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Significado de Eclesiastes 10:5-11

Salomão vê evidências de loucura na sociedade e adverte contra reagirmos ao mistério da vida (hebel) com apatia, maldade ou injustiça. A sabedoria é o verdadeiro caminho para o sucesso.

Agora, Salomão aborda uma espécie de mal sob o sol que tem amplo impacto. Este mal é um erro dos governantes. Quando um governante comete um erro, isso vai afetar negativamente a todos em seu reino. Assim, esses casos de maldade são eventos que causam um amplo impacto negativo.

O primeiro exemplo de um mal que tem amplo impacto é quando a loucura é exaltada e os ricos são colocados em lugares humildes. O mal aqui parece ser a honra da loucura em substituição à honra dos ricos. Quando uma sociedade começa a honrar a loucura ao invés de honrar àqueles que merecem, este mal vai corromper toda a sociedade.

A Bíblia condena a obtenção de riquezas de forma indevida (por corrupção ou injustiça). Mas, retrata positivamente a obtenção honesta das riquezas. A riqueza pode demonstrar que o homem rico fez escolhas sábias, algo que é ao mesmo tempo honroso e desejável. As atividades que levam à obtenção de riqueza, como o cultivo de rebanhos ou o aumento da produção agrícola, criam emprego e abundância de bens para a prosperidade da comunidade. Quando esse tipo de indústria é desonrada e, em vez disso, a loucura é celebrada, este é um grande mal que vai degradar a toda a sociedade.

O Novo Testamento adverte contra o amor ao dinheiro e defende que os seguidores de Cristo coloquem o Reino de Deus acima de tudo (Mateus 6:33). A Palavra de Deus não proíbe a riqueza, mas orienta aqueles que têm meios para desfrutar de sua riqueza, instruindo-os a serem generosos em suas doações (1 Timóteo 6:17-19). Jesus amava o jovem rico (Marcos 10:21) e não tinha dúvida de que o jovem era rigoroso em seguir a Lei e praticar a justiça. Porém, Jesus disse a ele que lhe faltava uma coisa, vender tudo e segui-Lo. O princípio primário do discipulado é que tudo deve ser feito em mordomia e serviço a Deus. (Ver comentário sobre Eclesiastes 5:13-17 para mais sobre este tema).

Salomão faz outra análise no versículo seguinte sobre escravos e príncipes. Ele conta que havia visto escravos montados em cavalos e príncipes andando como escravos na terra.

O que isso pode significar no contexto do mal que afeta a toda uma sociedade? Dado que Salomão tinha relações diplomáticas em toda parte, parece provável que ele esteja se baseando em sua experiência observando diferentes reinos. Em um reino próspero, um escravo poderia montar em um cavalo, já que andar a cavalo em um reino próspero não era um privilégio, mas um meio de transporte. Porém, em um reino pobre, um cavalo era um luxo. Em um reino muito pobre talvez um cavalo fosse totalmente inacessível e era por isso que os príncipes naquele reino pobre caminhavam como escravos.

Parece razoável que essa observação esteja ligada à descrição anterior de Salomão sobre o mal da loucura ser exaltada enquanto os homens ricos se sentam em lugares humildes. Em uma comunidade onde as realizações são desonradas e as riquezas são tiradas daqueles que as produzem e dadas àqueles a quem a autoridade favorece, a loucura é honrada. É uma loucura pensar que as pessoas vão trabalhar sem incentivos para isso. O resultado previsível é a pobreza. Eventualmente, não haverá mais riqueza para consumir e até os príncipes caminharão como escravos, em vez de cavalgar.

O texto deixa claro que Salomão acredita que a sabedoria leva à produção e a produção leva à riqueza. Porém, agora, Salomão apresenta quatro situações em que a produção pode levar à calamidade. Aquele que cava uma cova, rompe um muro, extrai pedras ou divide troncos faz isso para realizar algo que trará ganhos. Cavar um poço pode se aplicar a um poço de água ou talvez parte de um projeto de construção de uma casa. Romper um muro pode ser parte de um projeto de reforma ou talvez parte de uma conquista. A extração de pedras fornece materiais para a construção. Dividir troncos fornece lenha ou material para construção.

Este é um princípio amplo que se aplica a tudo o que está debaixo do sol, ou seja, que a aplicação da produção sempre vem com riscos. Toda decisão na vida envolve trocas. Tais riscos são inevitáveis, mesmo que a vida seja buscada com sabedoria e tenacidade. Esses riscos podem ser pesados e mitigados com planejamento e preparação adequados.

Este é o ponto da quinta atividade, afiar o fio de um machado de modo a maximizar a eficácia da ferramenta e minimizar o potencial de perda. Um machado afiado também minimiza o esforço despendido para atingir o objetivo desejado, o que aumenta a produtividade. No entanto, o tempo gasto afiando o machado é tempo que não pode ser usado para cortar. Um princípio da sabedoria que pode ser tirado disso é que uma quantidade adequada de planejamento e preparação pode minimizar os riscos e aumentar a produtividade.

Salomão recorre a um exemplo um tanto extremo para cimentar ainda mais a necessidade de planejamento e preparação adequados. Ele observa que se a serpente pica antes de ser encantada, não há lucro para o encantador. Neste exemplo, um encantador de cobras tenta encantar sua cobra, mas aparentemente não investiu em treiná-la antes de colocá-la em serviço. Então, em vez de lucrar, ele foi picado. Este é também um princípio universal. O lucro requer muitos investimentos. Aqueles que buscam atalhos para evitar os investimentos necessários receberão as recompensas de sua insensatez.

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