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Significado de Atos 10:34-43

Pedro Compartilha a Mensagem de Salvação aos Gentios. Pedro prega as boas novas de Jesus Cristo a Cornélio e seus amigos e familiares. Ele lhes diz que tudo o que haviam ouvido sobre Jesus de Nazaré era verdade, que Ele era o Senhor de todos e havia vindo à terra para pregar a paz em todo Israel. Ele foi crucificado e ressuscitado pelo poder de Deus. Pedro os informa que havia sido testemunha ocular dos milagres de Jesus, bem como de Sua ressurreição dentre os mortos. Ele conclui explicando que Jesus, um dia, julgaria a todas as pessoas e que todos os que cressem Nele seriam perdoados.

Pedro compartilha o Evangelho com o centurião Cornélio, seus amigos, familiares e servos. Era a primeira vez que o Evangelho era pregado diretamente a um público gentio. Aqueles romanos viviam em Israel como parte da força de ocupação, mas com o tempo começaram a temer ao Deus de Israel e orar a Ele. Cornélio tinha um relacionamento com Deus Pai, mas ainda não conhecia ao Deus Filho.

Pedro começa: Pedro começou a falar e disse: Na verdade, reconheço que Deus não se deixa levar de respeitos humanos" (v. 34).

Em sua visão (Atos 10:10-16), Pedro viu animais impuros sendo baixados do céu em um lençol, enquanto a voz de Deus ordenava que ele os comesse. Pedro se recusou a fazê-lo, não querendo participar de nada impuro ou profano de acordo com a lei judaica. Porém, Deus disse: "Ao que Deus purificou, não faças tu impuro" (v. 15). Imediatamente, os servos romanos chegaram em busca de Pedro. Ele, então, entendeu que não deveria ver os gentios como profanos, impuros ou indignos de ouvir o Evangelho.

Como judeu, Pedro pertencia ao "povo escolhido" de Deus, uma nação que Deus havia separado para ser sacerdote para o restante do mundo, visando levar todas as outras pessoas de volta a Ele. Porém, para alguns judeus, tal status deu lugar ao preconceito em relação aos gentios, incluindo Pedro. Eles começaram a acreditar que Deus demonstrava parcialidade, ou seja, que Ele favorecia os judeus sobre os outros.

Pedro, agora, teve seu coração mudado. A oportunidade de falar a um centurião romano sobre Jesus fez com que ele certamente entendesse que Deus não demonstrava parcialidade, mas desejava que todas as pessoas se reconciliassem com Ele (Mateus 28:18-20; Ezequiel 18:23). Deus escolheu os judeus para ser um povo especial, com um propósito especial. Porém, Seu objetivo sempre foi e sempre será o de abençoar a todos os povos. O chamado dos judeus deveria ser o de abençoar aos outros povos (Êxodo 19:6).

Nos anos seguintes, um Concílio seria convocado em Jerusalém pelos líderes da igreja, abordando a questão dos fariseus cristãos que tentavam forçar os crentes gentios a se circuncidarem e aprenderem a Lei. Em essência, eles queriam que os crentes gentios se tornassem judeus prosélitos e seguissem às práticas religiosas judaicas.

Porém, o Concílio (no qual Pedro falaria) estabeleceria de uma vez por todas que não deveria haver distinções a serem feitas na igreja, na nova sociedade que Deus estava criando para o Seu Reino. A salvação só seria encontrada na graça de Jesus (Atos 15:11). Pedro também testificaria a seus companheiros líderes judeus que foi por meio dele que Deus havia aberto o caminho pela primeira vez aos gentios (Atos 15:7).

Aqui, em Atos 10, na casa de Cornélio, Pedro observa: Em toda a nação aquele que o teme e faz o que é justo, este lhe é aceito (v. 35). Esta é a compreensão que Pedro, agora, possui em relação ao que Deus lhe havia mostrado na visão em Jope (Atos 10:9-16). Ao detalhar o fato de que havia sido por meio de Seu principal apóstolo, Pedro, que Jesus abriu o caminho aos gentios, Lucas documenta a base para a autoridade de seu colega ministro Paulo como apóstolo aos gentios (Romanos 11:13). Ele também documenta que Pedro endossou o fato de que todos os povos seriam salvos da mesma maneira: pela graça de Deus.

Durante o ministério de Jesus, Pedro viu Cristo elogiar a um outro centurião por sua grande fé em Jesus. Cristo disse:

"Em verdade vos afirmo que nem mesmo em Israel achei tamanha fé. Digo-vos que muitos virão do Oriente e do Ocidente e hão de sentar-se com Abraão, Isaque e Jacó no reino dos céus" (Mateus 8:10, 11).

Deus não é parcial à uma etnia ou nacionalidade sobre outra. Deus deseja que todos se reconciliem com Ele (2 Pedro 3:9).

Essas divisões étnicas e nacionais não fazem sentido para Deus. Todos os seres humanos descendem de duas pessoas (Atos 17:26). Há apenas uma raça humana. Deus enviou Seu Filho para morrer pelo mundo inteiro, porque Ele ama a todo o mundo (João 3:16), Ele enviou o Messias a Israel para redimir não apenas a Seu povo escolhido, mas a todos os outros também (Isaías 49:6), buscando eliminar o pecado (Daniel 9:24).

Jesus não foi enviado apenas para Israel. Toda nação, todo aquele que O teme e faz o que é certo é bem-vindo a Deus. Cornélio temia a Deus e vivia corretamente; ele buscava a Deus, mas seu conhecimento de Deus era baseado apenas no que ele havia aprendido em Cesaréia com os judeus de lá. Ele ainda não havia crido no Messias. Isso nos diz que Deus já havia aceitado Cornélio com base em sua fé, mas se moveu sobrenaturalmente para que Cornélio e toda a sua família e amigos pudessem conhecê-Lo melhor.

A nação de Israel havia rejeitado a Jesus, o Messias. Seus líderes O haviam rejeitado. Assim, talvez não fosse totalmente conhecido por Cornélio e sua família o fato de Jesus realmente ser o Messias. Talvez Cornélio estivesse colhendo informações que ouvia dos judeus em Cesaréia. Porém, Deus envia a Pedro àquele romano temente buscando trazer a revelação completa do Seu Filho como o Messias, bem como a verdade sobre Sua morte e ressurreição.

Como o apóstolo Paulo mais tarde ensinaria aos atenienses:

"E de um só fez todo o gênero humano para habitar sobre toda a face da terra, havendo fixado os seus tempos determinados e os limites da sua habitação; para buscarem a Deus, se, porventura, apalpando, o achassem, ainda que não esteja longe de cada um de nós" (Atos 17:26, 27).

Deus não está longe de ninguém. Sua mão pode alcançar a todas as pessoas, caso elas O desejem. A criação atesta Seu poder e majestade (Romanos 1:20; 10:18). O desejo de conhecer a nosso Criador está em todos os homens (Eclesiastes 3:11). Porém, a maioria das pessoas escolhe buscar a si mesmas, em vez de procurarem encontrá-Lo.

Cornélio, no entanto, havia encontrado a mão de Deus ao estender-lhe sua própria mão. Um homem que teme a Deus e faz o que é certo é sempre bem-vindo diante de Deus. Deus está sempre pronto a providenciar esse encontro, mudando o coração de Pedro, levando-o a esquecer-se dos preconceitos do passado e o motivando a ensinar sobre Cristo aos homens fora do "povo escolhido".

Pedro continua:Esta é a mensagem que Deus enviou aos filhos de Israel, evangelizando-lhes a paz por meio de Jesus Cristo — este é o Senhor de todos. Vós sabeis o que sucedeu por toda a Judeia, começando desde a Galileia, depois do batismo que pregou João” (vv. 36,37).

Isso é bastante interessante e não mencionado anteriormente. Não estava claro se Cornélio havia ouvido falar de Jesus Cristo antes desse encontro, mas Pedro, de alguma forma, recebe uma visão especial de que, sim, Cornélio e os outros ali reunidos sabiam a respeito do ministério de Jesus. Pedro estava obedecendo à ordem de Cristo de ser testemunha para o mundo, uma testemunha que havia visto as coisas feitas por Jesus.

Pedro confirma, como testemunha ocular, tudo o que Cornélio ouvira a respeito de Jesus, que cada pedacinho era verdade. Deus enviou Sua palavra primeiro aos filhos de Israel, o povo judeu, a quem Cristo e os apóstolos haviam pregado até aquele ponto. A Palavra de Deus anunciava a paz através de Jesus Cristo. Pedro atesta claramente que o homem Jesus era o Cristo de Deus, o Ungido enviado a Israel. Ele acrescenta que Jesus era o Senhor de todos. Jesus era o Messias e, agora, havia recebido de Seu Pai domínio sobre toda a criação com base em Sua obediência ao morrer pelos pecados da humanidade (Filipenses 2:8-11).

Para os hebreus, a paz ("shalom") era - e ainda é - um conceito que abrange a harmonia entre todas as coisas, consistente com os bons desígnios de Deus. O ministério de Jesus não era apenas o de restaurar o relacionamento da humanidade com Ele, mas também o de restaurar a todas as coisas (Atos 3:21). Deus pregava a paz por meio de Jesus Cristo, porém Israel preferiu seguir a seus próprios caminhos, da mesma forma que seus pais (Mateus 23:31, 37).

Pedro chama a atenção de seu público para o fato de que eles sabiam o que havia ocorrido em toda a Judéia. Ele afirma que a multidão reunida havia ouvido falar dessas coisas: o milagreiro, o rabino pregador proveniente da Galiléia, que curava aos doentes e expulsava demônios na região norte da província romana da Judéia (a Judéia como um todo incluía a Galiléia, a Judéia e a Iduméa - ouo Edom). O ministério de Jesus havia começado na Galiléia, de onde Pedro era. Foi lá que ele começara a seguir a Jesus.

Tudo começou após o batismo proclamado por João, o Batizador, que causou um alvoroço da chegada de Cristo ao local. João pregava o batismo de arrependimento a todos os judeus, visando prepará-los para a vinda do Rei (João 1:6-13). Pedro confirma que aquelas coisas estranhas sobre as quais os romanos tementes a Deus havia ouvido falar na última década em Israel, haviam ocorrido e eram todas vindas de Deus.

Pedro, novamente, enfatiza a identidade e divindade de Cristo. Ele diz que os romanos sabiam sobre Ele. Vocês sabem a respeito de Jesus de Nazaré. Quem o enviou? Deus. Vocês, romanos, ouviram falar sobre como Deus O ungiu com o Espírito Santo e com poder e como Ele andou fazendo o bem e curando a todos os que eram oprimidos pelo diabo, pois Deus estava com Ele (v. 38). Pedro apela ao conhecimento geral sobre Jesus que aparentemente havia se espalhado o suficiente entre o povo (João 12:19).

Aquele Homem de Nazaré havia sido ungido por Deus com o Espírito Santo:

"Batizado que foi Jesus, saiu logo da água; eis que se abriram os céus, e veio o Espírito de Deus descer como pomba e vir sobre ele; e uma voz dos céus disse: Este é o meu Filho dileto, em quem me agrado" (Mateus 3:16, 17).

Tal unção foi um sinal. Ser ungido significava ser separado, santificado, enviado para um propósito especial e para realizar uma coisa específica. Cristo havia sido ungido com o sinal do Espírito Santo para desenvolver Seu ministério de reconciliação dos povos com Deus.

Pedro aponta para Jesus, sobre quem aquele grupo de romanos havia ouvido falar, como Ele havia passado três anos realizando milagres e mostrando estar cheio do poder de Deus. Não apenas uma única vez, mas durante vários anos, Ele havia feito coisas que nenhum homem conseguia fazer e todos os Seus milagres foram atos de bondade e restauração. Ele continuava fazendo o bem e curando a todos os que eram oprimidos pelo diabo.

Jesus fez o bem a todos os que estavam possuídos por demônios, anjos caídos que servem ao diabo, o inimigo do povo de Deus (Salmo 8:2; 1 Pedro 5:8). Jesus fez essas coisas porque Deus estava com Ele. Cornélio temia a Deus (v. 2). E Pedro confirma que Deus estava com o homem Jesus de Nazaré.

Embora Cornélio tivesse ouvido falar sobre Jesus de Nazaré, ele aparentemente ainda não havia crido Nele da maneira como Jesus havia instruído Nicodemos a fazer (João 3:14-15). Porém, aqui, Pedro atesta haver visto todas as coisas que Jesus fez; elas realmente aconteceram: Somos testemunhas de todas as coisas que Ele fez tanto na terra dos judeus quanto em Jerusalém.

Pedro afirma ao público de romanos gentios que haviam ouvido falar do milagreiro, o homem que afirmava ser o Messias, que aquelas não eram apenas histórias. Ele essencialmente diz: "Eu, Pedro, estava lá, Cornélio". Centenas de outros judeus haviam sido testemunhas de todas as coisas que Jesus fez em toda a terra dos judeus, Israel. Pedro e os outros seguidores de Cristo também foram testemunhas do que Ele fez em Jerusalém, incluindo Sua morte e ressurreição, a coisa mais importante feita por Cristo, a razão pela qual Ele havia vindo à terra como homem (João 3:14-17).

Pedro aponta para a crucificação: Ao qual também tiraram a vida, pendurando-O em um madeiro (v. 39). Cornélio, um centurião de Roma, sem dúvida havia ouvido falar da morte de Jesus, de como Ele havia sido pendurado em uma cruz. Foram os romanos quem inventaram a crucificação, um método de execução no qual se pendurava o criminoso em um poste de madeira até que morresse sufocado. Cornélio provavelmente havia visto muitas crucificações e pode até mesmo ter ajudado a realizá-las em seus dias como soldado.

Agora, Pedro confirma a coisa mais importante sobre a morte de Jesus: Ele não permaneceu morto! Deus o ressuscitou ao terceiro dia (v. 40). Cristo ressuscitou da sepultura. Ele derrotou a morte (Hebreus 2:14; Apocalipse 1:18).

Pedro aponta, mais uma vez, para si mesmo e para os outros seguidores de Cristo como testemunhas daquelas coisas. Aqueles eventos realmente aconteceram. Não fazia muito tempo, na verdade. Pedro também diz que Deus concedeu que Ele fosse visto depois de ter ressuscitado. Porém, Jesus não se mostrou a todo o povo. Ainda não era hora para isso. Israel havia rejeitado a seu Messias, a ponto de matá-Lo, como havia sido profetizado (Isaías 53:3, 7-9). Porém, um dia, todo homem e mulher na terra verão a Jesus novamente e saberá que Ele é o Rei de todos (Filipenses 2:10-11).

Por enquanto, Deus havia revelado o evento que mudou o mundo apenas a algumas testemunhas escolhidas de antemão. Deus, que é soberano sobre todos os resultados, escolheu as testemunhas antes que aquilo acontecesse. Ele havia escolhido quais testemunhas veriam a Seu Filho ressuscitado, aqueles que haviam crido Nele e O haviam seguido durante Seu ministério.

Pedro especifica: “A este ressuscitou Deus ao terceiro dia e concedeu que fosse ele manifesto, não a todo o povo, mas às testemunhas que Deus tinha antes escolhido” (v. 40-41). Eles não apenas O viram depois de Sua ressurreição, mas passaram tempo com Ele, assim como antes de Sua morte. Ele havia confraternizado com Ele. Aquilo realmente aconteceu. Eles O haviam visto. Eles haviam estado com Ele. Eles haviam comido e bebido com Ele. Ele estava vivo.

Pedro teve o privilégio de ver ao Cristo ressuscitado (João 20:19-20). Cerca de 500 crentes viram Jesus de uma só vez (1 Coríntios 15:6). Porém, apenas 40 dias depois de Sua ressurreição, Jesus subiu ao céu e deixou Seus discípulos encarregados de espalhar o Evangelho para o mundo (Atos 1:8-9).

O Messias de Deus ressuscitou e nos deu um trabalho a fazer: espalhar Seus ensinamentos ao mundo e fazer discípulos de todas as nações (Mateus 28:18). Pedro, novamente falando de sua experiência pessoal com o Messias, explica: “E nos mandou pregar ao povo e testificar que Ele é o que por Deus tem sido constituído juiz de vivos e mortos” (v. 42).

Jesus havia ordenado que eles pregassem ao povo e que lhes dissessem o que Deus havia feito, referindo-se ao que ficou conhecido como a Grande Comissão, ordenada por Jesus aos onze apóstolos pouco antes de subir ao Céu. Depois de afirmar haver recebido toda a autoridade no céu e na terra, Jesus atribui a seguinte tarefa a Seus seguidores:

"Ide, pois, e fazei discípulos de todas as nações, batizando-as em o nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; instruindo-as a observar todas as coisas que vos tenho mandado. Eis que eu estou convosco todos os dias até o fim do mundo" (Mateus 28:19, 20).

Parte do que eles foram ordenados a pregar foi que Jesus havia sido nomeado por Deus como Juiz de vivos e mortos. Jesus havia sido designado por Deus, Seu Pai, como Juiz de todos os homens, vivos e mortos. Isso fazia parte da responsabilidade e autoridade de Jesus como Rei da terra (Mateus 25:31,; 322 Timóteo 4:1). Paulo faz uma declaração semelhante em seu sermão aos atenienses (Atos 17:31).

Jesus exercerá juízo em diferentes momentos e para diferentes propósitos. Um desses julgamentos será o do Assento Bema, onde Cristo avaliará as obras de todos os crentes e o quão fielmente eles O obedeceram, para poder recompensá-los ou remover recompensas (2 Coríntios 5:10; 1 Coríntios 3:12-15). Porém, Jesus também julgará se as pessoas são crentes ou incrédulas (Mateus 25:31-46). Os "bodes" (incrédulos) irão para o "castigo eterno", enquanto as "ovelhas" (crentes) irão para a "vida eterna". Parece que os incrédulos também terão suas obras julgadas e serão recompensados de acordo com elas (Apocalipse 20:12).

Em cada julgamento, Cristo avaliará aos vivos e aos mortos. Em ambas as categorias, algumas são Suas ovelhas, aquelas que pertencem a Ele com base na fé (vivos) e outras são bodes, aqueles aos quais Ele nunca conheceu e que serão afastados Dele eternamente (mortos).

Pedro e os apóstolos receberam a ordem de pregar sobre esse grande Juiz, este milagreiro sobre quem Cornélio e todos os reunidos haviam ouvido falar. Ele era o Filho de Deus e havia ressuscitado dentre os mortos. Ele foi designado por Deus a julgar a todos os homens e mulheres que já viveram.

Pedro aponta para as escrituras hebraicas, mostrando que elas confirmavam tudo o que ele estava dizendo, para além de seu próprio testemunho ocular: “A ele todos os profetas dão testemunho de que, por meio de seu nome, todo o que nele crê recebe remissão de pecados" (v. 43). Jesus havia dito algo semelhante aos discípulos após Sua ressurreição, ou seja, como as Escrituras haviam previsto a Sua morte e ressurreição (Mateus 5:17; Lucas 24:27).

Alguns dos profetas e suas previsões a respeito do ministério de Cristo aos quais Pedro poderia estar se referindo são os seguintes:

"Verdadeiramente, foi ele quem tomou sobre si as nossas enfermidades e carregou com as nossas dores; e nós o reputávamos como aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, esmagado por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos devia trazer a paz caiu sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos nós sarados. Todos nós temos andado desgarrados como ovelhas; temo-nos desviado cada um para o seu caminho; e Jeová fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós" (Isaías 53:4-6).

"Como água, estou derramado, e todos os meus ossos estão desconjuntados. O meu coração é como cera, derrete-se no meio das minhas entranhas. Está ressequido, como um caco, o meu vigor, e a minha língua se me apega às fauces; e pões-me no pó da morte. Porquanto cães me cercaram; a assembleia de malfeitores me rodeou; traspassaram-me as mãos e os pés. Posso contar todos os meus ossos; eles estão me encarando e mirando. Repartem entre si os meus vestidos e deitam sortes sobre a minha vestidura" (Salmos 22:14-18).

"Não ensinará mais cada um ao seu próximo, dizendo: Conhece a Jeová; porque todos me conhecerão desde o menor até o maior deles, diz Jeová. Pois perdoarei a sua iniquidade, e não me lembrarei mais dos seus pecados" (Jeremias 31:34).

"Apaguei as tuas transgressões como a névoa e os teus pecados, como a nuvem; volta-te para mim, porque te remi" (Isaías 44:22).

"Eis a pedra que tenho posto diante de Josué; sobre uma só pedra são sete olhos. Eis que eu farei ao buril a sua escultura, diz Jeová dos Exércitos, e tirarei a iniquidade desta terra num só dia" (Zacarias 3:9).

"Aspergirei sobre vós água pura, e ficareis purificados; de toda a vossa imundícia e de todos os vossos ídolos, vos purificarei. Também vos darei um coração novo e dentro de vós porei um espírito novo; tirarei da vossa carne o coração de pedra e dar-vos-ei um coração de carne. Dentro de vós, porei o meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos, e guardareis os meus juízos e os praticareis" (Ezequiel 36:25-27).

Este é o coração e o cerne do Evangelho, as boas novas sobre o que Jesus, o Messias, realizou na terra. Através do Seu Nome, todo aquele que crê Nele recebe o perdão dos seus pecados, são purificados e justificados aos olhos de Deus. Isso está disponível a qualquer pessoa que creia Nele.

Isto é o que Jesus disse a Nicodemos, o fariseu:

"Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado, para que todo o que nele crê tenha a vida eterna" (João 3:14, 15).

Nesta passagem de João 3, Jesus se refere ao incidente no deserto quando os israelitas estavam morrendo das picadas de serpentes venenosas. Deus ordenou a Moisés que fizesse uma serpente de bronze e anunciasse a todos que todos os que olhassem para a serpente não morreriam. Deus curava a todos os que olhavam para ela (Números 21:4-9). Tudo o que é necessário para recebermos o perdão dos nossos pecados é simplesmente olharmos para Jesus com fé, esperando ser libertos da morte.

Nascer de novo espiritualmente requer o reconhecimento de que estamos morrendo do veneno do pecado. Precisamos olhar para Jesus na cruz, esperando ser libertos da morte através da promessa de Deus, crendo Nele como o Filho de Deus que morreu por nossos pecados e ressuscitou ao terceiro dia (1 Pedro 1:3).

Para saber mais sobre como receber o dom da vida eterna por meio da fé em Jesus, leia nosso artigo: "O que é a Vida Eterna? Como Alcançar o Dom da Vida Eterna".

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