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Significado de João 3:1-8
Depois que Jesus purificou o templo e participou da Páscoa em Jerusalém, João registra um diálogo entre Jesus e um fariseu chamado Nicodemos. Isso ocorre no início do ministério de Jesus e mostra uma oportunidade para Nicodemos se tornar um discípulo de Jesus, talvez um dos doze. João apresenta a Nicodemos, dizendo-nos: Havia um homem dos fariseus, chamado Nicodemos, um governante dos judeus. O fato de Nicodemos ser fariseu significava que ele era altamente educado na Lei Judaica, e e presumivelmente seguia às regras religiosas muito de perto, particularmente a tradição oral dos fariseus. João observa que Nicodemos era um governante dos judeus, o que significava que ele era um membro do conselho judaico, chamado Sinédrio, que tinha setenta 71 membros e ouvia aos casos mais importantes.
A palavra grega "synedrion" aparece 22 vezes no Novo Testamento e é transliterada como "Sinédrio". Foi o Sinédrio que condenou Jesus à morte (Marcos 14:55), assim como Estêvão (Atos 6:12). Em cada caso, a palavra "Conselho" é usada como uma tradução de "synedrion". No final do Evangelho de João, ficamos sabendo que Nicodemos participa e providencia especiarias para o sepultamento de Jesus. Não nos é dito se ele continuou a ser um membro do Sinédrio depois disso.
Lemos que José de Arimatéia, dono do túmulo no qual Jesus é colocado, era um discípulo secreto de Jesus, porque tinha medo dos judeus. Pode ser que Nicodemos também fosse Seu discípulo. Nicodemos teria sido a melhor fonte para coletar esse episódio; não haveria forma de sabermos desta história se ele não tivesse se tornado um seguidor de Jesus.
Nicodemos veio a Jesus de noite. Ele provavelmente visitou Jesus à noite para evitar a atenção das pessas. Conforme veremos, Nicodemos estava intrigado, mas não era um crente. Ele parecia estar tentando evitar incorrer em perseguição por buscar entendimento. Jesus aproveita a ocasião para contrastar os que buscam a luz e os que buscam as trevas.
Nicodemos diz a Jesus: "Rabi, sabemos que vieste de Deus como mestre; porque ninguém pode fazer estes sinais que Tu fazes, a menos que Deus esteja com ele." Nicodemos faz uma afirmação óbvia à qual muitos dos fariseus evitavam ou não queriam ver. Muito simplesmente, não havia explicação alguma para os sinais ou milagres surpreendentes que Jesus realizava, exceto se aquelas fossem obras de Deus. Nicodemos reconhece que Jesus não poderia fazer tais coisas, a menos que Deus estivesse com ele.
Nicodemos abre sua declaração com um termo de respeito, chamando a Jesus de Rabi, ou seja, "mestre". As credenciais de Jesus eram frequentemente questionadas pelas autoridades. Porém, Nicodemos estava sendo respeitoso. Ele não cria Nele, mas parecia estar genuinamente buscando conhecê-Lo.
Em uma conversa comum, esperaríamos que a resposta de Jesus incluísse apreço pelas palavras gentis daquele líder altamente reconhecido e prestigiado, bem como um retorno das palavras honrosas. Porém, Jesus lhe responde da seguinte maneira: "Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não poderá ver o Reino de Deus". Nicodemos inicia com uma gentileza e recebe um desafio em troca. Nicodemos diz: "Eu vejo as obras de Deus no que você faz" e Jesus responde que a única maneira de alguém ver o Reino de Deus é nascer de novo. Jesus estava dizendo a Nicodemos: "Na verdade, você não consegue ver porque você não nasceu de novo".
Embora Nicodemos reconhecesse que Deus estava operando através de Jesus, ele não reconhecia que Jesus era o esperado Rei dos judeus, o Filho de Davi. Não apenas isso, Jesus era o Filho de Deus. Portanto, Nicodemos não reconhece o Reino de Deus porque não reconhece a verdadeira identidade de Jesus, o Rei do Reino. Neste ponto, Jesus se concentra no que era necessário para que Nicodemos tivesse olhos para ver as coisas de Deus.
Nicodemos parece não ter noção do que Jesus estava falando e lhe diz: "Como pode um homem nascer de novo depois de velho? Ele não pode entrar uma segunda vez no ventre da mãe e nascer, não é?" Nicodemos pega a declaração de Jesus sobre nascer de novo em um sentido físico e pergunta como alguém poderia entrar uma segunda vez no ventre de sua mãe e nascer uma segunda vez. Porém, não era sobre isso que Jesus estava falando. Jesus responde: Em verdade, em verdade vos digo que, se alguém não nascer da água e do Espírito, não poderá entrar no Reino de Deus.
Jesus começa o diálogo dizendo a Nicodemos que nascer de novo era uma condição necessária para poder "ver o Reino de Deus". Nicodemos havia visto as obras de Deus. Porém, ele não reconhecia quem era Jesus, então não podia ver o Reino de Deus. Agora, Jesus deixa claro que o segundo nascimento sobre o qual Ele estava falando era um nascimento espiritual. O primeiro nascimento, o nascimento físico, é nascer da água. Sabemos que um bebê está prestes a chegar quando a “água” da mãe se rompe. O bebê sai molhado no líquido amniótico. Assim, o primeiro nascimento necessário para poder ver o Reino é nascer fisicamente, nascer da água. O segundo nascimento necessário é nascer do Espírito. Ambos são necessários para entrar no Reino de Deus.
Jesus continua Sua explicação, dizendo: O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. Jesus deixa claro que o nascimento físico era um nascimento envolvendo o corpo físico. O nascimento físico é da carne, por isso é evidenciado pela carne. Sabemos que um bebê nasce quando vemos seu corpinho chegar. Porém, o nascimento espiritual é um nascimento do Espírito. Envolve o Espírito de Deus trazendo vida nova ao espírito de um ser humano. A nova vida nos fornece olhos espirituais para ver o Reino de Deus.
Aparentemente, Nicodemos ficou de boca aberta, ou seja, de alguma forma ele expressa espanto, porque Jesus continua, dizendo: Não se surpreenda que eu lhe disse: 'Você deve nascer de novo'. Jesus, agora, fornece um exemplo da vida cotidiana para ajudar Nicodemos a entender. Jesus diz: O vento sopra onde quer, ouves o som dele, mas não sabes de onde vem nem para onde vai; assim é todo aquele nascido do Espírito. A palavra grega traduzida “espírito” é "pneuma". "Pneuma" também significa "vento" ou "respiração". Assim, literalmente, o que Jesus dix sobre nascer do Espírito ("pneuma") é que o vento ("pneuma") sopra onde quer e ouves o som dele, mas não sabes de onde vem.
Quando o “vento” ("pneuma") sopra, não o vemos, mas sabemos que está. Sabemos porque vemos as árvores balançarem e as folhas se moverem. Porém, não vemos o vento. Ouvimos seu som, mas não o vemos. Ele vai onde quiser. Não podemos controlar o vento ("pneuma").
Da mesma forma, o Espírito ("pneuma") de Deus vai aonde quiser. Ninguém controla o Espírito de Deus. Da mesma forma que o vento, vemos seu impacto em toda parte (Salmo 19), mas não vemos o Espírito ("pneuma"). O Espírito ("pneuma") vem sobre as pessoas que nascem de novo e lhes traz o novo nascimento. Não podemos ver o Espírito ("pneuma"), nem podemos ver o renascimento. Porém, quando o Espírito ("pneuma") traz o novo nascimento a uma pessoa, o resultado é que a pessoa recebe olhos para ver as coisas espirituais.
Jesus e Nicodemos podem ter tido esta conversa em hebraico. Se isso ocorreu, o efeito do duplo sentido teria sido o mesmo, pois a palavra hebraica para Espírito é "ruah" e também significa "sopro" ou "vento".
Como Nicodemos era fariseu e membro do Sinédrio, ele provavelmente conhecesse a Bíblia de cor, bem como a tradição oral. Ele era um homem culto. No entanto, parece nunca ter ouvido nada parecido.