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Significado de Eclesiastes 11:9-10
Salomão, agora, fala diretamente com os jovens. O Pregador (Eclesiastes 1:1) já havia iniciado o "sermão para as crianças". Ele exorta o jovem a se alegrar durante sua juventude. Divertir-se. Aproveitar a vida. Mas ele não para por aí. Salomão diz ao jovem para deixar seu coração ter prazer durante os dias de sua masculinidade. Durante o tempo em que suas responsabilidades são leves e sua energia é alta, o jovem é instruído a aproveitar a vida ao máximo.
No entanto, em todas as escolhas que o jovem faz enquanto aproveita a vida, ele deve ter em mente que há consequências para seus atos. Há consequências que se estendem até a eternidade, pois Deus levará o jovem a julgamento por todas as coisas que ele escolher fazer. Deus nos dá o incrível poder de escolher nossas ações. Mas quando escolhemos nossas ações, precisamos entender que elas são um investimento que gerará resultados. Deus julgará nossas ações ao final de nossas vidas.
Esta passagem indica que uma coisa que Deus julgará é se aproveitamos a vida. 1 Timóteo 6:17 nos diz que Deus "nos fornece ricamente todas as coisas para desfrutarmos". Parece razoável que tenhamos que responder a Deus por não termos desfrutado de todos os aspectos da vida que Ele nos concedeu.
Isso remete ao paradoxo subjacente de Eclesiastes. O jovem pode se alegrar quando sustenta sua razão e suas decisões sobre o firme fundamento da fé, vendo a Deus tanto como um Deus, justo que levará todas as coisas a julgamento, quanto como um Deus amoroso, que deseja que aproveitemos a vida. Alternativamente, se o jovem vê a vida a partir do fundamento instável de sua capacidade de razão e experiência, ele acabará no fugaz vapor da loucura e da futilidade.
Uma vez que Deus nos deu a vida e as circunstâncias para que possamos desfrutar delas, Salomão aconselha o jovem a remover a tristeza e a raiva de seu coração. Às vezes, as circunstâncias trazem dor. E muitas vezes não há nada que possamos fazer a respeito. Porém, uma escolha que temos é se vamos nos render à circunstância que nos trouxe tristeza ou raiva. Temos a opção de recusar ser definidos ou controlados por qualquer circunstância. Salomão nos aconselha a não permitir que a dor domine nosso coração. Uma das melhores maneiras de remover a tristeza e a raiva de nossos corações é substituí-las por gratidão.
O fato de sermos instruídos a remover a tristeza e a raiva de nosso coração sugere que a tristeza e a raiva estão sempre presentes. De fato, o jovem (e cada um de nós) pode convidar tanto a tristeza quanto a raiva a qualquer momento, dependendo de como escolhemos olhar para as coisas. O luto e a raiva precisam ser tratados, não ignorados. A palavra “dor” traduzida na frase de Salomão também poderia ser traduzida como "mal". Assim, isso pode ser tomado como conselho para evitarmos o mal. Algo a ser evitado. Considerando que devemos abordar a dor e a raiva tomando-as em seu contexto apropriado, devemos evitar completamente o mal. Em parte, porque temos consciência do julgamento de Deus.
Além de afastar a tristeza e a raiva do nosso coração, Salomão aconselha o jovem a afastar a dor de seu corpo também. Mais uma vez, a palavra dor traduzida aqui ocorre com frequência no Antigo Testamento e quase sempre é traduzida como "maldade" ou "mal". Isso parece se encaixar melhor no contexto, pois os jovens são exortados a aproveitarem a vida tendo em mente o julgamento vindouro, algo que pode levar os jovens a evitar o mal enquanto desfrutam plenamente das recompensas da vida que Deus lhes concedeu.
O tempo é limitado, tanto a infância quanto o auge da vida são fugazes. Por isso, é importante apreciarmos a vida enquanto podemos. A maioria das coisas que nos afetam na vida estão além do nosso controle. Não temos escolha sobre quando nascemos, nossa altura, com quem nos relacionamos ou a maioria das outras circunstâncias. Porém, Deus nos deixa a responsabilidade de escolher nossa perspectiva. E Salomão exorta os jovens a aprenderem a escolher a perspectiva de apreciarem a vida, abraçando as coisas como elas são. O verdadeiro gozo requer que não sejamos capturados por circunstâncias de tristeza e raiva, nem sejamos atraídos para o mal, que leva à escravidão e à perda (Romanos 6).
Salomão termina esta passagem observando que a infância e o auge da vida são fugazes. A palavra traduzida como “fugaz” é a nossa velha amiga "hebel". Assim, podemos traduzi-la aqui como "vapor" ou "mistério". Porém, fugaz é uma boa tradução, pois o vapor só está lá por um momento. Você tenta agarrá-lo e ele já se foi. Assim é a nossa vida. O livro de Tiago, do Novo Testamento, usa essa mesma ilustração para se referir a toda a nossa existência, afirmando que é como um "vapor" (Tiago 4:14). Tiago era judeu e pode ter obtido sua ilustração quanto à brevidade da vida a partir deste versículo de Salomão. As expectativas nesta vida são "hebel".