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Significado de Eclesiastes 5:9-12

O amor ao dinheiro e a dependência das riquezas rouba os ricos de ter satisfação. O trabalho leva a satisfação.

A expressão “entretanto” foi adicionada pelos tradutores. Muitas traduções conectam o versículo 9 com o versículo 8 e a discussão sobre a justiça. Contudo, o versículo 9 pode ser apresentado da seguinte forma: “Além disso, o lucro da terra é para todos; o próprio rei é servido pelo campo”. O ponto é que que todas as riquezas vêm da terra. Até mesmo um rei não pode alcançar riquezas que não venham da própria terra. Nisso, todos os humanos são iguais.

Os humanos também são similares de outra maneira: Aquele que ama o dinheiro não estará satisfeito com ele. Salomão afirma uma grande ironia: aquele que ama ao dinheiro nunca terá o suficiente, então nunca estará satisfeito. O amor ao dinheiro é um vício que destrói. O apóstolo Paulo relata um sentimento similar em sua primeira carta a Timóteo: “Pois o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, cobiçando-o, se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores” (1 Timóteo 6:10).

Mesmo que a terra seja abundante, não existem tesouros suficientes nela para satisfazer a ambição por “mais”. Salomão enfatiza o ponto de outra forma: Aquele que ama a abundância não estará satisfeito com sua renda. O homem que tem abundância de bens vai multiplicar sua renda, mas não se dará por satisfeito ela. Ele irá sempre querer mais.

Isso é vaidade. Correr atrás de dinheiro em busca de felicidade nunca traz a felicidade. É como correr atrás do vento. Acumular posses nunca irá nos levar à satisfação.

Salomão conclui que isso também é vaidade (veja notas sobre Eclesiastes 1:2). Porém, a vaidade aumenta. Aumentar a renda nos leva a gastar ainda mais; a expansão da economia multiplica aqueles que consomem as riquezas adicionais por ela geradas. A população se expande na prosperidade. Agora, há mais pessoas querendo ainda mais e isso significa que mais pessoas infelizes estarão correndo atrás do vento. Novamente, Salomão observa que quando os humanos buscam significado e propósito pela razão e experiência, sempre terminam no mesmo lugar: isso também é vaidade, vapor, futilidade.

Depois de notar que quando as coisas boas aumentam, aqueles que as consomem também aumentam, Salomão faz uma pergunta retórica: Então, qual a vantagem de seus donos, exceto ficar olhando? Mesmo que tenha parafraseado seu princípio usando uma pergunta, Salomão parece estar fazendo a afirmação de que não há muito a fazer para os donos dos investimentos, a não ser olhar e ver a população aumentada consumir seus bens.

O que Salomão pode ter em mente é a natureza da expansão de uma empresa. Usando uma analogia moderna, os lucros são resultados de expansão, significando que a empresa possui mais funcionários. Isso, porém, significa mais gastos e mais investimento. Normalmente a empresa consome o dinheiro ao invés de multiplicar lucros. Geralmente, a riqueza aumentada fica apenas no papel e não é disponibilizada para o amante do dinheiro. Gastar o dinheiro não o faria feliz, no entanto. Parece que a vaidade está em todo lugar.

Tudo que a pessoa pode fazer é apenas olhar. Apenas ficar olhando, provavelmente em angústia, ao ver seus bens diminuindo. Enquanto isso, o homem trabalhador é perfeitamente feliz. O sono do trabalhador é agradável. Ele investe suas energias no trabalho, vai para cama cansado e tem um sono agradável. Não importa se come muito ou pouco. Ele pode ir para cama com fome, mas ainda vai para a cama cansado depois de um dia cheio de trabalho e dorme bem. Em contraste, o estômago cheio do rico não permite que ele durma.

O contraste é gigantesco. O rico tem muito para comer, mas não consegue dormir; o trabalhador tem um sono agradável, coma muito ou pouco. O rico olha enquanto sua riqueza é consumida por suas equipes e por seus servos. Gastar dinheiro não produz felicidade, apenas dissipa as riquezas.

A palavra para trabalhador é “abad”, literalmente “servo”. Salomão já havia dito antes que não existe nada melhor para o homem que aproveitar seu trabalho (Eclesiastes 5:18). O homem que serve dorme de maneira mais agradável, coma pouco ou muito. O trabalho e a apreciação dos resultados dados por Deus nos levam à satisfação.

Por outro lado, a indulgência leva à miséria. A barriga cheia do rico não permite que ele durma. A ideia é a de que o rico se enche de luxo e sua comida perturba seu estômago e tira seu sono. Ou talvez ele fique ansioso com tanta preocupação quanto à possibilidade de perder suas riquezas, ou perca o sono com seus planos de ganhar mais. Ou podem ser todas as opções anteriores, algo que certamente se reflete na descrição de Paulo sobre os amantes do dinheiro, que se traspassam com muitas tristezas (1 Timóteo 6:10).

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