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Significado de Colossenses 2:6-8
Os crentes em Colossos exibiam "boa disciplina" e "estabilidade" (Colossenses 2:4-5). Com este fundamento estabelecido, alinhado ao elogio de Paulo por sua fé no capítulo 1, Paulo agora prossegue para um dos principais propósitos de sua carta. Ele desejava exortar os colossenses a permanecerem no caminho certo.
Ele diz: Portanto (ou seja, pelo fato de vocês terem este fundamento de boa disciplina e estabilidade), assim como recebeste a Cristo Jesus, o Senhor, andem Nele. Muitos dos escritos de Paulo para as várias igrejas faziam este mesmo apelo: vocês já creram em Jesus, agora continuem a andar Nele, vivendo de acordo com Ele, para que possam obter os tremendos benefícios de sua escolha.
Os colossenses havia recebido a Cristo Jesus, o Senhor. No capítulo 1, versículo 8, Paulo diz que ouvira o relato de Epafras sobre a fé dos colossenses. Paulo não fundou a igreja em Colossos, nem nunca a visitou. Ele estava escrevendo da prisão em Roma, onde estava sofrendo pelo testemunho de Cristo. Porém, ele ouviu sobre o relato de fé dos colossenses. Até este ponto da carta, Paulo falou sobre a beleza e abundância de Jesus Cristo, bem como sobre o benefício de alinharem seus corações ao Dele. Os colossenses ouviram e receberam à mensagem. Paulo lembrou-lhes sobre as vastas riquezas provenientes deste alicerce.
Agora, o apóstolo começa a abordar algumas das pressões que os crentes colossenses estavam enfrentando. Ele coloca na mesa um chamado à coerência: Caminhai Nele. Em outras palavras, não troquem o caminho em que estão agora por um caminho diferente. Vocês receberam (ou aceitaram) a Cristo como Senhor. Agora, coloquem isso em ação. Vivam a sua fé. Os colossenses haviam nascido de novo e eram filhos de Deus. Deus sempre seria sua herança (Romanos 8:17a). No entanto, eles deveriam fazer boas escolhas pela fé, a fim de obterem todas as recompensas disponíveis (Colossenses 3:23-24; Romanos 8:17b).
Para reforçar isso, Paulo diz a seguir: Tendo sido firmemente enraizado e agora sendo edificado Nele e estabelecido em sua fé. Mais uma vez, Paulo demonstrando a necessidade, o poder e o potencial do alinhamento com Deus. Os colossenses estavam firmemente enraizados em Cristo, o que significava que eles colocavam sua esperança e fidelidade em Jesus como Senhor. O solo fora lavrado, as sementes foram plantadas e as raízes se firmaram.
Agora, eles estavam construindo sobre o fundamento. A planta estava crescendo, absorvendo nutrientes e se desenvolvendo. Eles estavam sendo estabelecidos em sua fé. A palavra grega “edificado” aqui é "bebaioo", que também pode ser traduzida como "confirmado". Uma confirmação é uma reiteração de algo já apresentado. Assim, em essência, Paulo estava dizendo que os crentes em Colossos estavam sendo reforçados por sua fé.
Há um conjunto de princípios duplos operando aqui. Ambos são construídos sobre o fundamento (raiz) de Cristo e a decisão dos crentes de se alinharem com Ele (fé). O primeiro pilar é que sua fé estava se desenvolvendo, crescendo e se desenvolvendo em direção a maiores capacidades, compreensão e recompensas (a "riqueza" mencionada em Colossenses 2:2).
O segundo pilar indica o reforço contínuo de sua fé. Na medida em que sua fé cresce, mais eles são aprovados. Sua fé era confirmada, ou estabelecida, na medida em que era praticada. Na medida em que os colossenses continuavam a viver em alinhamento com a raiz firmemente estabelecida em suas vidas, eles continuavam a observar sua confirmação através dos frutos.
Esta não era uma ideia nova. Paulo acrescenta: Como fostes instruídos. Grande parte da carta de Paulo aos Colossenses é um chamado à lembrança. Não abandoneis o caminho. Não vos desvieis. Vocês já ouviram a respeito disso. Vocês creram nisso. Agora, caminhem com consistência. Vivam com consistência. Paulo diz algo semelhante em sua carta à igreja em Roma: "O justo viverá pela fé" (Romanos 1:17b). Os crentes são feitos justos aos olhos de Deus através da morte de Cristo, já que todos os seus pecados foram pregados na cruz (Colossenses 2:14). Porém, para desfrutarem da experiência do novo nascimento eles precisam andar conforme foram instruídos, crendo que os caminhos de Deus são para o nosso bem. A "justiça" significa caminhar em harmonia com nosso projeto, levando à nossa maior realização.
Paulo conclui sua exortação: Transbordando em gratidão. A diligência e o trabalho árduo de fazermos escolhas diárias alinhadas ao Evangelho, às vezes, podem fazer com que caminhar com Cristo pareça ser um fardo ou uma obrigação. É por isso que Paulo investe tanto tempo falando sobre a incrível realidade de Cristo, os benefícios de vivermos em harmonia com Ele e a incrível oportunidade de andarmos pela fé. É um privilégio termos acesso a essa oportunidade. Os crentes devem ter um sentimento de admiração pela oportunidade de operar nesta vida pela fé. Quando vemos as coisas na perspectiva da verdade, a gratidão irá transbordar. Isso não deve ser encarado como um fardo, mas como algo do nosso maior interesse.
A palavra grega “transbordamento” é "perisseuo", significando "abundar" ou "exceder". A gratidão deve ser tão presente em nossa vida de fé que deve transbordar. Deve ser um algo que exceda os nossos limites. Quando nos vemos pelo que somos, como criaturas, e Cristo por quem Ele é, como Criador, e entendemos que Cristo está em nós, devemos ficar maravilhados (Colossenses 1:27). Ao abraçarem e crerem nesta realidade, os colossenses deveriam ser gratos pelas oportunidades, pelos sofrimentos, pelos mistérios, pelas revelações, pelas obras, pelo entendimento, enfim, por tudo. A gratidão deve transbordar do um crente e se derramar a outros em abundância.
Tendo estabelecido sua posição em Cristo, Paulo os alerta em relação ao seu destino. O contexto de Colossenses torna razoável supor que Epafras, em sua visita a Paulo, quando relatou sobre a igreja em Colossenses, tenha contado ao apóstolo sobre os caminhos alternativos que se apresentavam à igreja. Paulo os adverte contra qualquer caminho diferente do Evangelho que não estivesse alinhado com quem Cristo era, ou que entrasse em conflito com sua fé.
Pelo que sabemos da igreja primitiva, e pelo que Paulo nos diz nesta carta, havia duas vozes/narrativas concorrentes diante dos primeiros cristãos em Colossos.
A primeira voz concorrente era o sistema filosófico grego. Colossos era uma província romana inundada pelo sistema de pensamento grego, incluindo o politeísmo do panteão, adotado por Roma da Grécia. Seguir a esse caminho significava abraçar ao destino explorador e autodestrutivo do paganismo, levando a enganos vazios, segundo a tradição dos homens, segundo os princípios elementares do mundo.
A segunda voz presente então era a controvérsia em torno da necessidade ou não dos crentes gentios ser circuncidados (na verdade, "tornar-se" judeus) como parte de seu compromisso com Cristo. Seguir a esse caminho os levaria ao poço da auto racionalização e do legalismo. Viver assim estaria de acordo com a tradição dos homens, mas não de acordo com o Espírito de Deus.
Paulo os adverte: Cuidem para que ninguém os leve cativos através da filosofia e do engano. Havia opções alternativas ao caminho de Cristo. Os crentes deveriam ser firmes na escolha do caminho de Cristo, todos os dias, em todas as decisões. Seu fundamento na fé (pela qual os colossenses haviam sido elogiados) não eliminava as tentações provenientes de outros caminhos. Eles precisavam ser continuamente diligentes na escolha da sua fé.
Isso era um alerta, um chamado à ação. Eles deveriam estar em guarda. Aquela era uma ordem relacionada à sua mordomia. Não há ninguém a culpar, além de nós mesmo, quando somos levados a outros caminhos. Precisamos nos certificar de que decidiremos partir de uma perspectiva verdadeira e de que faremos as melhores escolhas. Não devemos seguir a filosofias que nos levarão a consequências destrutivas.
A palavra grega traduzida como “filosofia” é a palavra grega "philosophia". Este é o único lugar onde a palavra é usada nas Escrituras. "Philosophia" significa literalmente "amor à sabedoria". O termo é usado nos escritos gregos como “zelo” ou habilidade em qualquer arte ou ciência, qualquer ramo do conhecimento. Isso, é claro, não é a verdadeira sabedoria, mas a sabedoria racional do mundo.
Paulo usa o termo “filosofia” em clara referência à cosmovisão grega, na qual o intelecto do homem era capaz das maiores conquistas, porém separadas do verdadeiro Deus. Os deuses gregos eram os auxiliares para este fim. Os deuses antigos podiam ser manipulados e, às vezes, determinavam o destino das pessoas de forma arbitrária. E isso levava o povo à futilidade.
Paulo associa tal advertência contra essas filosofias gregas a um engano vazio, um modo de vida vazio, que não cumpria o que prometia. Era um engano baseado em muitas palavras mas nenhuma substância. Era o aviso de Paulo contra a mentalidade grega. Também pode ter sido a forma usada por Paulo para trazer à baila a controvérsia entre gentios e judeus. Seu ponto-chave aos colossenses era não se deixar enganar por nada, muito menos pela ideia de que eles precisavam de outra coisa além da fé em Cristo. Isso se aplicava tanto aos argumentos intelectuais que os gregos diziam ser fundamental quanto à circuncisão que alguns judeus diziam ser necessária para se obter justiça além da fé (Romanos 9:30-31; Colossenses 2:11).
Esses enganos vazios estavam de acordo com a tradição dos homens. Ou seja, dependiam do raciocínio humano. Eles faziam da mente do homem, não da Pessoa de Cristo. A mentalidade grega era uma idolatria porque colocava as coisas (o raciocínio humano e os deuses controláveis) no lugar de Cristo, o verdadeiro Cabeça da existência.
Além disso, a exigência de que os gentios fossem circuncidados também era uma tolice porque significava apenas um ato físico baseado na longa tradição do povo judeu (Colossenses 2:11). A verdadeira chave era o coração e o caminhar pela fé, não as tradições às quais os homens haviam dado mais destaque do que mereciam.
Além disso, a tradição dos homens estava de acordo com os princípios elementares deste mundo e não de acordo com Cristo. Paulo aplica a expressão “princípios elementares” da mesma forma que usamos a palavra “superficial”. A circuncisão era uma questão do corpo físico. O que realmente importava era o Reino espiritual acessado através da fé. O verdadeiro tesouro da vida é espiritual e não material (Colossenses 2:2-3). A razão humana está centrada em buscar compreender ao cognoscível. No entanto, quando se trata de compreender o propósito e o significado da vida, a razão humana finge compreender aquilo que não pode compreender, levando à futilidade (Eclesiastes 2:11). Fé é fazer parceria com o incognoscível, participar de algo maior do que nós mesmos. Alcançamos o verdadeiro conhecimento do mundo visível somente quando adquirimos conhecimento espiritual por meio da fé (Colossenses 2:3; Eclesiastes 12:13).
Quando os sentidos físicos e a capacidade mental do homem são o nosso ideal mais elevado, inevitavelmente ficaremos muito aquém da vida abundante. Salomão afirma que esse caminho leva à futilidade e à loucura (Eclesiastes 1:17). Quando confiamos em nós mesmos, deixamos muita coisa para trás. Somente Cristo nos permite ir além dos princípios elementares do mundo e chegar aos princípios mais profundos que levam à verdadeira realização na vida. Isso é consistente com Eclesiastes, onde Salomão insiste que uma vida enraizada na fé leva à sabedoria e à alegria (Eclesiastes 5:18).
A fé em Cristo nos mostra um caminho além dos princípios elementares deste mundo rumo às realidades espirituais do Reino celestial. Ela nos conduz aos maiores tesouros disponíveis na vida. Este é o caminho para alcançarmos a recompensa da herança do Reino de Deus (Colossenses 3:23-24).
Em nossa caminhada diária, temos dois caminhos a escolher. A primeira opção é baseada em Cristo. Começa com Ele, centra-se em torno Dele e depende Dele. A outra alternativa é baseada em qualquer outra coisa (as Escrituras muitas vezes usam os termos "o mundo" ou "os reinos do mundo" como justaposição ao Reino de Deus centrado em Cristo, o Rei).
Nesta seção, Paulo implora aos colossenses que continuassem a caminhar em alinhamento com o caminho ao qual haviam escolhido através de sua fé em Cristo. Este era o caminho que os levaria a um benefício verdadeiro e duradouro enraizado na dimensão espiritual. Paulo também os adverte a ficarem atentos e não serem persuadidos por caminhos alternativos que os levaria a consequências adversas, tanto nesta vida como na vida futura.
Os colossenses deveriam reconhecer a realidade dessas posições opostas (Cristo e o mundo) e não permitir que o mundo os tomasse cativos. Em vez disso, eles deveriam viver de acordo com Cristo, seguindo a Seus caminhos.