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Significado de Deuteronômio 7:7-11

A eleição de Israel foi uma dádiva gratuita concedida por Deus e baseada em Seu amor e fidelidade graciosos a seus antepassados. Embora a dádiva de serem propriedades de Deus fosse incondicional e irrevogável, caso desejassem obter os benefícios das bênçãos de Deus era necessário que Israel cumprisse suas obrigações sob a aliança e obedecesse a Deus, seu soberano governante.

Tendo ordenado aos israelitas que destruíssem às sete nações que habitavam na Terra Prometida (7:1-6), Moisés agora os lembra do amor gracioso e da fidelidade de Deus a eles e a seus antepassados. Ele declara: O SENHOR não pôs o Seu amor sobre vós nem vos escolheu porque éreis mais numerosos que qualquer um dos povos, pois éreis o menor de todos os povos. Deus não escolheu Israel porque eram melhores ou mais poderosos. Muito pelo contrário, eles eram o menor entre todos os povos. Portanto, os menos poderosos.

O povo de Israel foi escolhido porque o Senhor os amou e decidiu cumprir o juramento feito aos antepassados de Israel." Deus estava deixando claro que Israel deveria ter humildade. Eles não deveriam destruir àquelas nações porque eram superiores, mas por causa de seu relacionamento de aliança com Deus.

Deus é fiel às Suas palavras. Ele fez promessas incondicionais a Israel, através de Abraão (e mais tarde a Isaque e Jacó), tornando-o Seu próprio povo e concedendo-lhes o título da terra (Gênesis 12, 26 e 28). Moisés lembra a Israel de sua herança, dizendo-lhes: "O SENHOR vos tirou por uma mão poderosa e vos redimiu da casa da escravidão, das mãos do Faraó, rei do Egito".

O SENHOR redimiu a Seu povo das mãos do Faraó, o rei egípcio, o governante mais poderoso da Terra naquela época. O verbo aqui traduzido como "redimiu" (“Padá”, em hebraico) enfatiza a idéia de que um preço de resgate foi pago para a libertação dos escravos, conferindo a eles os direitos legais e privilégios da liberdade. De acordo com o antigo costume de redenção do Oriente Próximo, tal resgate envolvia o pagamento de um valor para a libertação da pessoa. Neste caso, o ato redentor de Deus havia sido realizado através de mão poderosa, já que Deus redimiu a Israel através de uma intervenção milagrosa.

Deus manteve Sua palavra e continuará a fazê-lo. Deus afirma, ainda: "Sabei, pois, que o SENHOR, vosso Deus, é Deus, o Deus fiel, que guarda Sua aliança e Sua bondade para com a milésima geração com aqueles que O amam e guardam Seus mandamentos". Deus é fiel e sempre mantém a Sua parte na aliança. Deus havia feito um pacto com Israel e Ele o mantém, não importam as quais circunstâncias. Deus não muda. Porém, faz parte do pacto o fato de Deus abençoar a obediência e disciplinar a desobediência.

Deus abençoa àqueles que O amam e guardam Seus mandamentos em uma extensão que vai muito além da geração que O obedece. Deus recompensa a obediência mostrando Sua bondade amorosa à milésima geração. A expressão “milésima geração” pode significar um tempo indefinido. A bondade de Deus é ilustrada ao longo da história de Israel. Deus, de forma consistente, os educa e pastoreia em direção ao melhor futuro, ensinando-lhes Suas lições e mostrando-lhes o caminho construtivo a seguir. Uma parte da paternidade e pastoreio de Deus é disciplinar a Seu povo. Deus julga os comportamentos injustos. Deus diz que não havia escolhido a Israel como Sua propriedade por serem um grande povo. No capítulo 9, Deus diz a Israel:

“Saiba, pois, que não é por causa de sua justiça que o SENHOR, seu Deus, está lhe dando esta boa terra para possuir, pois você é um povo teimoso” (Deuteronômio 9:6).

A aceitação de Israel como Seu povo se dá pela graça. A aceitação de Israel como Seus filhos é incondicional e irrevogável (Romanos 11:29). Porém, isso não significa que não haja consequências para suas escolhas. Eles entraram em um relacionamento de aliança com Deus e, a fim de garantirem as bênçãos de Deus, seu governante, os vassalos deveriam viver em obediência. Comportamentos injustos trazem juízo até mesmo para aqueles a quem Deus aceitou incondicionalmente como Sua propriedade.

Os israelitas já haviam visto como seria o juízo sobre a injustiça. Moisés lembra aos israelitas de que o SENHOR "retribui aos que O odeiam, para destruí-los; Seu juízo não demorará para aqueles que o odeiam, Ele o retribuirá." As pessoas que odeiam o Senhor são julgadas. Este princípio aplica-se tanto aos que estão em um relacionamento de aliança com Deus quanto aos que não estão. Deus repetidamente adverte Israel de que deveriam cumprir com suas obrigações sob o pacto e os julgaria, caso fossem infiéis. Deus nunca os rejeitaria, mas os julgaria pela desobediência.

Moisés exorta os israelitas a observar as leis de Deus, a fim de desfrutarem dos benefícios do relacionamento do pacto. Ele diz: "Portanto, guardareis o mandamento, os estatutos e os juízos que hoje vos ordeno, que os façais". A alternativa para os israelitas seria a de quebrar suas obrigações sob o pacto e ser julgados. Veremos isso acontecer na medida em que a história de Israel se desenrola. Quando Israel cai em desobediência e quebra a aliança, Deus os entrega a seus desejos. Porém, Deus nunca os rejeita como filhos, como Sua propriedade. Deus permanece fiel e cumpre Sua parte da aliança. Em Romanos 11, Paulo faz um argumento apaixonado sobre a aliança feita na cruz:

"...e assim todo o Israel será salvo; tal como está escrito, ‘O LIBERTADOR VIRÁ DE SIÃO, ELE REMOVERÁ A IMPIEDADE DE JACÓ.’ ‘ESTA É A MINHA ALIANÇA COM ELES, QUANDO EU TIRAR SEUS PECADOS". Do ponto de vista do Evangelho, eles são inimigos por sua causa, mas do ponto de vista da escolha de Deus eles são amados por causa dos pais, pois os dons e o chamado de Deus são irrevogáveis" (Romanos 11:26-29).

As porções de Romanos 11:26-29 e m maiúsculo são citações do Antigo Testamento, prevendo a fidelidade eterna de Deus, discutidas mais detalhadamente em nosso comentário sobre Romanos. Isso demonstra que a fidelidade de Deus é inabalável, mas a eleição de Israel por Deus como Sua propriedade não significa que eles não tenham responsabilidade alguma. Muito pelo contrário. Eles têm responsabilidades e suas ações terão imensas consequências, gerando bênçãos ou maldições, vida ou morte.

Moisés afirma que Deus é Deus, o Deus fiel, que guarda Sua aliança. Deus sempre guardará a sua parte na aliança. Isso inclui trazer bênçãos sobre aqueles que O amam e guardam Seus mandamentos. Também inclui retribuir aos que O odeiam. Ao contrário da recompensa aos que O amam e obedecem, que recebem bênçãos amorosas até a milésima geração, Deus responderá à desobediência com severo julgamento, visando à destruição dos desobedientes. Deus não tardará a julgar aos que O odeiam, Ele trará a devida retribuição.

Moisés conclui esta passagem com um pedido. Dadas as realidades das grandes recompensas de Deus pela obediência e dos severos julgamentos pela desobediência, Moisés ordena a Israel que guarde o mandamento, os estatutos e os julgamentos que hoje vos ordeno, para que os cumpram. Moisés usa as três palavras (mandamento, estatutos e julgamentos) consistentes com o padrão até este ponto (ver 5:31; 6:1).

Moisés apresenta uma opção nua e crua. Há apenas duas opções, nada mais. Israel poderia obedecer e receber bênçãos inimagináveis, ou desobedecer e receber destruição. Uma das imagens de como Deus trouxe a destruição como resposta à desobediência de Israel, ao mesmo tempo em que continua a amar a Israel como Sua propriedade, é demonstrada ao longo da história de Israel. Uma ilustração clara pode ser encontrada em Jeremias 29:11, onde Deus diz aos israelitas que habitam na Terra Prometida:

“Porque conheço os planos que tenho para vós, declara o SENHOR, planos para o bem-estar e não para a calamidade para vos dar um futuro e uma esperança” (Jeremias 29:11).

Nos versículos seguintes, Deus deixa claro que os que ouviam a esta profecia estavam prestes a fazer parte de uma grande destruição na terra. Muitos morreriam, sua pátria seria devastada e eles viveriam como exilados em terras estrangeiras:

Assim diz o Senhor dos Exércitos: Eis que lhes envio a espada, a fome e a peste, e os farei como figos abertos que não podem ser comidos devido à podridão. Eu os perseguirei com a espada, com a fome e com a peste; e farei deles um terror para todos os reinos da terra, para ser uma maldição, um horror e um assobio, e uma reprovação entre todas as nações para onde os tenho conduzido, porque eles não ouviram as Minhas palavras", declara o Senhor, "que lhes enviei repetidas vezes pelos Meus servos, os profetas; mas tu não ouviste', declara o SENHOR” (Jeremias 29:17-19).

Moisés queria deixar claro a Israel que, embora o amor de Deus por eles fosse incondicional e Sua fidelidade seja certa, a quebra da aliança e de suas obrigações contratuais trariam duras consequências. As maldições da aliança seriam rigorosamente aplicadas.

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