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Significado de Êxodo 33:7-11
Aparentemente, como símbolo da separação entre o santo SENHOR e Seu povo obstinado, Moisés costumava pegar a tenda e montá-la fora do acampamento. Esta tenda era montada a uma boa distância do acampamento, o que significa que ela estava separada do povo por uma distância considerável, mas próxima o suficiente para que as pessoas pudessem ver a coluna de nuvens que descia sobre a tenda.
Moisés a chamava de tenda de encontro. Esta não era a mesma tenda do encontro descrita nos capítulos 25 a 31. Aquela tenda (o Tabernáculo) não seria construída até os capítulos 35 a 40. Além disso, não há menção dos móveis do tabernáculo (como a arca) e ela estava localizada a uma boa distância fora do acampamento, enquanto o tabernáculo seria erguido no meio do acampamento (Números 3, 23, 29, 35, 38). Esta tenda de encontro aparentemente era uma estrutura temporária onde Moisés se encontrava com o SENHOR e Ele falava com Moisés.
Se um israelita buscasse ao Senhor, ele deveria ir até a tenda de encontro que estava fora do acampamento. Isso significa va que as pessoas ainda tinham acesso ao SENHOR, mas Ele não mais estava no meio delas, provavelmente como um lembrete de que haviam quebrado a aliança e estavam sob julgamento por sua violação. Eles tinham que ir a uma distância fora do acampamento para buscar o Senhor.
Os versículos 8-10 descrevem o que acontece durante esse tempo. Primeiro, quando Moisés saía fora, à tenda, levantava-se todo o povo e ficava em pé, cada um à entrada da sua tenda e via a Moisés pelas costas, até entrar ele na tenda. Moisés ia até a tenda quando precisava estar na presença do SENHOR. Em resposta, o povo, agora separado da presença imediata do SENHOR, apena podia observar Moisés caminhar até a tenda e entrar nela. Provavelmente faziam isso com reverência, tendo adquirido temor do julgamento do SENHOR, conforme a aliança.
Além disso, entrando Moisés na Tenda, descia a coluna de nuvem e parava à entrada da tenda (v. 9). Essa coluna era um indicador visível da presença do SENHOR. Era uma visão familiar para o povo. Ela havia protegido aos israelitas na travessia do Mar Vermelho (Êxodo 14:19, 24) e os havia guiado pelo deserto (Êxodo 13:21; Números 14:14). Agora, por meio da coluna, o Senhor falava com Moisés.
As pessoas reagiam de forma apropriada à aparição da coluna, porque viu todo o povo a coluna de nuvem que estacionava à entrada da tenda; todo o povo levantou-se e adorou, cada um à entrada da sua tenda. (v.10). A palavra “adorar” aqui provavelmente se refere ao fato de que cada israelita ficava em pé à entrada de sua tenda para prestar o devido respeito ao fato de Deus estar falando com seu líder. A adoração é qualquer ato de obediência ou reconhecimento da realidade de quem Deus é (Mateus 9:18; 14:33; 15:25; Marcos 5:6).
Quando o SENHOR vinha falar com Moisés, o povo respondia corretamente com adoração. No entanto, eles adoravam a Deus a uma certa distância, na entrada de suas próprias tendas, e não na entrada da tenda de encontro, onde a presença do SENHOR repousava.
Em contraste com a separação do povo em relação ao SENHOR, o versículo 11 fala da relação próxima que Moisés tinha com Ele. O versículo diz que o SENHOR costumava falar com Moisés face a face, assim como um homem fala com seu amigo. Isso não significa que Moisés via o rosto de Deus, porque isso não era permitido (ver v.20). A expressão “face a face” é uma figura de linguagem que transmite a ideia de amizade e comunicação aberta (Números 12:8; Deuteronômio 34:10).
A seção termina com uma nota sobre Josué. Aconteceu que, quando Moisés retornava ao acampamento, seu servo Josué, filho de Num, um jovem, não se afastava da tenda. Josué havia sido assistente de Moisés por algum tempo (Êxodo 17:9; 24:13). Josué permanecia na tenda do encontro mesmo quando Moisés partia. Ele havia permanecido fiel na metade do Monte Horebe durante os quarenta dias em que o líder do povo recebia a Lei e as instruções para a construção do tabernáculo (Êxodo 24:13; 32:15-17). Josué eventualmente receberá o bastão de Moisés para liderar Israel na conquista da terra.
Este trecho ilustra o contraste entre a proximidade de Moisés com o SENHOR e a comunhão quebrada do povo. Moisés experimentava da comunhão e harmonia com o SENHOR com base em sua obediência fiel, enquanto os israelitas se distanciaram de Deus por causa de sua obstinação. Seu pecado havia manchado sua intimidade com o SENHOR. Ele ainda estava presente, embora agora a uma certa distância. Isso provavelmente é uma representação de como o pecado conhecido e não confessado afeta aos crentes do Novo Testamento. Jesus explica a Seus discípulos por que Ele enfatizava a importância principal da Sua oração modelo: "Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores" (Mateus 6:12). Logo após o "Amém" da oração, Jesus diz:
“Pois, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará; mas, se não perdoardes aos homens, tão pouco vosso Pai perdoará as vossas ofensas” (Mateus 6:14-15).
Assim como aconteceu com Israel, a falha em perdoarmos uns aos outros cria uma distância na comunhão entre nós e Deus. Ao orarmos "perdoa-nos... assim como nós perdoamos", estamos pedindo a Deus para nos tratar da mesma forma como tratamos aos outros. Quando nos recusamos a perdoar, afastamos as pessoas do nosso "acampamento". Nossa obstinação em não perdoar também afasta a Deus. Ele ainda está conosco, mas haverá uma falta de proximidade.