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Significado de Deuteronômio 14:3–8
Em matéria de dieta, os israelitas deveriam abster-se de comer qualquer coisa abominável. Em Levítico 11, o Deus Susserano havia emitido uma ordem a respeito das leis dietéticas à qual Seus vassalos (Israel) deveriam seguir. Aqui, novamente, Ele repete essas leis para garantir que Seus vassalos vivam em perfeita harmonia com Ele, obedecendo ao Seu padrão de santidade.
Moisés diz aos israelitas para não comer nenhuma coisa detestável (v.3). O termo traduzido como “detestável” é a palavra hebraica "tō'ēbā", um termo frequentemente traduzido como "abominação" (Deuteronômio 7:25). A palavra hebraica pode se referir a algo impuro ou poluído. Esta palavra também está associada à idolatria (2 Reis 23:13).
Como parte da vida santa para a qual os israelitas haviam sido chamados, eles deveriam evitar comer alimentos imundos. O Deus Susserano chamou a Seu povo para entender a diferença entre os alimentos puros e impuros. Tudo o que era puro era bom para ser ingerido. Tudo o que era impuro era detestável e deveria ser evitado. Essas leis dietéticas são dadas nos vv.4-2. Deus não explica por que essas leis são a melhor opção; Ele apenas diz que são. Muitos desses alimentos eram potencialmente propensos a transmitir doenças ou vermes; assim, Deus pode estar aplicando a lógica de saúde. Porém, Ele não apresenta uma razão. Ele apenas os instrui a confiar Nele.
No Novo Testamento, Deus mostra animais impuros a Pedro em uma visão e afirma que Ele havia tornado o que era impuro em algo limpo (Atos 10:15). Portanto, Deus diz a Pedro para não mais chamar o que Ele havia purificado de "comum" ou profano. Essa visão relacionava-se com os gentios (povo não-judeu), mas também indicava que a intenção de Deus era a de que todas as coisas fossem redimidas e se tornassem puras. Os animais não eram consumidos como alimento antes do dilúvio. Porém, depois do dilúvio, Deus autorizou a ingestão dos animais (Gênesis 9:3). Aqui, Deus está definindo o que era permitido para Seu povo escolhido.
Tendo proibido os israelitas de comer alimentos detestáveis (v.3), Moisés passa a descrever os animais que podiam e não podiam ser ingeridos. Esta seção trata dos animais terrestres que poderiam ser comidos pelo povo de Israel. Moisés começa dizendo: Estes são os animais que podeis comer: o boi, a ovelha, o bode.
— Um boi é uma vaca adulta, um animal domesticado, usado principalmente em Israel para trabalhos agrícolas, como arado, conforme indicado em Deuteronômio 22:10. Era usado para transportar cargas. Portanto, a carne bovina era limpa.
— A ovelha também era um animal doméstico. Nos tempos antigos, as ovelhas representavam a principal riqueza e sustento dos agricultores, fornecendo comida e leite.
— A cabra era um animal mastigador, com chifres arqueados para trás. Também era limpo e permitido para comida.
Esses três primeiros animais - o boi, a ovelha e a cabra - eram todos animais domésticos aos quais os israelitas podiam comer livremente.
Em seguida, Moisés diz aos israelitas que eles poderiam comer livremente o veado, a gazela, o corço, a cabra selvagem, o ibex, o antílope e as cabras montesas.
— O veado era um animal com chifres com dois cascos grandes e dois pequenos.
— A gazela era um animal parecido com um antílope, porém menor.
— O corço era um animal pequeno. Na verdade, é uma das menores espécies de cervos, medindo aproximadamente 26 centímetros (2 Samuel 2:18). É marrom-avermelhado escuro no verão e cinza-amarelado no inverno.
— A cabra selvagem era como a cabra doméstica. A única diferença era que a cabra selvagem vivia sozinha nas colinas e florestas sem qualquer contato com os humanos.
— O ibex era uma espécie de cabra selvagem. Tem grandes chifres curvos e é nativo de áreas montanhosas altas (1 Samuel 24:2; Salmos 104:18). Por esta razão, é às vezes chamado de "cabra montesa".
— O antílope era um mamífero com chifres, do tamanho de um burro.
— A ovelha montesa é um pequeno antílope semelhante a uma cabra com cerca de 2 metros de altura.
Junto com os três animais já mencionados - o boi, a ovelha e a cabra - esses sete animais selvagens podiam ser comidos.
Para garantir que os israelitas entendessem qual animal era considerado limpo, Moisés fornece uma descrição composta por dois elementos. Primeiro, os israelitas podiam comer qualquer animal que tenha o casco dividido em dois, ou que tenha cascos separados (cada casco com dois “dedos” ou "dedos" separados).
Em segundo lugar, os israelitas podiam comer qualquer animal que ruminasse, ou seja, o animal que mastigasse o alimento e trouxesse uma porção dele de volta de seus estômagos, a fim de mastigá-la novamente (animais ruminantes). Para ser considerado limpo, um animal tinha que se encaixar nessas duas descrições: tinha que ter cascos fendidos e ruminar.
Após a descrição dos animais terrestres limpos e permitidos (vv.4-6), Moisés descreve aqueles os animais impuros e proibidos. Ele fornece algumas exceções entre os animais ruminantes ou de caso dividido (v.7). Os animais ruminantes eram aqueles que traziam uma porção do alimento de seus estômagos de volta para mastigá-la novamente. Os animais de casco divididos eram aqueles que tinham os cascos dos pés separados no meio. Para ser considerado limpo, o animal teria que se encaixar nessas duas descrições: ter cascos partidos e ruminar.
Moisés, então, lista os animais específicos que se encaixavam em uma dessas descrições, mas não em ambas. Primeiro, ele descrevea três animais que ruminam, mas não têm cascos divididos: o camelo, o coelho e a lebre.
— O camelo era uma grande besta de carga, mais frequentemente usada para transportar mercadorias e pessoas (Gênesis 37:25). Era útil em tempo de guerra (Juízes 6:5) porque podia andar de 100 a 110 quilômetros por dia e carregar uma carga pesando até 1000 quilos. O camelo tem almofadas elásticas espessas de tecido fibroso em seus pés e pode andar nas areias quentes do deserto. Pode viver sem água por um longo período de tempo e até subsistir a partir da vegetação que cresce em solos salinos. As narinas do animal são apertadas e podem ser fechadas para evitar a penetração de areia durante tempestades de areia violentas. O camelo era o mesmo animal que conhecemos hoje.
— O coelho era um pequeno mamífero peludo de orelhas compridas, o mesmo que conhecemos hoje.
— A lebre era um pequeno animal peludo que se assemelhava a um coelho em tamanho e cor. Alguns associam esse tipo de animal ao texugo da rocha. Vivia nos penhascos rochosos (Salmos 104:18; Provérbios 30:26).
Moisés diz aos israelitas que, embora esses animais sejam ruminantes, eles não tinham cascos divididos. Portanto, eram considerados imundos. O adjetivo “imundo” refere-se àquilo que era ritual ou cerimonialmente impuro e, portanto, era inaceitável para a adoração a Deus. Nos tempos do Antigo Testamento, a impureza ritual podia ser causada por doenças como a lepra, ou por fluídos corporais, contato com cadáveres etc.
Moisés, então, adiciona o porco (v.8) à lista. A razão para isso foi porque ele tem casco fendido, não rumina, é impuro. O porco era um animal de corpo robusto, focinho grande e pele grossa, o mesmo que conhecemos hoje. Este animal era um símbolo para o paganismo e frequentemente usado na Bíblia como metáfora para a impureza (Provérbios 11:22; Mateus 7:6; 2 Pedro 2:22).
Como esses animais terrestres não atendiam a ambos os requisitos - ter cascos fendidos e ser ruminantes - eles eram considerados impuros aos olhos do Deus Susserano (Governante). Portanto, Moisés ordena aos israelitas que não comam a carne desses animais impuros, nem toquem em suas carcaças (cadáveres).