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Significado de Atos 2:42-47
3000 novos crentes são batizados e se juntam aos discípulos depois que Pedro prega o Evangelho de Jesus e Sua ressurreição a uma multidão, convencendo-os de sua culpa na crucificação do Messias.
Após os incríveis acontecimentos de Pentecostes, lemos como "a igreja" começa. A Bíblia chama "a igreja" de Corpo de Cristo; ela consiste de todos aqueles que crêem em Jesus. Ela prospera desde o início. Os crentes em Jesus começam a viver Seus ensinamentos. Sob a liderança do Espírito Santo, suas vidas são transformadas.
Os discípulos se dedicavam continuamente aos ensinamentos dos apóstolos. Os apóstolos eram os 11 discípulos, o grupo central de seguidores de Jesus (Pedro, Tiago, João e assim por diante), com a adição de Matias, que substituiu a Judas Iscariotes (Atos 1:26). Com 3000 novos discípulos, havia muito ensinamento para os apóstolos fazerem. Eles haviam passado três anos com Jesus, aprendendo com Ele, aprendendo com Seus ensinamentos (em grande parte cometendo erros) e ministrando conforme Ele os instruía. Eles tinham muita experiência pessoal e conhecimento para repassar aos novos seguidores. O próprio Jesus havia aberto suas mentes para entender as escrituras do Antigo Testamento (Lucas 24:44-45). Claro, eles também estavam ensinando a partir da orientação do Espírito Santo (João 14:26).
Além de aprender com os apóstolos, os discípulos se dedicavam à comunhão, a estar juntos, conhecer-se, construir amizades, ouvir e encorajar uns aos outros através de provações e medos, desfrutando da companhia um do outro. Companheirismo significa viver e trabalhar em harmonia uns com os outros. É o que traz significado, recompensa, beleza e realização à vida. Uma chave importante para se restaurar e manter a comunhão em todas as Escrituras é o perdão e a confissão de pecados (1 João 1:1-9; Mateus 6:10, 14).
Os crentes dedicavam-se ao partir do pão. Eles compartilhavam refeições juntos, outro sinal de companheirismo e proximidade. Eles tomavam a Ceia do Senhor juntos em memória de Jesus e do que os símbolos do pão e do vinho representavam espiritualmente. Jesus nos encoraja a responder a Ele espiritualmente e ter a intimidade com Ele como meio de alcançarmos uma riqueza duradoura e sem limites (Apocalipse 3:18-21).
Por fim, os discípulos dedicavam-se à oração. Eles estavam continuamente conversando com Deus. Através da oração, eles louvavam a Deus, assim como cantavam hinos durante o Pentecostes, enquanto esperavam pelo Espírito Santo. Eles foram capazes de, finalmente, ver a missão completa de Jesus, que veio para morrer e ressuscitar para o perdão de seus pecados, para que pudessem viver corretamente diante de Deus. Isso despertava neles ação de graças e alegria. Eles deviam se sentir como cativos libertados da prisão, soltos do poder opressor de uma natureza pecaminosa e capacitados a seguir a Deus (Romanos 6:11-14).
Eles constantemente pediam a orientação do Espírito Santo, bem como proteção. Jesus fora crucificado, afinal, e embora houvesse ressuscitado e ascendido em glória, Ele havia sido odiado pelos líderes judeus em Jerusalém. Ele havia deixado para trás muitos inimigos que pensavam que o Evangelho seria extinto após Sua morte. Na verdade, mais pessoas do que nunca passaram a crer que Jesus era o Filho de Deus e que Ele havia voltado dos mortos e estava assentado à direita de Deus. Os discípulos de Jesus cresciam em número. Ao crescerem em número, cresciam também as tensões com os líderes políticos em Jerusalém. Jesus disse a Seus discípulos muito claramente enquanto ainda estava na terra que eles sofreriam perseguição pelo fato de segui-Lo.
No entanto, lemos que todos continuavam a sentir um sentimento de admiração. O clima geral entre os discípulos era de admiração. A palavra grega original aqui é "phobos", que significa "temor". Lucas a usa em outra parte de seu Evangelho para indicar a reação de Zacarias ao ser visitado por um anjo (Lucas 1:12). Lucas também usa "phobos" para descrever a resposta do povo a Jesus ao ressuscitar um menino dentre os mortos (Lucas 7:16). Eles temeram a Deus, mas também O glorificaram e reconheceram que Ele estava visitando a Seu povo. Este tipo de temor não era aquele que repelia, mas aquele que inspirava adoração. Lucas usa este termo sempre que as pessoas vêem uma obra milagrosa de Deus. Um ser humano não consegue deixar de sentir temor ao ver a ação divina de Deus. O temor, traduzido aqui como admiração, talvez para tornar o conceito mais atraente, leva a nova Igreja para mais perto de Deus, não para longe Dele. Eles viam a realidade de seu Criador trabalhando entre eles, conduzindo-os na medida em que cresciam em número. Era aterrorizante e maravilhoso ao mesmo tempo. Os apóstolos continuavam a realizar muitas maravilhas e sinais. Essas maravilhas e sinais ocorriam através dos apóstolos, operados pelo Espírito Santo entre deles.
Lucas nos fornece uma imagem de como era a primeira igreja cristã. Lemos que todos aqueles que haviam crido em Jesus estavam juntos e tinham todas as coisas em comum. Eles formaram uma comunidade forte onde compartilhavam tudo o que possuíam uns com os outros. Isso pode ter sido por conta da necessidade, como resultado da perseguição que recaiu sobre alguns deles. Como tinham necessidades, essas necessidades eram atendidas por outros.
Os discípulos estavam cheios de um espírito tão generoso e caridoso que foram além de apenas compartilhar o que tinham. Eles começaram a vender suas propriedades e posses para ajuntar mais recursos, com o propósito de compartilhá-los com todos os outros crentes, na medida das necessidades. A principal razão para a arrecadação de fundos era cuidar dos crentes que tinham pouca comida, roupas ou bens. Muito disso pode ter sido devido à perseguição (Hebreus 10:34). Aqui, os crentes haviam assumido uma mentalidade de Reino, não vendo valor algum em acumular coisas materiais que tinham na terra, mas fazendo uso desses bens para elevar a seus irmãos e irmãs em Cristo, suprindo qualquer necessidade que tivessem.
Sua comunidade e comunhão eram diárias: dia após dia, continuando com uma só mente no templo.
A primeira igreja estava unida em um ministério harmonioso, oração e ensino: eles continuavam com uma só mente, não havia divisão ou conflito. Eles se reuniam no que era o espaço aberto e público para os judeus, o templo. É importante notar que, neste período inicial, eles se encontravam no templo. Os primeiros crentes em Jesus eram todos judeus e eles não abandonaram à sua cultura. Jesus Cristo era o cumprimento de todas as promessas de Deus no Antigo Testamento (Lucas 24:44); assim, crer Nele e segui-Lo significava continuar a viver como um israelita devoto. O apóstolo Paulo deixa claro no final de seu ministério que havia seguido aos costumes judaicos durante toda a sua vida (Atos 28:17). Paulo fazia isso enquanto ensinava de acordo com o concílio em Atos 15, o qual decidiu que os gentios estavam livres desses costumes.
Esses primeiros crentes judeus viviam essencialmente toda a sua vida diária uns com os outros: dividindo o pão de casa em casa, compartilhando refeições e compartilhando espaços de convivência. Nada disso foi feito por obrigação; em vez disso, eles estavam tomando suas refeições junto com alegria e sinceridade de coração. Eles estavam experimentando o relacionamento humano como Deus havia pretendido que fosse, um relacionamento harmonioso, onde todos buscam o melhor uns para os outros, onde não há exploração ou aproveitamento. Essas refeições eram compartilhadas com alegria e singeleza de coração: os crentes compartilhavam tudo e estavam cheios de alegria e bons sentimentos. Eles viviam em estado de graça e bênçãos mútuas.
Em tudo o que faziam, os primeiros crentes louvavam a Deus e tinham o favor de todo o povo. Eles davam glória a Deus por seu novo modo de vida e O louvavam por tudo o que Ele estava fazendo por eles.
Durante esse período, é interessante notar que eles contavam com o favor das pessoas. Muito em breve, uma dura perseguição viria dos líderes religiosos em Jerusalém, que estavam empenhados em acabar com a influência de Cristo sobre o povo. Porém, neste momento, a primeira igreja era altamente considerada diante dos judeus. Eles não causavam nenhum dano ou divisão na cidade. De fato, o Senhor aumentava o número dia após dia daqueles que eram salvos. A igreja crescia a cada dia. Os judeus migravam para o Evangelho de Cristo e eram salvos. O Espírito Santo estava agindo poderosamente através dos apóstolos e discípulos.