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Significado de Gênesis 16:10-12
A ordem do anjo é seguida por uma promessa. Ao encorajar Agar a voltar, o anjo promete que ela teria numerosos descendentes, mesmo que seu primeiro filho ainda estivesse em seu ventre, dizendo: “Multiplicarei sobremaneira a tua descendência, de modo que não será contada por ser tão numerosa”. A promessa era semelhante à promessa feita a Abrão (Gênesis 12:1-3, 15:1-6). Deus abençoou Ismael como descendente de Abrão, mas ele não seria a linha escolhida para cumprir a aliança de Deus com Abrão. Essa bênção fora reservada ao herdeiro de Abrão, Isaque. Esta promessa dada a Agar seria vista em uma multidão de povos (Gênesis 25:13-16).
O anjo disse a Agar: “Darás à luz um filho, aquem chamarás Ismael”. “Ismael” significa "Deus ouve". Deus a ouvira e reconhecera seu pedido de socorro. O Senhor “ouviu à tua aflição”, diz o anjo a Agar. É interessante notar aqui que Sarai pediu a Deus que julgasse entre ela e Abrão a respeito do tratamento de Agar a ela (Gênesis 16:5). Abrão se recusa a mediar as duas, mas Deus faz a mediação. Ele atende ao pedido de Sarai e restaura a relação. Sarai mantém sua autoridade e Agar recebe a promessa de que seus descendentes seriam livres.
A expressão “ele será como um jumento selvagem entre os homens” indica que, como um burro selvagem, Ismael não teria mestres. Ele seria independente e difícil de domar (Jó 24:5; Oséias 8:9). “Sua mão será contra todos, e a mão de todos será contra ele”, indicando que Ismael, assim como seus descendentes, permaneceriam invencíveis e independentes (Gênesis 25:18). Depois de se tornar esposa de Abrão, Agar voltou a se submeter à autoridade de Sarai (Gênesis 16:6), literalmente, "mãos" de Sarai. Ao dizer que “sua mão será contra todos”, a passagem diz que seu filho teria poder para resistir à opressão. Ele não seria governado por ninguém.
Ao mesmo tempo em que Agar é convidada a se submeter a Sarai, que era uma senhora dura, ela recebe com confiança a promessa de Deus de que seu filho não se submeteria a ninguém. Ela podia ser oprimida mas, através de Ismael, seus descendentes seriam livres de opressão.
Ismael se tornaria o pai de uma grande nação. Ao contrário de sua mãe, ele não seria servo dos outros. Ismael teria força e determinação suficientes para resistir à opressão e à subjugação.
A frase “ao oriente de todos os seus irmãos habitará” é intrigante e se encaixa no contexto. Uma tradução literal seria: "diante da face de seus irmãos". Algumas traduções interpretam como "diante do rosto", ou seja, "ele viverá em hostilidade para com seus irmãos". No entanto, não há nada no texto que indique que "diante do rosto" signifique hostilidade. No versículo 6, Agar fugiu "do rosto" de Sarai, ou seja, de sua presença. Esta frase é melhor traduzida como: "ele habitará na presença de seus irmãos". A Bíblia registra os filhos de Ismael se juntando aos filhos de Isaque no sepultamento de Abraão (Gênesis 25:9). Nenhuma hostilidade entre israelitas e ismaelitas é notada em Gênesis. Os filhos de Jacó vendem a seu irmão José para uma caravana de ismaelitas rumo ao Egito (Gênesis 37:25). Porém, o episódio aparece simplesmente uma transação comercial. Além disso, Esaú tomaria uma esposa do povo de Ismael (Gênesis 28:9). Ambos os casos apoiam a idéia de que os ismaelitas estariam sempre nas proximidades de Israel.
Ismael tem 12 filhos (Gênesis 25:16). Muito mais tarde na história de Israel, alguns ismaelitas se integraram a Israel (1 Crônicas 2:17; 27:30). Mais tarde ainda, havereia interações conflituosas. Gideão livraria a Israel da opressão dos ismaelitas (Juízes 8:24). O Salmo 83:6, escrito na era dos reis de Judá, fala dos ismaelitas que buscavam o mal a Israel.