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Significado de Eclesiastes 8:1-4
Salomão começa esta seção fazendo uma pergunta retórica: Quem é como o sábio e quem conhece a interpretação de um assunto? A pergunta suscita uma observação interessante, com a qual Salomão luta ao longo de Eclesiastes. Ele parece sugerir que não podemos controlar nossa compulsão de entender tudo, mas é possível interpretar certos assuntos. Isso é o que torna a sabedoria mais desejável do que a insensatez. Embora o sábio não possa dar sentido a todas as coisas, a sabedoria do homem o ilumina e faz brilhar a aspereza de seu rosto.
Por que o sábio tem um rosto áspero? Talvez seja porque não ele não consegue entender tudo na vida - tudo é vaidade e vapor (Eclesiastes 1:2). O que faz com que o homem irradie luz? A sabedoria do sábio o ilumina. Embora uma compreensão completa da vida não seja possível, ainda podemos exercitar a interpretação de alguns assuntos. De acordo com as conclusões de Salomão até agora, o ponto de partida para isso é a fé. Podemos começar com o que Deus nos diz ser verdade. Então, conseguiremos observar o que está ao nosso redor, fazer uma interpretação e obter uma compreensão que nos traga esperança e alegria.
A palavra “interpretação” é "pesher" e esta é sua única ocorrência nas Escrituras. Ela está intimamente relacionada com a palavra "peshar" - que significa interpretação de sonhos - mas é um pouco diferente. "Pesher" significa interpretar as circunstâncias. A interpretação permite avaliar as situações e agir em conformidade com elas.
Salomão, então, inicia um novo pensamento, como indica o conector. Salomão nos dá o seguinte conselho: Guarde o mandamento do rei por causa do juramento diante de Deus. Não tenhais pressa em deixá-lo. Não vos junteis ao mal, pois ele fará o que bem entender.
Isso pode ser considerado como uma declaração interesseira, já que Salomão era o rei. Porém, é mais provável que seja apenas um conselho prático. O rei tem o poder de fazer o que quiser. Portanto, é uma boa ideia obedecer à ordem do rei, porque o rei tem o poder de punir àqueles que se opõem a ele. Pode ser que não gostemos muito do que o rei está fazendo. Mas Salomão nos aconselha a ter paciência, dizendo que não devemos ter pressa em deixá-lo.
Além disso, se não gostamos do rei, Salomão nos aconselha a ficarmos longe dos motins. Ele nos aconselha a não nos juntar a questões malignas, como o plano de derrubar um rei. O rei tem poder para fazer o que quiser, o que significa que ele provavelmente punirá a insurreição. Como a palavra do rei é autoritária, se ele decidir punir alguém, não há ninguém para dizer: "O que estás fazendo?"
Salomão provavelmente esteja falando aqui por experiência prática sobre este assunto. Seu irmão Absalão depôs a seu pai Davi (2 Samuel 15-18). Embora Davi tenha lamentado a perda de seu filho, o episódio terminou com a morte de Absalão.
Além dos conselhos práticos, Salomão observa a obrigação moral que temos de obedecer ao rei. O povo deve guardar o mandamento do rei por causa do juramento diante de Deus. Isso levanta a seguinte questão: A que juramento diante de Deus Salomão está se referindo? A Bíblia não registra nenhum caso de Israel sendo convidado a fazer um juramento diante de Deus relacionado ao povo jurando lealdade ao rei. Isso iria contra a insistência de Deus de que Ele é o verdadeiro rei sobre Israel. Esta frase também pode ser traduzida como “manter o mandamento do rei por causa do juramento de Deus”. Esta tradução é a mais provável, referindo-se a um juramento a Deus.
Qual juramento? O principal juramento que Deus fez pode ser encontrado em Gênesis 22:16, onde Deus diz a Abraão, depois que ele creu que Deus ressuscitaria seu filho Isaque:
"Por mim mesmo jurei, declara o Senhor, porque fizeste isto e não retive o teu filho, teu único filho, na verdade te abençoarei grandemente, e multiplicarei grandemente a tua semente como as estrelas dos céus e como a areia que está à beira-mar; e a tua descendência possuirá a porta dos seus inimigos. Em tua semente todas as nações serão abençoadas, porque obedeceste à minha voz".
Deus prometeu abençoar a Israel. A justificativa para depor o rei é sempre a mesma: "Este rei está prejudicando a nação, um novo rei ajudará a nação". Porém, isso significa confiar em nós mesmos e não na promessa de Deus. Assim, parece provável que Salomão esteja oferecendo duas razões para manter o mandamento do rei: 1) é algo prático e 2) ele confia no juramento de Deus e Deus é a única fonte verdadeira de bênção.
Essas instruções são ecoadas para os crentes na era do Novo Testamento em Romanos 13:1-4, que diz:
"Toda pessoa deve estar sujeita às autoridades governamentais. Pois não há autoridade senão de Deus, e as que existem são estabelecidas por Deus. Portanto, quem resiste à autoridade opôs-se à ordenança de Deus; e os que se opuseram receberão condenação sobre si mesmos. Pois os governantes não são motivo de temor pelo bom comportamento, mas pelo mal. Você quer não ter medo da autoridade? Faça o que é bom e você terá louvor do mesmo; porque é um ministro de Deus para o bem".
Esta passagem apresenta a mesma instrução básica: obedecer às autoridades governantes. Por quê? Porque eles são nomeados por Deus. Nomeados para que? Como ministros do bem. Portanto, obedecer às autoridades demonstra confiança em Deus. Há exceções. Os crentes de Roma que receberam esta mensagem estavam violando as leis romanas ao seguir a Cristo. No entanto, Paulo está dizendo a eles que sigam todas as leis que puderem seguir.