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Significado de Tiago 2:21-26
Tiago mostra que as obras nascidas da fé trazem vida e propósito à fé. Ele usa Abraão como exemplo de alguém que tinha fé e, em seguida, fez o certo, obedecendo a Deus. Suas obras trabalharam juntamente com sua fé para criar benefícios e bênçãos. Raabe também teve fé e agiu de acordo com sua fé; assim, suas obras mostraram que ela era obediente a Deus. Esta ação obediente traz vida à nossa fé, assim como o espírito traz vida ao corpo. O resultado é nosso amadurecimento.
Tiago acabara de detalhar a objeção que esperava de alguns de seus leitores. Opositores tentariam argumentar que, no contexto da maturidade espiritual, a fé e as obras eram separadas e não tinham relação alguma uma com a outra. Tiago responde dizendo: "Isso é tolice. Você quer que eu lhe prove como a fé sem obras é inútil?"
Aqui está a prova de Tiago de que as obras trazem vida e significado à fé:
Não foi pelas obras que Abraão, nosso pai, foi justificado, quando ofereceu a seu filho Isaque sobre o altar? Vês que a fé cooperou com as suas obras e que pelas suas obras a fé foi consumada, e cumpriu-se o que diz a Escritura: E Abraão creu a Deus, e isso lhe foi imputado para justiça; e: Ele foi chamado amigo de Deus.
A resposta de Tiago aos opositores foi apelar para o exemplo de Abraão. Abraão era a prova de que as obras e a fé estavam intimamente ligadas. No entanto, ele reduz seu foco à prioridade da perfeição cristã (maturidade) indicada em Tiago 1:2-4.
"Considerai toda a alegria, meus irmãos, quando encontrardes várias provações, sabendo que a prova da vossa fé produz resistência. E que a resistência tenha seu resultado perfeito, para que sejas perfeito e completo, sem falta de nada" (Tiago 1:2-4).
O argumento aqui é duplo:
Abraão foi declarado justificado por suas obras.
Assim como o termo "salvação", a "justificação" não é um termo técnico, ou seja, nem sempre tem o mesmo significado. A justificação ocorre quando "algo se alinha a um padrão". Por exemplo, um parágrafo "justificado à esquerda" é aquele que se alinha com a margem esquerda da página. Uma pessoa indiciada por um crime é justificada após ser considerada inocente, ou seja, após ter-se alinhado às leis. Os crentes são justificados aos olhos de Deus quando crêem em Jesus, que pagou o resgate por nossos pecados, alinhando-nos, assim, com a justiça de Deus (Romanos 4:3; Gênesis 15:6).
Em Tiago 2:21, lemos que Abraão foi justificado por suas obras ao oferecer Isaque, seu filho, no altar. Esse episódio ocorreu décadas depois de Abraão ter cirdo em Deus e receber seu crédito de justiça (Atos 7:1-3; Gênesis 15:6). Portanto, Abraão já estava justificado aos olhos de Deus por causa de sua fé. Porém, nenhum de nós saberia disso se Deus não nos dissesse. No entanto, quando Abraão ofereceu Isaque, seu filho, no altar porque Deus lhe pediu, crendo que Deus ressuscitaria Isaque dentre os mortos, todos puderam ver por si mesmos que Abraão tinha fé. Assim, Abraão foi justificado aos olhos dos homens.
Tiago argumenta que, quando fazemos boas ações nascidas da fé, nossa fé se torna visível para os outros. E isso é bom. Isso deve ser nosso testemunho primário, para que outras pessoas aprendam a obedecer aos mandamentos de Jesus e sobre Seus caminhos (Mateus 28:20; 1 Pedro 3:15).
Paulo afirma que todos os crentes são justificados aos olhos de Deus unicamente pela fé:
"No entanto, sabendo que um homem não é justificado pelas obras da Lei, mas pela fé em Cristo Jesus, também nós cremos em Cristo Jesus, para que sejamos justificados pela fé em Cristo e não pelas obras da Lei; já que pelas obras da Lei nenhuma carne será justificada" (Gálatas 2:16).
É provável que o livro de Tiago já tivesse sido escrito na época em que Paulo escreveu sua epístola aos romanos. Pode ser por isso que Paulo afirme: "Porque, se Abraão foi justificado por obras, ele tem algo de que se vangloriar, mas não diante de Deus" (Romanos 4:2). Abraão foi justificado aos olhos dos homens ao mostrar-se amigo de Deus quando ofereceu Isaque, seu filho, no altar. Portanto, neste aspecto, ele "tinha algo do que se vangloriar" diante dos humanos.
Porém, Abraão não tinha nada do que se vangloriar diante de Deus, porque, aos olhos de Deus, todos somos justificados pela fé. Portanto, Paulo confirma a afirmação de Tiago de que Abraão foi justificado diante dos homens quando foi chamado amigo de Deus por causa de sua fé obediente e, portanto, foi justificado pelas obras aos olhos dos homens, e não apenas por sua fé. A afirmação de Tiago também é compatível com a de Paulo, pois Tiago afirma que quando Abraão ofereceu a Isaque, seu filho, no altar, a Escritura foi cumprida, que diz: "E Abraão creu em Deus, e isso lhe foi considerado como justiça".
Quando uma escritura é cumprida, isso significa que o que havia sido profetizado antes aconteceu. No caso de Abraão, Deus o declarou justo por causa de sua fé (Gênesis 15:6). Décadas depois, essa justiça se manifestou na experiência humana, sendo vivida por Abraão ao oferecer Isaque. Portanto, o que havia sido mencionado anteriormente se cumpriu. Paulo fala da Lei Mosaica sendo cumprida quando os crentes do Novo Testamento andam no Espírito:
"...para que se cumpra em nós a exigência da Lei, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito" (Romanos 8:4).
Neste versículo de Romanos 8, o que é dito na Lei, ou seja, tudo o que diz respeito ao nosso bem pessoa e das nossas comunidades, é cumprido quando andamos no Espírito; em outras palavras, quando andamos nos mandamentos de Jesus.
A ideia de sermos justos significa uma harmonização com os padrões e desígnios de Deus. Quando caminhamos pela fé de que Deus sabe o que é melhor, vivemos de acordo com Seu desígnio original, que traz harmonia/paz para nossas vidas, famílias e comunidades. Tiago, no entanto, como um sábio pragmático, fala sobre um desdobramento dessa retidão. Quando cada membro do corpo trabalha de acordo com as instruções do Cabeça, o corpo funciona bem (1 Coríntios 12:27).
O resultado da retidão (justificação) é encontrado na sequência apresentada por Tiago. A fé trabalha em conjunto (em grego, "synergeo", o fundamento da palavra “sinergia”) com as obras. Juntas, ambas "aperfeiçoam" ou completam a fé. Nessa sequência, a fé é aperfeiçoada, ou seja, atinge a completude ou maturidade, quando as obras produzem o crescimento da fé.
Este quadro de crescimento é fortemente contrastado com a ênfase inicial de Tiago em que a fé é morta (Tiago 2:17). Ele faz uma distinção entre fé estéril (v. 20) e fé útil (fé adicionada da ação, aperfeiçoada, completa). A palavra grega traduzida como “aperfeiçoada” é "teleioo" e às vezes é traduzida como "cumprida, acabada e realizada". O termo carrega a ideia de chegar-se a uma conclusão, chegar à linha final, alcançar o lugar onde tudo o que se pretendia é cumprido. A imagem aqui é que o propósito de Deus para nossas vidas é cumprido na prática quando andamos na obediência da fé. Esta é basicamente a mesma afirmação que Tiago faz em sua declaração inicial:
"Considerai toda a alegria, meus irmãos, quando encontrardes várias provações, sabendo que a prova da vossa fé produz resistência" (Tiago 1:2-3).
O "resultado perfeito" da perseverança fiel através das provações é "ser perfeito e completo, sem falta de nada" (Tiago 1:2-4). Tiago instrui seus leitores com um olhar voltado ao crescimento espiritual, de modo que os crentes crescessem em seu caminho rumo à maturidade. A maturidade é o lugar de chegada. Deus deseja que Seus filhos cresçam e se tornem tudo o que podem ser.
Quando as obras são adicionadas à fé, a fé é aperfeiçoada, completa, chegando à sua conclusão. A fé sem ação é inútil - estéril. As obras feitas sem a fé não agradam a Deus e são vazias, uma performance feita para se esconder o pecado ou obter a aprovação dos homens (Salmos 51:16-17, Romanos 7:6, Efésios 6:6-7, Hebreus 6:1). Quando agimos em obediência, confiando em Deus, experimentamos amadurecimento e vivemos "corretamente"; nesse sentido, somos justificados diante de homens e anjos através de nossas vidas, vivendo em alinhamento com a vontade de Deus, crendo e obedecendo aos Seus mandamentos (Efésios 3:10).
Tiago enfatiza não ser possível viver uma vida justa somente pela fé. A fé deve ser posta em prática para realmente se transformar em retidão:
Vedes que é pelas obras que o homem é justificado e não somente pela fé.
Isso novamente remete a Abraão sendo justificado diante dos homens por suas obras, mostrando que ele era amigo de Deus. Tiago não se refere ao destino eterno, mas à espiritualidade prática. Obras somadas à fé de maneiras específicas produzem o crescimento da fé. Ver que um irmão ou irmã precisa ser alimentado e vestido, mas não fazer nada para alimentá-lo ou vesti-lo era o mesmo que ter uma fé "morta", "não praticada", a menos que sejam tomadas ações que correspondam à fé (Tiago 2:15-17).
A santificação é o processo de amadurecimento através de uma vida de fé obediente, crendo que os caminhos de Deus são para o nosso bem. É uma questão de crer e praticar ações alinhadas à vontade de Deus, confiando que Seus caminhos são para o nosso bem. A fé é morta quando se deseja a alguém necessitado: "Boa sorte! Te desejo o melhor." A vida de fé é vestir e alimentar à pessoa.
Claramente, Tiago não diz que somos justificados diante de Deus pelas obras, ao invés da fé. As Escrituras deixam claro que somente as obras de Jesus produzem nossa justificação aos olhos de Deus e isso é recebido gratuitamente pela fé (João 3:14-16). Tiago está dizendo que, no sentido da justificação, ou de se fazer o certo, ao demonstrarmos nossa fé diante das pessoas nossa vida se alinha à vontade de Deus.
Tiago fornece outro exemplo de fé do Antigo Testamento que trabalhou em conjunto com as obras:
Da mesma forma, Raabe, a meretriz, também não foi justificada por obras quando recebeu os mensageiros e os enviou por outro caminho?
Raabe é outra ilustração de alguém que creu e agiu sobre sua fé. Ela é outro exemplo contrário ao opositor hipotético a quem Tiago continua a refutar. Ela teve fé de que Deus era supremo e entregaria a terra de Canaã aos israelitas, incluindo a cidade de Jericó. Ela colocou sua fé em prática e tomou ações que correspondiam à sua crença (ela salvou a vida dos espiões/mensageiros israelitas escondendo-os e enviando-os para fora de Jericó por outro caminho, para que não fossem capturados). Em relação à Abraão e Raabe, podemos imaginar como sua inação teria resultado em resultados terríveis; este é o problema gritante da fé morta/estéril.
Imagine se Raabe, como o crente inútil de Tiago 2:15-17, simplesmente desejasse "Boa sorte! Estou torcendo por vocês, tenho certeza de que tudo vai dar certo" aos espiões israelitas e se afastar sem fazer nada para abrigá-los ou ajudá-los a escapar da cidade em segredo. Os espiões poderiam ter sido capturados e mortos pelo rei de Jericó, que os procurava. Ou Deus poderia tê-los libertado por outro meio. Em ambos os casos, Raabe e sua família teriam morrido em Jericó como resultado de sua inação (Josué 2:17-21).
Não apenas a vida de Raabe foi salva, mas ela também foi recompensada: acabou fazendo parte da linhagem do rei Davi e, finalmente, de Jesus Cristo. Ela é uma das poucas mulheres mencionadas na genealogia de Jesus (Mateus 1:5). Em seu uso de Raabe como exemplo, Tiago parece estar fazendo pelo menos duas coisas. Primeiro, ele está se conectando com a "coroa da vida", que é a recompensa eterna pela fidelidade (Tiago 1:12). A coroa era um sinal de autoridade e Raabe foi colocada na família dos reis de Israel como recompensa por sua fidelidade. Em segundo lugar, Tiago parece estar deixando claro que, embora estivesse se dirigindo aos "irmãos" judeus, essas admoestações eram para todos. Isso é consistente com o tema bíblico de que Deus não pratica parcialidade:
"Não há judeu nem grego, não há escravo nem homem livre, não há homem nem mulher; porque todos vós sois um só em Cristo Jesus" (Gálatas 3:28).
Agora, Tiago elabora sobre uma analogia simples, porém facilmente incompreendida sem um exame cuidadoso:
“Pois assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras está morta.” Observando atentamente a analogia:
A analogia se constrói a partir da conexão corpo/espírito. O espírito é a coisa que anima ou dá vida ao corpo. A analogia é sobre a infusão de vida. O espírito infunde, anima, revive o corpo. Sem o espírito, o corpo ainda existe, mas está literalmente sem vida.
Da mesma forma, sem obras, a fé ainda existe, mas não possui vida, não faz nada, está morta. Podemos ver um corpo sem vida. Podemos tocar um corpo sem vida. Ainda é um corpo, mas não se move, não fala, não interage e não se envolve. Da mesma forma, um crente pode ter fé, mas se sua fé não for animada por suas ações, sua fé não estará interagindo ou se desenvolvendo; portanto, não trará vida ao seu entorno.
Por exemplo, em relação aos alimentos e roupas aos necessitados, tal ação traz vida a uma comunidade porque ela passa a se envolver com o próximo. Ela coloca em ação o princípio bíblico central de "amar ao próximo como a si mesmo" (Levítico 19:18; Mateus 22:39).
A aplicação da analogia é que as obras animam e revivem a fé prática indicada por Tiago. Se não houver obras adicionadas à fé, ela será sem vida, assim como o corpo sem espírito,. Quando cremos e agimos, nossa fé cresce. Estaremos, então, no caminho traçado por Tiago no capítulo 1. Quando cremos e deixamos de agir, nossa fé se atrofia, até morrer.
Um último ponto prático. Quando lemos esta passagem, o impulso esperado no cristão fiel é reconhecer que ele está sendo exortado a fazer boas obras, a agir, a colocar os mandamentos de Jesus em prática diária. Essa é a resposta buscada por Tiago. Aliás, ele já mencionara isso anteriormente:
"Mas aquele que olha atentamente para a lei perfeita, a lei da liberdade, e a cumpre, não tendo se tornado um ouvinte esquecido, mas um cumpridor eficaz, este homem será abençoado no que faz" (Tiago 1:25).
O ouvinte esquecido é o mesmo que diz: "Aqueça-se e sacia-te...", mas não ajuda ao homem faminto e com frio (Tiago 2:15-16). O ouvinte conhece a verdade a ser posta em prática, mas se esquece da ação. Tiago sugere que a ação deve ser o restulado da fé. Se deixarmos de agir de acordo com nossa fé através de boas ações, perderemos as bênçãos prometidas. Se agirmos de acordo com nossa fé, as bênçãos fluirão. Novamente, pensando no capítulo 1, essas bênçãos são certas, mas são espirituais e exigem sabedoria para serem absorvidas (Tiago 1:5).
Para o crente, destinado ao céu, é possível (ainda que contraproducente) deixar de crescer em maturidade separando a fé das obras. Tal separação nos permite sustentar que "fazemos coisas espirituais para Deus, mas fazemos coisas mundanas para nosso prazer”. Isso pode fornecer justificativas internas para vivermos uma vida mundana. Assim, Tiago deixa claro nesta passagem que tal racionalização é delirante.
Em vez disso, Tiago nos exorta a abraçarmos a responsabilidade por nossas escolhas e sermos bons administradores delas, confiando que os caminhos de Deus são para o nosso bem, escolhendo a perspectiva de que as dificuldades e decepções são uma oportunidade para moldar nossa fé e direcionando nossa fé para ações que estejam de acordo com os mandamentos de Jesus, usando nossos dons para beneficiar aos outros, ou seja, demonstrando amor.
Tiago estava tentando fazer com que os crentes se concentrassem na vida fiel, buscando afastá-los dos pensamentos errados ou de seguirem aos caminhos do mundo, acreditando que tais caminhos levariam à vida; na verdade, tais caminhos os levariam à morte. O apóstolo estava buscando levá-los a escolher a perspectiva de fidelidade em todas as circunstâncias como o caminho para nossa sua maior realização. Ele estava tentando fazê-los olhar para seus apetites/prazeres naturais como caminhos que levam à morte, ensinado que o caminhar na obediência da fé era o caminho para a realização de seus desejos mais profundos de pertencer à família de Deus e ser aprovado por seu Pai celestial (Tiago 1:12).
O seguinte comentário é uma paráfrase de Tiago 2:14-26. Oferecemos isso para sua consideração, observando que somente as Escrituras Sagradas são inspiradas por Deus, tendo o Espírito Santo como nosso único e verdadeiro mestre (2 Timóteo 3:16; João 14:26):
Que benefício há, meus irmãos e irmãs em Cristo, se um de vocês disser que tem fé, mas não demonstra tal fé através de obras? Vocês acham que este tipo de fé pode livrá-los de alguma coisa? Se um irmão ou irmã em Cristo não possui roupas nem comida e um de vocês lhe diz: "Tenha um bom dia; espero que tudo dê certo para você", mas não lhe dá o que precisa para minimizar seu sofrimento físico, de que adianta isso?
Assim, a fé sozinha, sem as obras, é inútil e vai murchar.
Porém, alguém pode se opor a abraçar tal responsabilidade. Essa pessoa pode dizer: "Veja bem, fé e obras são duas coisas diferentes, elas não se relacionam entre si. Você tem sua fé e eu tenho minhas obras. Mostre-me sua fé separada de suas obras (você não consegue fazer isso) e eu lhe mostrarei minha fé por minhas obras (algo que eu não consigo fazer). Entende que elas não estão conectadas?"
"Permita-me provar minha tese. Você crê que existe um Deus verdadeiro e sua resposta a isso é fazer coisas boas. Mas, veja, os demônios também acreditam nisso. Porém, a resposta deles é justamente o contrário. Eles tremem de medo. Então, aqui está a minha evidência de que não há conexão essencial entre fé e obras."
Agora, eu, Tiago, digo a qualquer um desses opositores: Você é um tolo por afirmar não haver relação entre fé e obras. Essa racionalização que busca se esquivar da responsabilidade de ajudar aos outros é temerária. Fé e obras estão tão relacionadas que a fé sem obras é um beco sem saída.
Quer que eu prove? Minha prova é nosso pai terreno Abraão, que cresceu em direção à justiça e mostrou isso abertamente aos outros quando ofereceu a Isaque, seu filho, no altar. Ele fez isso décadas depois de crer na promessa de Deus e ter sido justificado aos olhos de Deus. Então, veja que a justificação aos olhos de Deus vem apenas pela fé (Gênesis 15:6), enquanto a justificação diante dos homens nesta vida requer ações que sejam consistentes com a fé.
Então, você pode ver que, com Abraão, a fé e as obras trabalharam juntas e tiveram um impacto tão grande que podemos dizer: "As obras, quando somadas à fé, fazem nossa fé crescer". Nesta história de Abraão, sua justiça - conforme declarado em Gênesis 15:6, "Abraão creu em Deus e isso lhe foi imputado por justiça" - era uma realidade espiritual. No entanto, isso se cumpriu quando Abraão colocou sua fé em ação, oferecendo Isaque. Assim, cumprimos a realidade espiritual quando vivemos essa realidade pela fé.
E, desta forma, quando as pessoas viram isso, eles chamaram Abraão de amigo de Deus, porque eles puderam ver pelas obras de Abraão que ele estava alinhado (justificado) com os mandamentos de Deus. Então, entenda que há um outro tipo de justificação, uma justificação diante das pessoas que vivem neste mundo. Abraão tornou-se justo pelas boas escolhas que fez e mostrou isso exteriormente no que fez. Dessa forma, podemos dizer que Abraão não ficou no lugar de "fé somente", ele agiu e amadureceu.
Raabe é o mesmo tipo de exemplo. Suas obras foram conectadas à sua fé. Ela foi abertamente vista como seguidora de Deus. Sua fé não estava morta, estéril ou inútil. Em vez disso, ela salvou a vida dos mensageiros de Israel ao enviá-los para fora da cidade por um caminho secreto.
Permita-me fazer uma analogia final para deixar tudo isso bem claro. Quando o corpo físico fica sem o espírito, esse corpo morre e torna-se inútil. Embora ainda exista, agora está morto. Da mesma forma, se você conhece e crê em Deus, mas não age de acordo com essa fé em sua vida cristã diária, então sua fé também é sem vida, inútil e desaparecerá.