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Significado de Atos 3:17-21
Pedro, cercado por judeus espantados pela cura do coxo no pátio do templo, continua seu confronto à multidão. Depois de lembrá-los de que eles haviam ajudado a matar Jesus, que Jesus havia ressuscitado e que, pelo poder de Jesus, o coxo havia sido curado, Pedro agora diz: Irmãos, sei que agistes na ignorância, assim como seus governantes. Eles não compreendiam o que estavam fazendo ao clamarem pela morte de Jesus. Na realidade, eles estavam matando a suas próprias esperanças e sonhos.
Isso é consistente com o que Jesus disse da cruz: "Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que estão fazendo" (Lucas 23:34). E é coerente com o que Pedro já havia experimentado, porque ele também havia sido um traidor. Três vezes ele negou ter qualquer associação com Jesus durante Sua tortura, julgamento e crucificação. Porém, o próprio Pedro havia tido sua comunhão restaurada, porque a misericórdia de Deus é infinita (João 21:155-19).
Em Atos 1:3, aprendemos que Jesus deu aos apóstolos um “seminário” de quarenta dias sobre o Reino de Deus após haver ressuscitado dos mortos:
"[aos onze discípulos] [Jesus] também se apresentou vivo depois de seu sofrimento, por muitas provas convincentes, aparecendo-lhes durante um período de quarenta dias e falando das coisas relativas ao Reino de Deus" (Atos 1:3).
Essencialmente, Pedro e os outros apóstolos passaram por um treinamento intensivo de quarenta dias sobre o Reino de Deus ensinado por Jesus antes de retornar ao Céu. Cristo também explicou aos apóstolos como Ele era o cumprimento das profecias do Antigo Testamento: "Todas as coisas que estão escritas sobre Mim na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos devem ser cumpridas", bem como dando-lhes compreensão das Escrituras quando Ele "abriu suas mentes para entender as Escrituras" (Lucas 24:44-45). Aqui, Pedro diz a seu público judeu: Mas as coisas que Deus anunciou de antemão pela boca de todos os profetas, que Seu Cristo sofreria, Ele assim cumpriu. Pedro estava aplicando a lição que (finalmente) aprendeu com Jesus e a estava anunciando a outros.
Há incontáveis profecias sobre Jesus no Antigo Testamento, algumas das quais referindo-se ao nascimento do Messias em Belém (Miquéias 5:2), sua traição por prata (Zacarias 11:12-13a), que Suas vestes seriam rasgadas (Salmo 22:18), que Ele sofreria abusos (Salmo 129:3), que Suas mãos e pés seriam perfurados (Salmo 22:16), para citar apenas algumas. Porém, o Antigo Testamento também previu que o Messias estabeleceria Seu Reino na terra e restauraria o trono de Davi como um Reino perpétuo (2 Samuel 7:16; Zacarias 14:4).
O treinamento especial de Jesus aos apóstolos sobre o Reino dos Céus pode ter sido o lugar onde Pedro finalmente apreendeu o conteúdo de seu sermão, especialmente ao dizer: Portanto, arrependei-vos e voltai, para que os vossos pecados sejam apagados, a fim de que da presença do Senhor venham tempos de refrigério, e que Ele envie Jesus, o Cristo designado para você, a quem o céu deve receber até o período de restauração de todas as coisas sobre as quais Deus falou pela boca de Seus santos profetas desde os tempos antigos.
Esta afirmação é, muitas vezes, ignorada. Se o povo judeu tivesse feito o que Pedro os convida a fazer, ou seja, se arrepender e voltar, o resultado não apenas seria que seus pecados seriam apagados, mas que tempos de refrigério viriam. O refrigério seria enviado da presença do Senhor e a pessoa a quem o Senhor enviaria era Jesus, o Cristo. O que o Cristo havia sido designado a fazer por Israel? Trazer o período de restauração de todas as coisas. Esta restauração de todas as coisas incluía acabar com o pecado e a morte na terra, restaurando a natureza (2 Pedro 3:13; Apocalipse 21:1-4; Romanos 8:22).
O apóstolo Paulo escreve sobre o anseio e gemido da criação pela redenção e restauração, desde a Queda no jardim do Éden (Romanos 8:19-20). O Reino de Cristo será um reino eterno de justiça eterna, como Pedro enfatiza em sua segunda epístola (2 Pedro 3:13). É algo que Deus falou pela boca de Seus santos profetas desde a antiguidade (Daniel 7:27, Daniel 9:24).
Pedro estava lhes dizendo: “Se vocês se arrependerem, se Israel se arrepender, Jesus voltará agora e retomará o trono de Davi (2 Samuel 7:16). Ele só está esperando que vocês o recebam”. Esta é uma declaração impressionante, significando que, se isso tivesse acontecido, nós, na era atual, talvez nunca tivéssemos nascido. A Era dos Gentios talvez jamais existisse (Romanos 11:25).
Paulo fala sobre isso em Romanos 11:11a:
"Digo então, Israel não tropeçou para cair, não é? Mas, por sua transgressão, a salvação chegou aos gentios...” (Romanos 11:11a).
A transgressão dos israelitas é que eles nunca se arrependeram, nunca se afastaram da maldade. Em vez disso, eles continuaram a seguir a seus próprios caminhos. Eles se recusaram a seguir ao caminho de Deus, dizendo: “Estamos esperando o Messias, mas ele precisa se encaixar em nossos planos”. Em vez de receberem ao Ungido de Deus, eles mataram ao Messias, o Filho de Deus. Porém, tal rejeição significava que a salvação viria aos gentios (Romanos 11:11a).
Paulo continua em Romanos 11 e diz que se a rejeição dos judeus trouxe salvação aos gentios, sua restauração é certa! E será ainda melhor do que eles jamais poderiam imaginar:
"Ora, se a sua transgressão é riqueza para o mundo e o seu fracasso é riqueza para os gentios, quanto mais será a sua realização!" (Romanos 11:12).
Israel ainda é o povo de Deus e todas as coisas que lhes foram prometidas acontecerão:
"...porque os dons e o chamado de Deus são irrevogáveis" (Romanos 11:29).
De fato, "todo o Israel será salvo" (Romanos 11:26). Porém, na época de Atos 3, a recusa dos judeus em se arrepender e receber a Jesus como seu Messias significava que Jesus não retornaria naquele momento, o que permitiu que os gentios fossem abençoados através da propagação do Evangelho. Grande parte de Atos mostrará isso, assim como as epístolas de Paulo. Jesus certamente voltará no futuro. Pedro prevê que as pessoas duvidariam disso.
Na segunda epístola de Pedro, ele faz uma previsão sobre o aparecimento de céticos, duvidando de que Jesus realmente retornaria:
"Saibam antes de tudo que, nos últimos dias, os zombadores virão com suas zombarias, seguindo suas próprias concupiscências e dizendo: 'Onde está a promessa de Sua vinda? Pois desde que os pais adormeceram, tudo continua como era desde o início da criação" (2 Pedro 3:3-4).
Pedro responde a tal ceticismo apontando que Deus havia atrasado o retorno de Jesus como uma manifestação de Sua misericórdia:
"O Senhor não é lento em relação à Sua promessa, como alguns contam lentidão, mas é paciente para convosco, não desejando que nenhum pereça, mas que todos venham ao arrependimento" (2 Pedro 3:9).