantai hortas e comei seus produtos. Tomai esposas e tornai-vos pais de filhos e filhas, e tomai esposas por vossos filhos e dai vossas filhas aos maridos, para que tenham filhos e filhas, e multiplicai-vos ali e não diminuam. Buscai o bem da cidade onde vos enviei para o exílio, e orai ao Senhor em seu favor, porque em sua paz tereis paz" (Jeremias 29:4-7).

Podemos ver neste texto que Deus ordena aos israelitas exilados a serem laboriosos mesmo que ainda estivessem exilados na Babilônia, longe de seu verdadeiro lar em Israel. Ele desejava que eles trabalhassem, investissem, construíssem e fossem produtivos enquanto vivessem naquele lugar que não era sua casa.

Isso espelha toda a raça humana. Estamos no exílio em relação à nossa verdadeira casa, uma terra na qual habita a justiça, como Deus inicialmente projetou no Jardim do Éden. A verdadeira cidadania dos crentes está no céu (Filipenses 3:20). Porém, devemos viver na terra como os israelitas foram instruídos a viver na Babilônia. Devemos "buscar a paz" do lugar onde vivemos. Estamos aqui nesta terra. Devemos "construir casas" e "plantar jardins". Precisamos trabalhar. Não há distinção entre secular ou sagrado nisso. Quando fazemos nosso trabalho, quando trabalhamos honestamente, estamos sendo santificados. Este princípio é declarado explicitamente nesta passagem da carta de Paulo aos Colossenses:

"O que quer que façais, fazei o vosso trabalho de coração, como para o Senhor e não para os homens, sabendo que do Senhor recebereis a recompensa da herança. É o Senhor Cristo a quem servis” (Colossenses 3:23-24).

Vemos neste versículo que qualquer coisa que façamos, não importa o que seja, receberemos a "recompensa da herança" por fazermos tudo "como para o Senhor". Fazer algo "como para o Senhor" significa fazer algo para obtermos a aprovação de Deus, em vez de obtermos a aprovação dos homens.

Deus planeja fazer grandes coisas durante nossa difícil caminhada aqui nesta terra. Uma dessas coisas é silenciar o inimigo (Satanás) através da nossa fidelidade e obediência a Jesus (Ver comentário sobre o Salmo 8). Da mesma forma, podemos nos tornar vencedores e alcançar a recompensa especial da intimidade com Cristo a partir de nosso serviço a Ele. Os fiéis que andarem em obediência e em fé, confiando em Deus, serão os que alcançarão o grande prêmio da vida e a grande recompensa de serem elevados ao seu propósito original de governar o mundo como mordomos santos e cuidadosos, em harmonia uns com os outros e com Jesus, nosso Cabeça (Apocalipse 3:21). Este é o caminho para a nossa maior realização como seres humanos.

O profeta Jeremias registra como Senhor nos abençoa nas circunstâncias difíceis:

"Pois assim diz o Senhor: 'Quando setenta anos tiverem sido completados na Babilônia, eu vos visitarei e cumprirei a Minha boa palavra, e os trarei de volta a este lugar. Porque conheço os planos que tenho para vós", declara o Senhor, "planos de paz e não de calamidade, para vos dar um futuro e uma esperança. Então Me invocareis e orareis a Mim, e Eu vos ouvirei. Buscar-Me-eis e Me achareis quando Me buscardes de todo o vosso coração" (Jeremias 29:10-13).

Esta passagem deixa claro que o povo de Israel seria exilado. Esse exílio seria acompanhado de terríveis perdas de vidas e bens. Isso ocorreu devido à sua infidelidade (1 Crônicas 9:1). Foi uma das consequências da quebra da aliança com Deus, como o Senhor havia declarado claramente na aliança. No entanto, como eles eram o povo escolhido de Deus, Deus faria isso para o seu bem, assim como Ele faz com todos os crentes, Seus filhos escolhidos (Romanos 8:28-29).

Este princípio aplica-se hoje a nós. Deus promete redimir e recompensar a todo e qualquer serviço fiel na terra. Quando buscamos ser santificados, estamos fazendo a vontade de Deus para nossas vidas (1 Tessalonicenses 4:3). Mesmo quando falhamos e sofremos perdas, Deus promete transformá-las para o nosso bem.

Andar em fidelidade, obtendo as maiores recompensas desta vida, requer deixar de lado os apetites carnais, como a satisfação dos apetites sexuais fora dos desígnios de Deus (1 Tessalonicenses 4:3) servindo, ao invés disso, ao melhor interesse dos outros em amor (1 Tessalonicenses 4:9). Isso inclui tratar o sexo conforme ele foi projetado, em obediência a Deus (1 Coríntios 7:3-5). Não devemos buscar nossas recompensas nas circunstâncias. Também não devemos buscar nossas recompensas forçando os outros a se comportarem de uma forma ou de outra, ou julgando, agindo como desocupados. Em vez disso, devemos procurar agradar a Deus seguindo a Seus mandamentos, sendo diligentes em trabalhar e servir. Esta é a vontade de Deus (1 Tessalonicenses 4:3).

Todas essas instruções de Paulo se encaixam na mensagem maior de vivermos fielmente agora, enquanto esperamos ansiosamente pelo fim dos tempos, quando Jesus voltará e restaurará a todas as coisas. Devemos viver para o fim dos tempos, sabendo que ele está chegando. Devemos estar constantemente conscientes de que o fim dos tempos se aproxima. Isso deve impactar todos os nossos movimentos. Somos advertidos a não sermos pegos despreparados para a volta de Jesus (2 Pedro 3:10; 1 Tessalonicenses 5:2). Isso deve nos levar à santificação. Como um atleta olímpico que treina para a grande final, Paulo nos diz que há uma recompensa especial chamada “coroa da justiça” que será dada a todos os que estiverem preparados para a volta de Jesus (2 Timóteo 4:8).

A maneira de treinar para o fim dos tempos é fazer a vontade de Deus em todas as coisas.

Paulo nos diz: "Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação" (1 Tessalonicenses 4:3). Ser santificado significa ser separado para o propósito especial de viver como Jesus, caminhando nas boas obras que Ele preparou para andarmos (Efésios 2:10). Nesta carta, Paulo nos dá três pontos importantes a respeito da santificação:

  • Pureza sexual — servir ao invés de explorar (1 Tessalonicenses 4:3).
  • Trabalho duro: "Quem não trabalha, não coma" (1 Tessalonicenses 4:11, 2 Tessalonicenses 3:10).
  • Julgue-se a si mesmo, não aos outros (1 Tessalonicenses 4:11-12, 2 Tessalonicenses 3:11-12).

Para sermos bem-sucedidos em nossa busca pela santificação precisamos uns dos outros. A vida é um esporte coletivo. Assim, precisamos uns dos outros para viver vidas santificadas. Esta é uma razão central pela qual devemos nos reunir regularmente. Um dos principais versículos que nos diz por que devemos nos reunir frequentemente identifica o motivo pelo qual devemos “ir à igreja". O motivo é estimular uns aos outros ao amor e às boas obras, especialmente porque o dia do retorno de Jesus se aproxima a cada dia que passa (Hebreus 10:24-25).

A palavra "Igreja" é uma tradução da palavra grega "ekklesia", cujo significado literal é "assembléia". Os gregos a usavam para descrever a assembléia de cidadãos que votavam durante os processos democráticos nas cidades-estado.

Eis o versículo onde o autor do Livro aos Hebreus nos diz para nos reunirmos:

"E pensemos em como estimular uns aos outros ao amor e às boas ações, não abandonando as nossas reuniões, como é hábito de alguns, mas encorajando-nos uns aos outros; tanto mais quando vedes o dia se aproximando" (Hebreus 10:24-25).

Devemos nos reunir como igreja para despertar o "amor e boas ações...encorajando-nos uns aos outros". Por quê? Porque "o dia" se aproxima. Viver em santificação é o caminho para nos preparar adequadamente para "o dia" do juízo, "o dia" da volta de Jesus.

A própria essência do propósito de nos reunir é lembrar constantemente uns aos outros de que "o fim está chegando, devemos estar preparados". Devemos despertar ao amor e às boas obras, encorajando uns aos outros a viver de maneira santificada, seguindo às ordens inseridas neste capítulo.

Estimular uns aos outros ao amor e às boas ações porque o dia estava se aproximando foi exatamente o que Paulo fez em Tessalônica. Paulo precisou sair da cidade porque os judeus que discordavam dele estavam irados (Atos 17:10). Porém, durante o tempo em que permaneceu lá, a principal coisa que o apóstolo ensinou aos tessalonicenses foi o que ele ecoa nesta carta: “Vivam uma vida santificada, porque Jesus está voltando para julgar a terra; buscai-O todos os dias.”

Agora, Paulo responde às perguntas que os tessalonicenses tinham sobre a volta de Jesus: Não queremos que estejam desinformados, irmãos, quanto aos que estão dormindo (aqueles que haviam morrido), para que não sofrais como os demais que não têm esperança. Os incrédulos sofrem na ausência de uma esperança verdadeira, porque não conhecem a Cristo ou Sua promessa de ressurreição dos mortos aos que crêem Nele. Os incrédulos acreditam que a morte é algo permanente, ou não acreditam em nada. Os tessalonicenses pareciam pensar que a morte era permanente e estavam ansiosos a respeito de dois pontos confusos:

  • O "arrebatamento" (ser tirado) e o que acontece com os crentes que haviam morrido antes do retorno de Jesus.
  • Como ter certeza de que Jesus ainda não havia voltado, qual seria o sinal de Sua vinda.

No início desta epístola, Paulo expressa seu alívio pelo fato de os tessalonicenses manterem sua fé e estarem ansiosos pela segunda vinda de Jesus:

"...como vocês se voltaram para Deus de ídolos para servir a um Deus vivo e verdadeiro, e para esperar Seu Filho do céu, que Ele ressuscitou dentre os mortos, que é Jesus, que nos resgata da ira vindoura" (1 Tessalonicenses 1:9b-10).

Os crentes tessalonicenses pareciam ter realmente abraçado e crido na idéia de que Jesus voltaria em breve. Porém, eles não pareciam entender a questão sobre Jesus ressuscitar aos que haviam morrido antes de Seu retorno. Isso mostrava o quão iminente eles criam ser a volta de Jesus.

Paulo dissipa essa noção de morte permanente dos crentes: Pois se crermos que Jesus morreu e ressuscitou, Deus trará consigo aqueles que adormeceram em Jesus. Adormecer em Jesus referia-se aos crentes que morressem fisicamente. Todos os crentes mortos serão trazidos de volta à terra com Jesus na Sua volta. Podemos ver uma imagem disso na cena de Apocalipse. Jesus retorna com os "exércitos que estão no céu" (Apocalipse 19:14). Como este exército está "vestido de linho branco", ele pode se encaixar na descrição do exército de crentes, já que no início do capítulo 19 lemos que os crentes estão vestidos com linho branco como recompensa por seus "atos de justiça" feitos enquanto viviam na terra (Apocalipse 19:8).

Se temos fé suficiente para crer que Jesus morreu e ressuscitou, então segue-se que devemos ter fé suficiente para crer que Deus trará consigo os crentes que adormeceram, ou morreram, em Jesus. Quando um crente morre, ele ou ela morre em Jesus. Vale a pena notar que Paulo escolhe descrever a volta de Jesus neste versículo como “Deus trará consigo”. Jesus é Deus e voltará à terra como manifestação visível de Seu poder. Sua natureza, plenamente Deus e plenamente homem, estará em completa exibição.

O apóstolo Pedro enfatiza o retorno iminente de Jesus. Em Atos 3:19, ele diz aos judeus que ouviam a seu sermão que, caso eles se arrependessem, Jesus voltaria naquele momento, naquela geração. A destruição do templo pelos romanos em 70 d.C. provavelmente foi uma manifestação física do fim daquele período de oferta. Isso é semelhante a quando Deus disse à primeira geração que saiu do Egito que eles não entrariam na Terra Prometida. Eles tiveram um período de oferta aberta durante o qual puderam escolher entrar, mas o período de oferta foi encerrado devido à sua incredulidade e desobediência (Números 14:22). Temos um período de oferta para escolhermos ser santificados e entrar no Reino de Deus nesta vida. Precisamos ser diligentes para tirar o máximo proveito disso.

Paulo cita a autoridade de Deus sobre a questão da ressurreição dos mortos em Cristo: Por isso vos dizemos pela palavra do Senhor, que os crentes que estão vivos e permanecerem até a vinda do Senhor, não precederão aos que adormeceram.  Aqueles que estiverem vivendo no momento da volta de Cristo não se encontrarão com Jesus antes dos crentes mortos. Os crentes mortos ressuscitarão primeiro. Isso parece significar que os crentes mortos serão ressuscitados primeiro. Quando os crentes morrem, seu espírito vai para a presença de Jesus, como Paulo ensinou (Filipenses 1:23). No entanto, esta passagem parece indicar que os crentes não receberão seus corpos ressuscitados até que Jesus retorne à terra.

Cristo certamente liderará este exército celestial: Pois o próprio Senhor descerá do céu com um grito, com a voz do arcanjo e com a trombeta de Deus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro. Paulo parece dizer que Deus formará corpos ressuscitados que se unificarão aos espíritos humanos que estão na presença do Senhor. Parece que esses corpos serão ressuscitados a partir dos materiais terrenos. A passagem diz que Jesus "trará consigo" aqueles que morreram em Cristo e que os “mortos em Cristo ressuscitarão primeiro”. Assim, os crentes que morreram em Cristo estarão descendo ao serem ressuscitados. Isso parece indicar que os espíritos dos crentes descerão do céu com Cristo e se encontrarão com seus corpos ressuscitados nos ares, antes de pousarem na terra com o Senhor.

O prefixo "arco", em grego, significa "cabeça" ou "líder". Jesus é referido aqui como o Cabeça de todos os anjos, demonstrado pelo uso do termo “arcanjo”. Quando o Antigo Testamento usa o termo "anjo do Senhor" ele pode se referir à forma pré-encarnada de Jesus. Jesus foi "feito um pouco mais baixo que os anjos" ao tornar-se humano, embora fosse, e seja, o Cabeça dos anjos (Hebreus 2:9). Esta parece ser provavelmente uma razão pela qual os anjos se maravilharam e glorificaram a Deus em Seu nascimento. Miguel é chamado de arcanjo em Judas 1:9. Isso pode significar que ele é o cabeça entre os anjos e Jesus é o Cabeça sobre todos os anjos.

Jesus descerá do céu com dois tipos de sons: o grito da voz do arcanjo e a trombeta de Deus. Isso nos leva a pensar em Jesus como o segundo Josué. As palavras "Jesus" e "Josué" são a mesma palavra em hebraico e significam "Javé é salvação". Quando Josué conduziu Israel contra Jericó, o muro da cidade caiu quando o povo gritou e os chifres de carneiro foram tocados (Josué 6:5, 20). Neste caso, Jesus grita e toca a trombeta de Deus. Se isso retratar o arrebatamento, o muro da morte cairá, apontando para o retorno de Jesus para retomar a terra e reinar sobre ela. Se este texto se referir ao arrebatamento, todo esse grupo de pessoas retornaria ao céu para, mais tarde, voltar à terra para possuí-la (Apocalipse 19:11-16). Quando Josué tocou a trombeta e o povo gritou, o muro caiu. Porém, eles tiveram que invadir a cidade.

Ao levar os crentes consigo, Jesus também trará ao mundo o julgamento de Deus. O trabalho dos crentes é ser sal e luz, que protege o mundo do julgamento, reconciliando as pessoas com Deus. Como o muro de Jericó protegia a cidade de Jericó, em certo sentido, a presença dos crentes atrasa os dias finais da terra. Assim como 10 homens justos teriam preservado Sodoma do juízo, os redimidos na terra protegem o mundo do julgamento. Este pode ser o momento em que o Espírito Santo será removido do mundo, conforme o que lemos em 2 Tessalonicenses 2:6, abrindo caminho para o anticristo assumir o controle e, em seguida, ser destruído por Cristo em Seu retorno para estabelecer Seu Reino.

Isso deve ter confortado muito aos tessalonicenses, pois eles não apenas não precisariam se preocupar com os crentes que já haviam morrido antes da volta de Cristo - agora eles entendem que os crentes mortos irão para a frente da fila e se encontrarão Jesus nos ares antes dos crentes vivos. Depreende-se desta passagem que, na volta de Jesus, tanto os crentes que morreram quanto os que estiverem vivos receberão corpos ressuscitados. Eventualmente, todos os crentes viverão em uma nova terra, com um novo corpo (Apocalipse 21:1). O corpo ressuscitado será um corpo espiritual (1 Coríntios 15:44).

Paulo conclui esta incrível descrição de como será a vinda de Jesus nos ares. Depois que os crentes que morreram antes da volta de Jesus ressuscitarem, então nós, que estamos vivos e permanecemos, seremos arrebatados junto com eles nas nuvens para nos encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor. Depois que os "mortos em Cristo" forem ressuscitados corporalmente, os que estiverem vivos e permanecerem, também receberão corpos ressuscitados e se unirão a Jesus nos ares (não nos parece que estes corpos carnais seriam capazes de sobreviver a tal viagem).

O fato de Paulo usar o pronome no plural, "nós", indicava que ele também esperava ansiosamente que Jesus voltasse a qualquer momento. Apesar da expectativa ansiosa de Paulo, ele também vivia como se a vinda de Jesus não fosse ocorrer durante sua vida. Ele sempre falava sobre morrer como mártir e correr até o fim de sua carreira (1 Coríntios 9:24-27; Filipenses 1:19-26). O apóstolo parecia manter essa tensão na fé, ansiando pela volta de Jesus e vivendo como se Ele fosse voltar a qualquer momento, mas ao mesmo tempo vivendo como se fosse ficar aqui ainda por muito tempo.

Daquele dia em diante, depois de sermos arrebatados, estaremos para sempre na presença de Jesus, com corpos ressuscitados. Paulo acrescenta: Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras. Participaremos deste momento glorioso quer estejamos vivos ou mortos. Esta é uma promessa aplicada a todos os que crerem em Jesus, olhando para a cruz e esperando a libertação do veneno do pecado (João 3:14-16).

Esta passagem provavelmente descreve o que muitas vezes é chamado de "arrebatamento". A palavra "arrebatamento" não aparece na Bíblia. O termo significa “subir ao céu sem morrer”. Paulo deixa claro aqui que alguns que estiverem vivos serão arrebatados junto nas nuvens para se encontrar com o Senhor nos ares. Há controvérsias sobre quando isso acontece, o que indica que não sabemos quando isso ocorrerá. Porém, podemos ter certeza de que isso vai acontecer. Podemos igualmente ter a certeza de que precisamos estar prontos em todos os momentos para nos encontrar com Jesus.

Há uma série de "arrebatamentos" na Bíblia.

Um homem chamado Enoque foi arrebatado:

"Pela fé, Enoque foi tomado para não ver a morte; e ele não foi encontrado porque Deus o tomou; porque obteve o testemunho de que, antes de ser tomado, era agradável a Deus" (Hebreus 11:5)

Não podemos afirmar que tenha sido um arrebatamento, mas esta parece ser a melhor leitura.

O profeta Elias certamente foi arrebatado. Uma carruagem flamejante veio do céu, tomou-o e levou-o ao céu, enquanto seu servo Eliseu observava:

"Enquanto iam conversando, eis que apareceu uma carruagem de fogo e cavalos de fogo que separaram os dois. E Elias subiu por um turbilhão para o céu" (2 Reis 2:11).

Por fim, é claro, Jesus foi arrebatado:

"E depois de ter dito essas coisas, Ele foi levantado enquanto eles estavam olhando, e uma nuvem O recebeu fora de sua vista" (Atos 1:9).

No futuro, haverá pelo menos mais dois arrebatamentos, talvez três. Claro que poderia haver mais. Um dos possíveis arrebatamentos é o arrebatamento dos ímpios. Na parábola do trigo e do joio, o joio é colhido e jogado no fogo (Mateus 13:24-30). Isso é interpretativo, mas essa interpretação se encaixa na passagem. Todo o Israel será salvo.

Outro arrebatamento futuro diz respeito às duas testemunhas do Apocalipse, que ressuscitarão e subirão ao céu:

"Mas, depois dos três dias e meio, o sopro de vida de Deus entrou neles, e eles ficaram de pé; e grande temor caiu sobre aqueles que os observavam. E ouviram uma voz alta do céu dizendo-lhes: 'Vem cá para cima'. Então eles subiram ao céu na nuvem, e seus inimigos os observaram" (Apocalipse 11:11-13).

Essas duas testemunhas são os profetas de Deus na terra durante o que Jesus chama de “Grande Tribulação”. A Grande Tribulação é o período dos últimos três anos e meio num período de sete anos, ou a 70ª semana de Daniel (Daniel 9:24-27).

Muitos crêem que, uma vez que o livro de Hebreus diz que é designado ao homem morrer apenas uma vez (Hebreus 9:27), que essas duas testemunhas são Elias e Enoque, já que nenhum deles experimentou a morte física. Neste evento futuro, eles morrem como testemunhas de Deus e ressuscitam após três dias e meio; após este período, eles são arrebatados e ascendem ao céu pela segunda vez.

O outro arrebatamento popssível é aquele com o qual os tessalonicenses estavam preocupados, descrito por Paulo: Então, nós, que estamos vivos e permanecermos, seremos arrebatados junto com eles nas nuvens para nos encontrar o Senhor nos ares.

Esta ressurreição dos santos e seu encontro com Jesus fala do terceiro tempo da salvação, o tempo futuro. O passado da salvação é que fomos libertos da penalidade do pecado ao crermos e nascermos de novo (João 3:14-16). O tempo presente da salvação é que estamos sendo libertos do poder e das consequências do pecado hoje, pois andamos em obediência e estamos sendo santificados. Esta é a vontade de Deus para nós, uma escolha que fazemos, com recompensas/consequências (1 Tessalonicenses 4:3). No futuro, seremos salvos da presença do pecado e de nossos corpos mortais quando ressuscitarmos e formos glorificados junto com Cristo.

Paulo enfatiza a necessidade de fazermos boas escolhas no presente, na esperança de grandes resultados/recompensas/consequências no futuro, particularmente na volta de Jesus. Podemos aprender com o passado, mas não podemos alterá-lo. Podemos esperar pelo futuro, mas não podemos viver no futuro; o futuro não existe no presente. Só podemos agir no presente. O que Paulo exorta os tessalonicenses a fazer é concentrar-se em fazer a vontade de Deus e decidir escolher as coisas que os levariam à santificação, permitindo que estivessem preparados para seu encontro com Jesus.

Temos uma esperança bendita, um consolo: receberemos um novo corpo e seremos arrebatados pelo Senhor. Isso é verdade para os que já morreram antes e também para todos os que estiverem vivos quando Jesus retornar.

O retorno de Cristo à terra é mencionado tanto no Antigo quanto no Novo Testamento.

Vemos isso em Apocalipse:

"E vi o céu aberto, e eis que um cavalo branco, e aquele que nele se assentou é chamado Fiel e Verdadeiro, e em justiça Ele julga e trava a guerra. Seus olhos são chama de fogo, e em Sua cabeça há muitos diademas, e Ele tem um nome escrito nele que ninguém conhece, a não ser Ele mesmo. Ele está vestido com um manto mergulhado em sangue, e Seu nome é chamado de Palavra de Deus. E os exércitos que estão no céu, vestidos de linho fino, branco e limpo, o seguiam em cavalos brancos" (Apocalipse 19:11-14).

Nesta descrição, Jesus retorna com um exército celestial. Este parece ser o último dia do Senhor. Alguns crêem que este é também o momento em que nos encontraremos com Jesus nos ares, conforme descrito em 1 Tessalonicenses 3. A idéia seria nos encontrarmos com Jesus nos ares e depois nos juntarmos a Ele em Sua descida à terra, repousando no Monte das Oliveiras. No entanto, parece mais provável que o arrebatamento dos crentes para o encontro com Jesus nos ares descrito aqui em 1 Tessalonicenses 3 se refira a um tempo anterior.

Isso porque esse retorno ("arrebatamento") de Jesus é registrado como algo que pode acontecer a qualquer momento. Porém, o dia do Senhor expresso em Apocalipse 19, quando Jesus retorna para derrotar Seus inimigos e estabelecer Seu reinado, somente virá depois que certos sinais profetizados ocorrerem. Em 2 Tessalonicenses, Paulo responde a uma preocupação que os tessalonicenses tinham em relação à chegada do "dia do Senhor" e se eles o haviam perdido. Paulo os consola, dizendo que a volta de Jesus não ocorreria até que fosse revelado o "homem da iniquidade, o filho da destruição, que se opõe e se exalta acima de todo suposto deus ou objeto de adoração, para que tome seu assento no templo de Deus, mostrando-se como sendo Deus" (2 Tessalonicenses 2:1-4). Portanto, não parece que devamos estar ansiosos pelo retorno de Cristo a qualquer momento, já que vários sinais ainda precisam ocorrer.

Jesus também falou da aparição do "homem da iniquidade", que cometerá "a ABOMINAÇÃO DA DESOLAÇÃO falada através de Daniel, o profeta, no lugar santo" (Mateus 24:15). O "homem da iniquidade" indicado por Paulo será aquele que "se exalta acima de todo suposto deus" e "toma assento no templo de Deus". Isso se encaixa na mesma descrição de Jesus a respeito do homem descrito por Daniel (Daniel 9:27).

Assim, parece que a melhor interpretação é que haverá um evento composto pelos crentes sendo "levados aos ares" com Jesus, algo que pode ocorrer a qualquer momento, e então um retorno posterior e separado de Jesus à terra, onde Ele porá os pés no Monte das Oliveiras, derrotará Seus inimigos e assumirá Seu reinado físico na terra. É importante lembrar que as profecias apresentam alguns indícios, como se fossem fotos estáticas de um filme longa-metragem, mas não mostram tudo o que irá acontecer. Por isso, é importante focar na mensagem principal de Paulo: a vontade de Deus é que andemos em obediência, sejamos santificados e estejamos preparados para o retorno inevitável de Jesus.

O profeta Zacarias, no Antigo Testamento, fala do retorno de Jesus à terra na seguinte passagem:

"Naquele dia, os seus pés estarão no Monte das Oliveiras, que fica em frente a Jerusalém, a leste; e o Monte das Oliveiras será dividido em seu meio, de leste a oeste, por um vale muito grande, de modo que metade da montanha se moverá em direção ao norte e a outra metade em direção ao sul" (Zacarias 14:4).

Depois de ressuscitar dentre os mortos, Jesus deixou terra para retornar ao céu a partir do Monte das Oliveiras (Atos 1:9). Os anjos, então, disseram aos discípulos que Jesus voltaria da mesma forma como eles O haviam visto subir (Atos 1:11).

Isso aparentemente significava que Ele desceria do céu e pousaria de volta na terra no mesmo lugar de onde Ele subiu após ressuscitar dos mortos. Quando Ele descer, o Monte das Oliveiras se dividirá ao meio. Esta passagem de Zacarias profetiza sobre o retorno de Jesus ao Monte das Oliveiras centenas de anos antes de Jesus nascer em Belém, morrer, ressuscitar dos mortos e subir ao céu, conforme registrado em Atos. Já se passaram milhares de anos desde que Jesus subiu do Monte das Oliveiras.

Alguns pensam que isso signifique que Jesus ainda demorará a voltar. O apóstolo Pedro profetizou que os homens dos últimos dias se comportariam da seguinte maneira:

"Saibam antes de tudo que, nos últimos dias, os zombadores virão com suas zombarias, seguindo suas próprias concupiscências e dizendo: 'Onde está a promessa de Sua vinda? Pois desde que os pais adormeceram, tudo continua como era desde o início da criação" (2 Pedro 3:3-4).

Pedro responde a essa crítica, observando que Deus estava atrasando o retorno de Cristo por causa de Sua misericórdia e que para Deus um dia era como mil anos e mil anos como um dia (2 Pedro 3:8). Quando Jesus voltar, o Monte das Oliveiras se dividirá ao meio e toda a topografia e ecologia da área circundante será transformada (Zacarias 14:8-11; Ezequiel 47).

Os tessalonicenses entenderam plenamente que Jesus voltaria e que, ao retornar, Ele recompensaria aos que tivessem sido obedientes e vivido de maneira santa (Apocalipse 22:12; 3:21). É por isso que eles suportavam a perseguição com toda alegria (1 Tessalonicenses 3:4-8, Romanos 8:17b).

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