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Significado de Daniel 8:23-27
Um rei viria de um desses reinos gregos. Ele seria enganador, astuto, poderoso e destruiria muitos homens, incluindo os israelitas. Ele desafiaria a Deus e se colocaria como deus. A profecia era de que ele interromperia os sacrifícios do templo, mas acabaria sendo morto. Esta profecia dizia respeito tanto a Antíoco Epifânio quanto ao anticristo no fim dos tempos.
Daniel ficou enfermo por muitos dias e ainda não entendia totalmente o que havia visto.
O anjo Gabriel continua a explicar a Daniel o significado da visão. Um carneiro com dois chifres, representando o império medo-persa, foi morto por um bode peludo, o império grego. O grande chifre do bode (Alexandre, o Grande) morreria e quatro chifres surgiriam dele. Das cinzas da conquista de Alexandre, quatro de seus generais lutaram pelo controle das terras conquistadas. Quatro reinos foram estabelecidos a partir deste conflito, cada um governado por um dos generais de Alexandre: Ptolomeu tomou o Egito; Antígono tomou a Ásia Menor (atual Turquia); Cassandro foi rei da Macedônia (norte da Grécia); e Seleuco governou a Babilônia, Pérsia e grande parte do Oriente Médio.
Gabriel explica como o futuro império grego fraturado afetaria a Israel. Com o retrospecto da história, podemos trazer alguns detalhes. Um dos descendentes de Seleuco, Mitradates, assumiria o governo de Israel em 175 a.C. Isso aconteceu no último período de seu governo (os quatro reinos gregos). Os romanos derrotariam e governariam os gregos por 29 anos depois que Mitradates assumiu o trono, em 146 a.C. Foi o último período dessas dinastias, quando os transgressores já haviam terminado seu curso. Os transgressores referem-se aos gregos.
Ao longo da Bíblia, Deus revela que Ele permite que as coisas sigam seu curso. Ele concede tempo para reis e governantes se arrependerem, ou sofrerem as inevitáveis consequências de causa/efeito que Ele criou para o universo moral. Toda ação humana é supervisionada e permitida por Ele. Deus disse a Abraão que daria aos amorreus 400 anos para se arrependerem de seus pecados, sabendo que eles não se afastariam de sua iniquidade (Gênesis 15:16). O rei Salomão escreve que há um tempo para tudo, "todo propósito debaixo do céu", designado por Deus (Eclesiastes 3:1-11). Os dias da vida de cada homem e mulher são contados e determinados por Deus (Jó 14:5). Simultaneamente, cada pessoa tem uma escolha real e suas escolhas têm imenso impacto no mundo, até mesmo na eternidade. Exemplos incluem o imenso impacto que a decisão de Adão e Eva teve sobre o mundo (Romanos 5:12) e o fato de os seres celestiais (anjos) observarem as decisões e ações dos humanos para entender a sabedoria de Deus (Efésios 3:10). (Para saber mais sobre esse assunto, leia nosso Tópicos Difíceis Explicados: Paradoxo Fundador).
Apenas 30 anos antes da ascensão de Roma (em 146 a.C.), um rei surgiria. A história nos diz que este rei foi Mitradates, governante do reino selêucida. Ele seria insolente e hábil em intrigas. Ele seria um esquematizador político. Seu poder seria grandioso, mas não por causa de si mesmo. Mitradates não foi um governante poderoso por direito próprio, já que assumiu o trono reunindo apoio público e arrancando-o de outro governante ilegítimo, Heliodoro, que havia organizado a morte do verdadeiro rei, Seleuco. O filho de Seleuco, Demétrio, era o herdeiro legítimo do trono, mas foi mantido em cativeiro em Roma após a morte de seu pai.
Assim, Mitradates derrubou um usurpador apenas para se fazer rei. O trono não foi algo que ele estabeleceu para si mesmo, mas o roubou usando de intrigas, violando a ordem natural de sucessão. Seu poder não foi algo que ele conquistou. Pelo contrário, já estava em vigor devido à dinastia selêucida antes dele.
Uma vez no poder, Mitradates renomeou-se Antíoco IV, em homenagem a seu pai Antíoco III, provavelmente para afirmar legitimidade sobre as mentes de seus súditos, apesar da realidade de que ele também era, em certo sentido, um usurpador. Mais tarde, ele acrescentou o nome "Epifânio", indicando que ele era a "epifania" de um deus.
Antíoco IV foi um terror para o povo judeu. Anteriormente, a Judéia havia sido autorizada a manter sua cultura e religião sob o domínio selêucida. Não mais.
“Pela sua sutileza, fará prosperar o engano na sua mão, e no seu coração se engrandecerá, e destruirá muitos que vivem em segurança”.
Antíoco não teve escrúpulo algum para tirar vidas, conforme lemos. A visão descreve: “Ele destruirá maravilhosamente, prosperará, fará o que quiser e destruirá os poderosos e o povo santo”.
Antíoco liderou campanhas bem-sucedidas no Egito. A luta pelo restante do império de Alexandre continuou até 150 anos após sua morte. Antíoco assumiu o controle da maior parte do Egito, chegando a capturar seu rei, Ptolomeu VI, tornando-o seu vassalo. Ele não apenas destruiu homens poderosos, mas concentrou sua crueldade no povo santo, no povo escolhido, no povo de Deus. Essa perseguição não tinha base natural; não houve revolta para a ser debelada. O povo judeu não foi resistente a seu senhor grego, até que ele iniciou esforços para destruir sua cultura e forçar sua assimilação. Dadas as percepções sobre a dimensão espiritual reveladas pela visão registrada em Daniel 8, podemos deduzir que esse ataque contra o povo de Deus foi satanicamente inspirado.
Essa hostilidade veio de um coração ímpio. Antíoco era um homem arrogante e ultrajante. Daniel viu o terrível nível do ego do rei: “E ele se engrandecerá em seu coração”. Isso reflete a atitude de Satanás, que disse: "Eu me farei semelhante ao Altíssimo" (Isaías 14:14b). Podemos inferir que Satanás influenciou Antíoco Epifânio. Seguir-se-ia que a principal prioridade de Satanás seria expulsar o povo de Deus e acabar com a linhagem do Messias prometido destinado a suplantá-lo como o governante deste mundo (João 12:31).
Anteriormente, Daniel havia visto como esse governante se gloriaria: "Ele se engrandeceu buscando igualar-se ao comandante das hostes", ou seja, o próprio Deus (Daniel 8:11). Na visão, ele era representado por um chifre que crescia mais que todos os outros chifres antes dele até o céu, alcançando as estrelas e pisoteando-as (v. 10). Ele se oporia ao príncipe dos príncipes. Durante seu reinado, Antíoco se autodenominou Antíoco Epifânio, que significa "Deus Manifesto". As moedas durante seu reinado eram impressas com as palavras “Theos Epiphanes” ("Deus Manifesto"). Ele alegava ser um deus, assim como Alexandre, o Grande antes dele havia feito. Ele visou o povo judeu, o povo santo, proibindo suas práticas religiosas, ele "removeu dele o sacrifício regular, e o lugar de Seu santuário foi derrubado" (Daniel 8:11).
Antíoco tentou forçar os judeus a assimilarem a cultura e a religião gregas. Ele obrigou os sacerdotes a comer carne de porco, proibida pela Lei como impura (Levítico 11:7). Sua pior conquista é descrita aqui e em outra visão de Daniel. Antíoco acabaria com o sacrifício regular no templo e criaria a abominação da desolação (Daniel 11:31). A Abominação da Desolação (em outras palavras, uma malignidade que causa horror, algo maligno, perturbador e chocante) ocorreu quando Antíoco erigiu uma estátua de Zeus no templo judaico em Jerusalém, sacrificando animais impuros no altar de Deus.
Isso foi escrito pelo historiador grego Diodoro da Sicília (claramente antagônico em relação ao povo judeu):
"...Antíoco, de sobrenome Epifânio, depois de subjugar os judeus, entrou no templo de Deus, no qual ninguém era autorizado a entrar por sua lei, exceto o sacerdote. Quando encontrou ali a imagem de um homem de barba longa, esculpido em pedra sentado sobre um jumento, ele pensou se tratar de Moisés, que havia construído Jerusalém e unido a nação, estabelecendo por lei todos os seus maus costumes e práticas cheios de ódio e inimizade contra todos os outros homens. Antíoco, portanto, abominando o antagonismo dos judeus a todos os outros povos, tentou ao máximo abolir suas leis. Para isso, sacrificou um grande porco à imagem de Moisés no altar de Deus que estava no pátio exterior e aspergiu-os com o sangue do sacrifício. Ele ordenou igualmente que os livros pelos quais o povo era ensinado a odiar a todas as outras nações fossem transformados em pó e adicionado ao caldo feito da carne do porco. Ele apagou a lâmpada (chamada por eles de imortal) continuamente acesa no templo. Por fim, ele forçou o sumo sacerdote e os outros judeus a comerem carne de porco. Os amigos de Antíoco o aconselharam a erradicar toda a nação judaica, ou pelo menos abolir suas leis, obrigando-os a mudar seu antigo modo de vida." (Diodoro 34:3-4).
O objetivo de Antíoco era esmagar a fé judaica e eliminar ao Deus dos judeus, o príncipe dos príncipes. Sua pretensão se devia, em parte, porque os judeus eram um povo exclusivo, odiando "a todos os outros homens" e alegando ser o povo santo. No entanto, a verdade, de acordo com a visão dada a Daniel, era a de que a motivação de Antíoco Epifânio era apenas um reflexo da mais antiga das tentações, ou seja, o engano que Satanás sussurrou a Eva no Jardim: "...sereis como Deus..." (Gênesis 3:4). Antíoco chamou o bem de mal e o mal de bem, uma prática à qual Deus sempre julga (Isaías 5:20).
Vendo-se a si mesmo como deus, Antíoco travou uma guerra contra o verdadeiro Deus e Seu povo. Suas ações levariam à sua queda. Os judeus se rebelaram, liderados por Judas Macabeus, e derrubaram Antíoco. Depois disso, a Judéia foi autogovernada por cerca de 100 anos, antes de Roma assumir o poder em 63 a.C.
Essa Abominação da Desolação vista por Daniel nesta visão ocorreu cerca de 400 anos depois de seu sonho e cerca de 200 anos antes da afirmação profética de Jesus de que o sinal de Sua volta seria quando Israel visse a "Abominação da Desolação que estava no lugar santo, da que falou o profeta Daniel " (Mateus 24:15). Isso indica que algo parecido com o que ocorreu durante o tempo de Antíoco Epifanes ocorrerá novamente no futuro. É comum que as profecias tenham dois ou mais cumprimentos. Também é comum que o segundo cumprimento assuma uma forma diferente do primeiro.
Por exemplo, a profecia de que Jesus nasceria de uma virgem foi cumprida pela primeira vez quando Isaías se casou com uma virgem na época da profecia; ela concebeu e deu à luz um filho. A previsão era a de que, no tempo em que Isaías se casasse com a virgem, tivesse um filho e a criança fosse desmamada, a Síria teria seu poder despojado e não seria mais uma ameaça para Israel (Isaías 7:12-16). A segunda realização foi bem diferente, já que Maria concebeu um filho pelo Espírito Santo, ainda virgem.
Assim, esta segunda "Abominação da Desolação" pode ter características materialmente diferentes e ainda cumprir a profecia. No entanto, a previsão de Jesus antecipa o que observadores atentos seriam capazes de discernir como um sinal já ocorrido, uma vez que Jesus diz a Seus discípulos que quem visse o sinal deveria "fugir para os montes" (Mateus 24:16).
Ao se opor ao povo santo e ao príncipe dos príncipes, provavelmente referindo-se a Jesus, o Filho de Deus, Antíoco selou sua desgraça: “Porém será quebrado sem intervir mão de homem”.
Sabemos pela história que Antíoco morreria de uma doença, não por ação humana. Antíoco não foi morto por uma faca, veneno ou um golpe na cabeça. A tradição judaica sustenta que Deus pessoalmente o atingiu com uma doença em suas entranhas (2 Macabeus 9:5).
O anjo Gabriel, o intérprete da visão, encerra dizendo:
“A visão da tarde e da manhã, que foi dita, é verdadeira”.
Isso enfatiza que todas as coisas que Daniel havia visto e ouvido aconteceriam. Esta mensagem vinha do Senhor, que sabia de todas as coisas e estava acima de todas as coisas. Deus apenas fala o que é verdadeiro. A visão das “tardes e manhãs” faz referência ao período de tempo entre a proibição de sacrifícios no templo até sua restauração: "Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; então, o santuário será purificado" (Daniel 8:14).
Isso provou ser verdade, assim como Deus disse. A perseguição de Antíoco começou no final de 171 a.C. e terminou em dezembro de 165 a.C., aproximadamente um período de 6 anos e três meses (2.300 dias).
Gabriel diz a Daniel: “Encerra tu a visão, pois será para muitos dias”.
Obviamente, Daniel registrou essa visão no papel, mas foi orientado a mantê-la em segredo para as gerações futuras. Tratava-se de um tempo distante no futuro. A abominação do governo de Antíoco Epifânio estava centenas de anos adiante de Daniel; porém, de acordo com Jesus, a Abominação da Desolação ocorreria novamente nos últimos dias (Mateus 24:15). Como muitas visões na Bíblia, a profecia tem realizações parciais e futuras.
Há muitos paralelos possíveis em relação à maneira como esse chifre arrogante (Antíoco Epifânio) é descrito. O chifre arrogante é também conhecido como "a besta", ou "o anticristo" do fim dos tempos (Daniel 7:8, Apocalipse 13:5).
Antíoco ficou conhecido por sua habilidade em fazer intrigas e operar com astúcia. Sua justificativa para perseguir os judeus era pintá-los como inimigos odiosos de todos os outros homens. Ele era astuto e violento. Seu status como rei foi alcançado através de manobras políticas oportunistas e apelo populista, não por direito de herança. Ele trabalhou com o engano para alcançar sucesso e influência.
E assim será no futuro com o anticristo. Suas habilidades enganosas são dignas de nota:
“A vinda desse ímpio é segundo a operação de Satanás, com todo poder, e com sinais, e com prodígios mentirosos, e com toda sedução da injustiça para aqueles que perecem, porque não receberam o amor da verdade, a fim de serem salvos” (2 Tessalonicenses 2:9-10).
Ele será tão enganador e persuasivo que até os líderes de Israel confiarão nele. Ele entrará em um acordo com Israel:
"Ele fará uma firme aliança com muitos por uma semana; na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oblação" (Daniel 9:27).
O anticristo, o homem da iniquidade, desafiará ao verdadeiro Deus e afirmará ser deus, assim como Antíoco se engrandeceu em seu coração e se opôs ao príncipe dos príncipes, chamando-se "Deus Manifesto":
"...e seja revelado o homem da iniquidade, o filho da perdição, 4aquele que se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou é objeto de adoração, de sorte que se assenta no santuário de Deus, ostentando-se como Deus (2 Tessalonicenses 2:3, 4).
Assim, esta profecia tem implicações próximas e distantes. Ela é parcialmente cumprida em Antíoco Epifânio, mas parece ser também um prenúncio do homem da iniquidade no fim dos tempos. Em ambos os casos, para Daniel, tratava-se de muitos dias no futuro. Daniel viveria para ver os medo-persas conquistarem a Babilônia (Daniel 5), mas nada além disso. Ele já estava avançado em anos ao receber essa visão. Deus revela essas coisas para que Daniel as registrasse, visando assegurar a Seu povo que Ele era soberano sobre todos em Seu trono no céu e que mesmo durante os dias mais perversos Ele era soberano.
Muito do que está escrito em Daniel é espelhado pela visão que Jesus deu a João em Apocalipse. O trono de Deus é referenciado cerca de 40 vezes nos 22 capítulos de Apocalipse. Todas as circunstâncias adversas registradas são permitidas por Deus, que sempre estará no trono. Assim, as mensagens de Daniel e do Apocalipse deixam claro que Deus é soberano sobre tudo. Nada ocorre sem Sua permissão. Ele não cochila nem dorme, mas é o guardião de Israel e de toda a terra, independentemente das circunstâncias (Salmo 121:4-8).
Daniel conclui seu relato sobre essa visita angelical e a visão que lhe foi dada: “Eu, Daniel, desmaiei e fiquei doente por alguns dias”. Esse encontro sobrenatural foi tão avassalador que deixou Daniel desnorteado, de modo a deixá-lo de cama por dias. Ele ficou fisicamente exausto e enfermo.
Isso é algo comum para tais ocorrências. Quando Deus retira o véu que nos separa do mundo espiritual, aqueles que o vêem são atingidos por medo, fraqueza ou confusão. Somos muito mais frágeis do que imaginamos. Tendemos a ficar alheios à dimensão espiritual, mas ela está plenamente consciente de nós (Efésios 3:10). Esta é provavelmente a razão pela qual Deus tende a falar conosco através de Seus profetas, através de mensagens dadas a mensageiros que as espalham ao povo em geral. Podemos ler as palavras reveladas a Daniel sem ter que experimentar as sensações por trás da dimensão natural. Deus tentou falar com os israelitas diretamente depois de levá-los para fora do Egito, mas Sua presença era tão alarmante (fogo e fumaça, trovões e trombetas), que o povo implorou a Moisés que fosse seu mediador entre eles e Deus:
Os israelitas disseram: "Não ouvirei mais a voz de Jeová, meu Deus, nem tornarei a ver mais este grande fogo, para que não morra" (Deuteronômio 18:16).
Deus lhes diz que aquela era uma boa idéia. Ele responde prometendo enviar-lhes um outro Moisés (outro ser humano) que falaria as palavras de Deus diretamente a eles.
O Senhor respondeu: "Disse-me Jeová: Falaram bem tudo quanto disseram. 18Dentre os seus irmãos lhes suscitarei um profeta semelhante a ti; porei na sua boca as minhas palavras, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar " (Deuteronômio 18:17, 18).
Cristo foi o cumprimento final dessa mediação entre Deus e os homens. Ele foi o cumprimento dessa profecia. Jesus foi o segundo Moisés. Seu Sermão da Montanha pode ser visto como uma segunda entrega dos mandamentos do Monte Sinai. Jesus enfatiza os mesmos princípios, mas eleva o foco ao coração e à atitude interior.
Jesus era o profeta levantado por Deus do meio do povo judeu, em cumprimento à profecia de Moisés. Ele falava as palavras de Deus diretamente a Israel. Ele se revestiu da carne do homem para viver entre Seu povo e falar com eles, sem aterrorizar as multidões da Judéia. Daniel, por outro lado, recebeu amostras do mundo sobrenatural e ficou impressionado todas as vezes.
Depois de alguns dias ele se recuperou, escrevendo: “Depois, me levantei e tratei dos negócios do rei”. Ele não ficou permanentemente enfermo pela visão, mas seus efeitos permaneceram com ele por um tempo. Ele ficou profumdamente alarmado com tudo aquilo: “Eu estava espantado da visão, porém não havia quem a entendesse”. Apesar da interpretação de Gabriel, Daniel ainda não havia conseguido compreender o que ela significava. Não havia ninguém para explicar, Deus não lhe deu maiores detalhes. Se nos colocássemos em seu lugar, seria difícil imaginar a queda do poderoso Império Babilônico. Seria ainda mais difícil imaginar uma potência poderosa vinda do ocidente, que naquela época era insignificante em comparação aos grandes impérios do leste.
Somos capazes de entender melhor porque temos o benefício da retrospectiva, vendo o cumprimento parcial através de Alexandre, o Grande, da dinastia selêucida e de Antíoco Epifânio.
Daniel continuou fiel, apesar da falta de compreensão. Ele registrou a visão profética para os futuros leitores. Somos capazes de estudá-la e ponderar sobre ela até hoje por causa da obediência de Daniel. Ele não escondeu a visão ou os detalhes de sua fragilidade. No centro de todas as visões proféticas de Deus está a verdade de que Ele é soberano sobre os eventos que acontecem na terra. Não importam quão difíceis os tempos se tornem, não importa quantos governantes maus subam e caiam, Deus está acima de tudo e Sua vontade será feita. Se acrescentarmos a isso a lição do Apocalipse, não importa quão terríveis sejam as circunstâncias, Deus sempre nos chama a ser testemunhas fiéis e a não temer as perdas, a rejeição ou a morte. Daniel é um excelente exemplo de uma testemunha fiel, um vencedor (para mais detalhes, leia nossos Tópicos Difíceis Explicados: Vencedores)