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Significado de 1 Tessalonicenses 5:23-27
Paulo conclui sua carta aos tessalonicenses. Ao longo dela, ele expressou sua frustração por ter sido afastado deles, sua preocupação com a resistência deles diante da perseguição e sua alegria quando soube através de Timóteo que eles estavam prosperando em fé e amor, resistindo a toda oposição (1 Tessalonicenses 2:18, 3:5, 3:6-8).
Paulo esclarece aos tessalonicenses qual era a vontade de Deus para suas vidas, que era sua santificação (separação para viver conforme Deus projetou, não de acordo com o mundo). A santificação viria caso eles permanecessem sexualmente puros, amando e respeitando uns aos outros, trabalhando duro e vivendo tranquilamente em sua comunidade (1 Tessalonicenses 4:3-12). Paulo também esclarece algumas confusões que os tessalonicenses tinham sobre a volta de Cristo; eles estavam preocupados que, se morressem antes de Jesus voltar, eles não se juntariam a Jesus em Seu Reino. Paulo dissipa essa preocupação; todos os crentes que morressem fisicamente seriam ressuscitados dos mortos e se juntariam a Cristo nos ares (1 Tessalonicenses 4:16-17).
Em sua conclusão, Paulo abençoa aos tessalonicenses. Ele aponta para o seu contínuo crescimento espiritual e observa que aquilo vinha de Deus: O mesmo Deus de paz vos santifique em tudo. A palavra “santificar” significa separar do que é comum para algo maior. O próprio Deus nos santifica, nos faz crescer e amadurecer quando caminhamos em fiel obediência a Ele. Ele é o Deus da paz, não da divisão; Paulo chama os tessalonicenses a estar em paz uns com os outros e com todos os homens, o que era algo difícil, já que seus concidadãos os estavam perseguindo (1 Tessalonicenses 5:13b, 5:15). Porém, a fé em Jesus os afastaria dos conflitos e os levaria à paz para a qual Deus originalmente os havia projetado.
O objetivo de serem inteiramente santificados se encaixa com a esperança de Paulo de que todos os crentes alcançariam a maturidade plena quando Cristo retornar, O apóstolo desejava que seu espírito, alma e corpo fossem íntegros, sem culpa, na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. Paulo expressa a esperança de que os crentes estivessem prontos para o dia da segunda vinda de Jesus várias vezes ao longo desta carta:
"Pois quem é a nossa esperança, ou alegria ou coroa de orgulho, na presença de nosso Senhor Jesus em Sua vinda? Ou sois vós? Porque vós sois a nossa glória e alegria" (1 Tessalonicenses 2:19-20).
Fica claro neste versículo que Paulo desejava ver seus filhos espirituais recompensados por Jesus como sua própria grande recompensa. Ele era como um pai orgulhoso vendo seu filho receber uma grande recompensa. Ele também diz:
"...que o Senhor vos faça crescer e transbordar de amor...para que estabeleça seus corações irrepreensíveis em santidade diante de nosso Deus e Pai na vinda de nosso Senhor Jesus com todos os Seus santos" (1 Tessalonicenses 3:12-13).
A idéia era que o espírito, a alma e o corpo de cada crente fossem preservados, não que não passariam pela morte física, mas que estariam sem pecado. Paulo ora para que seu espírito e alma (por dentro) e corpo (por fora) fossem inculpáveis quando Jesus retornasse.
É claro que nós, os crentes, lutamos contra o pecado. Nós vivemos com uma dupla natureza: a velha natureza (chamada por Paulo de carne) e a nova natureza (o Espírito) (Gálatas 5:17, Romanos 8:13). Ao vivermos de acordo com a vontade de Deus, amando-nos uns aos outros e servindo a Deus fielmente, chegaremos a um ponto de amadurecimento e total prontidão para o retorno de Jesus. Isso ocorre em parte porque podemos confessar nossos pecados e receber o perdão de Jesus, algo que nos restaura à comunhão com Ele (1 João 1:9). Somos encorajados porque Deus apenas nos responsabiliza pelos pecados conscientes (1 João 1:7-8). Devemos ser sóbrios para a realidade de que Deus nos responsabilizará totalmente pelos pecados intencionais (Hebreus 10:26-31).
Isto é possível porque “fiel é Aquele que vos chama”. As promessas de Deus são verdadeiras e Ele é confiável e imutável. Ele nos chama para a santificação e Ele a levará a bom termo. Nossa santificação (separação) como crentes é certa; Deus fará com que isso aconteça. Todos nós estamos destinados a nos conformarmos com a imagem de Cristo (Romanos 8:29). Isto porque Aquele que nos chama é fiel e justo. No entanto, a forma como isso irá acontecer dependerá de nossas escolhas. Nossas escolhas resultam em consequências imensas.
Se vivermos uma vida de infidelidade enquanto estivermos nesta terra, perderemos as recompensas que Deus reservou para nós (Mateus 10:42; Marcos 9:41; 2 João 1:8). Muito do que precisamos abrir mão irá ocorrer diante do fogo do julgamento de Deus no céu, ao invés do fogo das tribulações neste mundo (1 Coríntios 3:9-16; 2 Coríntios 5:10; Hebreus 10:19-30). Em seus escritos, Paulo admoesta seus filhos na fé a fazerem pleno uso desta vida e a conhecerem a Deus pela fé, suportando as provações, assim como Jesus as suportou, visando alcançar a maior das recompensas (Filipenses 2:5-10; Hebreus 12:1-2).
Paulo humildemente pede aos irmãos de Tessalônica: Orem por nós. O pronome “nós” fazia referência a si mesmo, Silvano (Silas) e Timóteo, os coautores da carta e a equipe missionária de Paulo. Os tessalonicenses conheciam bem àqueles homens, pois todos haviam pregado o Evangelho, ensinado e sofrido enquanto estavam em Tessalônica junto com Paulo, antes de serem expulsos da cidade (Atos 17:10).
É provável que, no momento em que escrevia esta carta, Paulo estivesse estabelecendo um ministério em Corinto, onde viveria por um ano e meio sem interferência de seus inimigos (Atos 18:11). O fato de Paulo chamar aos crentes em Tessalônica de “irmãos” mais uma vez enfatiza que a carta foi escrita para exortar aos que já haviam crido em Jesus e nascido de novo do Espírito (João 3:14-16).
Paulo conclui a carta afirmando o chamado a que os irmãos amassem uns aos outros: Saudai a todos os irmãos com um ósculo santo. Eles deveriam tratar a todos os crentes como amigos, familiares, entes queridos e íntimos. Ele também os instrui a ler sua epístola a toda a igreja de Tessalônica, não apenas a seus líderes: Conjuro-vos pelo Senhor que se leia esta epístola a todos os irmãos. A mensagem era para todos os crentes de Tessalônica; eles deveriam ouvir diretamente de Paulo, pois ele considerava a cada um deles como irmãos em Cristo pelos quais tinha grande afeição e preocupação (1 Tessalonicenses 2:8, 3:5).
Por fim, Paulo escreve: A graça de nosso Senhor Jesus Cristo esteja convosco. A palavra “graça” aqui é "charis", significando "favor". Esta é uma verdade constante e poderosa na vida do crente. O favor de Deus, o favor de Jesus, estará sempre conosco, pois Jesus cravou a todos os nossos pecado na cruz, tornando-nos santos e plenamente aceitos aos olhos de Deus (Romanos 3:24; Efésios 2:8-9; Colossenses 2:14).
No entanto, aqui, Paulo ora para que o favor de Jesus estivesse com eles durante o período de suas vidas. Deus nos aceita incondicionalmente por causa do que Jesus fez por nós. Porém, Deus somente aprova o que é bom para nós e para o Corpo. Pedro usou a palavra grega "charis" para falar da aprovação de Deus aos bons comportamentos:
"DEUS SE OPÕE AOS ORGULHOSOS, MAS DÁ GRAÇA ('charis', favor) AOS HUMILDES. Portanto, humilhai-vos sob a poderosa mão de Deus, para que Ele vos exalte no momento oportuno, lançando sobre Ele toda a vossa ansiedade, porque Ele cuida de vós" (1 Pedro 5:5b-7).
Paulo também usou a palavra "charis" para se referir ao seu apreço, ou favor, quanto à responsabilidade que Deus lhe concedera:
"Agradeço ('charis', favor) a Cristo Jesus, nosso Senhor, que me fortaleceu, porque me considerou fiel, colocando-me a serviço de vós" (1 Timóteo 1:12).
Assim, nos muitos casos em que Paulo desejava que a graça (do grego "charis") chegasse aos crentes, ele desejava que Deus favorecesse suas obras e se agradasse por sua fidelidade. Paulo deixa claro que o favor de Deus é sempre uma questão de misericórdia, já que não há nenhum padrão, exceto Deus mesmo, pelo qual qualquer ser humano possa exigir aprovação. Conforme Paulo afirma em 2 Timóteo:
"O Senhor conceda misericórdia à casa de Onesíforo, pois muitas vezes me consolou e não teve vergonha das minhas cadeias" (2 Timóteo 1:16).
Aqui em 2 Timóteo 1, Paulo observa a fidelidade no ministério de Onesíforo. Porém, sua oração era para que Deus lhe concedesse "misericórdia" no julgamento, já que todo favor é uma concessão de misericórdia da parte de Deus. No entanto, Deus é claro que Ele favorece aos que obedecem de coração e Paulo admoesta aos crentes tessalonicenses, que lhes deram tão queridos, a andar em fidelidade e em constante estado de prontidão para a vinda do Senhor Jesus.
Se naquela época já era apropriado para os crentes viverem em prontidão, aguardando a vinda do Senhor Jesus, quanto mais agora que nos aproximamos de Sua vinda a cada dia que passa.