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Significado de Eclesiastes 7:11-14

A sabedoria pode nos proteger das dificuldades desse mundo, começando com o entendimento de que Deus é a verdadeira fonte de estabilidade.

O versículo 11 diz que ambas a sabedoria e a herança são boas (“towb”). Elas são vantagens para aqueles que podem ver o sol.

A palavra em hebraico traduzida como “defesa” na frase “a sabedoria é defesa” (v.12) é “tsel”, que literalmente significa “sombra”. Assim, tanto a visão quanto o dinheiro são uma sombra, uma defesa contra o sol. Salomão aponta para uma estranha ironia: os que podem ver o sol precisam de defesa contra ele, possuindo uma vantagem para sua proteção.

Não podemos olhar diretamente para o sol (uma ideia que nos remete a Êxodo 33, quando Deus diz a Moisés que se ele olhasse diretamente para Sua face, ele morreria). A proteção da sabedoria e do dinheiro ajuda a nos proteger na adversidade, mesmo que coloque uma sombra em nossa visão.

O dinheiro é incluído aqui como uma proteção. Poupar dinheiro é uma proteção em várias áreas. Por exemplo, nos protege contra reviravoltas imprevistas, como doenças ou a perda do emprego. O dinheiro também pode funcionar como um tipo de proteção contra a tolice, dando-nos tempo para refletir e buscar entendimento.

No entanto, mesmo que o dinheiro seja uma proteção ou sombra, Salomão diz que a sabedoria é superior. A vantagem do conhecimento é que a sabedoria preserva as vidas de quem a possui. Podemos pensar que Salomão deveria ter dito isso em relação ao dinheiro, mas o dinheiro apenas nos fornece poder para fazer mais do que nosso coração deseja. A sabedoria nos ajuda a fazer as coisas de forma mais eficiente. Nossas vidas serão preservadas da tolice e da autodestruição. Porém, se vivemos como tolos, o dinheiro simplesmente irá aumentar a velocidade da nossa autodestruição.

A sabedoria nos protege de certas armadilhas e consequências no reino moral/espiritual, assim como o dinheiro nos protege de certas dificuldades materiais. Ainda mais importante, a vantagem do conhecimento para viver com habilidade nas situações do dia a dia (sabedoria­) é que ele produz vida a quem o possui. Isso é mais que preservação da morte: é a produção positiva de uma experiência rica e completa.

Salomão louva a sabedoria de Deus. Assim como havia deixado claro nos capítulos anteriores, Salomão indica que sem a sabedoria de Deus estamos presos ao nosso entendimento finito. O homem não consegue desenvolver entendimento suficiente pela razão ou pela experiência em relação ao que é certo ou errado. Podemos e devemos viver pela sabedoria que Deus nos concedeu e confiar que Ele fará as coisas certas em Seu tempo. Esta seção é um convite para termos fé na benevolência de Deus.

Salomão nos instrui a considerar o trabalho de Deus. A palavra usada como “considerar” é a mesma palavra traduzida como “ver” na frase “ver o sol”. Não podemos evitar o sol. Talvez Salomão esteja conectando a experiência da realidade de Deus. O trabalho de Deus é como o sol, no sentido de que ele está sempre ao nosso redor. Assim, devemos prestar atenção e considerar tudo que vemos como o trabalho de Deus, buscando entender o que Ele quer nos ensinar nos trabalhos que desenvolve.

Salomão nota esta realidade com a pergunta retórica: “Quem pode endireitar o que Deus entortou?” A resposta esperada é “ninguém”. Não podemos aumentar ou diminuir o sol; podemos apenas buscar proteção contra seus raios. Se o poder de Deus entortou algo, não teremos força alguma para endireitar.

Isso aponta para a realidade de que existe muita coisa às quais os seres humanos não podem controlar. Porém, podemos controlar nossas atitudes, as perspectivas que escolhemos. Não podemos endireitar o que Deus entortou, mas podemos escolher ser felizes no dia da prosperidade. Pode parecer estranho que Salomão precise nos instruir a escolher a felicidade quando as coisas estão indo bem; porém, após alguma reflexão, é típico do comportamento humano, quando as coisas estão indo bem, se entristecer pelo fato de as circunstâncias não estarem ainda melhores. Salomão nos aconselha a ver as coisas como elas são e, quando somos abençoados, a ser gratos, apreciá-las e escolhermos ser felizes.

O que fazemos quando a prosperidade é substituída pela adversidade? Salomão nos diz para escolher a perspectiva de que Deus fez as circunstâncias da adversidade da mesma forma que fez as circunstâncias de prosperidade. Não é incomum que uma circunstância gere adversidade para uma pessoa e prosperidade para outra. Uma chuva de granizo é uma adversidade para o dono da casa e prosperidade para a empresa de telhados. A chuva traz prosperidade para o fazendeiro e adversidade para o time de futebol. A mesma circunstância traz diferentes oportunidades para cada um.

A discussão termina com uma frase curiosa. Precisamos receber a prosperidade com alegria, mas precisamos também escolher a perspectiva de que podemos receber benefícios nas adversidades. Por quê? A fim de que o homem não descubra coisa alguma que há de vir depois de si. Esta frase pode se aplicar à observação de que Deus criou tanto as circunstâncias prósperas quanto as adversas.

Isso parece mostrar que Deus nos presenteou com uma gama infinita de experiências, prosperidade e adversidade, para nosso bem. Devemos aprender que Deus nos dá oportunidades de descobrir tudo o que Ele tem para nós debaixo do sol. Ao observar que o homem não vai descobrir nada que há de vir depois dele, Salomão está apontando para a verdade clara de que não conseguimos saber o futuro. Nosso futuro pode trazer adversidades e prosperidades. Não precisamos nos preocupar com nenhuma delas, porque Deus faz um, assim como o outro, e ambos estão nas mãos de Deus, que tem o melhor para nós em Seu coração.

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