Significado de Eclesiastes 8:16-17

Salomão direcionou seu pensamento, emoções e vontade para compreender a sabedoria. Ele visava compreender (ver) todo o "negócio" (tarefa) feito na terra, toda obra de Deus feita sob o sol. Ele conclui que nenhum homem jamais seria capaz de descobrir o quadro completo das ações de Deus neste mundo. Não podemos saber completamente o quê e o porquê. Seus caminhos são mais altos do que os nossos.

Como disse o apóstolo Paulo sobre este tema:

"Oh, a profundidade das riquezas tanto da sabedoria quanto do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são Seus julgamentos e insondáveis Seus caminhos! Pois quem conheceu a mente do Senhor, ou quem se tornou seu conselheiro? Ou quem primeiro lhe deu para que lhe fosse devolvido de novo?" (Romanos 11:33-35, citando Isaías 40:13 e Jó 41:11).

Nenhuma combinação de tempo, trabalho e sabedoria pode dar à humanidade todas as respostas. A razão e a experiência humanas sempre ficarão aquém da compreensão de Deus. O homem pode se esforçar para entender, mesmo sem dormir dia e noite, passando vinte e quatro horas por dia pensando nas coisas - mas não poderá compreender totalmente os caminhos de Deus. Não importa o que o sábio possa dizer. O sábio pode fazer uma reivindicação de conhecimento, pode dizer que tem conhecimento de algumas coisas, mas a reivindicação será vazia. Ele não consegue descobrir tudo.

O uso da palavra dever nesses versículos conecta três ações que são inúteis para satisfazer o anseio do coração de conhecer a sabedoria: um homem sábio nunca deve dormir, deve buscar a sabedoria sem descanso e deve dizer "Eu sei". Essas ações de buscar descobrir os caminhos de Deus são inúteis. Ainda que alguém nunca durma de dia ou de noite, ainda assim não pode descobrir os caminhos de Deus através da razão e da experiência. Alguns afirmam conhecer a obra que Deus fez sob o sol. Mas suas alegações são ocas.

Salomão procurou descobrir as obras que Deus faz do início ao fim (Eclesiastes 3:11). Ele descobriu que não podiam ser descobertas através da razão e da experiência humanas. Em vez disso, a compreensão começa com a fé - o temor a Deus. A estratégia de Salomão é explicar que, embora não possamos ter respostas para perguntas do tipo: "Como A se encaixa com o B?", ainda podemos apreciar a vida como o presente de um Deus gracioso quando nosso alicerce para a compreensão começa com a fé e com a gratidão, em vez da razão e da experiência. Depender de nós mesmos é buscar agarrar o vapor ("hebel"). Depender de Deus transforma o mistério ("hebel") em oportunidade e em fonte de alegria que traz sentido e realização à experiência humana.