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Jeremias 6:9-15 explicação

Os apelos de Deus ao arrependimento, quando ignorados, culminam em consequências terríveis tanto para a sociedade quanto para a liderança espiritual.

Jeremias, que profetizou aproximadamente de 627 a 586 a.C., dirige—se ao povo de Judá que vivia em Jerusalém e arredores, a capital do reino do sul. Ao falar sobre o julgamento iminente, ele começa com: Assim diz o Senhor dos Exércitos: "Diligentemente respigarão o remanescente de Israel como a videira; passa a tua mão outra vez, como o vindimador, sobre os ramos" (v. 9). Esta imagem de um vindimador colhendo meticulosamente até a última uva alerta para um julgamento rigoroso que deixará poucos sobreviventes. A frase " remanescente de Israel" destaca que mesmo a última porção remanescente do povo de Deus não estará a salvo do julgamento se persistir na rebelião.

Ele então lamenta: " A quem falarei e admoestarei, para que ouçam? Eis que os seus ouvidos estão tapados, e não podem ouvir. Eis que a palavra do Senhor se tornou para eles um opróbrio; nela não têm prazer" (v. 10). A recusa do povo em ouvir ou encontrar alegria na mensagem de Deus significa uma cegueira espiritual mais profunda. Semelhante às advertências que Jesus deu sobre aqueles que têm ouvidos , mas não ouvem (Mateus 13:15), o povo de Deus nos dias de Jeremias se endureceu deliberadamente contra a verdade. As palavras do profeta ressaltam as consequências iminentes da indiferença.

Prosseguindo, Jeremias expressa a crescente tensão dentro de si, dizendo: " Mas eu estou cheio da ira do Senhor; estou cansado de contê—la. Derrama—a sobre as crianças na rua e sobre a reunião dos jovens; pois marido e mulher serão presos, idosos e muito idosos" (v. 11). Mesmo aqueles considerados inocentes pelos padrões sociais — crianças e idosos — não estarão imunes ao peso destrutivo do julgamento de Deus. Essa abrangência universal ressalta que toda a nação, atolada em transgressões impenitentes, está sob a justa ira de Deus.

Ele ainda declara: " Suas casas serão entregues a outros, assim como seus campos e suas mulheres juntamente; pois estenderei a minha mão contra os moradores desta terra", declara o Senhor (v. 12). Aqui, um quadro sombrio de perdas emerge, com invasores tomando tanto casas quanto terras. O caminho histórico levou à conquista babilônica em 586 a.C., que resultou na queda de Jerusalém e no exílio de muitos. Esse cumprimento destaca que as palavras de Jeremias previram com precisão o custo da rebelião persistente. Deus também proclamou tal punição em Deuteronômio entre as maldições por não cumprir a aliança:

"Você se casará com uma mulher, mas outro homem a violará; você construirá uma casa, mas não morará nela; você plantará uma vinha, mas não comerá do seu fruto."
(Deuteronômio 28:30)

Quando Deus observa o estado moral de Israel , Ele diz: " Pois desde o menor deles até o maior, todos são gananciosos, e desde o profeta até o sacerdote, todos praticam a falsidade" (v. 13). Esta é uma condenação abrangente de todos os níveis da sociedade, desde o povo comum até a elite religiosa. Assim como Jesus alertou contra a ganância e a hipocrisia (Marcos 12:38-40), Jeremias aponta que a liderança espiritual, destinada a guiar o povo à verdade, é ela própria comprometida e motivada por desejos egoístas.

Jeremias descreve as soluções paliativas oferecidas pelos líderes: " Eles curaram superficialmente a ferida do meu povo, dizendo: Paz, paz, mas não há paz" (v. 14). Os líderes tentam tranquilizar o povo com falsas promessas e palavras vazias. No entanto, o pecado subjacente e a doença espiritual permanecem, ecoando como somente o verdadeiro arrependimento e a restauração podem trazer paz genuína. Séculos depois, Jesus ensinaria que somente Ele oferece paz real, em contraste com as garantias passageiras e vazias do mundo (João 14:27).

Por fim, o profeta revela o veredito de Deus: " Será que se envergonharam por causa da abominação que cometeram? Nem sequer se envergonharam; nem sequer souberam o que fazer. Por isso, cairão entre os que caem; no tempo em que eu os castigar, serão derrubados", diz o Senhor (v. 15). A incapacidade do povo de sentir vergonha sinaliza um coração completamente endurecido contra a consciência e a correção. Como resultado, eles cairão quando o julgamento chegar. Esta advertência solene ressalta que a falta de remorso pela transgressão é um passo certo para a ruína, um princípio refletido em toda a Escritura.

 

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