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Significado de Atos 4:23-30

Os crentes se reúnem e oram para que Deus lhes dê coragem para continuar pregando e curando em nome de Jesus.

Pedro e João haviam sido julgados diante do Sinédrio pela cura de um coxo e por pregarem sobre a ressurreição de Jesus. O Sinédrio lhes pergunta como haviam curado ao homem. Pedro e João explicam que o fizeram através do nome de Jesus, a quem os líderes religiosos haviam matado, mas que Ele havia ressuscitado e era o Messias de Deus, o único nome través do qual o povo judeu poderia se reconciliar com Deus. Os fariseus e saduceus não encontraram razão legal para punir a Pedro e João, porque as pessoas que haviam testemunhado a cura glorificavam a Deus. Assim, eles liberam a Pedro e João, mas os advertem a não ensinar mais sobre Jesus. Os apóstolos respondem abertamente que continuariam ensinando sobre Jesus, porque escolheriam obedecer a Deus, não aos homens. Ao fazerem isso, eles escolheram seguir à autoridade superior de Deus, em vez da autoridade inferior daqueles que fingiam governar em nome de Deus.

Ao serem libertos da custódia, Pedro e João foram até seus companheiros na cidade e relataram tudo o que os príncipes dos sacerdotes e os anciãos lhes haviam dito. Os príncipes dos sacerdotes e os anciãos "ordenaram-lhes que não falassem nem ensinassem em nome de Jesus" e "os ameaçaram ainda mais" (vs. 18, 21). A igreja de crentes em Jesus estava experimentando o primeiro recuo da elite religiosa em Jerusalém. É claro que os apóstolos e discípulos haviam participado de muitos debates e ameaças dos fariseus durante o ministério de Jesus, e tinham visto os sacerdotes e anciãos organizarem a prisão e crucificação de Jesus. Eles provavelmente não ficaram surpresos que o Evangelho tivesse inimigos. Na verdade, Jesus os havia advertido a esperar por isso (Lucas 12:11-12; João 16:1-4).

Assim, depois de ouvirem sobre o julgamento de Pedro e João e as ameaças contra eles, a resposta dos crentes foi orar:

E quando ouviram isto, levantaram a voz a Deus com um acordo e disseram: "Ó Senhor, Tu és que fizeste o céu, a terra e o mar, e tudo o que neles há.

Sua oração é feita em voz alta: Eles levantaram suas vozes a Deus. Sua oração também é unificada: Eles oraram em comum acordo. Havia harmonia em sua oração. Os discípulos e apóstolos começam usando frases de reconhecimento do papel de Deus como Criador de tudo: Ó, Senhor, Tu fizeste o céu, a terra e o mar e tudo o que neles há. Essas frases são semelhantes a outras orações do Antigo Testamento, como em 2 Reis 19:15 e Isaías 37:16, ambas referências a um momento da história de Israel em que o rei Ezequias corria o risco de ser dizimado pelas forças militares mais poderosas do mundo, os assírios. Ele ora para que Deus desse salvação à nação, para que o mundo soubesse que somente Deus era o verdadeiro Deus.

Em Neemias 9:6, onde novamente o povo de Israel se encontra desarmado e desguarnecido, eles também fazem uma oração com linguagem semelhante.

Os crentes continuam citando o Salmo 2, atribuindo a autoria tanto a Davi quanto ao Espírito Santo falando por meio de Davi: Que pelo Espírito Santo, pela boca de nosso pai Davi Teu servo, disse: "Por que os gentios se enfureceram e os povos inventaram coisas fúteis? Os reis da terra tomaram sua posição, e os governantes se reuniram contra o Senhor e contra o Seu Cristo.

Este salmo reconhece que as autoridades humanas sempre tenderão a se rebelar contra Deus. Aqui, Davi pergunta por que os gentios se enfurecem. Os gentios referem-se a todas as nações, exceto Israel. Porém, neste capítulo de Atos, eram os líderes religiosos judeus quem se opunham à vontade de Deus. Isso colocava os líderes judeus em aliança com as nações gentias (como Roma) em oposição ao povo de Deus, e seu verdadeiro Rei, que era Deus (1 Samuel 8:7). O salmo citado acusava vários grupos de reagirem com hostilidade contra Deus: os povos que inventam coisas fúteis, os reis da terra que se posicionavam contra Deus, os governantes que se reuniam contra o Senhor e contra o Seu Cristo.

Essas categorias eram de homens em posição de autoridade, reis e governantes que tratavam ao Senhor e a Seu Cristo como inimigos. Quando o homem obtém o poder, é incomum que ele o abandone ou o use a serviço dos outros. Porém, Deus, como autoridade suprema, convida a todos os homens a se submeter a Ele e a servi-Lo através do serviço ao próximo. Isso era o oposto do comportamento daqueles líderes judeus. Eles ignoravam o milagre de Deus e ameaçavam a Pedro e João para protegerem seu próprio poder político. Eles não serviam aos outros, eles simplesmente eram interesseiros.

É assim com a maioria dos reis ao longo da história bíblica. Eles resistem a Deus, de Faraó a Herodes. Em vez de usarem seu poder para servir, eles usaram seu poder para perpetuar seu poder. No momento em que Jesus nasceu, o rei Herodes o viu como uma ameaça e usou a força das armas para massacrar os bebês de Belém, onde ele sabia que Jesus estava. Ele usou sua autoridade para resistir ao Cristo enviado pelo Senhor. Os discípulos viram este salmo se desenrolar diante de seus olhos. As autoridades de Israel e dos gentios haviam conspirado para executar a Jesus, o Cristo. Eram as mesmas forças que, agora, os ameaçavam; eles sabiam que a ameaça era real.

Os apóstolos reconhecem isso enquanto oram: Pois, verdadeiramente, nesta cidade estavam reunidos contra o Teu santo servo Jesus, a quem ungistes, tanto Herodes como Pôncio Pilatos, juntamente com os gentios e os povos de Israel.

Haviam sido os líderes religiosos judeus que conspiraram para matar a Jesus, mas a liderança romana teve que permitir Sua morte e realizá-la. No julgamento de Jesus, Ele foi levado à presença de vários governantes: os fariseus e saduceus, o rei Herodes e Pôncio Pilatos. Todos ajudaram a matá-lo. Os povos de Israel e os povos dos gentios haviam tomado posição contra a vontade de Deus. Todos haviam se unido para arquitetar o assassinato do santo servo de Deus, o ungido (o Cristo, o Messias, cada termo significando a mesma coisa: o escolhido, separado e enviado por Deus). Mas tudo foi inútil, porque o Cristo ressuscitou dentre os mortos. Ele derrotou o pecado e a morte (Colossenses 2:14; 1 Coríntios 15:54-55).

A crucificação foi predestinada a ocorrer pelas mãos de Deus e pelos propósitos de Deus. Era plano de Deus que Jesus morresse (Filipenses 2:5). Jesus veio à terra para isso mesmo (João 12:27) Os discípulos não entenderam isso até depois da Sua ressurreição (João 2:22).

Agora, os apóstolos e discípulos não estavam chocados. Eles sabiam exatamente onde estavam. Eles reconhecem que seus próprios líderes, seus próprios líderes políticos, suas próprias influências sociais e culturais, haviam feito parte da rejeição a Jesus. Assim, eles se alinham com Deus, a verdadeira autoridade, por meio da oração. Deus é Soberano. Reconhecendo o perigo de sua situação, os discípulos fazem pedidos a Deus. Porém, eles não pedem a Ele que lhes retire o perigo, pelo contrário, pedem a Deus que lhes dê coragem:

E agora, Senhor, tome nota de suas ameaças, e conceda que Teus servos falem a Tua palavra com toda a confiança.

Os apóstolos e discípulos desejavam confiança para continuar a falar a palavra de Deus, chamando-se servos de Deus, o que significava que suas vidas e serviço pertenciam somente a Ele. Os apóstolos e discípulos sabiam que mais oposição os aguardava. Eles podem ter se lembrado das palavras de Jesus sobre como o mundo os odiaria e os perseguiria (João 15:18-25). Os discípulos entenderam que sua missão era ser testemunhas fiéis e corajosas (Mateus 28:18-20; Atos 1:8). Todos os crentes foram chamados a seguir este mesmo exemplo (Apocalipse 1:3; 3:21).

Sua resposta indica que os discípulos entenderam que sua maior oportunidade de obter a maior conquista na vida repousava no sofrimento por Cristo. Isso provavelmente foi parte do que Jesus lhes havia ensinado durante os quarenta dias após Sua ressurreição, quando os instruiu sobre o Reino de Deus (Atos 1:3). Esse princípio é ensinado em todo o Novo Testamento para as gerações seguintes (Filipenses 2:5-10; Romanos 8:17bHebreus 2:9-11; 2 Timóteo 2:2-4).

Os discípulos desejavam continuar a fazer parte do ministério de Deus como Seus instrumentos para trazer almas perdidas a Ele através das obras milagrosas de Deus: Enquanto estendes Tua mão para curar e sinais e maravilhas acontecem através do Nome de Seu santo servo Jesus. Eles atribuem todo o poder e milagres feitos através deles a Deus, não a si mesmos. Os sinais, as maravilhas e a capacidade de curar eram feitos pela mão de Deus, em nome de Jesus, o santo servo de Deus. Eles estão determinados a reconhecer o Nome de Jesus como o Cristo de Deus e servo santo. Ele não havia sido apenas um homem. Ele era Deus e o Messias que Israel esperava há muito tempo.

Os discípulos e apóstolos pedem confiança nas ameaças contra eles. Confiança para continuarem a viver e a falar em nome de Jesus. Eles claramente encontram seu conforto em Deus, não nas circunstâncias. Eles veem uma oportunidade de serem testemunhas como um privilégio e oram para que possam ser testemunhas fiéis. Isso mostra uma verdadeira compreensão da principal prioridade de suas vidas.

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