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Significado de Gênesis 9:1-4
No versículo 1, Deus abençoou a Noé e seus filhos de maneira verbal. Deus fala. No final do relato da criação, Deus abençoa a Adão e sua família (Gênesis 1:28). Quase textualmente, no final do relato sobre o dilúvio, Deus abençoou a Noé e seus filhos. Esta é a terceira vez que Deus abençoa a humanidade (Gênesis 1:28; 5:2). Deus diz a Noé e sua família para: 1) serem fecundos 2) se multiplicarem e 3) encherem a terra. Esta também é a terceira vez, na Bíblia, que Deus diz ao homem para "ser fecundo e multiplicar-se". Deus disse a Noé para ser fecundo e se multiplicar quando eles saíram da arca (Gênesis 8:17) e agora repete o mandamento uma segunda vez. Deus também disse a Adão para ser fecundo e multiplicar-se em Gênesis 1:28. Deus claramente abençoa a terra para suportar uma população crescente, o que significava que a capacidade da terra de prover para os seres humanos também deveria ser expandida. Deus nunca eliminou tal ordem.
Deus coloca medo do homem nos animais, dizendo: “Terá medo e pavor de vós todo o animal da terra e toda a ave do céu”. Isso implica que, antes do dilúvio, os animais não temiam aos seres humanos. Agora que os humanos recebem a permissão de comer animais, passa a ser crucial que os animais temam ao homem para sobreviver. Seu medo também pode envolver hostilidade em relação aos humanos, ou seja, eles poderiam se proteger caso fossem ameaçados. Porém, a preferência dos animais será sempre a de se afastar, o que ajuda a reduzir potenciais ataques aos seres humanos, para que a humanidade possa sobreviver.
Os animais que antes do dilúvio estavam em paz com a humanidade deste momento em diante teriam medo do homem. A humanidade teria o poder ou a autoridade da vida e da morte sobre os animais para se alimentar. Deus diz: “Tudo o que se move e vive vos servirá de mantimento" Esta é uma concessão bastante ampla e inclui tudo o que se movia sobre a terra. Deus dá aos homens se alimentar dos animais, da mesma forma que havia dado a erva verde.
Durante a criação, Deus havia dito que o mundo vegetal seria o alimento do homem (Gênesis 1:29). A humanidade era originalmente vegetariana. Aqui, no versículo 3, Deus declara que o homem poderia comer todas as coisas em movimento, todos os animais, peixes ou pássaros, complementando assim sua dieta de grãos, frutos e vegetais. Talvez a terra tivesse passado a ser menos produtiva por conta das dramáticas mudanças ecológicas. Muitos animais conseguem digerir a grama e convertê-la em energia, algo que os humanos não conseguem fazer. Talvez com a produtividade substancialmente diminuída da terra, os humanos agora precisassem ser capazes de comer a carne dos comedores de capim para, desta maneira, obedecerem ao mandamento de serem frutíferos e se multiplicarem.
Entretanto, seja qual for o motivo, Deus deu ao homem permissão para comer carne. O consumo de carne foi uma parte importante da dieta humana após o dilúvio. Deus deu instruções específicas em relação à ingestão da carne, provavelmente necessária ao florescimento humano a partir deste momento. A primeira limitação, porém, foi que a concessão era limitada a todas as coisas vivas em movimento. Os animais precisavam estar vivos e serem mortos antes de servirem de alimento para os humanos. A humanidade não deveria comer animais já mortos por conta de causas naturais ou mortos por feras. Esta instrução ajudaria os seres humanos a evitar doenças ao ingerirem carne podre.
No versículo 4, a segunda limitação foi que eles não deveriam comer a carne com sua vida, isto é, seu sangue. A carne deveria ser drenada do sangue. A carne não deveria ser comida crua e ensanguentada. A vida está no sangue e essa vida vem de Deus. Deve-se primeiro drenar o sangue de um animal morto, o que mais tarde é exigido na lei mosaica (Deuteronômio 12:24). Uma razão para essa regra pode ser a de que o sangue carrega doenças; assim, as propriedades físicas de se comer carne com sangue podem ser mortais.
Mais tarde, a Bíblia explica outra razão para se evitar comer carne com sangue. O sangue é o símbolo da vida, pertence a Deus, assim como a própria vida. "Porque a vida de toda criatura está no seu sangue" (Levítico 17:11a). O sangue representava a vida sagrada e era sempre oferecido em sacrifícios a Deus. Deus expiava o pecado humano através dos sacrifícios de sangue. No sistema de expiação sacrificial do Antigo Testamento, a substituição da vida do animal era representada pelo sangue derramado. Ele era oferecido no lugar do pecador que, assim, evitava o julgamento divino pelo sacrifício (Levítico 17:11b). Derramar sangue representava morte; portanto, uma pessoa ou animal morrem quando o sangue lhes é retirado.
Uma terceira razão pela qual Deus pode ter dado este mandamento é evitar a adoração desenvolvida posteriormente pelos pagãos. O sangue continha a essência da vida. Portanto, os pagãos passaram a acreditar que poderiam renovar ou reforçar sua vitalidade consumindo o sangue dos animais. Durante os cultos pagãos, eles bebiam sangue para assumir as propriedades da alma do sangue que estavam bebendo. Os pagãos acreditavam poder adquirir o poder do animal através de seu sangue, como velocidade ou coragem. Os canibais geralmente comiam a seus inimigos pelo mesmo motivo: ganhar seu poder. Hoje, alguns açougueiros ainda seguem regras especiais para que a carne seja totalmente livre de sangue (chamada de carne kosher).