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Significado de Habacuque 2:15–17

O SENHOR retrata a Caldéia como alguém que usa bebidas alcoólicas para manipular a seus vizinhos e expô-los à vergonha.

Deus continua a responder à pergunta de Habacuque: como pode um Deus justo julgar a iniquidade de Judá através dos babilônicos/caldeus, que eram ainda mais perversos do que Judá (Habacuque 1:12-15)? Em Habacuque 2:6-20, Deus deixa claro que julgaria aos caldeus no devido tempo.

O quarto “ai” em Habacuque 2:6-20 condena os caldeus que haviam maltratado as nações e os povos conquistados. O SENHOR declara: Ai de vós que fazeis beber os vossos vizinhos, que misturais o vosso veneno até para os deixar bêbados. O termo “vizinho” aparece no plural para se referir às nações vizinhas às quais os caldeus haviam conquistado.

Não apenas os caldeus haviam feito as nações beber, mas também misturavam seu veneno até mesmo para deixá-los bêbados. Isso significa que eles haviam derramado o cálice da ira de Deus sobre eles. Como essas nações haviam se tornado vassalos da Caldéia, a Caldéia havia se aproveitado delas e as forçado a obedecer às suas estipulações. A implicação é que essas estipulações eram opressivas.

O SENHOR compara a ação da Babilônia a alguém que obriga outras pessoas a beber álcool até ficarem bêbados, a fim de explorá-los. O propósito da Caldéia, ao levar as nações à embriaguez, era o de olhar para sua nudez. A expressão "olhar a nudez” é um eufemismo para a exploração sexual. A idéia é que a Babilônia era como alguém que enganava uma mulher para que ela se embriagasse, visando explorá-la sexualmente. O nível de exploração praticado pelos caldeus era semelhante ao estupro.

Deus estava descontente com a Caldéia por causa de sua exploração. Ele os puniria severamente e a punição se encaixaria a seu crime. Como Ele declara: Serás cheio de desgraça em vez de honra. A desgraça que a Babilônia/Caldeia havia imposto às nações recairia sobre suas próprias cabeças.

O termo “desgraça” ("qālôn" em hebraico) é o oposto de honra. Refere-se a uma perda de reputação ou respeito. Como a Caldéia era poderosa, as outras nações a honravam, por uma questão de necessidade. Como resultado, ela havia se tornado orgulhosa e arrogante. Porém, o Deus Todo-poderoso reverteria sua honra. Ele derrubaria a Caldéia, fazendo-a sentir vergonha. Como diz o livro de Provérbios: "Quando vem o orgulho, vem a desonra" (Provérbios 11:2).

O Deus Todo-poderoso faria aos caldeus o que eles haviam feito às outras nações. Eles haviam forçado as nações a beber vinho para expor sua nudez; agora era a vez deles: Bebe tu também e exponha a tua própria nudez. Os caldeus haviam trabalhado por sua autodestruição. Eles trouxeram humilhação e maldição sobre suas cabeças. Isso aconteceu porque eles estavam sob a poderosa mão do Senhor. Como Deus diz: O cálice do SENHOR virá até vós. Os caldeus fariam a si mesmos o que haviam feito aos outros. Eles seriam o instrumento de sua própria destruição.

Na Bíblia, o cálice muitas vezes simbolizava o julgamento (Isaías 51:17). A mão direita de Deus simboliza Sua força e poder (Êxodo 15:6). Deus sempre humilha aos ímpios e exalta sos justos. "Ele derruba um e exalta outro. Porque um cálice está na mão do Senhor, e o vinho espuma; É bem misturado, e Ele derrama disso; Certamente todos os ímpios da terra devem drenar e beber a sua borra" (Salmos 75:7-8). Assim, os caldeus beberiam do cálice de Deus e a desgraça total viria sobre sua glória. Isso significa que sua glória e fama se transformariam em vergonha. As nações não mais os respeitariam, pois perderiam seu poder.

Curiosamente, a Bíblia descreve a cena da morte final da Babilônia. Na noite em que a cidade caiu nas mãos dos persas, a realeza e os nobres estavam bebendo e festejando. Eles até bebiam nos cálices tirados do templo de Salomão (Daniel 5:1-4). Eles eram tão arrogantes que nem se preocuparam com o cerco de sua cidade pelos exércitos persas. Eles caíram naquela mesma noite quando os exércitos persas desviaram o rio Eufrates. A Babilônia foi facilmente conquistada.

A razão pela qual o SENHOR rebaixaria os caldeus é declarada no versículo seguinte: Porque a violência feita ao Líbano os dominará, e a devastação de suas bestas pelas quais vocês os aterrorizaram. O termo usado aqui para “violência” varia de assassinato a estupro a iniquidade (Obadias 1:10).

O lugar chamado Líbano era uma bela região localizada ao norte de Israel. Era conhecida por suas árvores e cordilheiras (Jeremias 18:14). O SENHOR julgaria aos caldeus porque eles haviam danificado o Líbano, derrubando suas florestas e destruindo seus animais. A história nos conta que Nabucodonosor ordenou que seus exércitos construíssem uma estrada para transportar os cedros do Líbano. Eles cortaram montanhas íngremes, dividiram rochas e abriram passagens para construir essa estrada comercial de madeira. Ele usou as árvores cortadas no Líbano para construir seu palácio e embelezar o templo de Marduk, o deus protetor da Babilônia. Deus julgaria ao povo da Caldéia por tamanha violência feita ao Líbano.

Além disso, o SENHOR julgaria aos caldeus por causa do derramamento de sangue humano e da violência feita à terra, à cidade e a todos os seus habitantes. A palavra  “sangue” aparece no plural na língua hebraica, sugerindo derramamento de sangue abundante (Oséias 4:2). Os caldeus haviam matado a muitas pessoas de muitas nações e destruído suas cidades e vilas. Deus agiria contra eles porque eles haviam assassinado a muitos homens criados à imagem de Deus e destruído animais e até a própria terra.

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