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Significado de Deuteronômio 16:16-17

Moisés retoma o tema das celebrações da Festa dos Pães Ázimos, da Festa das Semanas e da Festa das Tenda todos os anos no santuário central. Os israelitas deveriam trazer uma oferta ao Deus Susserano durante essas celebrações, em reconhecimento de que Ele era a fonte de todas as bênçãos recebidas.

Os versículos 16 e 17 retomam as três festas anuais de peregrinação descritas anteriormente neste capítulo. Moisés diz ao povo: Três vezes por ano todos os seus homens aparecerão diante do Senhor, seu Deus, no lugar que Ele escolher. Moisés deixa completamente claro que todos os homens israelitas eram obrigados a participar dessas festas. Os homens eram obrigados a estar nesses três festivais, mas as mulheres eram bem-vindas e até encorajadas a participar também (Deuteronômio 16:11, 14).

Moisés, então, lista as três festas: a Festa dos Pães Ázimos, a Festa das Semanas e a Festa das Tendas. A primeira festa anual era a Festa dos Pães Ázimos, uma festa de sete dias que começava no décimo quinto dia do primeiro mês (Deuteronômio 16:2-9;  Levítico 23:6Números 23:17). Ela combinava o sacrifício da Páscoa com a Festa dos Pães Ázimos. A segunda festa anual era a Festa das Semanas, uma festa que celebrava a colheita dos grãos (vv.9-12). Era celebrada cinquenta dias após a celebração da Páscoa/Pães Ázimos. O terceiro festival anual era a Festa das Tendas, celebrada durante a colheita de outono, após a colheitas de vinho novo e grãos para armazenamento.

Moisés, agora, enfatiza o fato de que ninguém devia comparecer diante do Senhor de mãos vazias. Ou seja, eles deveriam devolver uma parte do que o Senhor Susserano (Governante) lhes havia dado. O SENHOR os havia prosperado e seria um ato de ação de graças (reconhecimento) devolver uma porção a Ele. Em geral, os sacrifícios oferecidos tinham o propósito de apoiar a celebração, sendo consumidos por aqueles que participavam da festa, ou eram direcionados para o sustento dos sacerdotes e levitas que lideravam os cultos do tabernáculo.

Moisés lhes fala sobre a natureza da oferta — todo homem dará o que puder. A oferta nessas festas não estava sujeita à regra dos dez por cento, a exigência do dízimo. Dois requisitos para o dízimo (décimo) são mencionados em Deuteronômio 14:22-29. O primeiro dízimo era anual e podia ser feito a partir dos animais, gado ou rebanho. Este décimo deveria ser consumido dentro das paredes do lugar que Deus escolher. O dízimo seguinte ocorria ao final de cada três anos e era chamado de Dízimo dos Pobres. Seria compartilhado entre levitas, órfãos e viúvas. Esta oferta ia além do dízimo, devendo ser baseada nas doações de cada israelita, dependendo de sua condição.

Cada pessoa deveria dar de acordo com a bênção do SENHOR, seu Deus. Deviam oferecer-Lhe o que fosse possível, sem que isso se tornasse um fardo. O SENHOR era aquele que abençoava a Seu povo e Ele o fazia de acordo com a Sua vontade. Algumas pessoas tinham mais, outras tinham menos. Cada pessoa deveria decidir em seu coração o seu nível de generosidade. Este princípio foi repassado ao Novo Testamento. Por exemplo, Paulo cita várias passagens do Antigo Testamento a respeito da doação e diz aos crentes em Corinto que Deus ama ao doador alegre (2 Coríntios 8:12-15; 9:6-8).

Esta exigência de comparecer periodicamente perante o Deus Susserano com uma oferta é semelhante aos antigos tratados do Oriente Próximo, particularmente o tratado hitita, com o qual o livro de Deuteronômio compartilha muitas características comuns. Em alguns documentos do tratado hitita, o rei vassalo (ou rei menor) era obrigado a viajar periodicamente até o rei susserano (o governante maior), a fim de reafirmar sua lealdade. Isso incluía a prestação de homenagens anuais. Em Deuteronômio, o vassalo não era um rei, mas uma nação inteira chamada "Israel". O susserano (governante) era Javé, Aquele que havia escolhido Seus próprios vassalos (Israel) para entrar em um relacionamento de aliança com Ele.

Assim, Javé exigia que Israel comparecesse diante Dele três vezes por ano no santuário central. Lá, eles comungariam com o Deus Susserano e O agradeceriam por todas as Suas provisões em antecipação ao próximo ano. Ao contrário de um suserano humano, que acumulava as oferendas, ou as usava para expandir seu poder, o Deus Susserano não tinha essa necessidade. Em vez disso, o tributo que Deus esperava deveria ser usado para patrocinar festivais nos quais o povo desfrutaria da comunhão uns com os outros e para apoiar aqueles que cuidavam da adoração. O desejo do Deus Susserano era de que o povo adorasse somente a Ele. O principal exercício dessa adoração era amar ao próximo como a si mesmos. Esses festivais anuais e a "oferta" que Yaweh exigia estavam diretamente ligadas a esses dois objetivos principais.

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