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Significado de Gênesis 16:1-4
Enquanto esperava que seu filho prometido nascesse, Sarai pensa num plano para cumprir a promessa de Deus. Sua idéia era a de que a promessa de Deus a Abrão de que ele teria um filho de seu próprio corpo não exigia que o filho viesse dela. Talvez Sarai até esperasse engravidar um dia; mas, o tempo passou e ela concluiu que o herdeiro de Abrão não nasceria através ela. Pode ter sido muito difícil para ela sequer pensar em "compartilhar" seu marido com a escrava, mas ela decide que era hora de dá-la como esposa a Abrão, de acordo com o costume da época. Não conhecemos os motivos de Sarai, mas lemos 1 Pedro 3:5-6 que Sarai era um exemplo de como as esposas deveriam honrar a seus maridos. Assim, pode ser que Sarai tenha considerado isso como forma de homenagear a Abrão naquele momento.
Quando Abrão entrou em Canaã ele tinha 75 anos e Sarai tinha 65. Depois que Abrão e Sarai viveram em Canaã por 10 anos, apesar da promessa de Deus, a esposa de Abrão não lhe dava filhos. Sarai, agora com 75 anos, era estéril. A razão humana provavelmente dizia que Sarai não teria um filho, porque estava muito além dos anos férteis. Isso nos é dito explicitamente em Gênesis 18:11-12, um episódio que acontecerria cerca de treze anos mais tarde.
Sarai tinha uma empregada egípcia cujo nome era Agar. Ela não era uma escrava doméstica comum, mas uma serva pessoal. Como era egípcia, Sarai provavelmente a tenha recebido quando Abrão e sua família estavam no Egito durante a fome em Canaã (Gênesis 12:6 - 13:1).
Sarai propõe a Abrão um meio de garantir um filho de seus lombos. Ela primeiro reconhece a realidade de sua esterilidade, dizendo: “Eis que o Senhor me impediu de gerar filhos”. Sarai, então, propõe um meio pelo qual um filho poderia nascer de Abrão. Ela pede a Abrão: “Toma, pois, a minha serva.” Era comum naquela cultura e época que uma escrava se tornasse esposa secundária com o propósito de gerar filhos. Uma esposa infértil poderia fornecer uma esposa substituta. De acordo com o costume mesopotâmico, Sarai autorizou sua empregada pessoal (Agar) a ter relações sexuais com Abrão, na esperança de ter um filho através dela. Isso elevou Agar ao status de esposa secundária, conforme afirma o texto: “Sarai a deu a seu marido Abrão como sua esposa”. O costume afirmava que qualquer filho nascido desse arranjo seria considerado herdeiro legal do marido, a menos que outros filhos futuramente nascessem da esposa estéril (Gênesis 30:1-6).
Simbolicamente, a criança seria considerada como nascida do próprio ventre de Sarai. Essa era sua idéia, não baseada na orientação de Deus. A promessa de Deus era apenas de que um filho nasceria de Abrão. Assim, é possível que Sarai tenha pensado nessa ação como um serviço sacrificial a Abrão. Não há nada que nos leve a acreditar que Sarai não tenha crido na promessa. Ela elaborou um plano que forneceria um meio para Deus cumprir Sua promessa a Abrão (Gênesis 13:16, 15:5).
Sarai pensou: “Porventura terei filhos por meio dela”. O costume se reflete na afirmação de Sarai: “terei”. Isso ressaltava o costume de que o filho nascido da esposa secundária seria filho da primeira esposa. Em aproximadamente treze anos, Deus lhe mostraria que seria ela a dar à luz ao herdeiro prometido, algo que ela inicialmente não consideraria como crível (Gênesis 17:15-17; 18:12).
A palavra "ter" em hebraico é “Banah”, significando “construir”. Literalmente, essa frase pode ser traduzida da seguinte forma: "Porventura construirei filhos por meio dela". Drsta forma, Sarai "construiria" sua própria casa, de acordo com o pensamento da época. Abordar a família como uma "construção" é encontrado em Deuteronômio 25:5-10.
"Construir" a casa do irmão significa o mesmo que "gerar" filhos da esposa do irmão. Portanto, no pensamento hebraico, "ser construída" pela empregada significava que a empregada teria filhos com o marido. Assim, o contexto indicava que Sarai desejava que sua empregada Agar tivesse filhos com Abrão para que pudesse construir sua casa.
“Escutou Abrão a voz de Sarai”. Abrão tinha vivido dez anos na terra de Canaã e tinha naquele momento 85 anos. Sarai tomou a Agar, a egípcia, sua empregada, e a deu ao marido. Sarai entrega Agar a Abrão como sua esposa. O status de Agar na casa de Abrão mudou de serva para esposa, definitivamente um status mais alto. O status mais elevado pode ter sido necessário para que a criança tivesse plenos direitos como herdeira de Abrão. No entanto, isso não a colocou no mesmo nível de Sarai. O projeto original na Bíblia é a monogamia (Gênesis 2:24; Deuteronômio 17:17). Todavia, quando os seres humanos escolhem viver fora do desígnio original de Deus, Deus encontra a humanidade onde ela está e, em Seu tempo, a leva a escolher retornar ao Seu desígnio original (Mateus 19:3-9).
“Vendo ela que tinha concebido, foi sua senhora desprezada aos seus olhos”. A jovem escrava viu-se grávida do filho do homem mais importante que conhecia, algo que Sarai não havia sido capaz de fazer. Agar começou a tratar sua senhora, Sarai, com desprezo e desrespeito. A palavra traduzida como "desprezar" significa “considerar alguém leviano ou trivial” (2 Samuel 6:22). Talvez Agar desejasse substituir Sarai como a esposa principal de Abrão, agora que estava prestes a se tornar a mãe de seu herdeiro.