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Significado de 2 Tessalonicenses 2:6-12
Paulo aponta para alguma autoridade sem nome que restringia ou impedia o anticristo de ascender ao poder:
“Agora sabeis aquilo o detém, a fim de que seja revelado a seu tempo.” O fato de Paulo dizer que eles sabiam o que restringia ao anticristo implica que a resposta era óbvia. Ele inferia que o Espírito Santo o restringia. Em algum ponto da história humana, o Espírito de Deus será retirado do mundo e o mundo, então, se encherá de iniquidade. Paulo diz que o “mistério da iniquidade” já estava em ação no mundo. Porém, o “mistério da iniquidade” está sendo limitado em sua influência. No entanto, aquilo que o detém será retirado do caminho. A influência restritiva de Deus inibirá esse espírito de iniquidade até o tempo em de Deus decrete que tal influência restritiva será retirada do caminho. Deste ponto em diante, o mundo se encherá de iniquidade.
A noção bíblica de iniquidade refere-se aos padrões éticos de Deus. Nesses tempos de iniquidade haverá leis ditatoriais generalizadas em todo o mundo. Um exemplo é o controle total do governo do anticristo sobre quem pode comprar ou vender qualquer coisa. Qualquer pessoa que não tenha uma "marca" aprovada não poderá comprar ou vender (Apocalipse 13:16-17). Essa "marca" provavelmente envolverá a submissão a esse anticristo como a uma divindade, pois esse anticristo, besta, "homem da iniquidade" se declarará divino (2 Tessalonicenses 2:4). Portanto, o termo iniquidade não significa ausência de leis, muito pelo contrário. Significa que o padrão ético de Deus de "amar a Deus e amar ao próximo como a si mesmo" será completamente eliminado; em seu lugar estará o padrão dos "fortes explorando aos fracos".
Este é basicamente o mesmo contraste que Deus faz ao dar os Dez Mandamentos no Monte Sinai. Ele instruiu Israel a seguir Seu padrão de "amar a Deus e amar ao próximo", prometendo-lhes grandes bênçãos e prosperidade caso o fizessem. Na prática, é evidente que qualquer cultura que ame, sirva, diga a verdade e cuide uns dos outros prosperará. Essa não era a cultura das nações pagãs que cercavam Israel (ver comentário sobre Levítico 18 para rever as práticas exploratórias comuns no Egito e em Canaã).
A inferência de que o Espírito Santo será removido da terra pode indicar que, quando os crentes forem arrebatados nos ares para estarem com Jesus, a influência restritiva do Espírito Santo cessará, uma vez que a função de "sal e luz" dos crentes fiéis também será removida. Talvez esta será a remoção que abrirá caminho para que a iniquidade domine a terra. Também pode ser que apenas os crentes que se opõem ativamente à iniquidade sejam arrebatados; eles podem ser os "vencedores" aos quais Jesus recompensará grandemente (Apocalipse 2:26). Isso daria aos crentes infiéis mais uma chance de se tornarem fiéis, de serem vencedores, durante a "grande tribulação".
Esta segunda chance seria uma bênção quando vista da perspectiva de que esta vida é uma oportunidade única de conhecermos a Deus e uns aos outros pela fé. Conhecer a Deus pela fé é algo ao qual os anjos desejam entender, mas eles se limitam a aprender pela observação (Efésios 3:10). Desperdiçar nossa oportunidade de conhecer a Deus pela fé é algo trágico. Paulo parece indicar esse tipo de perspectiva ao encorajar seus filhos na fé a abraçarem a perseguição e se considerarem abençoados por serem perseguidos.
Paulo parece ensinar que o arrebatamento era iminente e aconteceria sem aviso (1 Tessalonicenses 4:17). No entanto, o retorno de Jesus à terra exigia sinais (2 Tessalonicenses 2:3). Assim, o melhor modelo parece ser o de que ser "arrebatado nos ares" acontecerá antes do retorno de Jesus à terra e antes da Grande Tribulação. Caso contrário, Jesus não poderia se encontrar com os crentes nos ares até que a abominação da desolação acontecesse, ou seja, tal evento não ocorreria em nenhum momento. Assim, a melhor explicação parece ser a consideração desses dois eventos como separados.
A 70ª semana de Daniel é muitas vezes chamada de "tribulação", embora Jesus se refira ao período posterior à "abominação da desolação" de "grande tribulação" em Mateus 24:15; 21. O termo "grande tribulação" refere-se aos últimos três anos e meio dos sete anos da 70ª semana de anos de Daniel (Mateus 24:21). É possível que os primeiros três anos e meio da 70ª semana de anos de Daniel sejam bastante prósperos e não se pareçam com uma tribulação.
Após a remoção do Espírito restritivo da terra, então o homem da iniquidade será revelado. Esta é a besta, o anticristo que se elevará acima de Deus e será um instrumento de Satanás. O Senhor matará a esta besta com o sopro de Sua boca e a destruirá com a aparição de Sua vinda. O homem da iniquidade é o que as Escrituras chamam de anticristo e besta (1 João 2:18, Apocalipse 13:13). Essa besta é descrita em Apocalipse como sendo lançada diretamente no lago de fogo (Apocalipse 19:20). A besta de Daniel 7, que pode ser a mesma pessoa, é destruída com uma chama de fogo que sai do trono de Deus (Daniel 7:9-11).
Este homem da iniquidade é a besta e o anticristo, isto é, aquele cuja vinda está de acordo com a atividade de Satanás, com todo o poder, sinais e falsas maravilhas. O Apocalipse nos diz que essa besta e seu falso profeta fazem descer fogo do céu; o falso profeta faz com que uma ferida fatal da besta seja curada e uma imagem da besta é erguida. Eles destruirão a qualquer um que se recuse a se curvar e adorá-la (Apocalipse 13:11-15).
Todo esse engano da maldade será para aqueles que perecem, porque não receberam o amor da verdade para serem salvos. Os que seguiram à besta por desejarem viver perecerão. E aqueles que perderem a vida por se recusarem a adorar à besta serão salvos.
Por esta razão, Deus enviará sobre eles um espírito de engano para que creiam no que é falso, a fim de que todos sejam julgados por não crerem na verdade, mas terem prazer na maldade. Deus fará com que aqueles que escolheram a maldade sejam afetados por um espírito de engano, para que continuem a escolher a maldade, até o ponto de sua própria destruição. Isso segue ao padrão de como Deus lidou com o Faraó, que endureceu seu coração contra Deus durante o processo das pragas sobre o Egito. Depois que Faraó endureceu seu coração várias vezes, Deus começou a endurecer ainda mais seu coração, de modo que Faraó acabaria escolhendo a destruição de seu exército e o poder de seu reino (Êxodo 8:15,, 1932; 9:7,34,10:1.)
A rejeição a Jesus pelos incrédulos será tão intensa que eles verão que Jesus está julgando a terra e, ao invés de se arrependerem, procurarão se esconder de Jesus (Apocalipse 6:16-17).
O que tudo isso significa para nós? O apóstolo Pedro escreve sobre a atitude que os crentes devem ter em relação ao fim dos tempos. Algumas pessoas aparentemente estavam lançando dúvidas de que o fim chegaria, já que ainda não havia chegado. Assim, Pedro escreve em sua segunda epístola:
"...lembrai-vos das palavras ditas de antemão pelo santo profeta..."(2 Pedro 3:2).
Pedro faz referência ao Antigo Testamento, incluindo as profecias de Daniel sobre o fim dos tempos. Pedro continua:
"Não deixeis este fato escapar de sua atenção, amados, que para o Senhor um dia é como mil anos, e mil anos como um dia. O Senhor não é lento em relação à Sua promessa, como alguns acreditam, mas é paciente para convosco, não desejando que nenhum pereça, mas que todos venham ao arrependimento" (2 Pedro 3:1-8-9)
Os tessalonicenses pensavam que Jesus estava voltando imediatamente, em seu período de vida, e já se passaram 2000 anos. A demora de Deus tem abençoado a muitos crentes desde então, já que eles foram capazes de nascer de novo e de chegar à fé em Jesus. Era disso que Pedro estava falando: Deus atrasou Seu retorno para abençoar mais pessoas. Ele não deseja que ninguém pereça. Pedro continua:
"...a terra foi formada a partir da água e pela água, através da qual o mundo naquela época foi destruído, sendo inundado pela água. Mas, por Sua palavra, os céus e a terra estão sendo reservados para o fogo, guardados para o dia do julgamento e da destruição dos homens ímpios" (2 Pedro 3:5-7).
"Mas, de acordo com Sua promessa, estamos aguardando o novo céu e a nova terra, na qual habita a justiça" (2 Pedro 3:13).
Deus destruiu a terra uma vez, inundando-a. O povo não acreditava que isso aconteceria. Agora, ela será destruída novamente, desta vez pelo fogo.
Com tudo isso em mente, a aplicação de Pedro é a mesma de Paulo aos tessalonicenses: o plano de Deus para nós é que sejamos santificados:
"...que tipo de pessoas deveis ser, em santa conduta e piedade, esperando e apressando a vinda do dia de Deus... Portanto, amados, já que procurais estas coisas, sede diligentes para serdes encontrados por Ele em paz, impecáveis e irrepreensíveis..."(2 Pedro 3:11, 14)
Podemos entender que quanto mais nos santificarmos, mais cedo Jesus voltará. Independentemente disso, a admoestação de Pedro é a mesma de Paulo: santifiquem-se (1 Tessalonicenses 4:3).
Jesus está voltando. Quando Ele retornar, o mundo será refeito. Se formos encontrados fiéis, se vencermos o mundo e formos santificados através da obediência, sendo diligentes e servindo ao invés de explorar, julgando a nós mesmos em vez de julgar aos outros, cumpriremos o desígnio de Deus e seremos grandemente recompensados. Se formos considerados infiéis, perderemos parte de nossa herança (2 João 1:8). Não perderemos a salvação, pois Deus é nossa herança (Romanos 8:17a). Porém, não reinaremos com Jesus (Romanos 8:17b).