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Significado de Eclesiastes 3:18-22
Salomão fala consigo mesmo em relação aos filhos dos homens, consciente de si mesmo em sua contemplação. A frase “filhos dos homens” é um termo poético que se refere à raça humana. Expandindo a noção de Deus como juiz, Salomão, agora, diz a si mesmo: Deus com certeza os testou, referindo-se aos filhos dos homens. A palavra em hebraico traduzida como “provar” traz a noção de algo sendo purificado. O exercício aqui é que Salomão observa Deus usando as provas para purificar a humanidade, demonstrando que são todos apenas brutos. Isso soa um pouco estranho, mas Salomão continua sua explicação: Porque o destino dos filhos dos homens e o destino das feras é o mesmo. Assim como um morre, o outro também.
A morte é destinada a ser nossa instrutora, nossa professora. Ambos, humanos e animais, vivem e morrem; assim, não existe vantagem entre os homens e as feras, porque ambos acabam morrendo. Baseados apenas na razão e experiência humana, os humanos são, na verdade, piores que os animais, porque Deus colocou a “eternidade em nossos corações” (Eclesiastes 3:11). Não gostamos da ideia de que a vida acabe, enquanto as feras estão totalmente alheias a tal realidade. Por mais que pareça que somos mais inteligentes, mais sábios e temos mais autoridade (isso é empiricamente verdadeiro), a realidade é que essas vantagens são repletas de vapor (veja os comentários de Eclesiastes 1:2). Inteligência e autoridade não são tão vantajosas como parecem ser. Tudo vai para o mesmo lugar no fim, tudo veio do pó e tudo retorna ao pó.
Será que deveríamos usar nossa razão para saber mais? Salomão nos recomenda que não. Ele afirma: Quem sabe se o respirar do homem sobe e o respirar das feras desce para a terra? A palavra “respirar” nesta frase é “ruwach”, que também pode ser traduzida como “vento” ou “espírito”. É provável que Salomão esteja perguntando: “Como realmente saber se nosso espírito vai para o céu, enquanto o espírito das feras fica na terra?” A resposta implícita é: Não saberemos. Podemos correr atrás do vento, mas não podemos pegá-lo. Sabemos que existe um espírito em todos os seres viventes, mas não podemos vê-lo. Então, como saber para onde ele vai? Podemos saber apenas pela fé.
Concluindo o capítulo 3, Salomão usa novamente a frase “não há nada melhor” para falar positivamente sobre nossas atividades. Devemos temer a Deus. Devemos confiar Nele, que Seus propósitos são bons para nós, mesmo que não os compreendamos. Esta é a nossa porção, nossa parte no grande jogo da vida. Salomão argumenta que devemos ser felizes em nossas atividades. Esta é a única possibilidade garantida, o grande presente de Deus.
Esta é a porção da humanidade: confiar em Deus, temê-Lo e aproveitar a dádiva da vida. A palavra “porção” significa nossa parte. Salomão parece sugerir que devemos aceitar o fato de que nossa perspectiva limitada só pode enxergar o vapor da vida. Porém, por fé, podemos ir além de nossas limitações e aproveitar a vida. Para isso, devemos primeiro adotar uma perspectiva adequada sobre a realidade, de que ela começa e termina com a fé em Deus.
Pois quem o poderá fazer voltar para ver o que há de ser depois dele? Não podemos ver o futuro, porque somos limitados, frágeis, seres imperfeitos. A certeza completa sempre nos escapa. O tempo brinca com nossas perspectivas e nos tenta com suposições perigosas. No entanto, temos uma porção, um papel definido dentro do vapor da vida. Recebemos a chance de temer a Deus e sermos felizes em nossas atividades. Isso é possível quando exercitamos a fé para aceitarmos a realidade baseada na Palavra de Deus e vivermos nesta realidade a cada dia de nossa existência.