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Significado Deuteronômio 1:1-5

Moisés estabelece o contexto histórico e geográfico da mensagem da aliança que está prestes a ser entregue aos israelitas. Ele pretende dizer-lhes tudo o que Deus lhe ordenou.

Deuteronômio 1:1-5 fornece o contexto histórico e geográfico da mensagem da aliança que Moisés estava prestes a entregar aos israelitas. Esta seção identifica Deus como o iniciador da aliança (v.3), Israel como o destinatário da aliança (v.1; v.3), Moisés como o mediador da aliança entre Deus e Israel (v.1; v.3 e v.5) e o próprio texto da aliança, referido como "palavras" (v.1) ou "esta lei" (v.5).

O texto nos diz que Moisés fez esse discurso a todo o Israel perto do Jordão no deserto. Precisamente, em Arabá, do outro lado de Sufe. Arabá, um termo usado como sinônimo de "deserto", é a continuação da fenda do Jordão entre o Mar Morto e o Golfo de Eilat, com aproximadamente 200 quilômetros de comprimento. Hoje, a região do outro lado do Jordão no deserto (Transjordânia, a leste do rio Jordão) é chamada de "Reino Hachemita da Jordânia".

Além de Arabá, do outro lado de Sufe, o texto diz que o local desta reunião de Israel ficava entre Parã, Tofel, Labão, Hazerote e Di-Zaabe. Esses nomes, exceto o desconhecido Tofel, provavelmente se referem a lugares na Península do Sinai. Eles podem ter sido incluídos aqui para mostrar o itinerário de Israel do Monte Sinai até Moabe.

Foram onze dias de viagem de Horebe, outro nome para o Monte Sinai, até Kades-barneia pela rota do Monte Seir. O lugar chamado "Monte Seir" aqui provavelmente se refira a toda a terra de Seir, ou seja, Edom. Além disso, o texto menciona a data exata do discurso. Era o quadragésimo ano, no primeiro dia do décimo primeiro mês. Esta data faz referência à partida do Egito, que havia ocorrido por volta de 1446 a.C. Assim, este quadragésimo ano corresponde a 1406 a.C., época em que Arão, o sacerdote, morreu, de acordo com Números 33:38.

Moisés não falou o que lhe veio à mente. Em vez disso, ele pregou de acordo com o que o Senhor lhe ordenara. Ao ligar os pontos para nós, o narrador diz que o discurso ocorreu depois que Moisés e os israelitas derrotaram dois reis inimigos: Sion, dos  amorreus, que vivia em Hesbon, e Ogue, rei de Basã, que vivia em Astarote e Edrei. Os amorreus eram os habitantes de um reino centrado a leste do rio Jordão, na Transjordânia central (Números 21:33-35). Basã era uma terra rica e fértil no que hoje são as Colinas de Golã, a leste do Mar da Galiléia. Astarote era a capital de Basã e Edrei era uma cidade do reino de Ogue em Basã.

O objetivo de Moisés era expor a lei. O termo traduzido como lei é a palavra hebraica "Torá", um substantivo relacionado principalmente a instruções ou ensinamentos (legais ou intelectuais). Às vezes, é usado por escritores do Novo Testamento para se referir aos cinco primeiros livros do Antigo Testamento, como em Mateus 5:17-20;  Lucas 16:16. Em nosso contexto, no entanto, essa lei refere-se ao texto da aliança, isto é, aos preceitos e exigências que Moisés estava prestes a ensinar aos israelitas (ver também Deuteronômio 4:8, 44). Como tal, a lei refere-se a todo o livro de Deuteronômio, não apenas às leis individuais nele contidas.

Vale dizer que essa lei (ensino) foi apresentada na forma de um tratado entre um susserano e um vassalo, onde o susserano, como rei ou governante, estabelece suas próprias expectativas da aliança para o vassalo, o súdito. Assim, ao longo do livro de Deuteronômio, veremos que o Deus Susserano/Governante escolheu Israel para ser Seu vassalo e lhes forneceu instruções sobre como se comportar para agradá-Lo. Esta é outra maneira de dizer que essas instruções tinham a intenção de moldar o comportamento e as atitudes de Israel como vassalos de forma a refletir o caráter do seu Deus Susserano/Governante.

Assim, além dos comentários introdutórios e conclusivos do narrador, Deuteronômio consiste do discurso de Moisés a Israel, preparando-os para entrar na Terra Prometida. Deus havia dado promessas incondicionais a Israel, por meio de Abraão, de que faria deles o Seu povo e concedendo-lhes o título da terra. Deuteronômio lembra ao povo a fidelidade de Deus, mas também sua responsabilidade. O A dádiva de Deus de aceitar a Israel como Seu povo é irrevogável (Romanos 11:29). Porém, a bênção e a recompensa de Deus dependerão da obediência do povo.

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