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Significado de Amós 3:3-8

Amós usa uma série de perguntas retóricas para anunciar o julgamento sobre os israelitas desobedientes.

Tendo lembrado aos israelitas de seu relacionamento especial com o SENHOR (vv. 1-2), Amós usa uma série de perguntas retóricas para anunciar o julgamento sobre as pessoas que não haviam obedecido aos princípios do pacto. Uma pergunta retórica é uma pergunta feita para trazer uma lição, ao invés de esperar por uma resposta. Assim, ao fazer essas perguntas, Amós traz à luz o princípio de que nada acontece sem uma razão.

No versículo 3, Amós diz: Andarão dois homens juntos, a menos que tenham um compromisso? A resposta para essa pergunta é obviamente "não". Dois homens não podem andar juntos sem antes terem um compromisso. Eles precisam concordar em encontrar-se em um determinado lugar e se deslocar juntos até chegarem ao seu destino. Da mesma forma, o SENHOR não andaria com Israel caso Israel não estabelecesse um relacionamento de aliança com Ele, um pacto pelo qual Ele os aceitaria como Sua "própria posse entre todos os povos" da terra (Êxodo 19:5).

No versículo seguinte, Amós usa a imagem de um leão para fazer duas perguntas. A primeira pergunta é: Um leão ruge na floresta quando não tem presa? A resposta negativa implícita aqui é “não”. Um leão não ruge a menos que tenha sua presa à vista e esteja pronto para saltar sobre ela. A segunda pergunta é: Será que um jovem leão ruge em sua toca a menos que tenha capturado algo? Outra resposta negativa está implícita. Um jovem leão não ruge ou anuncia sua voz, a menos que tenha pego algo. Da mesma forma, o SENHOR não rugiria de Sião se não estivesse prestes a atacar a Israel (Amós 1:2). Tal ataque era inevitável porque Israel havia falhado em seguir às estipulações de seu pacto com Deus.

O versículo 5 também contém duas perguntas, ambas relacionadas à captura de pássaros. Amós primeiro pergunta: Um pássaro cai em uma armadilha quando não há isca nela? As armadilhas eram dispositivos usados para capturar e prender animais. Amós esperava que seu público entendesse que um pássaro no ar não cairia em uma armadilha no chão, a menos que alguém colocasse uma armadilha. Da mesma forma, Amos pergunta: Uma armadilha é levantada da terra quando não captura nada? Não. Uma armadilha montada para capturar animais não se levanta da terra antes de ser acionada por algo. Israel havia desencadeado a seu próprio castigo devido ao seu comportamento maligno e desobediente.

No versículo 6, o profeta muda da imagem animal (vv. 3-5) para a imagem do medo e do terror da batalha. Ele diz: Se uma trombeta é tocada em uma cidade, o povo não tremerá? No mundo antigo, as trombetas eram tocadas para sinalizar algum tipo de perigo. Tal alerta poderia causar medo entre as pessoas. Portanto, ao responder "sim" à pergunta de Amós, o povo de Israel estava recebendo a oportunidade de desacelerar e pensar sobre o perigo iminente para seus comportamentos. Este ponto é confirmado ainda mais quando Amós pergunta: Se uma calamidade ocorre em uma cidade, o Senhor não a fez? Todos os acontecimentos estão nas mãos de Deus. Através desta outra pergunta retórica, cuja resposta era "sim", Amós relembra ao povo de Israel que o Deus Susserano que os havia escolhido e tomado como Sua propriedade particular era o único que poderia enviar uma calamidade sobre uma cidade. Assim, sempre que uma calamidade ocorria, os israelitas pensavam profundamente na mensagem do profeta, já que ele estava prevendo o julgamento sobre eles. A calamidade não seria um acidente, mas parte de sua disciplina.

Elaborando seu ponto principal de que nada acontece sem uma razão, Amós agora diz: Certamente o Senhor Deus não faz nada a menos que Ele revele Seu conselho secreto a Seus servos, os profetas. Nos tempos bíblicos, o SENHOR frequentemente usava os profetas para falar em Seu nome, visando dizer a verdade ao Seu povo do pacto. A verdade era, muitas vezes, a respeito de seu maus comportamentos, chamando-os ao arrependimento. As mensagens também tinham a ver com o que Deus faria e o que eles precisavam fazer.

Por exemplo, o SENHOR usou o profeta "Aijá, o Silonita" para prever a divisão do império do rei Salomão (1 Reis 11:29-39). Essa profecia se cumpriu logo após a morte de Salomão, quando seu filho e sucessor, Roboão, rejeitou ao conselho dos anciãos que lhe pediram para aliviar a carga das políticas de impostos pesados e trabalho forçado de Salomão - eles pediram um corte de impostos para melhorar a vida do povo (1 Reis 12:1-20).

Da mesma forma, Isaías previu que um certo governante chamado Ciro permitiria que os israelitas retornassem à sua terra natal e reconstruíssem o templo de Jerusalém (Isaías 44:28). Esta profecia se cumpriu durante o tempo de Esdras. Quando Ciro se tornou rei da Pérsia, ele enviou uma proclamação a todo o seu reino, dizendo: "O Senhor, o Deus do céu, me deu todos os reinos da terra e me designou para construir-lhe uma casa em Jerusalém, que fica em Judá. Quem estiver entre vós de todo o Seu povo, que o seu Deus esteja com Ele! Suba a Jerusalém que está em Judá e reconstrua a casa do Senhor, o Deus de Israel; Ele é o Deus que está em Jerusalém" (Esdras 1:2-3). Como resultado do decreto de Ciro, o "templo foi concluído no terceiro dia do mês Adar; era o sexto ano do reinado do rei Dario" (Esdras 6:15). Esses exemplos mostram que o SENHOR sempre revelava Seu plano a Seus servos, os profetas.

Apesar disso, o povo não tinha um bom histórico de dar ouvidos aos profetas. Estêvão proclamou isso aos governantes, que provaram seu ponto de vista ao apedrejá-lo:

"Qual dos profetas seus pais não perseguiram? Mataram aqueles que já haviam anunciado a vinda do Justo, cujos traidores e assassinos vocês agora se tornaram; vós que recebestes a lei como ordenados por anjos, e ainda assim não a guardastes" (Atos 7:52-53).

Jesus confirma esta perspectiva lamentar sobre Jerusalém, dizendo:

"Jerusalém, Jerusalém, que mata os profetas e apedreja os que lhe são enviados! Quantas vezes eu queria reunir seus filhos, a maneira como uma galinha reúne seus filhotes sob suas asas, e você não estava disposto" (Mateus 23:37).

Amós conclui dizendo: Um leão rugiu! Quem não temerá? O Senhor Deus falou! Quem pode senão profetizar? Essas duas linhas são paralelas, sugerindo que a palavra "leão" se refere ao Senhor. Ou seja, o Deus Todo-poderoso rugiu como um leão para anunciar o julgamento sobre Seu povo do pacto. O povo de Israel deveria temer, porque Deus era um fogo que consome (Deut. 4:24). E uma vez que o SENHOR havia revelado claramente Suas intenções ao profeta Amós, ele [Amós] foi compelido a profetizar. Deus levantou Seu profeta para alertar ao povo sobre Seu julgamento, chamando-o ao arrependimento. Deus é sempre justificado ao julgar, porém não deseja que ninguém pereça (Salmo 51:4, 2 Pedro 3:9).

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