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Significado de Eclesiastes 5:18-20
Salomão conclui que é bom e apropriado comer, beber e gozar o bem de todo o trabalho com que se afadiga debaixo do sol, por todos os dias da vida que Deus lhe deu. Na verdade, apreciar a produção do trabalho é a nossa recompensa. Acumular riquezas é algo fútil, não nos faz bem e teremos que deixar tudo para trás. É melhor aproveitar hoje os benefícios do que conquistamos.
Nos capítulos anteriores, Salomão deixa claro que a buscar pelo prazer não leva à realização. Contudo, pelo paradoxo da fé, podemos ter grandes benefícios ao vivermos em gratidão a Deus pela dádiva da vida. Ao invés de pensar que só seremos felizes com coisas que não temos, podemos aproveitar as coisas que temos, algo que transforma o “hebel” (vapor, veja 1:2) da vida em oportunidades.
A palavra traduzida como “bela” é “yapheh”, significando “bonito” ou “justo”. As coisas boas e belas são comer, beber e aproveitar o trabalho. Aproveitar e comer são traduções literais do hebraico. “Apreciar” vem da frase em hebraico “ra’ah towb”, que literalmente significa “ver o bem”. Metaforicamente, essas três advertências nos encorajam a comer, beber e aproveitar uma boa perspectiva. Absorva a verdade, veja o bem.
Consistente com os ciclos da vida observados por Salomão, ele novamente volta ao seu ponto central. É fútil buscar significado e propósito pela razão e experiência, incluindo a experiência do prazer. Porém, podemos alcançar grandes benefícios ao vivermos em gratidão pela bondade de Deus, vendo o bem em tudo o que Ele criou. A gratidão nos leva a ter prazer. A felicidade na terra é o produto de ter uma perspectiva adequada enraizada na fé. Escolher a perspectiva correta transcende a realidade dos mistérios e incertezas da vida. A fé, bem como uma perspectiva apropriada, nos permite apreciar a mais comum das atividades, como comer, beber e aproveitar nosso trabalho.
O homem labuta sob o sol durante os poucos anos da sua vida que Deus deu a ele. Assim, é muito importante fazer com que nossas oportunidades na terra nos tragam felicidade durante a pouca duração da nossa vida. Nossas vidas são um trajeto curto, ao qual Tiago chama de “vapor que aparece por pouco tempo e depois some” (Tiago 4:14). Isso significa que devemos ter um senso de urgência para “ver o bem” e alcançar a recompensa completa por nosso labor. A única possibilidade de isso acontecer está enraizada em uma perspectiva apropriada. A fé deve ser o alicerce para a nossa recompensa completa. Isso é verdade não somente na próxima vida, mas também para a vida na terra. Salomão deixa claro que buscar uma vida de gratidão baseada na fé é a recompensa de Deus para nós agora.
É comum, por toda a Bíblia, que recompensas e punições incluam circunstâncias terrenas juntamente com as recompensas divinas. Nossas escolhas têm consequências. Quando seguimos aos caminhos de Deus, alcançamos boas consequências, mas isso não significa que não iremos ter problemas. O munda ainda é caído e isso não elimina o mistério da vida (o “hebel”). Porém, a obediência produz a paz. Salomão começa o livro tentando encontrar a paz interior usando a razão e a experiência financiadas por uma “conta bancária” praticamente infinita, porém não encontra nada. A grande recompensa que Salomão encontra é a consequência de viver em fé.
Além disso, o versículo 19 enfatiza o que já foi dito. Todo homem a quem Deus deu riquezas também foi empoderado. O homem deve tomar decisões quanto ao que fazer com suas riquezas e tesouros. Deus o empoderou para comer delas (riquezas) e receber sua recompensa e se alegrar com seu trabalho. A vida possui muitas realizações. O que estamos fazendo faz sentido, porque estamos administrando o trabalho de Deus.
As riquezas não são inerentemente malignas; porém, existem problemas comuns provenientes das riquezas: perspectivas falsas, suposições incorretas e a distração da fidelidade. Essas coisas podem corromper uma pessoa rica, mas todas elas são escolhas. Nós temos outra escolha: apreciar os tesouros de forma apropriada. Quando usadas de maneira errada, as riquezas são um grande peso que pode nos destruir. Usada de maneira correta, elas são uma oportunidade para experimentarmos alegria e boa administração.
Isso é um presente de Deus. Em toda a labuta e vaidade (ver notas sobre Eclesiastes 1:3) Deus nos garante este indulto: a mordomia. Podemos celebrar a tarefa de fielmente fazer, aproveitar e ser o que Deus nos chamou a ser, ou buscar os propósitos do mundo ao nosso redor pela razão e experiência, algo que nos levará ao desespero. Ver o bem e ver a vida como uma dádiva nos leva à habilidade de apreciá-la.
Deus mantém o bom mordomo ocupado com a felicidade de seu coração. Se estamos ocupados em administrar e celebrar o que Deus nos deu, em gratidão, nossa recompensa será a felicidade no coração. É a consequência oposta da experimentada pelo acumulador. A realização não é encontrada na razão e experiência, mas na escolha de uma perspectiva enraizada na fé. A fé nos liberta da futilidade de tentarmos extrair algum propósito da grande e incompreensível vida terrena.
É presente de Deus termos recursos suficientes para comer e se alegrar com nosso trabalho, aproveitar o que fazemos. Esta é a grande dádiva que deveria estar presente em todo homem a quem Deus deu riquezas. Na realidade, se esse homem com riquezas enxergar as felicidades da vida como sua recompensa, vivendo em gratidão, ele não terá que pensar muito nos anos finais de sua vida. Em outras palavras, a gratidão o levará a não temer a morte, porque Deus o manterá ocupado com a felicidade de seu coração.
A gratidão nos dá a grande recompensa de nos alegrar com nosso trabalho, as obras de nossas mãos. Quando vemos qualquer oportunidade como um presente de Deus e administramos esse presente, ao invés de acumulá-lo, isso gera a gratidão.