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Significado de 1 Tessalonicenses 5:12-22
Pouco antes de concluir sua carta, Paulo fala resumidamente sobre uma variedade de assuntos, visando mostrar exemplos de como viver os princípios mais amplos que ele já havia abordado — maneiras de buscar a santificação, de se destacar no amor e de viver uma vida de trabalho árduo (1 Tessalonicenses 4:3, 3-12). Ele faz um pedido aos irmãos tessalonicenses:
“Conheçais bem aqueles que trabalham entre vós, presidem sobre vós e vos admoestam”. Paulo aparentemente estava se referindo aos presbíteros e mestres da igreja. Ele pede que os tessalonicenses os estimem por causa de seu trabalho. Esses líderes da igreja possivelmente estivessem suportando o peso da perseguição em Tessalônica e colocando-se em risco ao pastorear aos crentes. Independentemente disso, Paulo sabia o quanto o amor e o apreço significavam para um ministro do Senhor por parte daqueles a quem ele ministrava.
É possível que esse grupo que “trabalha diligentemente” entre os tessalonicenses tivesse sido designado por Paulo. Também é possível que tenham sido nomeados entre os irmãos de lá. Em ambos os casos, Paulo pede aos tessalonicenses que os apreciem. A palavra grega “apreciar” é geralmente traduzida como alguma forma de "reconhecimento" ou "percepção". Eles deveriam estar atentos a seus líderes, não negligenciá-los, mas valorizá-los em amor. Não porque fossem necessariamente amáveis, mas por apreço pelo seu trabalho.
Se Paulo pediu aos tessalonicenses para honrarem a seus líderes, os líderes com toda a certeza trabalhavam como servos, não insistindo em ser o centro das atenções. Também parece que eles adotavam uma postura humilde, já que Paulo pede que os tessalonicenses fossem intencionais em estimá-los. Essa estima deveria ser feita em amor. A palavra “amor” aqui é a palavra grega "ágape", usada nas Escrituras para se referir ao amor decorrente de uma escolha baseada em valores (1 Coríntios 13).
“Vivei em paz uns com os outros.” Os crentes deveriam viver vidas de fidelidade e obediência a Deus, servindo mais aos interesses uns dos outros do que aos seus, visando alcançar um estado de harmonia (Filipenses 2:3-4). O amor deixa de lado a competição ou a divisão e procura alcançar a paz, quando todos cuidam do bem-estar uns dos outros e buscam a aprovação de Deus através da obediência e da fé, ao invés de buscarem a seus próprios interesses.
“Exortamo-los, irmãos, a admoestar os insubordinados.” Se houvesse crentes indisciplinados provocando conflitos, Paulo exorta os irmãos a admoestar a tais pessoas. Paulo desejava que aquelas pessoas tivessem a chance de se arrepender de seus comportamentos e de trabalhar em direção à paz estabelecida como meta para a igreja. A advertência amorosa de outros crentes pode ajudar a restaurar pessoas desagradáveis de volta à comunhão (Gálatas 6:1). Isso, claro, é a melhor escolha para os insubordinados. Viver uma vida de busca por si mesmo é algo destrutivo (Romanos 1:24,, 2628).
“Suportai aos fracos.” Aqueles que lutavam diante da perseguição em Tessalônica precisavam da ajuda de seus irmãos, ou seja, qualquer crente que não estivesse sofrendo perseguição ou aqueles mais maduros, com um dom maior de fé e mais corajosos. Toda a carta de Paulo tinha o objetivo de ser um encorajamento para os tessalonicenses, elogiando-os por sua perseverança na fé e sua reputação em amor, lembrando-os da esperança da volta de Jesus (1 Tessalonicenses 3:8, 4:18) e exortando-os a continuar a encorajar uns aos outros em sua santificação em Cristo.
“Sede longânimos para com todos.” Aqui, Paulo inclui uma das manifestações do amor ágape: ser paciente. A paciência é a escolha contínua de se envolver com alguém, apesar de aborrecimentos ou irritações. Paulo inclui tal exortação logo depois de instruir os tessalonicenses a suportar aos fracos e admoestar aos crentes insubordinados, já que ambas as atividades são tipicamente acompanhadas de circunstâncias irritantes.
“Vede que ninguém retribua a outrem mal com mal; antes, segui sempre o que é proveitoso entre vós e para com os outros.” Mais uma vez, Paulo adverte contra a divisão e a busca egoísta de si mesmo. Se alguém fizesse uma coisa má e sua vítima retribuísse com o mal, o mal se multiplicaria, ao invés de ser destruído. Deus é o Juiz e fará com que todas as coisas sejam corrigidas. Quando tentamos fazer o trabalho de Deus, criamos mais problemas do que resolvemos.
Paulo dá aos tessalonicenses uma nova maneira de lidar com o injustiça: Segui sempre o que é proveitoso entre vós (crentes em Jesus) e para com os outros (todas as pessoas). Isso incluía a todos, mesmo os que os estavam perseguindo. Este conceito de retribuir o mal com a bondade é ensinado em outro lugar por Paulo e pelo apóstolo Pedro (Romanos 12:21, 1 Pedro 3:9). O princípio também é encontrado nos ensinamentos de Jesus Cristo: "dar a outra face" (Lucas 6:27-36). Na verdade, é uma forma de vencer aos conflitos. Conforme afirma Romanos:
"MAS, SE O TEU INIMIGO TEM FOME, ALIMENTA-O, E SE ELE TEM SEDE, DÁ-LHE UMA BEBIDA; PORQUE, AO FAZÊ-LO, AMONTOARÁS BRASAS ACESAS SOBRE A SUA CABEÇA" (Romanos 12:20, citando Provérbios 25:21-22).
“Alegrai-vos sempre; orai sem cessar; em tudo dai graças, pois esta é a vontade de Deus para vós em Cristo Jesus.”
Paulo exorta os tessalonicenses a enfrentar a todas as circunstâncias com uma atitude de alegria. Isso repete um tema ecoaado por toda a Bíblia. Por exemplo, em Tiago 1:2, Tiago exorta a seus discípulos judeus crentes a considerar até mesmo as dificuldades com alegria. Hebreus 12:1-2 nos diz que Jesus tinha alegria no que pretendia realizar ao fazer a vontade de Seu Pai, mesmo suportando a rejeição e a morte. Jesus fez isso porque reconhecia que, ao seguir à vontade de Seu Pai, Ele alcançaria as incríveis recompensas de Seu Pai e, portanto, "desprezou" a enorme rejeição para receber a incrível recompensa que alcançou (Hebreus 12:1-2).
Aqui, Paulo aponta que é a vontade de Deus, Seu plano para nós, sempre dar graças em tudo, em todas as situações, estando em constante comunicação com Ele, orando sem cessar. Se orarmos a Deus e lhe dermos graças, independentemente do que aconteça em nossa vida, sempre teremos motivos para nos alegrar. Nenhum dos sofrimentos nesta terra se comparam à glória que espera por nós na presença de Deus (Romanos 8:18).
Orar sem cessar significa que Paulo os encoraja a não desistirem de orar, independentemente de verem ou não as respostas. Isso também pode significar que Paulo os estava encorajando a ter uma atitude de oração durante todo o dia, como Neemias, por exemplo, que fez uma oração silenciosa antes de conversar com o rei de uma maneira que poderia ter custado sua vida (Neemias 2:4).
“Não apagueis o Espírito”. “Apagar” aqui é palavra grega "sbennymi", que denota a idéia de extinguir, suprimir ou eliminar um incêndio. O Espírito Santo é frequentemente associado ao fogo (Mateus 3:11, Atos 2:3-4). Ele habita em todos os crentes e age como seu Ajudador e Mestre (João 14:26). Aqui, Paulo alerta aos irmãos contra o potencial dos crentes em abafá-Lo, ignorando Sua liderança em suas vidas. Ao deixarmos de dar ouvidos ao Espírito Santo, perdemos Seu poder e Seus benefícios.
Tanto o Espírito de Deus quanto a carne pecaminosa estarão sempre presentes dentro de nós enquanto vivermos esta vida. O Espírito e a carne disputam entre si. Escolhemos a quem seguir cada vez que fazemos uma escolha (Gálatas 5:16-17). Quando escolhemos continuamente a carne, em algum momento a voz do Espírito é apagada e perdemos o benefício de Sua orientação. Esta é uma perda terrível e Paulo nos adverte a respeito disso.
“Não desprezeis as profecias, mas ponde tudo à prova; retende o que é bom; abstende-vos de toda forma de mal.” Por fim, Paulo encoraja os tessalonicenses a estar atentos a Deus, que lhes falava por meio de declarações proféticas. Eles não deveriam desprezá-las ou desacreditá-las. No entanto, todos os crentes devem examinar a tudo cuidadosamente, certificando-se de que todo ensino e pregação correspondam às Escrituras. Paulo os exorta a fazer uma escolha simples, porém poderosa: apegar-se ao bem e a abster-se de toda forma de mal.
A idéia da profecia provavelmente se refira àqueles que falavam o que era verdadeiro, que admoestavam os crentes a avançar na santificação. O termo "profecia" é frequentemente associado à narração de eventos futuros. Um verdadeiro profeta estaria sempre correto, mostrando que havia ouvido as informações diretamente de Deus. Falar a verdade de Deus também possui uma aplicação profética quando se refere ao aprendizado de lições do passado ou para se fazer aplicações no presente.