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Significado de Eclesiastes 2:3-9
Salomão, agora, monta uma estratégia deliberada para ver se consegue encontrar a alegria pelo uso do vinho. Ele executa um plano muito deliberado para estimular seu corpo com o vinho, enquanto evita cuidadosamente a tolice ou a destruição que normalmente acompanha a embriaguez. Seu plano de estimular seu corpo com o vinho requer que ele mantenha sua compostura, enquanto sua mente sabiamente o guia. Salomão já havia visto a tolice do abuso do álcool. Ele nos diz em Provérbios 20:1:
“O vinho é escarnecedor, e a bebida forte, turbulenta; e todo aquele que é vencido por eles não é sábio.”
Sabendo disso, Salomão monta um plano que o permite controlar a tolice e estimule seu corpo com o vinho, enquanto evita o comportamento tolo da proveniente da embriaguez. Ao mesmo tempo em que Salomão alerta sobre o uso incorreto do vinho e proíbe a embriaguez (Provérbios 23:29-35), ele afirma que o vinho é um presente de Deus para alegrar o coração (Salmos 104:14-15). A Bíblia usa o vinho como símbolo do total prazer na vida (Eclesiastes 9:7-10; 10:19; Zacarias 10:7). Salomão deixa claro que sua mente o estava guiando sabiamente. Ele planeja descobrir se o vinho poderia trazer a felicidade que seu coração desejava, ao mesmo tempo em que evitava a tolice.
O plano de Salomão incluía o controle da tolice em outras atividades humanas. Ele mergulha em uma exploração das diversas atividades neste mundo, mas continua atrelado à sabedoria para não se afastar demais dela.
O tema de sua investigação é Ver o que de bom existe para os filhos dos homens sob o sol. Esta atual investigação irá explorar a construção, o paisagismo, a beleza arquitetônica, o desenvolvimento da terra, a expansão do modo de vida, a aquisição de riquezas financeiras, a música e o prazer sexual.
Salomão novamente se refere a uma das limitações mais críticas em sua experiência: o tempo. Ele adiciona a cláusula durante os poucos anos de suas vidas. Ele nos lembra sobre a natureza passageira da existência humana. O homem só possui um tempo curto na terra. Assim, Salomão planeja investigar todas as coisas nas quais as pessoas normalmente buscam encontrar satisfação e testar se elas, realmente, satisfazem ao coração humano.
Como um rei muito bem-sucedido e rico, Salomão tinha os recursos para explorar seus desejos e motivações humanas ao limite máximo. Ele poderia exercitar sua criatividade ao máximo - ele aumentou suas obras. Ele empreendeu os maiores projetos de busca em seu tempo. A repetição da expressão Por mim mesmo se refere à sua busca para ver se os prazeres poderiam trazer a alegria para seu coração (2:1).
Podemos nos identificar com a primeira parte da lista. Hoje em dia, quando as pessoas alcançam grandes quantias em dinheiro, elas normalmente constroem casas sofisticadas. Salomão construiu casas e plantou vinhedos para si mesmo. Talvez para fazer os melhores vinhos. Ele também procurou embelezar suas casas, plantou jardins e criou parques. Ele também plantou em seus jardins todo tipo de arvores frutíferas. Ele criou lagos. Porém, esses lagos não eram apenas para decoração: eles tinham o propósito de irrigar as árvores. Suas propriedades tinham todas as características das magníficas propriedades que temos na era moderna. No entanto, Salomão não parou aí.
Propriedades dessa magnitude precisariam de manutenção substancial. Para poder hospedar seus convidados e mostrar suas grandes riquezas, Salomão precisava de muitos servos. Assim, ele comprou escravos e escravas e também tinha escravos que nasceram em sua casa. Esses funcionários cuidavam do jardim, mantinham a propriedade, colhiam e preparavam as frutas, faziam o vinho e recebiam os convidados. Na verdade, quando a rainha de Sabá visitou a Salomão, ela disse exatamente isso sobre suas propriedades fabulosas:
“Tendo a rainha de Sabá visto toda a sabedoria de Salomão, e a casa que tinha edificado, e a comida da sua mesa, e os assentos dos seus oficiais, e as funções, e vestidos dos que o serviam, e os seus copeiros, e a subida pela qual subia à Casa de Jeová, ficou estupefata. Disse ao rei: Era verdadeira a fama que na minha terra ouvi acerca dos teus atos e da tua sabedoria. Todavia, eu não dei crédito às palavras, até que vim e vi com os meus próprios olhos. Eis que me não contaram a metade” (1 Reis 10:4-7a).
O comentário da rainha de Sabá - de que ficou estupefata - indica que ela sabia que jamais conseguiria chegar ao nível de Salomão. Ninguém podia ser comparado a ele. Assim é a natureza das posses - ela é comparativa. Se buscarmos significado nas posses, não vamos encontrá-los. A rainha de Sabá ficou inquieta porque percebeu que suas posses eram insignificantes em comparação com as de Salomão. Porém, Salomão nos diz que ele havia aproveitado ao máximo seu modo de vida luxuoso, porém percebeu que isso não havia dado a ele significado algum para a vida.
Assim, Salomão expande seus interesses na área dos negócios. Ele possui rebanhos e manadas em Jerusalém maiores que qualquer um antes dele. Esta atividade gerava muito dinheiro. Salomão coletava para si a prata, o ouro e o tesouro de reis e províncias. Muito dessa riqueza ele adquiriu pela diplomacia e pelo poderio militar. 1 Reis 10:14-15 nos diz:
“Ora, o peso do ouro que se trazia a Salomão cada ano era de seiscentos e sessenta e seis talentos de ouro, afora o que entrava dos vendedores ambulantes, e do tráfico dos negociantes, e de todos os reis do povo misto, e dos governadores da terra.”
Ele era o homem mais rico e tinha propriedades mais luxuosas e impressionantes que qualquer outro mortal.
Ele também era um conhecedor da música. Ele havia adquirido cantores, homens e mulheres. Agora, Salomão poderia apreciar um pouco de música sempre que seu coração desejasse, mas não parou por aí. Salomão completou a frase antiga que diz que para se ter uma “vida boa” é necessário “vinho, mulheres e música”. Salomão se refere ao prazer sexual com a frase Os prazeres do homem - muitas concubinas. Uma concubina era uma mulher que estava disponível como parceira sexual, mas não tinha a posição de uma esposa. 1 Reis 11:3a fala sobre Salomão, próximo ao final de seu reinado:
“Ele tinha setecentas esposas, princesas, e trezentas concubinas.”
Isso definitivamente expressa muito bem a frase muitas concubinas. Salomão reinou por quarenta anos (1 Reis 11:42). Para chegar a ter trezentas concubinas durante seu reinado de quarenta anos foi necessário adicionar uma nova concubina a cada dois meses por quarenta anos. É óbvio que Salomão acrescentou um número desproporcional de concubinas no início de seu reinado, quando era mais jovem, possivelmente como parte de sua busca de explorar o prazer, incluindo os prazeres do homem.
Muitas das setecentas esposas vieram como parte dos tratados que ele fez com outras nações, eram casamentos diplomáticos que talvez não dessem a Salomão esposas fisicamente desejáveis. Porém, é interessante que mesmo setecentas esposas não eram suficientes para o apetite sexual de Salomão. Ele também tinha trezentas concubinas para satisfazer os prazeres do homem. Salomão teria que adicionar mais ou menos duas mulheres por mês ao seu harém durante seu reinado de quarenta anos para chegar em 1000 esposas e concubinas.
Parece que Salomão, realmente, explorou toda a gama de prazeres disponíveis. Sua busca era para determinar se tais prazeres sem limitações poderiam trazer a felicidade que seu coração desejava. Todos os espólios possíveis dos esforços humanos foram alcançados por Salomão. Ele tentou de tudo. Ele se tornou grande e elevado. Mais uma vez, Salomão mostra autoconhecimento, ao afirmar que sua elevação era maior do que todos que me precederam em Jerusalém. E, mesmo assim, ainda que tivesse se deixado levar nessa grande gama de prazeres, a sabedoria de Salomão permaneceu com ele. Ele não perdeu a perspectiva divina.
Salomão provavelmente escreveu Eclesiastes logo no início de seu reino, já que 1 Reis 11:1-13 nos conta que o coração de Salomão ficou longe do SENHOR por conta de suas esposas, a quem ele amava. Isso indica que, mais adiante em sua vida, Salomão não andava mais na sabedoria dada por Deus.
O problema, como dito na Bíblia, não era o fato de Salomão ter tantas esposas. O problema era que ele havia se casado com mulheres de nações com as quais Deus havia proibido Israel de promover casamentos, para que não corrompessem seus corações a servir a outros deuses (1 Reis 11:1-2). Quando Davi pecou com Batseba, Deus disse que se ele quisesse mais casas e esposas, Deus as teria dado a ele (Samuel 12:8).
Isso nos soa muito estranho para nós. Jesus nos deu uma explicação. Ele deixou claro que desígnio do casamento é entre o homem e uma mulher. Porém, Jesus também disse aos fariseus que o desígnio ideal de Deus havia sido corrompido pelo divórcio por conta da dureza do coração do homem (Marcos 10:3-8). Parece que ter várias esposas era permitido por Deus neste ponto da história, mesmo que não fosse este Seu desígnio ideal.
Dada a afirmação de Salomão de que a sabedoria estava com ele, parece provável que no momento que estava escrevendo Eclesiastes ele ainda não havia começado a tomar esposas de nações proibidas.