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Significado de Atos 2:29-36
Tendo citado o salmo do rei Davi, Pedro agora mostra que esses versículos prediziam o evento da ressurreição de Cristo. Ele chama seu público de Irmãos, companheiros judeus que reverenciavam ao rei Davi e respeitavam às Escrituras. Pedro argumenta que, embora Davi tenha escrito um salmo de louvor a Deus por tê-lo mantido a salvo de seus inimigos - “Não abandonarás minha alma ao Hades, nem permitirás que o Teu Santo sofra decadência" (Atos 2:27) - em última análise, Davi havia morrido.
Pedro declara: A respeito do patriarca Davi, ele morreu e foi sepultado, e seu túmulo está conosco até hoje. Havia evidências de que Davi permanecia morto, porque os judeus sabiam onde ele estava enterrado. Eles podiam visitar o local onde seu cadáver havia sido sepultado.
No entanto, havia um significado especial no salmo de Davi. Antes de Sua ascensão, Jesus abriu as mentes de Pedro e dos outros apóstolos para entender o Antigo Testamento e como ele apontava para Cristo (Lucas 24:44-45). Assim, Pedro explica que, como Davi era profeta e sabia que Deus havia jurado a ele que um de seus descendentes se assentaria em seu trono, ele olhava para frente. Esse juramento de Deus é encontrado em 1 Crônicas 17:11-14, onde Deus declara o seguinte a Davi por meio de Natã, o profeta:
"Quando se cumprirem os teus dias, que deves ir estar com os teus pais, então eu criarei um dos teus descendentes depois de ti, que será dos teus filhos; e estabelecerei o seu reino. Ele construirá para Mim uma casa, e eu estabelecerei o seu trono para sempre. Serei seu pai e ele será meu filho; e não lhe tirarei o meu favor, como o tirei daquele que estava diante de vós. Mas eu o assentarei em Minha casa e em Meu reino para sempre, e seu trono será estabelecido para sempre".
Pedro afirma que Davi olhava para frente e falava da ressurreição do Cristo. O Salmo 16:10 louva a Deus por não abandonar a alma do Santo no Hades (o lugar dos mortos), ou permitir que ele sofresse decadência (deterioração física) (Atos 2:31). Pedro aponta para o Cristo, Jesus de Nazaré, que não foi abandonado no Hades, nem Sua carne sofreu decadência. Foi este Jesus a quem Deus ressuscitou, do qual todos somos testemunhas. Aqui, Pedro especifica à multidão que Jesus, a quem eles haviam visto crucificado publicamente havia cinquenta dias, depois de um julgamento público e confuso, não estava mais morto. Ele estava vivo, havia sido ressuscitado por Deus. Ele era o Cristo e havia experimentado a ressurreição. O rei Davi havia escrito profeticamente a respeito Dele: Ele seria o único dos descendentes de Davi a quem Deus estabeleceria Seu trono para sempre.
Por inspiração de Deus, Davi olha para frente e escreve um salmo que se aplica tanto ao resgate de Deus de seus inimigos quanto a Deus resgatando a Seu descendente do Hades (morte), impedindo que Seu corpo apodrecesse. Pedro cita sua própria experiência no final desta declaração. Primeiro, ele revela à multidão o que as Escrituras diziam a respeito disso e encerra seu argumento explicando que ele e os discípulos com ele eram testemunhas do retorno de Cristo à vida. Lembre-se de que não era apenas o homem, Pedro, falando à multidão. Ele estava acompanhado pelos onze apóstolos e pelos 120 discípulos que falavam das poderosas obras de Deus em várias línguas. Pedro estava dizendo que ele e aquele grande grupo de pessoas haviam visto a Jesus de Nazaré em um corpo ressuscitado. Jesus não ficou morto depois de Sua execução. Ele era o Santo de Deus. E cada um dos 120 discípulos foram testemunhas do fato de que Ele havia voltado à vida. Jesus apareceu a todos os discípulos e em um dado momento a quinhentos de uma só vez (1 Coríntios 15:6).
Pedro continua seu sermão. Ele diz à multidão o que aconteceu com Jesus a seguir. Desde Sua ressurreição, a pergunta natural era: onde Ele está agora? Jesus foi exaltado à direita de Deus. O termo “exaltado” (em grego, "hypseis") significa "levantado". Jesus subiu para sentar-se à direita de Deus, que é um lugar de governo, abaixo do governante maior. Pedro dá sentido ao que a multidão testemunhou: Jesus, tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vocês veem e ouvem. Aqui, vemos uma descrição do Deus Uno e Trino trabalhando juntos. Deus, o Pai, prometera enviar o Espírito Santo, e Jesus, o Filho, recebeu a promessa e a comunicou aos discípulos, dizendo-lhes que esperassem em Jerusalém pela vinda do Espírito. Agora, exaltado e sentado à direita do Pai, o Filho derrama o poder do Espírito, que as multidões viam e ouviam naquela manhã através das muitas línguas faladas pelos discípulos que haviam recebido o Espírito.
Novamente Pedro cita o rei Davi, que escreveu:
“O Senhor disse ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu faça dos Teus inimigos um banquinho para os Teus pés."
Pedro indica que o sujeito aqui é Jesus, sentado à direita do Pai. Não foi Davi quem subiu ao céu. Davi não se assentou à direita de Deus Pai. Ele morreu e foi enterrado e os judeus sabiam onde estava seu túmulo até aquele dia. Assim, Davi não estava escrevendo sobre si mesmo, mas sobre o futuro Messias, que subiria ao Céu para se sentar à direita do Pai. Jesus foi exaltado à direita do Pai como recompensa por Sua fiel obediência ao Pai, por fazer a Sua vontade (Filipenses 2:8-10; Hebreus 12:1-2; Apocalipse 3:21). Jesus afirma em Apocalipse 3:21 que dará como recompensa a todos os crentes que vencerem o compartilhar de Seu trono. Isso é consistente com muitas das parábolas de Jesus, como a parábola dos talentos em Mateus 25. Também é afirmado em Hebreus 2, onde fica claro que Jesus restabelece o caminho para que os seres humanos ascendam à posição para a qual foram designados, ou seja, governar a terra como líderes-servos, através do "sofrimento da morte" (Hebreus 2:9-10).
Pedro conclui seu sermão resumindo a verdade de quem Jesus era e de Sua vitória sobre a morte, retomando a mensagem à multidão de judeus que o ouviam: Portanto, que toda a casa de Israel saiba com certeza que Deus o fez Senhor e Cristo - este Jesus a quem vós crucificastes.
O versículo 5 afirma que as pessoas que ouviam a Pedro eram "devotas", tementes a Deus, que estavam em Jerusalém celebrando a Festa das Semanas praticando sua fé judaica, apesar de terem sido espalhadas pelo mundo romano. Elas honravam às Escrituras. É por isso que Pedro cita vários textos do Antigo Testamento para mostrar que as profecias se haviam cumprido em Jesus.
A seguir, Pedro se dirige a toda a casa de Israel, à totalidade da nação e da identidade judaica, que esperava que um messias viesse salvá-los: O Messias já veio! Pedro lhes diz: Podeis saber com certeza, é completamente verdade, que Deus O fez Senhor e Cristo (enviado por Deus), e a casa de Israel O rejeitou. A rejeição do Messias por Israel foi tão extrema que eles o crucificaram. A culpa pela execução de Jesus estava sobre eles.
O sermão de Pedro resume a verdade de quem Jesus era, que Sua morte havia sido planejada por Deus e que Ele havia ressuscitado e recebido autoridade sobre toda a terra. Porém, o povo judeu exigira Sua morte. Eles precisavam lidar com este fato. O que eles haviam feito era uma malignidade, ainda que se encaixasse no plano soberano de Deus.