Significado de Atos 1:15-20

Enquanto esperavam pela chegada do Espírito, conforme prometido por Jesus, Pedro levantou-se no meio dos irmãos (uma reunião de cerca de cento e vinte pessoas) e disse.

Os “irmãos” incluíam também as discípulas. A passagem anterior listava apenas os onze apóstolos, as mulheres, a mãe e os irmãos de Jesus. O fato de haver cento e vinte pessoas naquele cenáculo juntas mostra o remanescente que seguia a Cristo e esperava juntos em obediência à Sua ordem.

Pedro, então, falou sobre um assunto que pesava em sua mente:  Irmãos, a Escritura tinha que ser cumprida, que o Espírito Santo predisse pela boca de Davi a respeito de Judas, que se tornou um guia para aqueles que prenderam Jesus. Pois ele foi contado entre nós e recebeu sua parte neste ministério.

Judas Iscariotes havia servido por três anos ao lado desses outros homens. Mas, no final, ele traiu a Jesus e se tornou um guia para aqueles que O prenderam, levando os soldados dos fariseus até onde Jesus orava no Monte das Oliveiras (Lucas 22:47). Judas era anteriormente contado entre os apóstolos e havia recebido sua parte no ministério dado a eles por Cristo. Pedro discerne que, pela boca do rei Davi, através do salmo, o Espírito Santo havia predito o destino a respeito de Judas. Isso significava que o Espírito Santo havia inspirado a Davi em seus escritos, já que eles faziam referência ao evento futuro da remoção de Judas do apostolado.

Lucas recorda o que aconteceu com Judas depois de trair a Jesus: Agora, este homem adquiriu um campo com o preço de sua maldade, ou seja, com as trinta moedas de prata pagas a ele para revelar a localização de Cristo. E, assim, caindo de cabeça (depois de se enforcar, Mateus 27:5), Judas se abriu no meio e todos os seus intestinos jorraram. E tornou-se conhecido por todos os que viviam em Jerusalém, a notícia desse suicídio se espalhou por toda a cidade, de modo que em sua própria língua aquele campo onde Judas se matou se chamava Haceldama, ou seja, Campo de Sangue.

Depois de lembrar a seus leitores que Judas não estava mais entre os doze, Lucas continua a relatar a declaração de Pedro. Pedro estava se referindo aos escritos de Davi, relacionando-os com o assunto em questão:

"Porque está escrito no livro dos Salmos: ‘Que a sua propriedade se torne desolada, e que ninguém habite nela’; e 'Que outro homem assuma o seu cargo'.

Pedro faz referência aos dois salmos escritos pelo rei Davi, declarando que faziam referência à remoção de Judas como apóstolo (Salmo 69:25, Salmo 109). A propriedade de Judas estava, de fato, desolada - ele estava morto - e outro homem deveria assumir seu cargo para fazer a obra do Senhor como testemunha de Cristo para todos os seres humanos em todo o mundo.

Isso poderia indicar que, além da oração, os discípulos passaram um tempo nas Escrituras, com novos olhos para ver e entender as Escrituras. Jesus havia aberto as Escrituras para eles, permitindo que vissem que elas falavam Dele (Lucas 24:45). Ao se debruçarem sobre as Escrituras, eles aparentemente chegaram à conclusão de que havia sido profetizado que o Messias seria traído e que outro discípulo deveria tomar seu lugar. Concluíram, portanto, que deviam agir de acordo com essa profecia.

Coerente com seu papel de líder entre os doze, Pedro se levanta e propõe que eles tomem providências.