AaSelect font sizeSet to dark mode
AaSelect font sizeSet to dark mode
Este site utiliza cookies para melhorar sua experiência de navegação e fornecer conteúdo personalizado. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso de cookies conforme descrito em nossa Política de privacidade.
Significado de Jó 1:1-3
Jó é um homem justo que teme a Deus. Em todas as áreas ele é próspero: Jó tem dez filhos, é incrivelmente rico e possui vários negócios.
O livro de Jó começa introduzindo seu personagem humano principal: Jó. Ele é apresentado pela declaração havia um homem, na terra de Uz, por nome Jó. (v.1). O contexto de Jó nos informa que a terra de Uz estava nas proximidades da terra dos sabeus (v.15) e dos caldeus (v.17). Isso colocaria Uz em algum lugar da Crescente Fértil, o berço da civilização. A Crescente Fértil é a área entre os rios Tigre e Eufrates, no Oriente Médio (Veja o mapa).
Quanto ao período em que Jó viveu, não sabemos, já que não é mencionado no texto. A maioria dos estudiosos conclui que ele viveu nos dias após Noé, mas antes da Lei de Moisés. Algumas evidências para essa teoria vêm de um dos amigos de Jó mencionando homens maus sendo levados por um rio (ou, conforme algumas traduções, um "dilúvio" - Jó 22:15-16). Jó viveu por vários séculos, fez sacrifícios por conta própria, assim como Noé e Abraão fizeram (sem um sacerdote), e deu às suas filhas uma herança igual à dos filhos (Jó 42:15, algo que não se encontra na Lei Mosaica). Assim, parece que ele viveu durante o que é conhecido como "a Era dos Patriarcas".
A história continua descrevendo Jó, dizendo que era um homem íntegro e reto, temia a Deus, e desviava-se do mal. Como veremos ao longo da história que se desenrola no livro de Jó, ele nunca perde sua integridade moral (Jó 1:22; 2:10). Ele suportará ser tentado por Satanás através de tragédias, bem como resistirá ao desânimo vindo de sua esposa. O fato de Jó ser irrepreensível e íntegro é o resultado direto de sua decisão de viver com temor a Deus. Temer a Deus é ouvir a Deus e acreditar que o que Deus nos diz é de extrema importância. Ouvir a Deus nos permite enxergar através de uma lente de realidade e entender que ignorar a Deus e Seu caminho é autodestrutivo.
Temer a Deus é semelhante a temer a gravidade - entendemos que ignorar a gravidade nos levará a nosso próprio prejuízo. Podemos escolher acreditar que a gravidade não é real e nos jogar de uma sacada, mas mesmo assim atingiremos o chão - escolhemos nosso próprio prejuízo porque deixamos de respeitar as leis físicas. Deus também criou o mundo com leis morais. Respeitar a causa e efeito moral que Deus estabeleceu nos leva ao melhor resultado possível (Provérbios 14:27). Temer o Senhor nos leva a seguir a Deus e Seus caminhos vivificantes.
Jó reconheceu que Deus é Deus e que viver separado de Dele e de Seus caminhos significava afastar-se de tudo o que é bom e benéfico na vida, portanto, Jó viveu constantemente se afastando do mal. Ele compreendia que escolher o mal levaria à sua própria destruição tão certamente quanto escolher desafiar a gravidade. Deus é justo, e Ele fará valer todo o efeito moral embutido em Seu plano criativo (Eclesiastes 12:13-14).
A história de Jó continua, e agora nos é dito que Jó era o maior de todos os filhos do Oriente (v.3). A expressão do oriente aqui levanta a questão "oriente de que?" Como a Terra é redonda, dizer que algo está "a leste" requer um ponto de referência para determinar o centro a partir do qual se define "leste" e "oeste". É inferido que "do oriente" aqui é consistente com o ponto de referência que ainda é usado globalmente para determinar o que é "leste" e o que é "oeste": Jerusalém.
Mesmo no relato do Gênesis, afirma-se que o Éden estava "na direção do leste" (Gênesis 2:8). Isso indica que Deus estabeleceu um centro geográfico mesmo antes de criar os seres humanos. Na época em que Moisés escreveu o Gênesis, os israelitas ainda não estavam na terra de Israel. Isso sugere que Jerusalém já era a menina dos olhos de Deus no alvorecer da criação. Isso é consistente com a descrição de um novo céu e uma nova terra, que terá uma nova Jerusalém como peça central (Apocalipse 21:1-2).
Além disso, Gênesis afirma que o rio Tigre, na época do Éden, fluía "a leste da Assíria". Moisés provavelmente menciona "Assíria" como um ponto de referência familiar às pessoas de sua época para descrever a localização de uma área em um período anterior à criação de Adão e Eva. Assim, o oriente parece ser a região da Crescente Fértil, onde a civilização teve início. O fato de Jó ser o maior de todos os homens do oriente provavelmente significava que ele era o maior de todos os homens daquela época.
O texto nos apresenta o currículo de Jó, as coisas que o tornaram o maior de todos os homens do oriente. A lista começa com sua família. Jó foi abençoado, pois nasceram-lhe sete filhos e três filhas (v.2). Vale ressaltar que os dez filhos de Jó são listados em primeiro lugar na lista de coisas que o tornaram grande. Isso indicaria que Deus vê os filhos como uma bênção e uma fonte potencial de grandeza (Salmo 127:3-5).
Em uma era de empresas familiares, as crianças também teriam o benefício prático de fornecer uma fonte de gestores confiáveis e alinhados com a prosperidade dos negócios. Na próxima seção, veremos que Jó tratava seus filhos como um tesouro especial e era intencional em investir em suas vidas (Jó 1:4-5).
A narrativa continua e lista os bens materiais de Jó. Podemos pensar nisso como sendo apresentado como as posses de um balanço patrimonial. Seus bens também eram:
A lista conclui com a afirmação “de sorte que este homem era o maior de todos os filhos do Oriente” (v.3).
Podemos inferir algumas coisas sobre os bens de Jó. Para sustentar 7.000 ovelhas, Jó provavelmente possuía uma área substancial de pastagem para alimentá-las. As 7.000 ovelhas colocavam Jó na categoria de ter uma grande empresa de gerenciamento de fazenda.
Jó também administrava 3.000 camelos. Isso pode sugerir que Jó tinha uma grande operação comercial. Os camelos eram usados como meio de transporte de longo alcance. Talvez Jó tivesse uma operação comercial substancial, transportando mercadorias pela "rota da seda" que se estendia do extremo oriente até o Egito. Jó poderia não apenas criar camelos, mas também ter, a qualquer momento, um número significativo de caravanas percorrendo rotas. Se Jó gerenciava uma operação comercial tão grande, é provável que também conduzisse algum tipo de empreendimento bancário. Se assim fosse, significaria que Jó tomaria posse de bens (os bancaria) e os transportaria até o ponto de venda como parte natural de um negócio comercial.
A posse de 3.000 camelos também colocava Jó na categoria equivalente aos tempos modernos de um "magnata do transporte". Talvez ele também fosse dono da maior firma de comércio e até mesmo do maior banco comercial da época.
Além disso, Jó possuía 500 juntas de bois. Uma junta de bois refere-se a um par de bois. Eles eram usados para impulsionar arados e para transporte de carga em distâncias curtas. Se assumirmos que um par de bois naquela época poderia cultivar 100 acres de terra por ano, isso sugeriria que Jó gerenciava uma operação agrícola que abrangia 50.000 acres. Trata-se de uma operação agrícola substancial, mesmo pelos padrões atuais. Pode ser que Jó tenha utilizado sua capacidade de transportar mercadorias em caravanas de camelos para exportar as safras cultivadas em sua grande operação agrícola.
Jó também possuía 500 jumentas. Parece que, dado que a contagem aqui se refere aos membros fêmeas do rebanho, isso era uma operação de criação de jumentos. Assim, Jó poderia vender várias centenas de jumentos a cada ano. Naquela época, os jumentos poderiam ter sido utilizados de várias maneiras. Quando vemos jumentos no Antigo Testamento, muitas vezes são usados para transporte doméstico, semelhante ao que poderíamos usar um automóvel na era moderna.
Por exemplo, Abraão usou um jumento para transportar suprimentos para ele e Isaque (Gênesis 22:3-5). Os filhos de Abraão usaram jumentos para transportar grãos do Egito (Gênesis 42:26). Moisés usou um jumento para transportar sua esposa e filho para o Egito (Êxodo 4:20). Podemos pensar na operação de criação de jumentos de Jó de alguma forma semelhante a possuir uma "fábrica de carros" na era moderna, juntamente com uma "concessionária de automóveis".
Para gerenciar essa vasta empresa comercial, esse bilionário ancestral tinha uma grande quantidade de servos. O equivalente nos dias de hoje poderia ser "um grande número de funcionários".
Tudo isso, em conjunto, fez de Jó o maior de todos os filhos do Oriente (v.3).
Parece que Jó era o homem que possuía tanto o maior caráter quanto as maiores posses de sua época. Veremos que Jó parece ser a pessoa favorita de Deus na Terra naquele momento. Assim, o drama se desenrolará, onde Deus ridicularizará Satanás porque Jó é tão grandioso, e Satanás acusará Jó e obterá permissão para testá-lo - um teste que Jó passa com distinção.
Assim começará um drama celestial que será contado a nós, os leitores, mas do qual Jó não tinha conhecimento no momento. Ao observarmos esse drama cósmico, veremos e aprenderemos a grande oportunidade que temos como seres humanos de conhecer a Deus pela fé nesta vida.