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Significado de Eclesiastes 2:1-2
No capítulo 2, Salomão muda para outra avenida de exploração. O primeiro capítulo termina com Salomão considerando a vantagem da sabedoria, a habilidade de encontrar significado pela razão e pelo esforço humanos. Agora, ele muda sua análise para considerar o papel do prazer. Se o trabalho e a sabedoria são considerados hebel/vapor/vaidade, então talvez o prazer possa trazer uma resposta para o significado da vida. Talvez, se Salomão focar em experiências prazerosas, ele possa descobrir o caminho para as realizações. Já que Salomão era incrivelmente rico, não havia limitação alguma para sua busca pelo prazer.
Salomão continua sua investigação por meios de vários estudos de caso. A natureza desses estudos é tentar entender se o prazer das experiências e das realizações nos permitem compreender os propósitos de Deus.
Salomão registra que raciocinou internamente, dizendo a si mesmo. A expressão Si mesmo é uma tradução da palavra hebraica “leb”. “Leb” aparece 593 vezes no Antigo Testamento e é traduzida como “coração” 508 vezes (na Versão King James). A expressão pode ser traduzida como “disse para seu coração”. Ouo seja, Salomão nos dá uma visão de seu interior e nos conta sobre a conversa que teve consigo mesmo. É um exemplo bíblico demonstrando que o homem mais sábio que já existiu não somente tinha conversas consigo mesmo, mas tinha uma consciência aguçada das várias funções de seu ser. Ele estava consciente de que sua vontade era separada de seus apetites e desejos. Porém, ele também estava consciente da existência de desejos no fundo de seu coração que precisavam ser satisfeitos. Ele raciocinou e, então, escolheu. No caso em questão, ele busca satisfação para seu coração por meio de experiências prazerosas.
Salomão diz a si mesmo: Vamos, eu irei te testar com prazer. Então aproveite. Parece que Salomão estava fazendo uso de sua mente para falar com seu coração. Ele estava dando permissão, fazendo uma escolha para uma ação. O autoconhecimento de Salomão é tão grande que ele podia separar sua razão de seu coração e sentimentos. Em Eclesiastes 3:11, Salomão nos conta que Deus colocou a eternidade no coração do homem (leb). Assim, fica claro que ele estava escolhendo permitir que seu coração procurasse prazer, no intuito de entender se aquilo satisfaria sua busca por significado. Mas não satisfaz. Salomão diz sobre o prazer: “Do que adianta?”
Salomão diz que o riso “é loucura”. O riso é um sintoma de felicidade, porém não contêm em si mesmo o significado real da vida. É uma reação para influências externas. É o resultado final de uma experiência momentânea, mas não tem nenhuma substância em si mesmo. Uma pessoa que ri sem motivo vai parecer louca para qualquer observador. O riso sem motivo é loucura. Salomão não se opõe ao riso. No capítulo seguinte ele diz que “há tempo para rir” (Eclesiastes 3:4), mas no mesmo versículo, ele contraria isso explicando que também “existe tempo para estar em luto”.
Não existe permanência no riso. Salomão vê futilidade em testar as habilidades de seu coração para apreciar a vida e viver de forma positiva. Muitas coisas na vida são difíceis e dolorosas. Dar risada em todas as circunstâncias não produz compreensão dos significados da vida. Tal atitude é loucura. Eventualmente, o riso pode se tornar uma forma de ignorar a realidade e não aproveitá-la. E mesmo em períodos nos quais encontramos prazer sempre haverá a ausência de algo em nossas vidas. A risada e a diversão deixam a maior parte das pessoas com um sentimento de vazio e de desperdício. É algo falso, fora da realidade, imprudente, nada mais que vapor.
E sobre o prazer (ou alegria), Salomão diz: “De que adianta?” Mais literalmente, o que isso faz ou produz? A pergunta retórica sugere que o prazer, assim como a sabedoria, tem suas limitações como forma de ajudar os humanos a reconciliar o significado das coisas com suas experiências práticas. É como o vapor. Não cria nada e não deixa nada em seu caminho. Passa num momento do tempo e logo se esvai.