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Significado de 1 Tessalonicenses 5:8-11

Podemos esperar pela volta de Jesus em esperança e amor. Devemos encorajar uns aos outros a viver fielmente agora para que estejamos prontos para Sua segunda vinda.

Em contraste com as trevas e a noite, Paulo descreve os crentes como "filhos da luz e filhos do dia" (v. 5). Ele repete este contraste: ao invés de serem aqueles que "se embriagam à noite" (v. 7), os crentes deveriam estar despertos e prontos.

Mas nós, que somos do dia, sejamos sóbrios. Jesus está voltando, não sabemos quando, mas sabemos que Ele voltará.

Devemos nos revestir como soldados das armaduras espirituais, tendo colocado a couraça da fé e do amor, e o capacete da esperança da salvação. Todos os dias devemos lutar contra o mundo e viver fielmente como cidadãos do Reino de Deus.

Nossa identidade como crentes é ser membros do Corpo de Cristo; não precisamos viver de acordo com o mundo. Porém, é possível dormirmos ao volante, por assim dizer. O antídoto de Paulo para o sono espiritual e a embriaguez é recordar sobre a nossa identidade como pessoas do dia e nos revestir todos os dias para a batalha. Isso significa que devemos escolher a perspectiva dos soldados, lutando para cumprir a missão, a fim de agradar ao nosso general. Paulo usa esta imagem ao admoestar seu discípulo e herdeiro em 2 Timóteo:

"Sofra dificuldades comigo, como bom soldado de Cristo Jesus. Nenhum soldado na ativa se enreda nos assuntos da vida cotidiana, para agradar a quem o alistou como soldado" (2 Timóteo 2:3-4).

A escolha de uma perspectiva é uma das três categorias de coisas às quais nós, seres humanos, podemos controlar. Deus nos permite escolher nossa perspectiva. Aqui, Paulo escolhe a perspectiva de que somos soldados do Senhor, travando uma batalha espiritual todos os dias contra o pecado e o mal.

Em outros lugares, Paulo também usa a armadura como uma analogia de como os crentes devem resistir ao pecado e à complacência (Efésios 6:13-17). Aqui, ele descreve duas peças de armadura que protegem os órgãos que nos mantêm vivos. A couraça, que protege o nosso coração, é feita de fé e amor. A fé aqui se refere à em Deus, a fé de que Suas promessas são verdadeiras e que Suas recompensas serão superiores às prometidas pelo mundo. Em quem ou no que confiamos é outra das três coisas às quais os seres humanos controlam. Quando confiamos em Deus e em Sua palavra, é como se tivéssemos uma couraça protetora contra a destruição do pecado; a consequência da escolha do pecado é a morte (Romanos 6:23; Tiago 1:15).

O amor também faz parte da nossa couraça. A palavra “amor” aqui é a palavra grega "ágape", referindo-se a um amor fruto de escolha baseada em valores. O que fazemos é outra das três coisas às quais controlamos como seres humanos. Quando escolhemos agir em amor, esta escolha nos protege como uma couraça.

O amor ágape é o nosso compromisso de servir às pessoas desinteressadamente, sem tentar extrair benefícios delas. Nosso capacete, que protege nosso cérebro, é a esperança de salvação. Esta salvação é uma salvação futura. Nós a experimentamos no presente como esperança, uma confiança de que ela se realizará. Esta esperança se refere à nossa libertação definitiva da presença do pecado. Esta é a salvação que experimentaremos apenas quando Jesus retornar à terra novamente, ou seja, seremos libertos deste mundo caído e deste corpo carnal e entraremos numa nova terra com um corpo espiritual ressuscitado. Esta é a mesma salvação mencionada por Paulo ao afirmar que "agora a salvação está mais perto de nós do que quando cremos pela primeira vez" (Romanos 13:11b). Quanto mais distantes no tempo do momento em que fomos salvos por Jesus, mais perto estaremos da salvação e libertação deste mundo caído.

Quando Jesus voltar, Ele nos livrará desta terra corrupta e nos dará novos corpos, livres da presença do pecado (Filipenses 3:20-21; 1 Coríntios 15:44).

A vontade de Deus é que os crentes sejam santificados, o que significa viver de uma maneira separada do mundo. Paulo explica isso no capítulo anterior (1 Tessalonicenses 4:3). Ele continua esse ensinamento, afirmando que Deus não nos destinou para a ira, que é a consequência de escolhermos pecar (Romanos 1:24,, 2628). Em vez disso, Paulo deseja que cada um de nós alcance a salvação por meio de nosso Senhor Jesus Cristo, que morreu por nós. Novamente, essa salvação é uma salvação presente e futura, porque é algo que continuamos a alcançar; é um processo contínuo. Esta é a santificação-salvação do poder do pecado e da carne quando aprendemos a andar no Espírito.

Ao andarmos de maneira santificada, em amor ao próximo, tendo fé de que os caminhos de Deus são para o nosso bem, alcançamos a salvação das consequências adversas provenientes da escolha dos caminhos pecaminosos deste mundo.

O Espírito de Deus fornece o poder para andarmos dessa maneira santificada, fora dos caminhos do mundo. Ao fazê-lo, evitamos a ira. Como Paulo explica em Romanos 1, quando escolhemos o pecado, escolhemos a ira de Deus, na medida em que Ele nos entrega ao que desejamos e às consequências negativas de causa-efeito do mundo. Os versículos seguintes descrevem como a "ira de Deus" é derramada sobre a impiedade e a injustiça:

"Portanto, Deus os entregou nas concupiscências de seus corações" (Romanos 1:24).

"Por isso, Deus os entregou a paixões degradantes" (Romanos 1:26).

"E assim como eles não acharam mais adequado reconhecer a Deus, Deus os entregou a uma mente depravada" (Romanos 1:28).

O fator comum em cada um desses três estágios é a consequência natural de Deus nos permitir alcançar aquilo que buscamos.

Quando, em vez disso, escolhemos andar nos caminhos de Deus, seguindo ao Seu Espírito, alcançamos salvação das consequências adversas do pecado em nossas vidas. Isso é consistente com o que Deus deseja para nós, pois Ele não nos destinou para a ira. Em vez disso, Ele deseja que andemos de uma maneira que alcancemos a realização completa, disponível apenas quando buscamos a Seus caminhos e Seu Reino.

Também estamos destinados a viver outra aplicação da palavra salvação, ou seja, "algo que é liberto de algo". A aplicação é que os crentes serão, no futuro, libertos da presença do mundo pecaminoso. Seremos libertos de um mundo caído para um mundo redimido no qual a justiça habita (2 Pedro 3:13). Deus determinou que isso acontecerá um dia. Todos os que creram (João 3:14-16) estão destinados a obter ou receber essa transformação maravilhosa.

Isso só é possível por uma razão: o sacrifício do Senhor Jesus Cristo, que morreu por nós. Essa salvação/libertação da presença do pecado acontecerá quando Cristo retornar, quer estejamos acordados (vivos) ou dormindo (mortos) em Seu retorno. Nós viveremos juntos com Ele em uma terra redimida. Todos os crentes, vivos ou mortos, estão destinados a viver na presença de Jesus para sempre. Na Nova Terra, Deus habitará com a humanidade e o Senhor Deus e Jesus serão o seu templo (Apocalipse 21:3, 22).

Os crentes serão libertos/salvos da presença do pecado e nosso corpo carnal será transformado quando formos ressuscitados e glorificados junto com Cristo. Assim como Cristo recebeu um novo corpo quando ressuscitou, nós também receberemos (1 João 3:2, 1 Coríntios 15:51). Paulo enfatiza que, quer estejam acordados (vivos) ou dormindo (mortos), os crentes se juntarão a Jesus nos ares quando Ele retornar. Os tessalonicenses estavam preocupados, acreditando que, se morressem, eles perderiam o retorno de Jesus; assim, Paulo os encoraja mais uma vez, afirmando que todos os crentes viveriam junto com Cristo.

Enquanto aguardamos ansiosamente a volta de Jesus e a salvação futura da presença do pecado, Jesus é o exemplo a ser imitado nesta vida presente. O livro de Hebreus traz uma imagem clara de Cristo como nosso precursor e nosso exemplo. Enquanto esperamos essa salvação futura da presença do pecado, podemos experimentar diariamente sermos libertos/salvos do poder do pecado por meio da fé pelo poder do Espírito. Podemos vencer o pecado e o mundo "fixando nossos olhos em Jesus, o autor e aperfeiçoador da fé, que pela alegria posta diante d'Ele suportou a cruz, desprezando a vergonha, e se sentou à direita do trono de Deus" (Hebreus 12:2). Isso é ser santificado, esta é a vontade de Deus (1 Tessalonicenses 4:3).

Vemos que Jesus foi motivado a obedecer a Seu Pai pela alegria que Ele receberia por suportar o sofrimento da cruz e a rejeição das pessoas. Ele concluiu que valeria a pena ser recompensado pela autoridade de Deus. De fato, Jesus "sentou-se à direita do trono de Deus" porque aprendeu a obediência até a morte de cruz (Hebreus 12:2; Filipenses 2:5-10). Jesus disse explicitamente aos discípulos que toda autoridade lhe fora concedida depois de ressuscitar dos mortos, proclamando na primeira parte da Grande Comissão: "Toda autoridade me foi dada no céu e na terra" (Mateus 28:18b). Jesus buscava, constantemente, redirecionar o desejo de grandeza de Seus seguidores para longe das noções mundanas de grandeza e para o serviço aos outros, em obediência ao Pai. Ele sabia que este era o caminho para a verdadeira e duradoura grandeza no Reino de Deus (Marcos 9:35).

Deus nos projetou para buscar este tipo de grandeza. O que está em jogo é nossa realização como seres humanos. Como Paulo disse aos romanos:

"O próprio Espírito testifica com nosso espírito que somos filhos de Deus, e se filhos, herdeiros também, herdeiros de Deus e coerdeiros com Cristo, se de fato sofremos com Ele para que também sejamos glorificados com Ele" (Romanos 8:16-17).

Fica claro nesta passagem que existem dois tipos de herança: uma incondicional e outra condicional. Os crentes em Jesus são Filhos de Deus; nossa herança em Deus é incondicional. Nós pertencemos a Ele, não importa o que façamos. Somos plenamente aceitos. Deus jamais rejeitará a Seu povo. Ele jamais rejeitará a Seus filhos. Como Paulo afirma a seu discípulo Timóteo: "Se somos infiéis, Ele permanece fiel, porque não pode negar-se a Si mesmo" (2 Timóteo 2:13). Uma vez que estamos em Cristo, Deus teria que rejeitar a Si mesmo antes de nos rejeitar.

Porém, somente seremos glorificados como Jesus foi glorificado (sendo premiados para compartilhar a autoridade de Cristo e reinar com Ele, entrando em Sua alegria) se sofrermos como Ele sofreu. A aceitação por Deus é concedida incondicionalmente; a recompensa e aprovação de Deus requer nossa obediência.

Alcançar a herança incondicional de Deus é algo que ocorre através do novo nascimento; é um dom gratuito. Deus é nosso Pai para sempre. Porém, a união com Jesus como co-herdeiros sobre o universo, que é a ocupação para a qual fomos criados (Salmo 8:4-5) e o caminho para nossa realização mais verdadeira e profunda, só vem se sofrermos com Ele, seguindo-O em obediência e fé. Fomos projetados para reinar em harmonia com Cristo, com a natureza e uns com os outros; ainda assim, podemos dormir e ficar bêbados com as indulgências do mundo, esquecendo-nos do que Deus deseja para nós nesta vida.

Mais uma vez, o exemplo a ser imitado é Jesus. Se sofrermos como Ele sofreu, alcançaremos a recompensa insondável de nos tornarmos co-herdeiros com Ele em Seu Reino.

Como Jesus sofreu? Ele falou a verdade incansavelmente, mesmo àqueles que O perseguiam. Ele serviu fielmente, mesmo quando era rejeitado por causa disso. Ele foi corajoso, mesmo diante da perda, da rejeição e da morte. Ele combateu o mal onde quer que o visse, inclusive entre as autoridades religiosas e governamentais (João 15:18-21).

Jesus ecoa essa promessa articulada por Paulo em Romanos 8:17b e m Sua revelação ao apóstolo João:

"Aquele que vencer, eu lhe concederei que se sente Comigo em Meu trono, como eu também venci e me sentei com Meu Pai em Seu trono" (Apocalipse 3:21).

A palavra traduzida como "vencer" neste versículo também é traduzida como:

Prevalecer (Apocalipse 5:5)

Conquistar (Apocalipse 6:2)

Derrotar (Apocalipse 11:7)

Superar (Apocalipse 12:11)

Ser vitorioso (Apocalipse 15:2)

Derrotar (Apocalipse 17:14)

A mensagem aqui é que a obediência aos mandamentos de Cristo por parte de Suas testemunhas fiéis é o caminho para se vencer o jogo da vida.

Paulo ensinou aos tessalonicenses que eles precisavam se preparar para esta prestação de contas diante de Jesus Cristo. Eles eram jovens na fé quando Paulo lhes endereça esta carta. Porém, eles já haviam aprendido sobre o juízo futuro. Eles estavam sendo ensinados a esperar e buscar a recompensa dos santificados que vencem ao mundo. A mensagem aqui era: estejam prontos quando Jesus voltar. Isso não é uma teologia avançada. Este tema deve ser o centro da motivação de como vivemos nesta terra.

À luz desta esperança de salvação, desta obtenção da salvação para a qual Deus nos destinou, Paulo escreve: Portanto, encorajai-vos uns aos outros e edificai-vos uns aos outros, como também estais a fazer. Os tessalonicenses estavam vivendo em fidelidade, demonstrando amor uns aos outros e suportando perseguições. É por isso que Paulo recomenda que eles continuem a viver exatamente daquela maneira. A esperança diante deles era algo pela qual eles poderiam encorajar uns aos outros a viver fielmente (Hebreus 10:24-25).

Podemos edificar-nos uns aos outros, lembrando-nos de que Jesus está voltando. E quando Jesus voltar, Ele recompensará aos que fielmente suportaram as perseguições e sofreram por Seu nome. Esta é a razão central pela qual somos instruídos a nos reunir, buscando lembrar uns aos outros que o dia do acerto de contas está chegando. Conforme afirma Hebreus:

"...e consideremo-nos uns aos outros para nos estimularmos ao amor e às boas obras, não abandonando a nossa congregação, como é costume de alguns, mas exortando uns aos outros e tanto mais quanto vedes que o dia se aproxima" (Hebreus 10:24-25).

"O dia" indicado em Hebreus 10 é o dia do juízo, quando todos os crentes serão recompensados pelo que fizeram em nome de Cristo enquanto estavam na terra (2 Coríntios 5:10). É fácil nos esquecer de coisas que não vemos . Paulo, no entanto, desejava que seus filhos na fé se lembrassem continuamente das prioridades apropriadas da vida, para que pudessem alcançar o maior benefício possível em sua vida aqui na terra.

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