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Significado de Deuteronômio 9:4-6

Moisés diz aos israelitas que Canaã seria conquistada e a justiça seria executada sobre os habitantes, cumprindo o juramento de Deus a Abraão, Isaque e Jacó, não porque Israel fosse justo. Israel era um povo teimoso, como demonstraram tantas vezes.

Tendo encorajado Israel a desapossar os habitantes de Canaã, porque Javé lideraria o exército invasor como fogo consumidor (vv.1-3), Moisés diz ao povo que a conquista seria o resultado da vontade do Senhor, não de sua justiça própria. Ele declara: Não diga em seu coração quando o SENHOR, seu Deus, os expulsou diante de vós: 'Por causa da minha justiça, o SENHOR me trouxe para possuir esta terra'. Deus estava usando Israel como instrumento para julgar a injustiça e a corrupção dos povos na terra de Canaã, como foi descrito (Levítico 18, por exemplo).

Deus adverte Israel contra a má interpretação da vitória que Ele lhes daria sobre os habitantes de Canaã. Embora o SENHOR liderasse o exército de Israel na destruição dos inimigos, os israelitas não deveriam concluir que o SENHOR lhes nhavia dado a vitória porque tinham alguma superioridade intrínseca. Deus os havia escolhido como Sua propriedade, apesar de suas fragilidades (Deuteronômio 7:7-8). Porém, Israel tinha que andar em obediência para garantir as bênçãos do relacionamento de aliança. Moisés já havia dado essa mesma advertência para que evitassem acreditar que tinham alguma superioridade inerente, negligenciando a obediência a seu governante Susserano (Deuteronômio 6:10-15).

A posse da terra de Canaã deveu-se à injustiça do povo de Canaã. Moisés declara: Mas é por causa da maldade dessas nações que o SENHOR as está despojando diante de vocês. As nações que viviam em Canaã praticavam todos os tipos de pecados e iniquidades. Em Levítico 18, Deus adverte os israelitas contra a repetição das práticas sexuais e outros comportamentos malignos que eles observariam na Terra Prometida. Essas práticas incluíam o sacrifício de crianças e uma vasta gama de condutas sexuais imorais que iam desde incesto até todo tipo imaginável de sexo, incluindo com animais. Portanto, como as nações que viviam em Canaã eram más (injustas), o Deus Susserano (Governante) iria destruí-las através do instrumento de Seus vassalos (Israel).

Moisés repete os mesmos termos (quase textualmente) para enfatizar a razão do Senhor para conceder a terra de Canaã a Seus vassalos (Israel) no versículo seguinte. Ele diz: Não é por sua justiça ou pela retidão de seu coração que você vai possuir sua terra, mas é por causa da maldade dessas nações que o SENHOR, seu Deus, as está expulsando diante de você. Esta repetição servia para enfatizar que Israel não estava possuindo a terra de Canaã devido a qualquer superioridade inerente. Eles estavam sendo usados como instrumento para julgar a maldade das nações que viviam em Canaã. Deus atrasou o julgamento dessas nações por mais de 400 anos, dando-lhes a oportunidade de se arrependerem (Gênesis 15:16). Porém, o dia do julgamento havia começado e Israel foi escolhido para executar esse julgamento.

Embora Israel não tivesse superioridade inerente, seu Deus Susserano havia escolhido a Israel para servir em uma função sacerdotal, trazendo o mundo até Ele e sendo um exemplo vivo de justiça (Êxodo 19:4-6). Porém, para servir a essa função e alcançar as bênçãos que a acompanhavam, Israel teria que andar em obediência. Caso contrário, eles também seriam julgados e despojados da terra (Deuteronômio 6:15). Vemos, então que, ao desapropriar os habitantes de Canaã, Deus tinha três propósitos: julgar a iniquidade dos habitantes; estabelecer Israel para servir na função de ser um exemplo positivo para outras nações; e confirmar o juramento que havia jurado a seus pais, Abraão, Isaque e Jacó.

Deus fez algumas concessões incondicionais a Abraão como recompensa pelo serviço leal que ele havia prestado. Um exemplo era um pacto de concessão da Terra Prometida em Gênesis 15. Em Gênesis 15, o Deus Susserano (Governante) promete fazer dele uma grande nação. Deus tranquiliza Abraão nos seguintes termos:

“Sabei com certeza que vossos descendentes serão estranhos em uma terra que não é deles, onde serão escravizados e oprimidos quatrocentos anos. Mas também julgarei a nação a quem eles servirão e, depois, sairão com muitos bens. Quanto a ti, irás em paz aos teus pais; você será enterrado em uma boa velhice. Então, na quarta geração, eles retornarão aqui, pois a iniquidade dos amorreus ainda não está completa” (Gênesis 15:13-16).

A recompensa prometida por Deus a Abraão por seu serviço fiel estava agora sendo cumprida. Abraão havia deixado de ser um homem sem filhos em Gênesis 15 para  ter descendentes tão numerosos a ponto de serem uma nação. Esta nação, agora, estava atravessando o Jordão para possuir a Terra que havia sido concedida a Abraão havia muito tempo.

Depois de quatrocentos anos, Deus tirou Israel do Egito, da casa da escravidão, como havia prometido. Ele os conduziu através do grande e terrível deserto para, finalmente, levá-los à Terra Prometida (Deuteronômio 8:15). Em Deuteronômio 9, Moisés lembra aos israelitas de que a conquista de Canaã mostraria a fidelidade de Deus à Sua palavra. Deus concederia a terra de Canaã a Israel para confirmar o juramento que havia feito a seus pais. A "iniquidade dos amorreus" também estava completa e o julgamento sobre sua iniquidade começaria agora.

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