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Significado de Eclesiastes 7:1-6

Algumas realidades são difíceis de se aceitar, mas podem levar a uma consciência sobre o valor da vida. Elas são uma oportunidade de alcançar sabedoria e, por isso, são mais valiosas que as distrações triviais e temporárias.

Em todo o livro de Eclesiastes, a realidade da morte desafia a Salomão e sua busca pelo que é bom sob o sol. Porém, na primeira seção do Capítulo 7, ele mostra como este grande obstáculo, a morte iminente, também pode ser vista como uma oportunidade.

Salomão usa o estilo do sábio para estabelecer um punhado de ditados “towb”, que é a palavra em hebraico para “bom”. Nessas avaliações, é importante notar que ele não está dizendo que uma dessas coisas é boa e a outra é ruim. Esta série de comparações com “melhor que” não devem ser tidas como escolhas absolutas, isto ou aquilo. Sempre que lemos a palavra “melhor”, vemos uma indicação que há duas alternativas e uma delas apresenta um “towb” maior. Ambas têm seu valor, mas uma contém um bem maior - um “towb” maior.

A primeira delas é bem direta. Um bom nome representa influência e reputação, é evidência de caráter. Isso é um bem melhor que o unguento, que é uma alusão às coisas alcançadas pela riqueza material. O unguento era um tipo de perfume; ele cobria os ferimentos e odores do corpo, o que era algo muito bom. Porém, muito melhor que os bens materiais ou a habilidade de mascarar o fedor implícito é, na realidade, o bom caráter. O bom caráter cria um bom nome.

O segundo desses ditados “towb” se refere à casa de luto e a casa de banquetes. Um banquete, ou uma festa, não representa em si uma coisa frívola. Um evento substancial da vida, como um casamento, por exemplo, é algo muito relevante. De qualquer forma, a casa de luto é indicada como sendo superior. O motivo é porque a morte é o fim de todo homem. Por mais desagradável que os funerais possam ser, eles nos forçam a considerar a vida e as escolhas que fazemos. Salomão está mostrando algo enfatizado tantas vezes nos treinamentos modernos de liderança - “começar uma jornada tendo o final dela em mente”. Ir a funerais é uma boa forma de focar no “final” das nossas vidas. Em tese, os funerais nos levam traçar uma linha entre as duas datas na lápide. Entender que a vida vai terminar provoca a ação de viver a vida melhor.

A frase Os vivos levam isso para o coração traz uma clara noção do porquê lamentar é melhor do que festejar. Pelo fato de a morte ser o final de todo homem, enfrentar a realidade da nossa mortalidade nos ajuda a alcançar a devida perspectiva. A morte é a mais severa das nossas limitações. Ela nos ajuda a entender melhor nossas vidas e o que fazer com nosso tempo na terra. A morte, um fim inevitável, pode ser um ajudante que nos estimula a amadurecer através da contemplação e do descobrimento.

A tristeza é melhor do que a alegria, porque mesmo que o rosto mostre uma expressão triste, o coração da pessoa pode estar feliz. Isso pode explicar o motivo de alguém que compreende as realidades da vida, incluindo os aspectos tristes, como a morte, ter um entendimento melhor a respeito de tudo. A mente do sábio continuará refletindo a realidade do fim de sua vida (a mente dele estará na casa do luto).

Por outro lado, a mente dos tolos irá reprimir este pensamento baseado na realidade por desejar ver o que acontece na casa do prazer, um lugar cheio de alegrias. O escape da realidade, a busca por prazeres e a distração podem nos levar ao desperdício tolo do incrível presente da vida nessa terra. Assim como vimos no Capítulo 6, a busca pela realização através da satisfação de nossos apetites é vaidade.

A repreensão de uma pessoa sábia pode machucar nossos sentimentos, mas é melhor que a música (de tolos). Isso não se refere literalmente à música; ela deve ser entendida aqui como o oposto da repreensão - algo melodioso e agradável para os ouvidos. Algo que queremos ouvir, como um elogio. A música do tolo pode ser perigosa, já que pode reforçar pensamentos tolos e nos roubar a verdadeira alegria na vida. Pode se tornar parte da nossa busca pela felicidade através da satisfação de nossos apetites. Neste caso, o apetite por aprovação ou aceitação.

Já que o tolo não pensa sobre a razão de Deus nos haver dado o presente da vida, suas risadas e sua busca pelo prazer são como o estalar de arbustos espinhosos queimando embaixo de uma panela. A queima de arbustos espinhosos produzem um barulho considerável por algum tempo, mas depois desaparecem antes que possam o alimento na panela seja cozido. Consequentemente, é algo com baixo benefício. A diversão nos mantém distraídos por um tempo, poprém irá queimar e desaparecer antes de prover qualquer coisa útil. Por outro lado, a verdade contida na repreensão de um homem sábio tem benefícios imensos.

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