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Significado de 2 Tessalonicenses 2:1-5

Paulo rebate o falso ensinamento que confundia os tessalonicenses, a saber, que o Dia do Senhor já havia chegado e que eles haviam perdido a volta de Jesus. Paulo os lembra do que havia ensinado quando estava com eles: o inimigo final de Deus – o anticristo – primeiro se mostraria Deus e se assentaria no templo de Jerusalém antes do retorno de Jesus à terra, antes do Dia do Senhor.

Alguém parecia estar tentando convencer os crentes tessalonicenses de que Jesus já havia voltado e que eles haviam perdido Seu retorno. Em 1 Tessalonicenses, Paulo abordara a idéia equivocada de que se os crentes morressem antes de Jesus voltar eles permaneceriam mortos e não se uniriam a Ele. Paulo enfatiza em sua primeira carta que os crentes mortos ressuscitariam e seriam os primeiros a se juntar a Jesus quando Ele voltasse para se encontrar com Seus santos nos ares (1 Tessalonicenses 4:16).

Não obstante essa explicação, havia mais confusão e ansiedade ainda sobre a volta de Jesus entre os tessalonicenses. Aqui, Paulo escreve longamente para desfazer o falso ensinamento que eles tinham ouvido a respeito da vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e nossa reunião com Ele. Este ensino dizia respeito ao dia do Senhor, aparentemente um evento futuro diferente daquele falado por Paulo em 1 Tessalonicenses, onde os crentes seriam elevados aos ares para seu encontro com Jesus (1 Tessalonicenses 4:17). Paulo repassa vários detalhes visando ajudá-los e tranquilizá-los de que Jesus, de fato, não havia voltado; portanto, eles não haviam perdido nada.

Paulo afirma: Agora nós vos pedimos, irmãos. Paulo começa sua exortação com um pedido, referindo-se aos crentes tessalonicenses como “irmãos”. Ambas as cartas são escritas para um corpo de crentes, visando ajudá-los a entender em sua jornada de santificação em Cristo (1 Tessalonicenses 4:3). Em 1 Tessalonicenses, Paulo escrevera a respeito dos crentes que haviam morrido antes da volta de Jesus; ele afirma que eles seriam os primeiros a se encontrar Jesus nos ares, seguidos pelos crentes vivos. Desta vez, Paulo escreve a respeito da vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e de nossa reunião com Ele, que acompanharia o dia do Senhor. Especificamente, Paulo exorta a seus filhos tessalonicenses para que não fossem abalados em sua compostura ou perturbados em espírito, seja em mensagem ou em carta como se viessem de nós, no sentido de que o dia do Senhor chegou.

Alguém parece estar ter enviado uma carta alegando falsamente ser Paulo, já que o apóstolo pede que eles não se perturbassem com qualquer mensagem contida em uma carta como se viesse dele. O “nós” aqui provavelmente se refira a Paulo, Silas e Timóteo, autores de ambas as epístolas aos tessalonicenses (1 Tessalonicenses 1:1; 2 Tessalonicenses 1:1). A falsa alegação nessa mensagem falsa era que o dia do Senhor já havia chegado. Não sabemos o motivo de alguém enviar uma mensagem falsa, mas sabemos que a oposição a Paulo e sua mensagem do Evangelho era feroz em Tessalônica. Talvez os enganadores acreditassem que poderiam derrubar a fé dos crentes ao frustrar sua esperança na volta de Jesus.

No momento em que Paulo escreve esta carta, a Revelação de Jesus ao apóstolo João ainda não havia ocorrido. Assim, Paulo não poderia fazer referência à visão apocalíptica que o apóstolo João acabaria tendo e a registraria para nosso benefício (Apocalipse 1:1-3). Em vez disso, Paulo se refere ao livro de Daniel, no Antigo Testamento, onde muito do que está em Apocalipse fora revelado pela primeira vez. Ele termina sua explicação em 2 Tessalonicenses 2:5 perguntando aos tessalonicenses: Não vos lembrais que, enquanto eu ainda estava convosco, lhes dizia essas coisas? Mesmo no breve tempo em que Paulo esteve com eles, ele fora diligente em ensinar, em detalhes, sobre os sinais do fim dos tempos, afirmando o que o profeta Daniel havia registrado nas Escrituras sobre as visões do fim dos tempos que o Senhor lhe deu.

Paulo havia aparentemente priorizado o ensino sobre a segunda vinda de Jesus. Isso nos diz que isso era algo que os crentes deviam ter em mente constantemente. Esta era a esperança que eles deveriam antecipar. Eles deveriam estar ansiosos pela volta de Cristo. Paulo não especifica se a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e nossa reunião com Ele se referia a um ou dois eventos. Em 1 Tessalonicenses Paulo falara da vinda de Jesus nos ares:

"Então, nós, que estivermos vivos e permanecermos, seremos arrebatados junto com eles nas nuvens para encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor" (1 Tessalonicenses 4:17).

Parece provável crer que este encontro nos ares seja um evento separado da volta de Jesus no "dia do Senhor", quando Jesus pisará novamente na terra. Quando Jesus retornar à terra, Ele derrotará aos exércitos da besta, que é o anticristo, e o Monte das Oliveiras se dividirá em dois (Apocalipse 19:11-21; Zacarias 14:4).

Em 1 Tessalonicenses, Paulo deixara claro que os mortos em Cristo ressuscitariam primeiro, depois os que permanecessem seriam arrebatados. Paulo diz aos tessalonicenses que isso poderia ocorrer a qualquer momento (1 Tessalonicenses 5:2). Porém, nesta carta, Paulo aborda o dia do Senhor e deixa claro que este dia não ocorreria até que a apostasia chegasse. Portanto, Paulo parece falar a respeito de dois eventos separados, o que ajudaria a explicar por que os tessalonicenses ainda estavam confusos depois de terem recebido a explicação na primeira carta.

Paulo pede que os tessalonicenses não se enganem de forma alguma. Este era outro falso ensinamento a respeito do fim dos dias ao qual ele precisava abordar. O primeiro dizia respeito ao destino daqueles que morressem antes da volta de Jesus. O segundo dizia respeito ao dia do Senhor, no qual Jesus colocaria os pés na terra novamente e julgaria o mundo.

Paulo apresenta uma perspectiva geral sobre o que aconteceria antes do dia do Senhor. Jesus poderia voltar a qualquer momento, mas o dia do Senhor não ocorreria até que certos eventos acontecessem. O dia do Senhor é o dia do julgamento de Deus. Houve uma série de eventos chamados pela Bíblia de dia do Senhor. Um exemplo é o exílio de Judá na Babilônia (Joel 1:15). O juízo final será o último dia do Senhor. Porém, este dia do Senhor não virá a menos que a apostasia venha primeiro. Paulo descreve a apostasia  da seguinte forma: O homem da iniquidade será revelado, o filho da destruição, que se opõe e se exalta acima de todo suposto deus ou objeto de adoração, de modo que toma seu assento no templo de Deus, mostrando-se como Deus.

O homem da iniquidade é descrito no livro de Daniel, no Antigo Testamento, bem como no livro de Apocalipse, no Novo Testamento, onde é chamado de besta.

Jesus também mencionou esse evento da apostasia. Isso ocorre em Mateus 24, quando os discípulos perguntam a Jesus sobre o fim dos tempos:

"E quando estava assentado no Monte das Oliveiras, os discípulos vieram a Ele em particular, dizendo: 'Diga-nos, quando acontecerão estas coisas, e qual será o sinal da Tua vinda e do fim dos tempos?'" (Mateus 24:3)

Jesus, então, responde às perguntas deles na ordem inversa.

Primeiro: "Qual é o sinal do fim dos tempos? Segundo: "Quando essas coisas vão acontecer?"

  • O fim dos tempos acontece quando: "Este evangelho do reino será pregado em todo o mundo como testemunho a todas as nações, e então virá o fim" (Mateus 24:14). Esta passagem diz que "aquele que perseverar até o fim será salvo" (Mateus 24:13). O "salvo" aqui diz respeito aos que não verão seu amor se esfriar, perdendo, assim, suas recompensas (Mateus 24:12). Portanto, não importa quão ruins as coisas estejam; nós, como crentes, não devemos deixar nosso amor esfriar (Apocalipse 2:4, Efésios 5:1-2).
  • Jesus, então, responde à segunda pergunta: "Quando essas coisas acontecerão?" É aqui que Jesus cita Daniel:

"Portanto, quando virdes a abominação da desolação da qual falou o profeta Daniel, de pé no lugar santo (que o leitor entenda), então os que estão na Judéia devem fugir para as montanhas" (Mateus 24:15-16).

Jesus se refere ao que Paulo chama de “apostasia”, como a "abominação da desolação". Esta "abominação da desolação" ocorreria quando o homem da iniquidade fosse revelado. Este será a besta, o anticristo. Ele será o filho da destruição, que se opõe e se exalta acima de todo suposto deus ou objeto de adoração, para que tome seu assento no templo de Deus, mostrando-se como Deus.

Jesus adverte Seu ao povo de que os que estivessem vivos para ver este evento deveriam fugir, pois esta seria “uma grande tribulação, como não ocorreu desde o princípio do mundo até agora, nem nunca ocorrerá" (Mateus 24:21). De fato, esse tempo seria tão ruim que "se aqueles dias não tivessem sido abreviados, nenhuma vida teria sido salva; mas, por amor dos eleitos, esses dias serão abreviados" (Mateus 24:22). Isso indica que haverá crentes/eleitos na terra quando isso ocorrer. Isso pode ser devido, pelo menos em parte, às pessoas que chegam à fé em Cristo depois que os crentes são arrebatados.

Na profecia de Daniel, ele descreve um período de sete anos antes de o Messias estabelecer o Reino eterno de justiça. Os últimos três anos e meio desses sete anos são chamados de "grande tribulação", mencionada por Jesus. O profeta Daniel a descreve como "um tempo de aflição como nunca ocorreu até aquele momento" (Daniel 12:1). O mundo sofrerá como nunca antes sob o domínio despótico do que o Apocalipse chama de "a besta" (Apocalipse 13:4-5), também conhecida como "o anticristo".

Deve ficar claro que essa "abominação da desolação" ainda não aconteceu. Não temos nada na história que atenda ao padrão de "pior do que qualquer coisa anterior". O fim dos tempos virá dentro de três anos e meio a partir desse terrível evento. O "quando" se refere à "abominação da desolação" estar "de pé no Santo Lugar".

Não sabemos como será essa abominação, mas aparentemente ela será algo muito claro quando ocorrer. Algo assim já aconteceu, uma "dor de parto" (Mateus 24:8) que aponta para a abominação final. Esta dor do nascimento ocorreu quando Antíoco Epifanes interrompeu o sacrifício no templo a Deus e colocou uma estátua de Zeus no templo em Jerusalém em 167 a.C. Parece que o homem da iniquidade será um governante mundial que eliminará a adoração a Deus e a substituirá pela adoração a uma falsa divindade. No passado, a "abominação" era um ídolo físico. Não sabemos o que será no futuro. Parece provável que, quando isso ocorrer, o templo terá sido restaurado em Jerusalém, embora isso não seja certo.

O governante do mundo (besta), aquele que realizará esse ato de "abominação da desolação", é quem Paulo descreve aqui como o “homem da iniquidade”, o anticristo que se declara estar acima de Deus. Paulo também o chama de “filho da destruição” que se opõe e se exalta acima de todo suposto deus ou objeto de adoração, de modo que toma seu lugar no templo de Deus, mostrando-se como Deus.

Paulo e Jesus recebem esta imagem da profecia das 70 Semanas em Daniel 9. Lá, o anjo Gabriel é enviado por Deus para dizer a Daniel:

"Setenta semanas foram decretadas para o vosso povo e para a vossa cidade santa, para terminar a transgressão, para pôr fim ao pecado, para fazer expiação pela iniquidade, para trazer justiça eterna, para selar a visão e a profecia e para ungir o lugar santíssimo" (Daniel 9:24).

Ao final dessas "setenta semanas" tudo será corrigido: o pecado acabará, os humanos se reconciliarão com Deus, a justiça encherá a terra, tudo o que está previsto na Bíblia acontecerá plenamente e tudo estará consumado. Jesus governará a terra.

Esta "setenta semanas" são, literalmente, "setenta setes", sendo melhor interpretada como semanas de anos. Assim, seriam 490 anos. Este período se refere aos judeus e a Jerusalém. Ao final dos 490 anos teremos uma terra cheia de justiça.

O relógio profético começa quando uma proclamação é dada para se reconstruir o muro em Jerusalém (Daniel 9:25). Isso ocorre em três fases: 7 semanas de anos, 62 semanas de anos e 1 semana de anos.

Após as sete semanas de anos seguidas pelas 62 semanas de anos do decreto para se reconstruir o muro (um total de 69 semanas de anos, 7 + 62 = 483 anos), o Messias será "cortado" (Daniel 9:26). Esta profecia foi cumprida na crucificação de Jesus por nossos pecados. Há uma série de maneiras de contar esse tempo a partir de vários decretos antigos, todos os quais terminam durante o primeiro advento de Jesus. Uma das razões pelas quais havia grande expectativa na época de Jesus era por causa dessa profecias. As pessoas sabiam que o tempo estava se aproximando.

Depois que o Messias foi cortado, "o povo do príncipe que há de vir destruirá a cidade e o santuário" (Daniel 9:26). Jerusalém foi sitiada e o templo foi destruído pelos romanos em 70 d.C. Portanto, o "príncipe que há de vir" (o anticristo, a besta, o filho da destruição) emergirá dos restos do Império Romano de alguma forma, já que foi "o povo do príncipe", os romanos, que destruiu o templo e saquearam Jerusalém.

A última "semana" de anos ainda está por vir até o momento em que este artigo foi escrito. Às vezes é chamada de Tribulação de Sete Anos, embora a Bíblia apenas afirme que os últimos três anos e meio serão um tempo de tribulação (Mateus 24:21). O relógio de Daniel 9 que acompanha as 70 semanas de anos está atualmente em pausa. O relógio foi pausado com o advento de Cristo, provavelmente quando Jesus foi crucificado. O relógio começará a rodar novamente e as últimas 7 das 70 semanas de anos de Daniel começarão a "andar" quando uma aliança entre "ele" e "os muitos" acontecer. O "ele" em Daniel 9:27 é o príncipe que há de vir, o "anticristo", a "besta". Esta "besta" fará aliança com Israel e, provavelmente, com muitas outras nações. Esta aliança reiniciará o relógio de 70 semanas de Daniel 9:

"E ele fará um pacto firme com muitos por uma semana, mas no meio da semana [3 anos e meio depois que o relógio recomeçar] ele [a besta] porá fim ao sacrifício e à oferta de grãos [o culto religioso é proibido]; e na asa das abominações virá aquele que traz a desolação [Jesus chama isso de 'abominação das desolações'], até que a destruição completa seja decretada e derramada sobre aquele que causa a desolação" (Daniel 9:27).

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