AaSelect font sizeSet to dark mode
AaSelect font sizeSet to dark mode
Este site utiliza cookies para melhorar sua experiência de navegação e fornecer conteúdo personalizado. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso de cookies conforme descrito em nossa Política de privacidade.
Significado de Colossenses 2:20-23
Ao longo do Capítulo 2, Paulo encoraja os crentes em Colossos a permanecerem comprometidos com a mensagem de Cristo, visando não se permitirem desviar por distrações periféricas e secundárias defendidas como requisitos para se tornarem justos aos olhos de Deus. O apóstolo estabelece uma pergunta retórica no versículo 20: Se morrestes com Cristo para os princípios elementares do mundo...
Esta é uma declaração condicional. Está claro aqui que Paulo assume essa afirmação como verdadeira. Ele passa grande parte da carta celebrando o fato de os colossenses compartilharem a morte de Cristo e adquirirem a nova vida.
A expressão “princípios elementares” se conecta diretamente ao uso da mesma palavra em Colossenses 2:6, onde Paulo diz que os colossenses não deveriam ser enganados. Os colossenses provavelmente reconheciam a expressão “princípios elementares” como uma referência à circuncisão. Ser circuncidado significava comprometer-se com a obediência às regras religiosas judaicas.
Quando cremos em Jesus, compartilhamos Sua morte (Colossenses 2:12). Quando cremos em Jesus e recebemos o dom gratuito da vida eterna, Ele circuncida nossos corações (Colossenses 2:11). Portanto, não faz sentido submeter-se às regras religiosas como se elas pudessem nos levar à justiça. Paulo encoraja os crentes colossenses a não se submeterem às regras religiosas, mas a andarem na graça.
Haja vista que Cristo pagou todas as nossas dívidas e agora estamos em Cristo e Cristo está em nós, Paulo pergunta: Por que, como se estivesses vivendo no mundo, vos submeteis a seus decretos? Curiosamente, Paulo afirma que as regras religiosas relaciodas às atividades diárias (comida e bebida), festas religiosas (tradição) e disciplinas espirituais (sábado) eram decretos determinados por autoridades humanas, não divinas. Jesus repreendeu aos líderes religiosos judeus por usarem mal os mandamentos dados por Deus para o bem de Seu povo, transformando-os, ao invés disso, em fardos pesados aos quais eles não podiam suportar (Mateus 23:5, 14; Marcos 2:27). O objetivo dos líderes era o de ganhar destaque entre os homens. Este não era o sistema de valores de Deus, mas do mundo.
Cristo cancelou nossa dívida na cruz (Colossenses 2:14). A dívida impagável foi cancelada. Esta é a realidade à qual devemos receber pela fé. Assim, é fútil e até absurdo sujeitarmo-nos a regras feitas pelos homens como se isso, de alguma forma, apaziguasse (retribuísse) a Deus. Viver assim é estar longe da realidade de que estamos em Cristo, porque passaremos a viver como se estivéssemos no mundo. Nossa verdadeira cidadania agora está no Céu (Filipenses 3:20). Devemos lealdade a Deus como nosso Rei. Por que nos submeteríamos a pequenos tiranos e suas regras religiosas?
Paulo está chamando a atenção dos irmãos à inconsistência de uma vida dupla. Os colossenses não poderiam reivindicar uma vida dependente da supremacia de Jesus e, ao mesmo tempo, agir/pensar/falar como se a obediência à regras religiosas fosse a verdadeira chave. Se fizessem isso, estariam desalinhados com o Cabeça.
A expressão “submeter-se a decretos” é "dogmatizo", de onde vem a palavra "dogma". Significa “estar sujeito a ordenanças”. Esta é a única vez que esta palavra é usada no Novo Testamento. Quando os homens afirmam que as pessoas têm de seguir às suas regras "porque Deus disse" ou porque "Deus vai puni-lo se você não o fizer", eles estão usurpando uma autoridade que pertence somente a Cristo.
O objetivo de um bom líder é apontar as pessoas para a verdadeira cabeça, que é Cristo. Aqueles que desejam o controle mundano sobre as pessoas (e seus recursos) normalmente usam ordenanças para colocar as pessoas sob controle. Paulo exorta os crentes colossenses a evitar submeter-se a tais líderes. A escolha era deles e eles precisavam escolher com sabedoria. O Novo Testamento enfatiza que a verdadeira liderança exerce autoridade para servir, não dominar, como acontece no mundo (1 Pedro 5:2-4). Cabe a cada crente discernir se um líder/pregador/mestre tem um estilo de vida obediente a Cristo e ouvir apenas a essas pessoas (Lucas 7:15-20).
Paulo dá alguns exemplos desse tipo de ordenanças: "Não manuseies, não proves, não toques!" (as coisas são todas destinadas a perecer pelo uso). Essas diretrizes elementares são baseadas no mundo material - manusear, provar, tocar. Paulo usa isso como exemplos de regras sem nenhum benefício espiritual verdadeiro. São meramente regras destinadas a colocar as pessoas sob o controle de líderes carnais que não direcionam as pessoas para Cristo. Pelo contrário, enganam. Jesus pagou a dívida que não poderíamos pagar, ela se extinguiu. Não devemos permitir que as pessoas nos manipulem e ganhem controle sobre nós. Também não devemos substituir a fé em Cristo por uma lista de obrigações morais superficiais.
É evidente que a única maneira de tais líderes carnais ganharem poder sobre nós é quando nos submetemos a eles por nossa própria vontade. Paulo indica aos colossenses que escolhas seriam de seu melhor interesse e que escolhas seriam prejudiciais a eles. Não é do nosso interesse submetermo-nos àqueles que tentam obter controle sobre nós. Essas pessoas usam ordenanças (Não manuseie, não prove, não toque) a fim de trazer-nos em submissão. Devemos exercer a vontade que Deus nos concedeu como mordomos pela fé e não nos submetermos a esses tipos de ordenanças.
Essas regras superficiais como não manusear, não provar, não tocar referem-se a coisas destinadas a perecer com o uso. Elas não são espirituais e não são eternas. Se nos submetermos ao seu governo, negligenciaremos a realidade de que nossa dívida já foi completamente perdoada (Colossenses 2:14). Além disso, abandonaremos o Cabeça (Cristo), que tem nosso melhor interesse em mente. Ao invés disso, seguiremos a líderes carnais cujo desejo é nos explorar para seu próprio benefício.
Em vez de seguirmos aos ensinamentos de Cristo, que nos levam à vida, nos encontraremos vivendo de acordo com os mandamentos e ensinamentos dos homens. Não apenas viveremos como se nossa dívida já não tivesse sido cancelada, mas também estaremos seguindo um cabeça que nos explorará.
Essas regras são coisas criadas pelos homens para seu próprio benefício carnal, coisas tangíveis às quais nós (como seres humanos) podemos facilmente entender e controlar. Seguir regras como não manusear, não provar e não tocar pode perpetuar a ilusão de que controlamos a Deus. Se usarmos essas regras para tentarmos controlar a Deus (fazendo com que Ele nos perdoe pelo fato de obedecermos a regras, por exemplo), as regras se tornarão um instrumento de idolatria. A essência da idolatria é a ilusão de que controlamos a Deus.
Isso não significa que os princípios que os homens transformam em regras são coisas ruins em si mesmos - Jesus deixou claro que o sábado foi dado como um grande benefício para a humanidade. Significa, no entanto, que quando tornamos algo destinado a nos beneficiar em um meio de controle e coerção, o transformamos em algo prejudicial, algo que, ao mesmo tempo, traz mais atenção ao foco errado e menos atenção ao verdadeiro valor.
Os mandamentos e ensinamentos de Cristo devem substituir aos dos homens. Os ensinamentos de Cristo destinam-se ao benefício de cada pessoa. Os mandamentos dos homens inevitavelmente se transformam em atos de exploração coercitiva. A preocupação de Deus é com o coração. Deus deseja que escolhamos perspectivas corretas e que façamos escolhas que busquem o melhor para os outros (1 Coríntios 13:3). O oposto disso é a criação de regras para controlar e explorar aos outros.
Homens que criam regras, condenam os outros e, assim, ganham controle tendem a ser astutos. Paulo estava lidando com líderes religiosos que instituíam várias regras religiosas que tinham a aparência de sabedoria. No caso do sábado, é claro que viver este princípio nos traz bênção. No entanto, aqueles líderes religiosos tomaram este bom princípio e o transformaram em uma ferramenta de controle, uma religião. Quando seguimos a tais pessoas, não mais seguimos a Cristo como nosso Cabeça. Agora, seguimos a uma religião feita por homens.
As práticas podem parecer boas. Elas podem parecer cheias de sabedoria, porém sem a verdadeira essência da sabedoria. A palavra “aparência” aqui é, na verdade, a palavra grega "logos", significando "palavra" ou "fala". Assiim, muito do que chamamos de sabedoria não é realmente sabedoria.
Ao rotular isso de religião, o que Paulo quer dizer é que passamos a "adorar às nossas próprias vontades", o que significa que adoramos ao que desejamos, ou que acabaremos adorando a nós mesmos. De qualquer forma, tal religião não é a verdadeira religião de Cristo, que nos diz para nos concentrarmos em servir aos outros. Pelo contrário, é uma religião do nosso próprio ego inchado. Ironicamente, essa religião auto-produzida inclui práticas de autodepreciação e tratamento severo do corpo. Em vez do jejum para buscarmos a Deus, podemos tentar provar a nós mesmos e aos outros que somos pessoas dignas. O tratamento severo do próprio corpo é, na verdade, um meio distorcido de se exaltar. Algumas pessoas passam a desfrutar dessa autodestruição corporal porque isso lhes dá uma sensação de controle sobre outros.
Nós realmente controlamos nossas escolhas, dentro dos limites permitidos por Deus e certamente podemos fazer escolhas autodestrutivas. Paulo desejava que os colossenses reconhecessem a loucura de seguirem a tais ensinamentos religiosos e os encoraja a evitar se submeter a tais pessoas. Paulo desejava que os crentes fizessem escolhas para a vida.
Qual é o problema de todas essas regras religiosas? No final das contas, elas simplesmente não funcionam. Seguir a regras religiosas pode ter toda a aparência de bondade e eficácia, mas elas não têm valor contra a satisfação carnal. Toda essa ginástica moral que fazemos para nos sentir certos e bons só provam duas coisas: somos adeptos ao autoengano e não somos capazes de ser santos por nós mesmos.
Essas regras religiosas supostamente necessárias para nos tornar justos e agradáveis a Deus são, na realidade, indulgências carnais. Seguimos a nós mesmos em nome de seguirmos a Deus. É provável que sejamos engolidos por essas autojustificativas. Tentamos provar a nós mesmos que somos mito bons na maioria das áreas, por isso esse “pecadinho” aqui não é um problema. Por fim, passamos a adorar às nossas próprias emoções e começaremos a pensar algo é bom simplesmente porque nos sentimos bem ao praticá-lo.
No fim, nossa carne tomará esses princípios elementares e os usará em seu próprio benefício. Ela nos levará da liberdade de volta à escravidão - escravidão à nossa carne (Romanos 6:15-16). Quando seguimos à nossa carne, escolhemos a consequência da carne, ou seja, a ira de Deus (Romanos 1:18,,, 222426). Trazemos a ira de Deus sobre nós mesmos, em nome da religião.
Precisamos apenas do Cristo crucificado e sepultado. Precisamos escolher andar no Espírito e no poder da ressurreição, servindo aos outros com nossos dons. Precisamos seguir a Cristo como nosso Cabeça. Sem estarmos unidos a Ele, entregando-nos a Ele, tudo se volta ao reino da nossa própria criação. Se perdermos essa oportunidade, perderemos as recompensas da herança que Deus nos deu (Colossenses 3:23).