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Significado de Eclesiastes 7:7-10

Existem distrações e tentações, mas a paciência e a apreciação das dádivas da vida são as melhores opções. Elas reduzem a distração e permitem que a sabedoria seja mais efetiva.

A expressão “Na verdade” deixa claro que os versículos a seguir darão continuidade aos pensamentos de Salomão na seção anterior. Ele observa que a opressão enlouquece ao homem sábio, e o suborno corrompe o coração. A palavra “enlouquecer” no versículo 7 é traduzida da mesma palavra hebraica para “Halal” (ver notas em 2:2). “Halal” é frequentemente traduzida como “louvor” e tem uma raiz que significa “deixar claro”. Quando é usada em um contexto positivo, pode ser traduzida como “adoração” e, quando negativa, como “insanidade” - o contexto usado irá revelar se algo é bom ou ruim.

Uma tradução literal pode ser: “A opressão aumenta o esclarecimento do homem sábio”. Uma pessoa sábia sabe claramente reconhecer entre bem e mal. Uma pessoa lúcida e sábia, ao observar um tipo de maldade pela primeira vez, consegue entendê-la com mais clareza.

A próxima observação de Salomão cobre o exemplo da corrupção de uma pessoa, até mesmo uma pessoa sábia. Salomão nos ensina que o suborno corrompe o coração. Traduzindo literalmente, “o presente destrói o coração”. O suborno leva alguém a concluir: “É melhor fazer o bem para mim mesmo do que para os outros”. Porém, como Deus nos fez à Sua imagem, sabemos o que é o bem e o mal em nosso coração. Não apreciamos lidar com a realidade de que estamos praticando o mal. Então, tentamos racionalizá-lo em nosso coração, que sempre nos corrompe. A partir daí, não mais estamos pensando claramente, ou seja, com sabedoria. De maneira mais ampla, os incentivos financeiros de qualquer tipo podem nublar a clareza e a sabedoria quanto ao bem e ao mal.

Outra sabedoria é que o fim de uma questão é melhor que seu começo. Este é outro towb (“bom”) ditado. Ainda que a jornada do começo ao fim seja confusa, frustrante e difícil, somos melhores por termos passado por ela. Quando iniciamos algo e não terminamos, perdemos a melhor parte da oportunidade. Da mesma forma, se não começamos nada, jamais poderá haver um fim.

Enquanto peregrinamos pela jornada da vida, é melhor (”towb”) ter um espírito de paciência do que um espírito de arrogância. Esses dois extremos sugerem velocidade - devagar e rápido. É melhor considerar as realidades da vida de forma mais lenta e deliberada. Isso se encaixa com a afirmação de Salomão de que o dia de luto é algo positivo. Abordagens deliberadas e pensadas previamente são melhores do que depender das respostas rápidas e fáceis. Acfreditar que podemos descobrir as coisas rapidamente (ou completamente) demonstra orgulho e arrogância de espírito; isso não é bom para nós.

A natureza da paciência é desacelerar nossas emoções. Podemos desenvolver um espírito de paciência ao alcançarmos sabedoria e fazermos boas escolhas, evitando apenas reagir às circunstâncias da vida. O acrônimo EIDD pode nos ajudar a memorizar o princípio de Salomão visando alcançar o espírito de paciência.

Quando emoções se exaltarem:

  1. Escute suas emoções. Elas estão dizendo que “algo precisa de uma ação”. Não suprima, ouça o que suas emoções dizem.
  2. Investigue. Pergunte a si mesmo: “Por que minhas emoções estão se exaltando? Quais dos meus valores estão sendo violados e qual é a violação?
  3. Decida. Decida que ação tomar, baseada em sua investigação e em seus valores. Uma ação legítima a se tomar é “esperar até mais tarde”.
  4. Descarte. Agradeça suas emoções por fazer o trabalho delas e ordene que fiquem de olho em qualquer outro alerta. Suas emoções são excelentes alarmes, porém péssimas tomadoras de decisões.

Salomão continua seu encorajamento em relação à paciência com um comando: Não sejas ansioso em seu coração para se irar. Ele, então, apresenta sua razão: Porque a raiva mora no seio dos tolos. A palavra traduzida como “ansioso” significa “apressado”, “desanimado” ou “com problemas”. Podemos dizer: “Não reaja”. Para se ter um espírito de paciência, não podemos nos permitir ter um coração que reaja rapidamente com ira.

A raiva é normalmente uma forma de tentar exercer controle sobre outros ou sobre nosso entorno. Ao analisar esta tentativa, concluímos que é algo absurdo. Não podemos fazer escolhas por outras pessoas e certamente não podemos forçar as circunstâncias a mudar pela raiva. As pessoas podem simplesmente decidir se acomodar à nossa ira, passando a ilusão de que as controlamos. No entanto, se temos ansiedade em nossos corações e sempre nos iramos - a raiva mora em nosso seio - estamos escolhendo viver como tolos. Como humanos, controlamos apenas três coisas: em quem confiamos, o que fazemos e nossa perspectiva. Tentar exercer controle pela raiva representa uma perspectiva falsa da realidade. Na verdade, todos os indivíduos fazem suas próprias escolhas.

A verdadeira perspectiva da realidade é que nossas escolhas existem no tempo presente. Assim como não podemos controlar os outros ou o nosso entorno através da ira, não podemos controlar o que está no passado. Salomão nos instrui a não sentir falta dos “bons e velhos dias”. Ele nos alerta a não dizer “por que antigamente era melhor que hoje em dia?” A realidade existente em nossa memória é muito pouco confiável. Não nos lembramos dos detalhes do passado, nos lembramos da história que queremos sobre ele. Ao “sentir falta dos bons e velhos dias”, ignoramos as tremendas oportunidades de impactar nossas vidas fazendo boas escolhas no presente. Desperdiçamos o exercício da boa administração sobre as coisas que controlamos no presente quando decidimos nos prender ao passado.

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