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Significado de Eclesiastes 3:9-13
Salomão retoma o tema da tarefa (Eclesiastes 3:9-11) e nos dá um conselho (Eclesiastes 3:12-13). Sua pergunta é: “Qual o lucro para o trabalhador quanto ao que ele labuta?” Essencialmente, ele repete a pergunta inicial (Eclesiastes 1:3). Neste ponto, Salomão explora dois caminhos para a resposta. O primeiro é o caminho de usar a razão e a experiência. Ele já havia deixado claro que a razão e a experiência não oferecem respostas satisfatórias para o significado da vida. Salomão reafirma essa lição aqui. Ainda que Deus tenha colocado a eternidade em nossos corações e criado dentro de nós o desejo de entender o significado da vida, os seres humanos jamais irão encontrar a resposta para os propósitos de Deus usando a razão e a experiência.
Salomão expressa o propósito de Deus na frase o trabalho que Deus fez desde o início ate o fim. Esta é uma expressão poética sobre a totalidade dos planos de Deus e o propósito para a criação, para a história, para a humanidade e para a experiência humana, nesta era e em todas as eras. Existe um plano. Deus fez tudo apropriado em seu devido tempo. Porém, nosso trabalho não é discernir este plano por nossa própria experiência e razão. Não descobriremos os propósitos de Deus através da nossa lógica limitada. O caminho para encontrarmos significado e propósito está em escolhermos a perspectiva de que nosso papel no plano de Deus é uma dádiva Dele.
Qual é o nosso papel no plano de Deus? Primeiro, Deus fez cada ser humano para ser um trabalhador. Uma das primeiras coisas que Deus fez depois de criar Adão foi dar a ele vários trabalhos a serem realizados. Deus deu a Adão a tarefa de cultivar o jardim. Ele também deu Adão o trabalho de “cuidar”, proteger e administrar o jardim (Gênesis 2:15). Ele trouxe os animais a Adão e ordenou que ele os nomeasse (Gênesis 2:19).
A expectativa era a de que o trabalho dos seres humanos geraria lucro, como alimento para comer e roupas para usar. De qualquer forma, quando Adão caiu, o trabalho foi amaldiçoado, se tornando labuta (Genesis 3:17). Labuta aqui é a tradução da palavra hebraica “ama”, que significa trabalho com dificuldade. Devemos trabalhar duro para cultivar as plantas que dão frutos, mas as pragas não precisam de ajuda para crescer.
Deus designou tarefas para que os homens tivessem coisas com o que se ocupar. Deus nos deu o desejo de trabalhar e buscar entendimento. Se buscarmos satisfazer esse desejo por nossos próprios esforços, vamos estar correndo atrás do vento. Porém, se escolhermos ver esse desígnio como um maravilhoso presente de Deus, iremos apreciar a vida e encontrar propósito através da fé em nosso Criador.
Salomão pergunta: “Qual o lucro para o trabalhador pelo que ele labuta?” Um aspecto do lucro é se alegrar e fazer o bem em nosso tempo de vida. Quando fazemos bem o nosso trabalho, isso nos traz lucro, mesmo que o trabalho seja cansativo. A chave é se alegrar. Viver a vida em gratidão, buscando propósito e entendimento no alicerce da fé.
O desejo de conhecer e entender os propósitos de Deus foi colocado em nossos corações por Deus. Ele colocou a eternidade em nossos corações. A palavra em hebraico traduzida como “eternidade” também pode ser traduzida como “gerações”, “eras passadas”, “eterno” e “para sempre”. Ela carrega o sentido de abranger o tempo do início ao fim de uma era. Nós, inerentemente, desejamos saber o significado de todos os eventos que acontecem no tempo e onde nos encaixamos em tudo. Porém, Salomão conclui que Deus faz tudo apropriado no seu devido tempo. Isso conclui o tempo para as explicações.
A palavra em hebraico para apropriado é “yapheh” e é traduzida em Eclesiastes 5:18 como “adequado”, mas também pode ser traduzida como “justo” ou mesmo “belo”, como em Gênesis 12:11 ao descrever Sara como uma “bela” mulher. Um aspecto significativo da beleza é a proporcionalidade, a harmonia, a forma. A arte e a música são belas quando as partes trabalham juntas para refletir o tema atribuído pelo seu autor.
Deus é o Artista Mestre. Ele fez (trabalhou) tudo apropriado, ou belo, em seu tempo. Todos os eventos são coreografados no Seu balé cósmico. Os céus cantam a música de Deus em harmonia perfeita para acompanhar a performance da natureza (Salmos 19).
Existem três elementos em jogo na observação de Salomão sobre a tarefa da labuta dada ao homem. O primeiro é que ela é apropriada em seu tempo. O segundo é que a eternidade é colocada no coração humano. Isso significa que mesmo que estejamos limitados ao tempo, estamos cientes da eternidade. Conseguimos compreender os limites do nosso entendimento. Isso é um paradoxo muito importante, porque o terceiro elemento aqui é que o homem não consegue entender o que Deus fez desde o início até o fim. Assim, sabemos o suficiente para entender que nunca saberemos tudo. Sabemos quais tarefas são apropriadas para seu tempo. Mesmo assim, estamos cientes da eternidade, uma realidade não sujeita ao tempo. Uma era além da nossa era.
Deus é eterno entende todas as coisas a partir de uma perspectiva que não podemos ter. Deus nos criou à Sua imagem e parte dessa imagem é que temos o desejo de compreender as conexões de causa e efeito, bem como os propósitos que transcendem o próprio tempo. Deus nos fez com a ânsia de saber a significância de nós mesmo e dos nossos trabalhos e obras, porque essas coisas têm efeitos que vão além do tempo.
Esta é a tarefa de Salomão, sua grande busca. Ele saiu para descobrir a chave que lhe permitiria encontrar todas as relações de causa e efeito, assim com Deus as vê, isso é, “juntar tudo”. Este não é um desejo errado. O próprio Deus nos concedeu isso. Porém, Salomão conclui que isso é definitivamente inalcançável por nossas obras. Podemos alcançar este objetivo somente quando olhamos para a vida e para as oportunidades que temos de trabalhar como sendo um presente de Deus.
Quando abordamos a vida e tudo o que fazemos como presentes de Deus, nossas obras na terra passam a ter propósito. Elas ainda são como vapor, misteriosas, porém agora fazem um certo sentido paradoxal. Pelo fato de não existir nada melhor do que se alegrar e fazer o bem no seu tempo de vida, Salomão nos dá três exemplos que deixam claro a amplitude desta declaração. A observação de Salomão se aplica a todos os homens, ninguém é excluído. Isso inclui todas as necessidades terrenas da vida. Finalmente, aceitar a vida como um presente de Deus permite que todos os seres humanos vejam o bem em todo seu trabalho. Salomão inclui nisso todas as atividades de todas as pessoas.
É uma dádiva de Deus comer, beber e ver a vida como um presente Dele. Parece, então, que essa gratidão e fé são o alicerce da vida de sucesso, enquanto independentemente buscamos propósitos mais elevados.
Salomão parece sugerir que Deus, o único que pode compreender a eternidade, nos deu relances quanto ao nosso propósito, alegria e significado. Esses são os presentes de Deus para nós. Essa advertência de regozijar e apreciar a vida como presentes de Deus é repetida em todo o livro de Eclesiastes (veja Eclesiastes 2:24; 3:11; 3:22; 5:18-20; 8:15; 9:7-9; 11:9-10). Não existe nada melhor do que viver dessa forma.
A vida pode e deve ser vivida com disposição positiva e alegre - uma disposição feliz que se estende não somente às atividades humanas diárias (comer e beber), mas também aos aspectos encantadores do trabalho, até mesmo os trabalhos cansativos. Esta é uma perspectiva que podemos escolher, caso ajamos em fé e gratidão. A alternativa é tentar encontrar propósitos que certamente resultarão em futilidade e correr atrás do vento.