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Significado de Oséias 3:4-5

O período probatório de Gomer ilustra a experiência de Israel no cativeiro, onde a nação viveria sem nenhuma entidade política ou religiosa. Após esse período, Israel retornaria e buscaria ao SENHOR, seu Deus, e experimentaria completa restauração.

Na seção anterior, Oséias obedece à ordem de Deus de continuar a amar sua esposa Gomer, apesar de sua infidelidade. Oséias resgata Gomer de volta, redimindo-a, como retrato da redenção de Deus, instruindo-lhe a um período probatório no qual ela se absteria de relações sexuais, antes que os dois pudessem retomar sua vida normal como marido e mulher (vv. 2-3). Nesta seção, o SENHOR deixa claro que o relacionamento entre Oséias e Gomer era uma lição objetiva que retratava Sua estratégia de resgatar a Israel como Seu povo da aliança e restaurar a intimidade com eles.

O SENHOR declara que, assim como Gomer permaneceria com Oséias por muitos dias em abstinência total, Israel viveria em abstinência por muitos dias. Durante esse período disciplinar, os filhos de Israel permaneceriam sem rei ou príncipe. A referência a Israel vivendo sem rei ou príncipe fala de uma época em que Israel estaria no cativeiro. O SENHOR disciplinaria Seu povo do pacto enviando-o para o exílio. Como resultado, todo o sistema político de Israel seria temporariamente destruído. Isso estava de acordo com os termos do pacto/tratado que Israel havia concordado em celebrar com Deus. Por ter quebrado o tratado, Israel seria exilado da terra (Êxodo 19:8; Deuteronômio 28:361 Crônicas 9:1).

Deus não apenas destruiria temporariamente o sistema político de Israel. Ele também destruiria seu sistema religioso porque afirma que eles ficariam sem sacrifício ou pilar sagrado por muitos dias. A palavra usada aqui para “sacrifício” é "zevaḥ" em hebraico, referindo-se às ofertas de ação de graças que serviam para trazer comunhão entre Deus e o adorador (Levítico 7:16; 22:18-23). Aqui é provavelmente usada como um termo geral para todo o sistema sacrificial. Isso implicaria que Israel seria exilado da terra, ficando longe do local de culto em Israel.

A expressão “pilar sagrado” refere-se às pedras, cortadas ou não cortadas (2 Reis 3:2). Colunas sagradas ou pedras sagradas serviam como parte legítima do culto do Senhor, especialmente durante o período patriarcal. Por exemplo, "Jacó levantou-se de manhã cedo, tomou a pedra que tinha colocado sob sua cabeça, colocou-a como uma coluna e derramou óleo em seu topo" (Gênesis 28:18, 22; 31:13). No entanto, como essas pedras foram, mais tarde, associadas à adoração pagã (2 Reis 3:2), o SENHOR proibiu seu uso e, em vez disso, pediu a Israel que as destruísse (Deuteronômio 7:5).

Israel também viveria por muitos dias sem éfode ou ídolos domésticos. O éfode era uma vestimenta ou objeto normalmente usado pelos sacerdotes (Êxodo 28:6-14). Porém, às vezes, tornava-se um objeto de adoração (ver também Juízes 8:27). Uma vez que está aqui combinado com ídolos domésticos, essa parece ser a inferência neste contexto. Os ídolos domésticos eram usados para adivinhação e consulta a poderes ocultos (Gênesis 31:19; 1 Samuel 19:13, 16).

Esses dois itens (éfode e ídolos domésticos) são usados juntos no livro dos Juízes, onde o povo de Israel os tratava da mesma forma que os pagãos tratavam a seus deuses, como amuletos de boa sorte e fonte de poder para manipular as pessoas (Juízes 17:5; 18:5). Aqui em Oséias, o Senhor explica que os israelitas perderiam seu sistema religioso, incluindo os aspectos que incluíam a sincretização das prática pagãs. Isso indica uma previsão de exílio, onde os israelitas seriam dispersos entre as nações.

No entanto, após o período disciplinar de exílio, Israel seria redimido e experimentaria uma nova vida, desfrutando de um novo relacionamento com seu marido, Javé: Os filhos de Israel voltarão e buscarão o SENHOR, seu Deus. Nos dias de Oséias, os israelitas buscavam aos deuses pagãos, como os Baals. No entanto, a disciplina de Deus, pela qual Ele destruiria temporariamente as entidades políticas e religiosas de Israel, permitiria que eles voltassem a seus sentidos. Eles se voltariam/se arrependeriam e buscariam ao SENHOR de todo o coração. Eles também buscariam a Davi, seu rei.

A referência a Davi como rei aqui se refere a um descendente de Davi que governaria como Messias nos últimos dias (Jeremias 23:5-6). Naquele tempo, o reino do norte de Israel e o reino do sul de Judá serão reunidos e se submeterão à liderança do Messias (Amós 9:11; Isaías 11:1-12).

Como resultado de seu arrependimento, os filhos de Israel virão trêmulos ao SENHOR e à Sua bondade nos últimos dias. Este descendente de Davi é Jesus. E essa previsão de retorno novamente à Terra nos últimos dias ainda está em nosso futuro, até o momento em que escrevo em 2022. Jesus voltará à Terra uma segunda vez, pousando no Monte das Oliveiras, o lugar de onde Ele subiu ao céu depois de ressuscitar dos mortos (Zacarias 14:4). Ele derrotará aos inimigos de Israel e estabelecerá Seu reino na terra (Apocalipse 19:11-16; 20:4-6).

A bondade de Deus à qual o povo retornará refere-se à Sua provisão, incluindo os grãos, o óleo e as vinhas (Jeremias 31:12). Isso significa que o povo de Deus retornará alegremente ao seu Deus Susserano (governante) e reconhecerá humildemente Seu poder. Eles voltarão a viver em comunhão com o SENHOR. Israel experimentará a restauração completa e será abençoado sem medida. No presente, eles haviam quebrado a aliança e, então, experimentariam as provisões relacionadas à sua rebelião. Porém, no futuro, eles experimentarão a restauração prometida no tratado/aliança de Deus (Deuteronômio 30:1-10).

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