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Significado de Colossenses 2:13-15
Paulo continua a descrever o que significa estar em Cristo. A incrível verdade do Evangelho, conforme descrito por Paulo aos colossenses, é que nos unimos a Cristo. Jesus é o Cabeça e toda a criação é o corpo. Somos feitos parte do Corpo de Cristo através da fé. Jesus fez todo o trabalho de destruir o abismo entre nós e Deus criado pelo pecado.
As ações que tomamos determinam nossa administração dessa dádiva. Temos o privilégio de trabalhar em parceria com Cristo e alcançar a experiência plena do grande dom que nos foi dado. Não é o caminho de obediência que nos torna parte do corpo de Cristo; isso nos é concedido através da fé. O que precisamos fazer, no entanto, é escolher caminhar na realidade dessa nova vida através do poder da ressurreição de Jesus, em vez de continuarmos a andar em nossos velhos caminhos. Quando continuamos no pecado, colhemos as consequências do pecado do qual fomos libertos, para nosso próprio prejuízo (Romanos 6:1-2).
Paulo começa esta seção da seguinte maneira: Quando estáveis morto em vossas transgressões e na incircuncisão de vossa carne. Havia uma realidade espiritual à qual os colossenses deveriam enfrentar. Suas transgressões os levavam à consequências adversas. Paulo descreve a consequência negativa das transgressões provenientes da nossa carne: a morte. A palavra “morte” significa “separação”. A palavra grega para “transgressões” - "paraptoma" - significa "cair".
Os colossenses eram incrédulos, mortos em suas transgressões. Eles não estavam imersos no corpo de Cristo, não eram novas criaturas, não tinham o poder da ressurreição de Cristo habitando em seu interior. Nessa condição, eles estavam mortos em suas transgressões. Eles não tinham recebido a circuncisão espiritual do coração através da fé em Cristo (Colossenses 2:11-12). Sua condição natural de incredulidade os levava a viver na incircuncisão de sua carne. Paulo orienta os crentes colossenses a se lembrar de sua antiga condição, antes de serem redimidos por meio de Cristo.
Conforme o ensino de Paulo, os crentes colossenses tinham uma nova posição. As coisas mudaram. Eles agora haviam sido redimidos. Eles tinham o poder da ressurreição de Jesus habitando em seu interior. Eles haviam sido feitos novas criaturas em Cristo, tendo sido enxertados em Seu corpo.
Portanto, se voltassem a andar na carne, eles estariam escolhendo o caminho antigo, cujas consequências eram a morte e a separação. Os crentes colossenses tinham uma nova posição, mas poderiam optar por andar na antiga condição.
Os falsos mestres que tentavam enganar aos crentes colossenses poderiam estar lhes dizendo que, após terem sido redimidos, eles poderiam pecar sem consequências adversas. Não era bem assim. O pecado sempre traz consequências negativas.
Quando os crentes andam na transgressão da carne, cria-se uma separação, uma morte. Por um lado, ficamos separados do poder da ressurreição de Jesus. Pense em numa bateria "morta". A energia está desligada. Assim ocorre quando os crentes andam na carne e se afastam dos caminhos de Cristo. Quando semeamos na carne, colhemos corrupção (Gálatas 6:7-8a).
Havia dois caminhos aos quais os crentes, como os colossenses, deveriam escolher. Um deles era o velho caminho do qual haviam sido libertos, o caminho da carne. Isso os levaria à consequência da morte. O outro era o novo caminho que levava à vida. Este é o modo de viver no poder da ressurreição de Cristo.
O caminho da carne é uma transgressão contra Deus, uma perversão do desígnio para o qual Ele nos criou. Ele nos leva a ficar longe do poder de Deus. Se vivermos de acordo com nossas próprias forças, alcançamos as recompensas corruptas do mundo. Porém, quando caminhamos na nova vida que nos foi dada, alcançamos a verdadeira vida em Cristo e recebemos a maior das recompensas espirituais.
O fato de Paulo ter que explicar tudo isso revela que muitas vezes é difícil manter uma perspectiva verdadeira. Vivemos em um mundo caído. Ainda temos nossa velha carne habitando dentro de nós (Romanos 7:18). O mundo constantemente nos alimenta de engano. Paulo estava encorajando os colossenses a se lembra de seus velhos caminhos e perceber que Cristo os havia redimido do poço do pecado.
Ele vos vivificou junto com Ele, tendo perdoado todas as nossas transgressões. Todos os pecados dos incrédulos foram anulados em Cristo. Não havia razão para os colossenses confiarem em rituais religiosos, como a circuncisão. Fazê-lo seria dizer: "A morte de Jesus na cruz foi insuficiente".
Jesus, de certa forma, trouxe os colossenses a Ele em Sua morte e ressurreição (Colossenses 2:9-12). Ele levou todas as transgressões e suas consequências com Ele para a cruz. Ele perdoou a tais transgressões, criando um caminho de realinhamento para cada ser humano, uma forma de vivificá-los, colocando-os numa posição de justiça e comunhão com Deus.
A morte de Jesus trouxe os crentes a um novo relacionamento com Deus, tendo cancelado a certidão de dívida que consistia em decretos contra nós, que nos era hostil. A “certidão de débito” era um documento legal que garantia a justiça. No plano espiritual, uma transgressão requer um pagamento. É preciso pagar um preço. A certidão consistia em decretos contra nós. Isso significava que éramos acusados e culpados.
No entanto, Jesus cancelou essa dívida e os crentes agora estão justificados diante Dele (Romanos 5:1). Portanto, não faz mais sentido procurarmos ser justificados por meio de atos religiosos (Gálatas 2:17). Se buscarmos ser justificados por meio de atos religiosos, como a circuncisão física, negligenciamos a grande justificação que nos foi dada gratuitamente por meio de Cristo.
A lei tinha decretos que nos eram hostis. Os decretos não eram bons para nós porque impõem leis às quais não podemos cumprir (Atos 15:10; Romanos 8:3-4). A palavra grega “hostil” é "hypenantios" e significa "oposto" ou "adversário". A culpa não é da lei; a lei é boa (Romanos 7:13-14). O problema é que a lei é o oposto do que somos capazes de fazer em nosso estado natural, antes de nos tornarmos crentes (Romanos 7:13).
Porém, Jesus resolveu o problema. Jesus cancelou esse endividamento. Fê-lo suportando as custas exigidas, cumprindo assim a justiça. Ele fez o que não podíamos fazer. Ele a removeu (a dívida com a lei) do caminho, pregando-a na cruz. Jesus tirou esse laço do nosso pescoço. O código espiritual da justiça ao qual havíamos transgredido foi removido. Não precisamos gastar um grama de energia tentando pagar a dívida. Está resolvida. Está fora do nosso caminho.
Jesus fez isso pregando-a (nossa dívida) na cruz, uma alusão à Sua morte. Em essência, Jesus levou essa certidão de dívida para a cruz com Ele. Ela foi pregada ali, como o próprio Cristo foi pregado. E foi paga assim que Jesus morreu.
Perceba que Paulo não diz que esse endividamento desce da cruz. Somente Jesus desceu da cruz. Ele morreu, foi sepultado e ressuscitou. A dívida, porém, está pregada na cruz para sempre. Portanto, não há razão para procurarmos ser justificados por meio de atos religiosos ou das tradições dos homens (Colossenses 2:8). Para os colossenses gentios, caso eles cressem nos falsos ensinamentos que diziam: "Vocês precisam acrescentar algo ao que Jesus fez, ser circuncidados e seguir às regras religiosas judaicas para serem justificados", eles estariam dizendo que ainda havia pecados a serem cobertos. Era como se Jesus não os tivesse pago toda a dívida; alguns desses "saíram da cruz" e os colossenses precisavam lidar com eles.
Paulo travou essa batalha tanto em sua carta aos romanos quanto em sua carta aos gálatas. Os crentes gentios estavam sendo informados de que a morte de Jesus na cruz era insuficiente para alcançarem a justiça. Eles estavam sendo ensinados que precisavam ser circuncidados. Porém, Paulo deixa claro aqui que a justificação aos olhos de Deus vem de uma só fonte: o sangue de Jesus derramado na cruz.
Isso levanta um paradoxo. Por um lado, através da fé em Cristo, somos perdoados para sempre de todos os pecados, incluindo pecados passados, presentes e futuros. Isso significa que, se pecarmos no futuro, tudo já está pago. É como um cartão de crédito sem limites.
No entanto, Paulo deixa claro aos colossenses que não era do seu interesse "usar esse cartão de crédito" e continuar no pecado. Por que? Não porque sobrecarregaria o que Jesus fez na cruz. Estava claro que todo pecado havia sido pregado na cruz junto com Jesus. A realidade é que usar o cartão de crédito não seria bom para eles, já que eles não alcançariam a plenitude da vida. Escolher esse caminho não seria apenas um ato de desobediência a Deus, mas também um ato de insensatez e tolice da pessoa.
Assim, nos resta escolher se seguiremos à nossa carne (e suas consequências adversas) ou ao Espírito de Deus (e as recompensas da vida). Somos justificados aos olhos de Deus independentemente do que fazemos. Entretanto, a experiência da nossa vida depende completamente das nossas escolhas. O outro paradoxo é que a lei, à qual não conseguimos cumprir, é cumprida sempre que andamos em Espírito (Romanos 8:4). Porém, ao tentarmos obedecer à lei para alcançar a justificação, nos separamos da confiança no poder da ressurreição de Deus e perdemos Suas bênçãos.
As implicações do que Jesus fez na cruz ao nos justificar e pagar todas as dívidas devidas às nossas transgressões reverberam em toda a plenitude do reino espiritual. Quando Jesus morreu na cruz como ser humano, Ele derrotou a Satanás, o nosso acusador (João 16:11).
Com isso em mente, Paulo diz: Quando desarmou os governantes e as autoridades. Quando Jesus morreu na cruz e pagou a dívida por cada pecado, Ele desarmou a capacidade de Satanás de acusar (Ver comentário sobre o Salmo 8:2). Esses governantes e autoridades no plano espiritual foram derrotados. No entanto, eles ainda não foram eliminados; isso ocorrerá num momento posterior (Apocalipse 12:12).
A palavra grega “desarmado” é "apekdyomai" e significa "espólio" ou "o que é deixado de lado". Então, o que Cristo deixa de lado com Sua morte e ressurreição na cruz? Paulo diz que são os governantes e as autoridades. Apenas alguns versículos anteriores a este, em Colossenses 2:9-10, Paulo diz:
"Porque nele habita toda a plenitude da Deidade em forma corporal, e nele fostes completados, e Ele é a cabeça sobre toda regra e autoridade" (Colossenses 2:9-10).
Conforme abordado nos comentários sobre o Salmo 8 e Hebreus 2, parece que quando a humanidade caiu, Satanás recuperou sua autoridade para governar a terra (João 12:31). Quando Jesus ressuscitou dos mortos, derrotando o pecado e a morte, Ele ascendeu sobre todos os governantes e autoridades, como ser humano (Mateus 28:18; Filipenses 2:9-11; Apocalipse 3:21).
Paulo estabelece que Cristo é supremo sobre todas as regras e autoridades. A palavra “regra” (tanto no versículo 10 quanto aqui no versículo 15) significa "começo" e a palavra “autoridade” significa "poder" ou "energia para agir". Portanto, se Cristo desarmou a todos os outros governantes, principalmente a Satanás, Ele é o princípio (regra) e o poder (autoridade) por trás de toda justiça. De fato, Ele é supremo sobre todas as coisas.
É, portanto, sensato confiarmos Nele e somente nEle para nossa justificação na presença de Deus. Ele carregou todos os nossos pecados, que foram pregados na cruz. Então, por que realizaríamos rituais religiosos buscando ser justificados? Fazê-lo, por causa de exigências de outras pessoas, fará com que nos afastemos de nossa confiança no verdadeiro Cabeça. Isso é algo inútil e destrutivo (Gálatas 2:17).
Faz sentido confiarmos em Jesus. Ele sabe o que é melhor para nós. Com essa mentalidade, torna-se uma decisão natural segui-Lo em completa obediência. Ele tem nosso melhor interesse em mente e, quando seguimos a Seus caminhos, escapamos da destruição.
Jesus não apenas derrotou aos governantes e autoridades, Ele fez uma exibição pública deles, triunfando sobre eles na cruz. Jesus expôs àqueles que possuíam a autoridade de governo, mais especificamente a Satanás (João 12:31). Ele puxou a cortina e mostrou a essas autoridades Sua morte e destruição.
A palavra grega “abertamente” aqui é "parresia", significando "abertura" ou "sem reservas". Fala-se muitas vezes de Cristo como a revelação de Deus ao mundo. É a manifestação plena da Deidade. Deus fez isso abertamente no mundo físico para que pudéssemos observar, registrar, compartilhar e refletir — e, em última análise, basear nossa ação, atitude e existência em torno disso.
A perseguição e a morte de Jesus não se desenrolaram apenas no mundo espiritual, aconteceram diante da terra e do Céu. Jesus foi crucificado na presença de todos, ressuscitou e apareceu a muitas testemunhas (1 Coríntios 15:6). Ele subiu ao céu na presença de muitas testemunhas (Atos 1:9-11).
Através de Sua morte e ressurreição, Jesus fez tudo isso, tendo triunfado sobre eles. Ou seja, ele ven eu. O que aconteceu na cruz foi uma vitória sobre o pecado e sobre a morte (1 Coríntios 15:54-57; 1 João 5:4).
A palavra “triunfo” aqui é a palavra grega "thriambeuo.” É uma palavra composta que inclui elementos de uma canção barulhenta, uma procissão pública e uma vitória.
No mundo romano da época, o triunfo era uma espécie de desfile, uma procissão em Roma celebrando uma vitória militar. César, por exemplo, conseguiu um triunfo após conquistar a Gália. Colossos havia sido uma colônia grega que acabou sendo enxertada ao Império Romano. Assim, os crentes certamente já haviam visto ou estavam familiarizados com a noção de uma procissão do triunfo.
Assim, em uma das grandes ironias da realidade, o maior triunfo foi feito por Jesus, que não era apenas homem. Jesus era, ao mesmo tempo, Deus e homem. Seu triunfo veio através de Sua morte e ressurreição, não de um desfile. A maior vitória de todos os tempos foi uma vitória sobre a morte e ela veio através do Rei conquistador que tornou-se, Ele próprio, o sacrifício.
A morte de Jesus atendeu aos requisitos de nossa dívida legal e espiritual, revelando também a supremacia de Cristo, para a vergonha de todos os competidores ou usurpadores de governos e autoridades.